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O que é psoríase e quais são os sintomas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele, de natureza auto imune. A psoríase não é contagiosa e os seus sintomas são cíclicos, ou seja, aparecem e desaparecem periodicamente.

Grande parte dos casos de psoríase ocorre em pessoas com idade entre 15 e 30 anos, embora também seja frequente em indivíduos entre 50 e 60 anos. A doença costuma estar associada diabetes, doenças do coração, ansiedade ou depressão.

Há 5 tipos de psoríase. O mais comum é a que forma as placas avermelhadas na pele, com a superfície esbranquiçada. Lembrando que as placas são formadas por células mortas.

Quais as causas da psoríase?

A psoríase tem causa desconhecida, mas sabe-se que a doença pode estar relacionada com fatores genéticos, sistema imunológico e interações com o meio ambiente. Em muitos casos, a doença é desencadeada por estresse emocional, atrito da pele ou ainda processos infecciosos.

Acredita-se que a origem da psoríase esteja relacionada com os linfócitos T, que são células de defesa do organismo.

Os linfócitos libertam substâncias inflamatórias que produzem respostas imunológicas, com dilatação dos vasos sanguíneos e consequente infiltração de outras células de defesa na pele.

Com a resposta imunológica, as células da pele são atacadas e, consequentemente, a produção delas aumenta. A rapidez na produção de novas células gera as escamas.

Esse ciclo de maturação mais curto das células dificulta a eliminação tanto das células mortas como das mais jovens, formando então as manchas descamativas e espessas na pele.

A psoríase muitas vezes é desencadeada por eventos estressantes, amigdalites, uso de certos medicamentos, cortes na pele, além de queimaduras de sol e frio.

Quais são os sintomas da psoríase?

A psoríase caracteriza-se por lesões avermelhadas e descamativas na pele, sobretudo nos joelhos, cotovelos e couro cabeludo. Os sinais podem se manifestar também nas unhas, palmas das mãos, plantas dos pés ou ainda em toda a superfície do corpo.

Outros sintomas da psoríase incluem ainda pele ressecada e rachada, coceira, dor, queimação, unhas grossas, descoladas e com sulcos.

Porém, existe um tipo de psoríase que acomete as articulações e pode afetar gravemente a mobilidade da pessoa, por vezes levando a incapacidade, chamada artrite psoriática. Os seus sintomas incluem dor, inchaço, rigidez e deformidades nas articulações de mãos, pés, pernas, braços ou coluna.

Os sintomas da psoríase variam conforme o tipo de doença. Nos casos mais leves, as manifestações podem causar apenas desconforto, enquanto que nos casos mais graves a dor e as alterações podem trazer prejuízos significativos na qualidade de vida e autoestima do paciente.

Qual é o tratamento para psoríase?

O tratamento da psoríase depende do local e do tamanho da área afetada. Em áreas pequenas e limitadas, são utilizados fototerapia ou cremes. Quando a psoríase prejudica a qualidade de vida do paciente, podem ser indicados medicamentos por via oral ou injetável como imunossupressores.

A fototerapia consiste na aplicação de raios ultravioleta capazes de diminuir o ritmo de multiplicação das células da pele. O médico também pode recomendar exposições moderadas ao sol, como forma de complementar o tratamento.

Muitas vezes, o uso de pomadas, hidratantes ou xampu já é suficiente para controlar a formação de placas, reduzindo a inflamação e a multiplicação celular. Em outros casos, o tratamento é feito com laser.

O diagnóstico e o tratamento da psoríase é da responsabilidade do médico dermatologista.

A psoríase tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A psoríase até o momento não tem cura, mas existem várias opções de tratamento capazes de controlar a doença. O tratamento pode incluir medicamentos de uso tópico como pomadas, géis e cremes, fototerapia, medicamentos por via oral ou injetáveis, e em algumas situações pode estar indicado psicoterapia.

Em geral, o uso de medicamentos tópicos é suficiente para controlar as lesões na psoríase leve. Já nos casos moderados e graves da doença, além do tratamento local, são administrados também remédios por via oral ou intramuscular (tratamento sistêmico), além de fototerapia.

Cremes e Pomadas

Em casos de psoríase leve são geralmente usadas pomadas que podem conter na sua formulação corticoesteroides, ureia, ácido salicílico, entre outros componentes. A hidratação da pele também é essencial para inibir a progressão das lesões.

Medicamentos e fototerapia

O tratamento sistêmico, com medicamentos e a fototerapia são indicados quando não se consegue uma boa resposta ao tratamento tópico ou quando a psoríase acomete áreas do corpo que afetam a qualidade de vida do paciente.

A psoríase artropática, a pustulosa e a palmo-plantar normalmente requerem esse tipo de tratamento. A fototerapia, associada aos medicamentos, costuma ser o tratamento de eleição nesses casos.

Dentre os remédios usados estão o metotrexato, a acitretina ou a ciclosporina. Se a pessoa apresentar intolerância às medicações ou não responder ao tratamento, podem ser indicados medicamentos imunobiológicos.

Cuidados com a pele

Além dos medicamentos, o tratamento da psoríase inclui também alguns cuidados importantes, como manter a pele bem hidratada, tomar banho em água morna, tomar sol regularmente, desde que moderadamente e de forma controlada, não fumar e controlar o estresse.

O médico dermatologista é o responsável pelo diagnóstico e tratamento da psoríase.

Saiba mais em:

O que é psoríase e quais são os sintomas?

Babosa (Aloe vera) é benéfico para a saúde da pele? É cicatrizante?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim. A Aloe vera, popularmente conhecida como babosa, é uma planta medicinal que traz benefícios à saúde da pele. A ação hidratante da planta já foi comprovada em diversos estudos. Entretanto, ainda não há evidências científicas suficientes para afirmar o seu efeito cicatrizante.

Aloe vera e cicatrização

O uso da Aloe vera para a cicatrização de feridas ainda é questionado. Alguns estudos realizados em seres humanos demonstraram redução da dor pós-operatória e melhora da cicatrização, com redução do consumo de medicamentos analgésicos.

Contudo, houve pesquisas que mostraram o contrário, um aumento no tempo de cicatrização. O uso do gel de Aloe vera associado com ultrassom, micro corrente ou na forma de lipossomas parece estar mais relacionado aos casos de melhora na cicatrização de feridas e redução da inflamação.

Para confirmar o efeito cicatrizante da Aloe vera são necessários mais trabalhos, e se possível envolvendo populações maiores.

Aloe vera e seu efeito hidratante

Um benefício importante da Aloe vera para a saúde da pele é a sua ação hidratante. O efeito hidratante do gel de Aloe vera, se deve possivelmente, por um mecanismo umectante que ajuda a reter a água na sua superfície.

O uso do gel é bastante difundido na indústria cosmética e higiene pessoal em forma de cremes, xampus, sabonetes, entre outros.

Aloe vera e ação bactericida

O pirocatecol, ácido cinâmico, ácido ascórbico e ácido p-cumárico são algumas das substâncias envolvidas no efeito bactericida (destroem bactérias) e bacteriostático (impede a proliferação de bactérias) da Aloe vera. A planta tem ação antimicrobiana e combate alguns tipos de fungos, vírus e bactérias.

Aloe vera e ação anti-inflamatória

A atividade anti-inflamatória da Aloe vera foi confirmada em estudos com ratos ou pesquisas de laboratório, o que não permite afirmar que o mesmo efeito possa ser observado em seres humanos. Por este motivo, a ação anti-inflamatória da planta não é aceita.

Aloe vera e queimaduras

O uso de creme contendo Aloe vera pode auxiliar na cicatrização e na reepitalização (reparo do tecido da pele) em um curto período, se for adequadamente indicado, em caso de queimaduras.

No entanto, o uso de qualquer produto em queimaduras aumenta o risco de infecção secundária, visto que a barreira de proteção (epiderme) foi danificada. Sendo assim, nunca deve fazer uso de cremes ou hidratantes sem a orientação da equipe médica assistente.

Aloe vera e câncer

Alguns estudos mostram que a Aloe vera pode contribuir com atividade antineoplásica, ou seja, pode apresentar capacidade de destruir células malignas ou inibir seu crescimento e proliferação. Esta ação depende da dose utilizada e do tipo de câncer e parece estar ligada a presença da aloína, aloe-emodina e a acemanana na planta.

Alterações no desenvolvimento das células tumorais, estímulo ao bom funcionamento do sistema imunológico e a atividade antioxidante da Aloe vera são outros mecanismos envolvidos no combate a proliferação do câncer.

No entanto, são poucos os estudos que evidenciam estes efeitos, por isso, apesar dos bons resultados, serão necessários mais estudos clínicos com um número maior de pacientes para confirmar estes efeitos.

Aloe vera e psoríase

Existem estudos que comprovam a eficácia da Aloe vera no tratamento de pessoas com psoríase (doença inflamatória e autoimune que afeta a pele). O uso do creme de Aloe vera provocou a melhora dos sintomas clínicos da psoríase e da qualidade de vida dos pacientes.

Aloe vera e redução de colesterol e diabetes

Estudos indicam ainda indícios de que há benefícios no uso da Aloe vera para redução da glicose e do colesterol. Porém, da mesma forma que referido para o uso na psoríase e no câncer, são poucos os estudos, portanto, não foram suficientes para a compreensão desse benefício. Acredita-se que mais estudos poderão esclarecer e confirmar essa ação, de forma consistente.

Uso de Aloe vera oral na Gravidez

A administração oral de Aloe vera não é recomendada durante a gravidez. As antraquinonas presentes na planta estimulam o intestino grosso e podem se refletir na musculatura uterina induzindo ao aborto.

Efeitos colaterais da Aloe veraAdministração oral
  • Diarreia
  • Cólicas
  • Náuseas
  • Hepatite aguda
Uso tópico
  • Dermatite de contato
  • Sensação de queimação

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proibiu a comercialização de sucos e outros alimentos que contenham Aloe vera. A proibição se deve ao fato de que ainda há poucas evidências científicas que comprovem a segurança do seu consumo em forma de alimentos além de relatos de reações adversas.

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