Perguntar
Fechar

Remédio para boca amarga

Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O remédio para aliviar o sintoma de boca amargando, vai depender do motivo desse sintoma. Por vezes, nem é preciso o uso de medicamentos.

No caso de má higiene, gravidez ou desidratação, causas comuns de boca amarga, medidas simples como maior cuidado com a escovação dentária, beber ao menos 2 litros de água por dia e o consumo de alimentos cítricos, podem ser o suficiente.

Já nos caso de problemas no estômago, diabetes, hipotireoidismo e problemas de fígado, os medicamentos são necessários e específicos para cada caso. Portanto, é preciso definir a causa da boca amarga, para planejar o tratamento mais adequado.

Gosto amargo na boca, o que pode ser? O que fazer?

1. Má higiene oral

Para tratar a sensação de boca amargando devido ao cuidado com a boca e dentição, os especialistas recomendam uma higiene oral cuidadosa, que inclui:

  • Escovar os dentes de 3 a 4 vezes ao dia, após as refeições;
  • Usar diariamente fita dental e enxaguante bucal (pelo menos uma vez ao dia);
  • Beber 2 litros de água por dia e
  • Fazer escovação e limpeza dentária duas vezes ao ano, com um profissional.

Se mesmo assim a boca continuar amargando, procure um médico para uma avaliação e pesquisa de outras causas, de modo a planejar o tratamento direcionado ao seu caso.

2. Problemas no estômago

Os problemas de estômago como a gastrite e refluxo gastroesofágico, são causas comuns de queimação, mau hálito, sensação de estômago cheio e boca amarga.

Os sintomas aparecem principalmente após as refeições e consumo de alimentos gordurosos ou de difícil digestão. A obesidade e hábitos ruins como tabagismo e alcoolismo aumentam o risco de refluxo.

O tratamento é baseado em:

  • Orientações alimentares — comer mais vezes em pequenas quantidades;
  • Evitar se deitar logo após as refeições;
  • Evitar alimentos pesados e gordurosos (de difícil digestão) e
  • Medicamentos inibidores da bomba de próton — omeprazol e o pantoprazol;

O médico gastroenterologista é o responsável por essa avaliação, diagnóstico e tratamento.

3. Gravidez

Durante a gravidez, grande parte das mulheres apresenta algum problema periodontal, devido à presença de receptores de estrogênio e progesterona na gengiva. Com isso, é comum a queixa de alteração de paladar e boca amarga, o que torna tão importante o acompanhamento com a odontologia, no período pré-natal.

No entanto, nesse período não é indicado o uso de anti-inflamatórios orais e nem de omeprazol. Sendo assim, se houver sinal de inflamação ou infecção, é preciso avaliação médica, e na maioria das vezes, o uso de antibióticos.

Sendo assim, o tratamento se baseia em:

  • Comer mais vezes durante o dia, em pequenas quantidades;
  • Aumentar o consumo de água durante o dia;

Algumas mulheres referem importante melhora com o consumo de alimentos cítricos, como limonada ou picolé de limão, embora não haja comprovação científica.

4. Medicamentos

Os suplementos vitamínicos, antidepressivos, alguns antibióticos e antiarrítmicos, podem desencadear alterações no paladar e boca amarga, como efeito colateral, devido às substâncias que o compõe.

Por isso, se perceber a relação entre o gosto amargo na boca após o início de uma dessas medicações, converse com o seu médico, para avaliar o ajuste da dose ou substituição deste remédio.

5. Resfriados

Os resfriados, gripes, sinusite e rinite, causam maior proliferação de bactérias e germes dando origem a sensação de boca amarga ou mau hálito.

Nestes casos, o tratamento inclui:

  • Aumentar o consumo de água por dia;
  • Fazer gargarejos com água morna e uma pitada de sal, para higienizar a garganta;
  • Manter alimentação saudável, para favorecer a imunidade do organismo.

Contudo, se os sintomas permanecerem ou você começar a apresentar outros sintomas como: febre, dificuldade de engolir e mal-estar, é preciso procurar uma avaliação médica. Esses sintomas podem indicar um processo de infecção, com indicação do início de antibióticos.

6. Candidíase

A candidíase e outras infecções fúngicas, que podem ocorrer também pela má higiene oral ou situações de baixa imunidade, causam além do gosto amargo na boca, placas esbranquiçadas e mau hálito.

O tratamento deve ser feito com o uso de antifúngicos, em pomadas e/ou comprimidos. O médico clínico geral ou médico de família, podem indicar o melhor tratamento.

7. Doenças crônicas

As doenças crônicas como a diabetes, doenças renais e problemas no fígado, também causam boca amarga, mau hálito ou boca seca, e precisam de maior atenção. São doenças que evoluem com complicações graves. Por isso, se houver suspeita de uma das doenças citadas, procure imediatamente uma avaliação médica e orientação mais adequada.

8. Quimioterapia e Radioterapia

Os tratamentos complementares para câncer, especialmente quimioterapia, radioterapia ou ambos combinados, sabidamente causam efeitos colaterais como náuseas, inapetência, queda de cabelos e alterações no paladar como a boca amarga.

Neste caso, uma alimentação balanceada prescrita por um profissional da área, nutricionista ou nutrólogo, ajuda na melhora dos sintomas, embora na maioria das vezes, possa perdurar até o término do tratamento.

Existe remédio caseiro para boca amarga?

Sim. Dependendo da causa da boca amarga, pode ser resolvida apenas com medidas simples e tratamentos naturais, que incluem:

  • Higiene oral adequada
  • Bochechos diários com enxaguante bucal
  • Gargarejos com água morna e bicarbonato de sódio
  • Chá de camomila

Quando devo me preocupar?

Você deve se preocupar nos casos de boca amarga prolongada por mais de 7 dias, ou associada a sintomas como: febre, pele amarelada, perda de peso ou dificuldade de engolir. Procure imediatamente um atendimento médico para avaliação e devidas orientações.

Também pode ser do seu interesse:

Gosto amargo na boca pode ser sintoma de quê?

Quando o gosto amargo na boca é sinal de problema de fígado e o que fazer

Formas de eliminar o gosto amargo na boca

Formas de eliminar o gosto amargo na boca

Referência:

  • ABO — Associação Brasileira de Odontologia
  • Denis Lafreniere, et al.; Evaluation and treatment of taste and smell disorders. UpToDate, Jul 12, 2020.
  • Katsuyuki Yoshida, et al.; Dysosmia and dysgeusia associated with duloxetine. BMJ Case Rep. 2017 Nov 23.