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O que é cianose e quais são as causas?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

Cianose é a coloração azulada da pele ou das mucosas, mais comum de ocorrer na extremidade dos dedos e nos lábios e é causada quando os tecidos não recebem a quantidade adequada de oxigênio. 

Pode ser central, quando o sangue que deveria vir bem oxigenado dos pulmões, chega com pouco oxigênio aos tecidos e que ocorre em algumas doenças do pulmão ou do coração.

Na cianose periférica, o sangue é oxigenado adequadamente nos pulmões, mas há lentificação local da circulação, o que não permite que o sangue chegue oxigenado nos tecidos. 

Pode acontecer quando o corpo é exposto a baixas temperaturas ou altas altitudes, ou em algumas doenças auto-imunes, quando ocorre o fenômeno de Raynaud.

Existem diversas causas para cianose, que são listadas abaixo:

  • doenças cardíacas: podem ser congênitas ou adquiridas. As doenças cardíacas congênitas, como a tetralogia de Fallot, são causadas por malformações do coração, que não permitem que os pulmões recebam o sangue para oxigená-lo, ou que permitem a mistura do sangue venoso com o arterial. São diagnosticadas logo após o nascimento, pela presença de sopros, cianose ou falta de ar. As causas adquiridas podem ser várias, como o infarto do miocárdio, que pode deixar como sequela um pertuito entre as câmaras cardíacas, que permite a mistura do sangue arterial com o venoso. O diagnóstico é feito pela presença de cianose, sopro, falta de ar e alteração no ecocardiograma.
  • doenças pulmonares: os pulmões são incapazes de oxigenar o sangue. Pode acontecer, por exemplo, no enfisema pulmonar, na fibrose cística e nas pneumonias extensas.
  • doenças circulatórias: quando o sangue é oxigenado nos pulmões, mas não chega aos tecidos. Pode ocorrer, por exemplo, no choque hemorrágico ou séptico, nas obstruções arteriais ou na doença de Raynaud.
  • doenças hematológicas: como a anemia falciforme, em que a baixa disponibilidade de hemoglobina carreadora do oxigênio é a responsável pela cianose.
  • intoxicações: por exemplo, após o uso de sulfas, como a dapsona. Em algumas pessoas, pode acontecer o acúmulo de metahemoglobina, que não é eficaz em transportar o oxigênio do sangue aos tecidos.
  • falta de oxigênio no ar inspirado: ocorre quando estamos em locais em que o ar é rarefeito, como nas grandes altitudes.

Caso você apresente cianose persistente, deve procurar um médico clínico geral para avaliação imediata.

Enfisema pulmonar tem cura?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Enfisema pulmonar não tem cura. Quando associado ao quadro de bronquite crônica constitui a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que provoca lesões pulmonares irreversíveis. O tratamento deve ser mantido durante toda a vida e é feito principalmente com medicamentos, exercícios e abandono do cigarro.

O objetivo do tratamento do enfisema pulmonar não é curar a doença, mas controlar os sintomas. Quanto mais cedo o enfisema for diagnosticado, mais eficaz será o tratamento.

Qual é o tratamento para enfisema pulmonar?

Boa parte dos medicamentos usados para tratar o enfisema são administrados por inalação. Dentre os remédios utilizados estão os broncodilatadores e os corticoides. Os broncodilatadores e os corticoides servem para facilitar a respiração.

Também podem ser usados outros medicamentos para auxiliar a parar de fumar ou reduzir o consumo de cigarro.

O tratamento do enfisema pulmonar pode incluir ainda programa de exercícios físicos para reabilitação pulmonar, uso de oxigênio como suporte, cirurgia e até transplante de pulmão em casos muito graves.

A reabilitação pulmonar consiste de exercícios respiratórios, que ajudam a melhorar a qualidade de vida e a funcionalidade do paciente de um modo geral.

Na cirurgia, retira-se as partes mais danificadas do pulmão e pode ser necessária nos casos mais graves.

O transplante de pulmão só é indicado quando os outros tratamentos são resultam, sendo portanto a última opção de tratamento.

Parar de fumar é benéfico em qualquer fase do enfisema pulmonar, mas é ainda mais importante enquanto a obstrução nos pulmões for leve ou moderada. Abandonar o tabagismo nesse período pode retardar a instalação de uma falta de ar incapacitante.

O que é o enfisema pulmonar?

O enfisema pulmonar é uma doença degenerativa dos pulmões que tem como principal causa o hábito de fumar. A exposição à poluição do ar e outros poluentes, como fumaça de cigarro e substâncias no trabalho, também podem aumentar as chances de desenvolver a doença. Os principais sintomas são falta de ar, tosse, secreção e expectoração.

Apesar de não ter cura, o diagnóstico e tratamento precoce do enfisema pulmonar pode interromper a evolução da doença e diminuir os sintomas, melhorando a qualidade de vida da pessoa.

Como prevenir o enfisema pulmonar?

A melhor forma de prevenir o enfisema pulmonar é não fumar, evitar exposição à fumaça de cigarro e outros poluentes e praticar atividade física regularmente.

O paciente com enfisema pulmonar também deve evitar se expor à fumaça do cigarro de outros fumantes, bem como a outros tipos de poluentes, como fumaça de automóveis, poluição do ar, algumas tintas, entre outros.

O pneumologista é o especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento do enfisema pulmonar.

Qual é o tratamento para enfisema pulmonar?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O tratamento do enfisema pulmonar pode incluir medicamentos broncodilatadores e corticoides, terapia com oxigênio, programa de exercícios para reabilitação pulmonar, cirurgia de redução dos pulmões e até transplante de pulmão. 

Uma vez que o enfisema pulmonar não tem cura, o tratamento deve ser mantido até ao fim da vida. O objetivo é diminuir os sintomas e retardar a evolução da doença. Portanto, quanto mais precoce for o diagnóstico, mais eficaz será o tratamento e maior será a qualidade e tempo de vida da pessoa.

Além dos medicamentos, exercícios e outras opções terapêuticas, é fundamental parar de fumar, sobretudo nas fases mais iniciais do enfisema pulmonar. Deixar de fumar enquanto a obstrução ao fluxo de ar ainda é leve ou moderada pode retardar o aparecimento de uma falta de ar incapacitante.

O tratamento do enfisema também pode incluir remédios que ajudam a parar de fumar ou diminuir o consumo de cigarro.

Os broncodilatadores e os corticoides visam melhorar a respiração e torná-la mais fácil. A reabilitação pulmonar é feita com exercícios respiratórios que melhoram a qualidade de vida e a funcionalidade da pessoa com enfisema.

Pessoas com enfisema pulmonar em fases mais avançadas podem necessitar do uso de oxigênio em casa, às vezes durante todo o dia.

Já a cirurgia permite retirar as porções mais danificadas do pulmão e pode ser indicada nos casos mais graves. O transplante de pulmão é a última opção de tratamento para o enfisema pulmonar e só é utilizado em alguns pacientes, quando todas as outras terapias não são eficazes.

O paciente com enfisema pulmonar também deve evitar se expor à fumaça do cigarro de outros fumantes, bem como a outros tipos de poluentes, como fumaça de automóveis, poluição do ar, algumas tintas, entre outros.

O pneumologista é o especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento do enfisema pulmonar.

Saiba mais em: 

Enfisema pulmonar tem cura?

Quais são os sintomas do enfisema pulmonar?

Enfisema pulmonar é câncer?

O que é DPOC e quais os sintomas?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

DPOC é a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Nessa doença, as vias aéreas que levam ar para os pulmões tornam-se estreitas, dificultando o fluxo de ar e progressivamente dificultando a respiração. Com o tempo, o oxigênio no sangue torna-se insuficiente, havendo um excesso de dióxido de carbono e começa a surgir os sintomas e a falta de ar.

No início da doença, a pessoa não apresenta nenhum sintoma ou, quando apresenta, são suaves. Contudo, com a progressão da doença, os sintomas podem surgir e se agravar.

Os principais sintomas da DPOC são: tosse com catarro, pieria (chiado ao respirar), falta de ar aos mínimos esforços e até em repouso, cansaço e dor de cabeça pela manhã.

Apesar de permanecer estável por um certo tempo, a DPOC piora progressivamente, podendo causar diversas complicações, como crises que se caracterizam pela exacerbação dos sintomas e levam a pessoa a procurar atendimento médico.

A DPOC também aumenta os riscos de infecções respiratórias, podendo ainda levar à insuficiência respiratória crônica. Neste último caso, a pessoa pode precisar utilizar oxigênio ou ventiladores mecânicos para manter a respiração.

A DPOC pode se tornar incapacitante, deixando a pessoa inválida para trabalhar e executar as suas tarefas diárias. Além disso, a doença tem como complicação a morte precoce.

Quais são os fatores de risco da DPOC?

A principal causa da DPOC é o tabagismo, responsável por até 90% dos casos. O risco é maior para aqueles que fumam ou já fumaram 20 cigarros ou mais por dia.

A DPOC também pode ser causada pela exposição contínua e frequente a gases, poeira ou produtos químicos.

Em casos mais raros, a DPOC tem origem em fatores hereditários.

DPOC tem cura? Como é o tratamento?

A DPOC é uma doença progressiva e não tem cura. Porém, trata-se de uma doença que se pode prevenir e tem tratamento.

O tratamento da DPOC inclui o uso de medicamentos broncodilatadores, corticoides e antibióticos, vacinação contra a gripe e pneumonia, uso de oxigênio, fisioterapia respiratória e mudanças no estilo de vida.

Os objetivos do tratamento são amenizar os sintomas e diminuir as crises, de maneira que a pessoa permaneça o mais ativa possível, além de retardar a evolução da doença.

Interrupção do tabagismo

A primeira medida a ser tomada é parar de fumar. A interrupção do tabagismo pode alterar a evolução natural da DPOC.

Medicamentos

Quanto aos medicamentos, os broncodilatadores são a base do tratamento da DPOC. Nas fases mais avançadas da DPOC, os broncodilatadores são utilizados em conjunto com corticoides.

Vacinas

As vacinas contra a gripe e pneumonia servem para prevenir infecções respiratórias, enquanto que os antibióticos são usados nas infecções respiratórias bacterianas.

Oxigenoterapia

Quando as concentrações de oxigênio no sangue estão baixas, é indicada a oxigenoterapia.

Fisioterapia

A reabilitação respiratória consiste de treino dos músculos respiratórios, prática de exercícios aeróbios e exercícios específicos de fortalecimento muscular.

Para ajudar a retardar a evolução da DPOC e auxiliar na adaptação aos sintomas, recomenda-se manter um estilo de vida ativo.

O/a médico/a pneumologista é especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da DPOC.

O cigarro eletrônico pode fazer tão mal a saúde quanto os cigarros comuns
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O cigarro eletrônico pode fazer tão mal a saúde quanto os cigarros comuns, dependendo do tipo e da forma de uso. Além disso, não sabemos ainda quais os efeitos do seu uso a longo prazo.

Desenvolvidos com intuito de apoio ao combate contra o tabagismo, por ser aparentemente mais seguro e com menor taxa de nicotina, os cigarros eletrônicos vêm apresentando resultados bastante controversos.

Sendo assim, enquanto os estudos não comprovam um benefício, o consumo e comercialização dos cigarros eletrônicos e demais dispositivos eletrônicos para fumar (DEF), permanecem proibidos no Brasil.

Narguilé faz mal a saúde?

Sim. O narguilé (ou water pipe ou shisha ou hookah) é um dispositivo eletrônico para fumar (DEF), desenvolvido na Índia, e utilizado em grupos, com sessões que podem durar de 20 a 80 minutos.

O aparelho é aquecido por combustão de carvão ou madeira, que ativa a mistura do tabaco e produz a fumaça que será inalada após passar por um filtro de água e por uma longa mangueira. Essa fumaça é inalada por diversas pessoas, várias vezes, durante toda uma sessão.

Os malefícios se sobrepõe ao uso de cigarro devido aos seguintes fatores:

  • O tempo de exposição a essa fumaça é muito superior à exposição do uso de um cigarro comum, pois pode durar de 20 a 80 minutos, dependendo da sessão;
  • O filtro de água utilizado no dispositivo não é suficiente para impedir a passagem das substâncias tóxicas e cancerígenas para os pulmões, como fora defendido, e
  • A quantidade de substâncias tóxicas inaladas também podem ser superiores ao cigarro comum, de acordo com o composto escolhido, porque além das toxinas do composto, são produzidas toxinas da combustão do carvão ou madeira.

Portanto, fazer uso de narguilé não é seguro e comprovadamente aumenta o risco de doenças graves, como a dependência física e psíquica, câncer de pulmão, câncer de boca (lábios, língua, faringe) e doenças cardíacas.

Malefícios do cigarro eletrônico

Os malefícios do uso regular de um cigarro eletrônico, ainda não está totalmente esclarecido, pois faltam estudos com número maior de casos e de seguimento.

Os efeitos dependem da quantidade de uso, da concentração de nicotina líquida e das demais substâncias incluídas no composto utilizado. Varia também de acordo com o tempo de exposição ao cigarro e a fumaça produzida.

No entanto, o que já sabemos é que os malefícios são semelhantes aqueles conhecidos pelo consumo do cigarro comum, como o aumento do risco de:

  • Dependência química
  • Enfisema pulmonar
  • Asma brônquica
  • Câncer de pulmão
  • Infarto agudo do coração
  • Tromboembolismo pulmonar
  • Doenças do fígado
O que é cigarro eletrônico?

O cigarro eletrônico é um dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEF), que disponibiliza a nicotina líquida, em forma de vapor. Para isso dependem de uma bateria ou material de combustão, como madeira e carvão.

O dispositivo é abastecido com compostos que incluem, nicotina líquida, solvente como o glicerol, água, aromatizantes e outros aditivos. A nicotina pode ter diferentes intensidades e já existem opções sem a nicotina.

O uso parece mais confortável porque exala cheiro mais agradável, e a sua aparência é mais moderna. Em contrapartida, parece oferecer os mesmos riscos, de doenças respiratórias graves, problemas cardíacos, e ainda risco de danos físicos, como queimaduras, quando ocorre algum problema com o aparelho. Já foram relatados alguns casos de explosão do cigarro eletrônico causando queimaduras de face e mãos de adeptos a esse dispositivo.

Para buscar ajuda e interromper a dependência do cigarro, entre em contato com o Programa Nacional de Controle ao Tabagismo, do seu estado.

Referências:

  • Nancy A Rigotti, Sara Kalkhoran. Vaping and e-cigarettes. UpToDate. Aug 28, 2020.

  • MINISTÉRIO DA SAÚDE Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Cigarros eletrônicos: o que sabemos? Estudo sobre a composição do vapor e danos à saúde, o papel na redução de danos e no tratamento da dependência de nicotina. Rio de janeiro, 2016.

  • ANVISA - Agência Nacional de Vigilância de Saúde

  • INCA - Instituto Nacional de Câncer