Uma alimentação saudável e completa que forneça, adequadamente, todos nutrientes para as crianças e propicie o seu desenvolvimento é uma das preocupações que as mães têm. Para aquelas que já tiveram filhos vale a pena relembrar e para as mães de primeira viagem essa é uma boa forma de aprender. Vou passar aqui uma receita de sopinha ou papinha salgada para bebês e crianças que uso há vários anos para meus pacientes.
Esta receita pode ser usada como a primeira forma de alimento salgado que você está dando para seu filho (início de alimentos salgados) ou pode ser usada para crianças de qualquer idade para proporcionar uma alimentação saudável e de qualidade, ricas em vitaminas, sais minerais, proteínas e carboidratos (a receita contém pouca ou quase nenhuma quantidade de gordura). Em situações especiais ela pode ser adaptada por um nutricionista ou médico para corresponder as necessidades especiais de crianças com algum distúrbio alimentar ou nutricional.
Quando não tinha filhos eu contava apenas com o relato das mães que geralmente aprovavam a receita, o feedback sempre era positivo. A receita para uma alimentação saudável que vou ensinar é simples, economicamente viável, fácil de fazer e saborosa, as crianças aceitam bem. Porém eu sempre ficava com certo receio, será que era totalmente confiável? Consegui a resposta para essa minha pergunta somente quando tive meus dois filhos. Usei a mesma receita da sopinha para os dois e os resultados realmente foram ótimos. Salvo o paladar muito exigente de alguns bebês (vou dar algumas dicas para esses também), essa receita de sopinha para o bebê, além de ser muito gostosa, é bastante nutritiva e tem todos os ingredientes essenciais que as crianças precisam.
Receita da sopinha ou papinha salgada para bebês:
Ingredientes:
- 1 pedaço de carne inteiro;
- 1 folha de verdura inteira;
- Legumes picados a vontade;
- Alho e cebola picados bem fino;
- Um pouco de sal;
- Arroz ou Macarrão.
Modo de preparo: Coloque em uma panela água e um pedaço de carne (a carne pode ser de qualquer tipo: frango ou músculo de boi são as mais comumente usadas), coloque no fogo para cozinhar a carne. Após começar a cozinhar acrescente uma folha verde inteira, se a folha for pequena pode ser mais que uma folha (sugestões: couve, alface, repolho, espinafre, brócolis, folha de beterraba, folha da couve-flor); acrescente os legumes picados em pedaços (sugestões: batatinha, chuchu, cenoura, abóbora, abobrinha, mandioca, batata doce, couve-flor, brócolis, vagem ou feijão de vara); acrescente o alho e cebola picados bem finos; um pouco de sal e por último o arroz ou macarrão.
Importante: a água serve apenas para cozinhar os alimentos, coloque apenas o suficiente para sobrar pouca água na panela quando a sopinha estiver pronta. O pedaço de carne você retira fora nas primeiras vezes que seu bebê está recebendo a sopa, conforme o bebê vai se familiarizado com a sopa e engole os alimentos com segurança você pode começar a desfiar a carne e dar para ele comer. A folha verde também pode ser retirada fora no final do cozimento, apenas deixe se ela for de algum vegetal que se desmancha facilmente após cozido. Uma outra coisa importante é que você não precisa por todas as verduras e legumes que foram sugeridos acima, um único tipo de folha e dois ou três tipos de legumes já são suficientes, tente variar quando for fazer novamente a sopa, deixe seu filho experimentar vários sabores diferentes isso vai aguçar seu paladar.
O sal é em pequena quantidade igual a “sopa de hospital”. O alho e a cebola você vai colocar sempre, caso você não goste, este é um problema seu, a sopa é para seu bebê e não para você. Acostume seu filho a todos os sabores, para ele acostumar-se a comer qualquer tipo de alimento, além de que o alho e a cebola são nutritivos e importantes para seu filho. Evite colocar arroz e macarrão na mesma sopa, opte uma vez pelo arroz e outra vez pelo macarrão, isso muda bastante o sabor da sopa e essa mudança é importante para o bebê não “enjoar”, se você fizer todos os dias a sopa com o mesmo gosto as crianças tendem a começar a repudiar o alimento.
Importantíssimo: Jamais, em hipótese alguma bata os alimentos no liquidificador (se fizer e eu descobrir você estará encrencada.). Coloque a sopa no prato e amasse com garfo, no começo amasse bastante e conforme a criança aprende e tem segurança para engolir vá amassando cada vez menos. Permita a seu filho sentir o gosto e também a textura dos alimentos, esse será um aprendizado muito importante para o desenvolvimento intelectual dele.
A quantidade de sopa que seu filho vai comer deixe ao critério dele, assim como você fazia com o peito ou a mamadeira, ele vai parar de comer assim que estiver satisfeito. Importante é você disciplinar ele para os horários das refeições. Dar a sopa na hora do almoço e também no jantar todos os dias. Evitar o consumo de outros alimentos próximo do horário das refeições para não atrapalhar o apetite da criança.
Armazenamento: Uma dúvida comum é se pode dar a mesma sopa mais de uma vez. Sim você pode preparar uma quantidade de sopa que dê para mais de uma vez, pode guardar na geladeira por até 24 horas (apenas aqueça a quantidade de sopa que o seu bebê vai comer naquela refeição o restante deixe na geladeira) e se preferir pode congelar em quantidades exatas para uma refeição e descongelar somente quando for dar para seu bebê (neste caso o tempo máximo de armazenamento que eu recomendo é de 30 dias). Pode usar o microondas tanto para aquecer como para descongelar.
O aleitamento artificial com a utilização de leite integral é uma solução viável e eficaz na alimentação do bebê. Uma dúvida comum das mães quando precisam tirar a criança do peito ou mudar o leite e optam por usar o leite de vaca (leite de caixinha) é como devem fazer a mamadeira. Abaixo segue uma receita segura e que costuma ser eficaz como alimento substituto aos outros tipos de aleitamento artificiais.
Receita da mamadeira:
- 2 partes de leite integral;
- 1 parte de água;
- um pouco de açúcar;
- engrossar com algum tipo de farinha;
Um exemplo para uma mamadeira com 150ml colocar 100ml de leite e 50ml de água; ou para uma mamadeira com 90ml colocar 60 ml de leite e 30ml de água. Adiciona-se água porque o leite de vaca é mais concentrado que o leite humano (apresenta uma quantidade maior de proteínas).
Usar sempre o leite integral, nunca o semi-desnatado ou desnatado para a alimentação do bebê (salvo sob orientação médica ou de um nutricionista).
O açúcar tem o objetivo de aumentar a quantidade de carboidratos (o leite de vaca tem menos carboidrato que o leite humano) e deixar um gosto levemente doce, o que deixa a mamadeira mais saborosa e apetitosa para a criança, mas não exagere, não é para ser muito doce apenas levemente adocicado.
Engrossar é importante porque diminui o risco da criança afogar-se porque aumenta a viscosidade e também promove um aumento na quantidade de nutrientes oferecidos e diminui o risco de constipação. Uma opção para as farinhas comuns são outros produtos encontrados em supermercado como o Mucilon, Farinha Láctea ou outros produtos indicados no preparo de mamadeira com leite de vaca. Estes produtos, geralmente, são enriquecidos e contribuem para o ganho de peso do bebê, é bem indicado para crianças com baixo peso. As quantidades indicadas de cada produto encontram-se nos rótulos do próprio produto.
É importante frisar que o aleitamento materno exclusivo deve ser mantido até os seis meses de vida e em conjunto com a alimentação até os dois anos de vida. Qualquer alteração na alimentação do bebê deve ser acompanhada e orientada pelo Pediatra.
Sim, é normal sair leite antes do bebê nascer. Esse "leite" na realidade é o colostro, que é mais espesso que o leite materno propriamente dito, pois é rico em gorduras e proteínas essenciais para o bebê que acabou de nascer.
O colostro começa a ser produzido pelas mamas no final da gestação e pode começar a vazar antes do parto. Porém, isso não acontece em todas as mulheres, o que também é absolutamente normal.
Os hormônios responsáveis pela produção de leite (prolactina e lactogênio) já começam a entrar em ação a partir do 2º trimestre de gravidez. Por isso, também é normal se sair algum líquido da mama durante a gestação.
Contudo, a produção do leite materno de fato começa depois do bebê nascer, uma vez que os níveis elevados do hormônio estrogênio na grávida impedem a produção. Além disso, o próprio ato de sugar do bebê também serve de estímulo para a liberação de leite.
Não. O leite materno apesar de conter lactose é facilmente digerido pelo bebê e não é capaz de provocar intolerância. Sendo assim, o bebê que possui intolerância à lactose pode continuar a ser amamentado pelo leite materno.
A intolerância à lactose não caracteriza como uma doença, mas uma intolerância ao leite e derivados que geralmente se manifesta no período adulto ou adolescência.
A causa pode ser explicada pela ausência de uma enzima que degrada a lactose, doenças intestinais que impedem a absorção da lactose ou uma deficiência congênita da enzima. Esse último caso é uma situação bem rara e em que a intolerância pode ser identificar logo após o nascimento. A atividade da enzima lactase permanece estável e adequada nos primeiros cinco anos de vida, por isso, intolerância à lactose nessa fase inicial da infância é rara e devem ser investigada outras causas de lesão da mucosa do intestino.
O aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade é fundamental para o crescimento e fortalecimento do sistema imune do bebê.