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Existe anticoncepcional ou contraceptivo masculino?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Anticoncepcional masculino ainda não, contraceptivos sim. Por enquanto, os únicos métodos contraceptivos existentes e aprovados para um homem, que asseguram evitar uma gravidez, são a camisinha (preservativos) e a vasectomia.

Embora diversos estudos sobre anticoncepcionais masculinos estejam bem avançados, em fase II e III (última fase), com respostas favoráveis, precisam ainda cumprir todas as normas que determinam eficácia e segurança, para posterior liberação do produto.

O primeiro método parece que será apresentado ainda em 2020. Pesquisadores da Índia prometem o lançamento do primeiro anticoncepcional masculino, após encerrar a última etapa de estudos, com um grande número de homens testados, que será o RISUG (anticoncepcional injetável).

Camisinha (preservativos)

A camisinha masculina, preservativo masculino ou condom, ainda é o único método contraceptivo masculino que não interfere na fertilidade, e é também o mais utilizado. Confere uma eficácia acima de 99%, quando usada de forma correta e protege da gravidez e de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Portanto, é um método eficaz, simples, facilmente encontrado e disponibilizado no serviço público, que não deve ser desencorajado ou substituído mesmo com a chegada de novos métodos anticoncepcionais. Eles devem ser feitos em conjunto.

Vasectomia

A vasectomia é um método de contracepção definitiva, porque compromete a fertilidade do homem, portanto um método de esterilização. Embora exista a cirurgia para tentar reverter a vasectomia, quando é de desejo do homem, a resposta geralmente não é satisfatória.

A cirurgia se caracteriza pelo fechamento do ducto deferente, canal por onde passam os espermatozoides produzidos nos testículos, até o pênis. Com o bloqueio, os espermatozoides não chegam ao canal vaginal, encerrando qualquer possibilidade de uma gravidez.

Contraceptivos masculinos em estudo1. Anticoncepional masculino injetável (RISUG)

A injeção RISUG, abreviação de reversible inhibition of sperm under guidance, deve ser o primeiro anticoncepcional reversível, lançado para os homens. Desenvolvido na Índia, encontra-se no final de fase II, entrando na fase III ainda no ano de 2020, e se obtiver os resultados favoráveis, poderá ser fabricado e disponibilizado no mercado até o final de 2020.

O produto deve ser injetado no ducto deferente, causando um bloqueio na passagem dos espermatozoides e promete incapacitar o espermatozoide que ultrapasse essa barreira, impedindo a fecundação do óvulo.

O método é semelhante a vasectomia, realizado por cirurgia sob anestesia local, e a sua maior vantagem é a possibilidade de reversão, caso seja o desejo do homem.

2. Gel anticoncepcional para homem (VASALGEL)

O Vasalgel, é um método contraceptivo para o homem, bastante semelhante ao RISUG, também em fase de estudo, com a diferença de ser um gel apenas de bloqueio do canal deferente, que impede, mas não interfere nas propriedades dos espermatozoides.

Aplicado por injeção nos testículos sob anestesia, pode ser facilmente revertido se por injeção de bicarbonato de sódio no ducto obstruído. O bicarbonato consegue dissolver o gel, revertendo a passagem dos espermatozoides e fertilização.

Os estudos precisam demonstrar ainda o tempo de proteção, comprovar grau de eficácia e efeitos colaterais.

3. Pílula anticoncepcional masculina

As pílulas hormonais e não hormonais para o homem vêm sendo estudadas há anos, porém não alcançaram a eficácia esperada, ou causam efeitos colaterais intoleráveis, interrompendo o estudo.

Os efeitos colaterais mais comuns apresentados, foram semelhantes às pílulas femininas, como a acne, distúrbios de humor, queda da libido, dores de cabeça, e nos homens, a dificuldade erétil.

4. Gel anticoncepcional tópico para homens

O anticoncepcional masculino na forma de gel tópico, é composto por uma associação de progesterona e testosterona. A progesterona reduz a produção de testosterona pelo organismo, inibindo a produção dos espermatozoides, enquanto a testosterona do gel, busca impedir os efeitos colaterais da falta desse hormônio, como perda da libido ou disfunção erétil.

O gel deve ser aplicado na região dos ombros ou das costas uma vez ao dia, e já vem sendo testado em homens voluntários, com resultados positivos e pouco relato de efeitos colaterais, até o momento.

Para maiores esclarecimentos, converse com o médico de família ou com o especialista, urologista.

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Referências:

Sociedade Brasileira de Urologia.

É possível aumentar o órgão masculino naturalmente?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

É possível aumentar o órgão masculino naturalmente durante a infância e a adolescência, de duas formas: emagrecendo ou normalizando os níveis de testosterona, caso estejam diminuídos.

Já no homem adulto, é mais difícil conseguir aumentar o órgão masculino naturalmente e sem riscos. Há cirurgias, que são os métodos mais eficazes para o aumento peniano, mas têm grande risco de complicações. Outros procedimentos, como injeções de substância que aumentam o volume ou implantes subcutâneos, também trazem riscos de complicações, como o de infecção.

Leia também:

Referências:

Nugteren HM, G T Balkema, Pascal AL, Schultz W C M W, Nijman JM, Van Driel M F. Penile enlargement: from medication to surgery. J Sex Marital Ther. 2010; 36(2): 118-23.

Oderda M, Gontero P. Non-invasive methods of penile lengthening: fact or fiction? BJU International. 2011; 107(8): 1278-82.

Veale D, Miles S, Read J, Troglia A, Wylie K, and Muir G. Sexual functioning and behavior of men with body dysmorphic disorder concerning penis size compared with men anxious about penis size and with controls: A cohort study. Sex Med 2015; 3: 147–55.

Montoya-Chinchilla R, Caballero-González A, Reina-Alcaina L, García-Nicolás A, Velilla-Asurmendi P, Piqueras-Acevedo MD, Bello-Pombo I, Rosino-Sánchez A. Urological and psychological approach of secondary complications to penile aesthetic modifications. Rev Int Androl. 2019; 17(3): 101-9.

Boas M, Boisen KA, Virtanen HE, Kaleva M, Suomi AM, Schmidt IM, Damgaard IN, Kai CM, Chellakooty M, Skakkebaek NE, Toppari J, Main KM. Postnatal penile length and growth rate correlate to serum testosterone levels: a longitudinal study of 1962 normal boys. Eur J Endocrinol. 2006; 154(1): 125-9.

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Coletor Menstrual: como escolher e como usar corretamente?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O coletor menstrual é um copinho em formato de taça feito com silicone medicinal. Quando inserido no canal vaginal serve para coletar o sangue do fluxo menstrual.

Como usar o Coletor Menstrual1. Escolha o seu coletor

A escolha do coletor pode variar de acordo com o fabricante, mas é importante perceber alguns critérios:

  • Idade: mulheres com menos de 30 anos têm indicação de usar coletores menores e aquelas acima de 30 anos, maiores.
  • Filhos: se a mulher não teve filhos a indicação é de coletores menores, se já os teve, usará um coletor de tamanho maior.
  • Altura do colo do útero: esta característica influencia no comprimento do coletor. Se seu colo de útero é alto, opte por coletores mais compridos. Se seu colo for médio ou baixo, escolha coletores menstruais curtos. Para saber a altura do colo seu uterino, busque consulta com um ginecologista.
  • Fluxo menstrual: se você tem um fluxo menstrual intenso, prefira coletores com diâmetro mais largo.
  • Sensibilidade: algumas mulheres apresentam maior sensibilidade no canal vaginal ou no trato urinário, com tendência a infecções. Se você se enquadrar nestes casos, prefira coletores mais flexíveis.
  • Musculatura Pélvica: mulheres que possuem a musculatura pélvica muito forte, devem escolher coletores mais rígidos.

Algumas marcas consideram apenas a idade e a presença de filhos para ajudar na escolha do coletor adequado. No entanto, fabricantes que apresentam maior variedade de tamanhos de coletores menstruais ponderam mais critérios para uma seleção mais acertada.

2. Escolha a dobra mais adequada ao seu corpo

Existem muitas formas diferentes de dobrar o coletor. A melhor, é aquela mais fácil e que menos incomoda na hora de colocar o copinho. A dobra deve ser feita no mesmo local no qual se encontra os furinhos do coletor, responsáveis por fazer o vácuo e sustentar o coletor menstrual no local correto, evitando vazamentos.

A dobra mais comum e que se adapta a grande parte da mulheres é a dobra em C, também chamada de dobra em U.

3. Higienize seu coletor
  • Antes e depois do uso em cada fluxo menstrual, é recomendado lavar o coletor com água morna e ferver por 3 a 10 minutos (verifique tempo indicado pelo fabricante).
  • Após ferver o coletor, lave a panela com água e sabão.
  • Reserve uma panela de inox ou ágata somente para higienizar o seu coletor.
  • Antes de inserir no canal vaginal, deixe-o esfriar.
  • Não esqueça seu coletor no fogo para que ele não derreta.
4.Insira o coletor menstrual
  • Lave bem as mãos;
  • Encontre uma posição confortável: sentada, deitada, em pé com a perna levantada são algumas das posições que podem ser adotadas;
  • Se necessário, um lubrificante à base de água pode ser utilizado para facilitar a inserção do coletor. Use duas ou três gotinhas de lubrificante para que não fique escorregadio;
  • Efetue a dobra do coletor;
  • Insira o coletor inclinado em direção à base da sua coluna vertebral, tentando mantê-lo dobrado até que esteja todo dentro do canal vaginal;
  • Aos poucos, vá soltando a dobra até que o coletor se abra;
  • Levemente passe o dedo em volta na base do coletor para se certificar de que ele está corretamente posicionado;
  • Se ainda sentir alguma dobra, segure a base do copinho menstrual e gire levemente para que ele se abra completamente.

As mulheres que usam ou já usaram absorventes internos, provavelmente, terão facilidade em inserir o coletor menstrual. Entretanto, ao contrário do absorvente interno que fica próximo ao colo do útero, o coletor menstrual fica encaixado no início do canal vaginal.

5. Use por até 12 horas
  • Você pode permanecer com o coletor menstrual por até 12 horas consecutivas;
  • Após este período, ele deve ser retirado, esvaziado, lavado em água corrente (de preferência morna) e reinserido.
6. Retire o coletor menstrual
  • Lave bem as mãos e se posicione de forma confortável e o mais relaxada possível. Relaxar faz com a musculatura pélvica e vaginal também relaxe. Isto torna a retirada do coletor mais fácil;
  • Insira os dedos indicador e anelar no canal vaginal e segure a haste ou a base do coletor;
  • Para facilitar contraia a musculatura pélvica no sentido de expulsão para fazer com que o coletor se desloque para baixo;
  • Ao alcançar a base do coletor, pressione-a para retirar entre os dedos (em formato de pinça) para retirar o vácuo;
  • Com a base do copinho menstrual ainda pressionada, deslize delicadamente o coletor de um lado para o outro até que saia completamente.
Higiene durante o ciclo menstrual
  • Não há necessidade de esterilizar o seu coletor menstrual entre um uso e outro durante um mesmo ciclo. Somente a higienização com água corrente é suficiente para reutilizá-lo.
  • Em caso de utilização de banheiros públicos em que não é possível lavar com água corrente, lave o coletor com uma garrafa de água ou limpe com papel higiênico.
  • É necessário lavar seu coletor com água, pelo menos, duas vezes ao dia.
Cuidados ao fim do ciclo menstrual
  • Antes de guardar seu coletor menstrual ao fim do ciclo, ele precisa ser esterilizado. Como no início do período menstrual, ferva o seu copinho por 3 a 10 minutos, de acordo com as orientações do fabricante.
  • Guarde-o em local seco até o próximo ciclo no saquinho destinado ao seu armazenamento fornecido pelo próprio fabricante.
Cuidados Adicionais
  • Panelas de alumínio ou teflon não são indicadas para esterilização dos coletores menstruais, pois soltam substâncias metálicas que podem danificar o silicone medicinal do seu copinho.
  • Panelas de ágata ou inox são as indicadas para ferver o coletor menstrual, uma vez que preservam o silicone. Algumas marcas vendem estes utensílios.
  • Ao esterilizar assegure-se que a quantidade de água na panela é suficiente para cobrir todo o coletor menstrual. Certifique-se de que o coletor menstrual não toque o fundo da panela para não queimar.
  • Não ferva o seu coletor por um tempo superior ao orientado pelo fabricante. Em fervura por mais de 15 minutos, a elasticidade do seu coletor pode ser perdida, o que pode reduzir a sua durabilidade.

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Referências bibliográficas

Eijik et al. Menstrual cup use, leakage, acceptability, safety, and availability: a systematic review and meta-analysis. Lancet. 2019