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Laqueadura (ligadura de trompas): como é feita e como funciona?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A laqueadura pode ser feita durante a cesariana, ou em outros períodos previamente agendados e discutidos com o médico, sempre seguindo a legislação brasileira, em relação a esse procedimento.

A cirurgia consiste em bloquear as trompas, através de anéis, clipes de titânio, fios de sutura, queimando ou cortando estas estruturas.

Laqueadura de trompas ou ligadura tubária é uma cirurgia que impede a gravidez quase que definitivamente.

Como funciona a laqueadura?

A laqueadura funciona como um método anticoncepcional definitivo, seguro e com uma eficácia em torno de 99,9%. Trata-se de uma cirurgia que bloqueia as trompas uterinas, impedindo a comunicação do útero com os ovários, por isso os espermatozoides não se encontram com o óvulo.

Todos os meses, no ciclo menstrual normal das mulheres, um dos ovários seleciona e prepara um óvulo para liberação, através dos estímulos hormonais.

No meio do ciclo esse óvulo selecionado é liberado e capturado pela trompa, que o impulsiona em direção ao útero. Durante esse trajeto costuma ocorrer o encontro desse óvulo com os espermatozoides, caso a mulher tenha relação no período.

Os espermatozoides têm a possibilidade de fecundar o óvulo, dando origem a uma gravidez. O óvulo já fecundado continua o trajeto para o útero, onde é esperado que a gestação evolua.

No entanto, o processo de laqueadura bloqueia essa comunicação, impedindo a fecundação.

De modo geral, a laqueadura é feita através das seguintes técnicas: minilaparotomia, laparoscopia ou histeroscopia.

É possível reverter a cirurgia de laqueadura?

O processo de laqueadura é complicado de reverter, depende muito da técnica utilizada e sapude da mulher. Com uma taxa de sucesso que varia muito na literatura médica, mas alguns trabalhos mostram uma taxa de retorno da função de até 60%.

A reversão de laqueadura consiste na reconstrução microcirúrgica das tubas uterinas, religando o trajeto, com o auxílio de um microscópio e ou instrumentos especiais.

Outro procedimento que pode ser a solução para a mulher engravidar novamente, se for o seu desejo, é a fertilização in vitro. Nesse caso, o óvulo é coletado diretamente do ovário, fertilizado em laboratório e o embrião é colocado dentro do útero, através de um cateter.

Tipos de laqueadura1. Laqueadura por minilaparotomia

Procedimento cirúrgico feito imediatamente após o parto normal ou até dois dias depois. O médico faz uma pequena incisão no abdômen, perto do umbigo e, em seguida, remove uma parte das trompas de Falópio de cada lado.

2. Laqueadura por laparoscopia

Realizada através de uma pequena incisão perto do umbigo e na parte inferior do abdômen, com introdução de um dispositivo chamado laparoscópio, usado para ver as trompas de Falópio. O médico pode usar anéis ou clips para fechar as trompas, ou cauterizá-las através de calor.

3. Laqueadura por histeroscopia

É introduzido um histeroscópio através da vagina, que atravessa o útero e chega às trompas, onde será colocado um material cirúrgico, com o objetivo de gerar uma reação inflamatória que leve à fibrose da trompa e consequente obstrução da mesma.

O procedimento é indolor e não precisa de cortes. O aparelho é introduzido pelos orifícios naturais da mulher, sendo uma das grandes vantagens.

A principal vantagem dessa técnica é não precisar de anestesia geral. Ainda podemos citar a ausência de cortes, menos tempo de internação hospitalar, portanto recuperação mais rápida e menor risco de complicações.

Como desvantagens, ressaltamos a necessidade de manter mais um método contraceptivo por pelo menos três meses, pelo tempo que o organismo precisa para produzir a fibrose, e a necessidade de confirmar o resultado satisfatório por exames de imagem.

Após 3 meses deve ser realizado um Raio-X para avaliar se foi eficaz o procedimento. Quando não for conclusivo será preciso a realização de um exame mais invasivo, a histerossalpingografia

Por fim, o risco de eventualmente precisar repetir o procedimento, caso haja dúvida quanto a obstrução total da trompa.

A laqueadura é permitida no Brasil?

No Brasil, a laqueadura é permitida e pode ser feita no hospital público ou particular, seguindo algumas regras, que fazem parte da LEI Nº 9.263, de planejamento familiar.

Será permitida a laqueadura ou outra forma cientificamente comprovada de esterilização voluntária, nas seguintes situações:

  • Mulher e homem devem estar de comum acordo (nos casos de relação conjugal estável), e com capacidade civil, mental e psicológica completa;
  • Maiores de 25 anos e/ou com 2 ou mais filhos vivos;
  • No caso de união estável, ambos devem assinar o desejo e permissão da esterilização voluntária, além de confirmar terem recebido as devidas orientações quanto aos riscos, efeitos colaterais e dificuldades em reverter o procedimento;
  • Aguardar pelo menos 60 dias após apresentar o desejo, recebendo nesse período aconselhamento, para ter certeza da sua escolha. Atualmente cerca de 10% se arrepende após a esterilização e tem o desejo de engravidar;
  • Aguardar 40 dias após o parto. Na cesariana só deve ser feita em casos específicos, de real necessidade;
  • No caso de risco à vida ou à saúde da mulher, ou do bebê, testemunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos.

Para avaliar a indicação da laqueadura, maiores esclarecimentos e orientações sobre esse método contraceptivo, converse com o seu médico de família ou ginecologista.

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O uso de anticoncepcionais pode causar vaginite?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, o uso de anticoncepcionais pode favorecer a vaginite, assim como a vulvovaginite recorrente, pois o componente estrogênico do anticoncepcional parece aumentar a sensibilidade e aderência de fungos, podendo causar esse processo infeccioso.

O muco vaginal protege o organismo contra inflamações e infecções. Mudanças na composição desse muco aumentam a predisposição para infecções vaginais (vaginites).

A pílula anticoncepcional também pode alterar o meio vaginal, interferindo no seu pH (acidez) e no equilíbrio da flora vaginal (bactérias naturalmente presentes na vagina).

Outros métodos anticoncepcionais como anel vaginal e dispositivo intrauterino (DIU), também podem aumentar a frequência de vaginites, por conter um "corpo estranho" (o próprio anel e o fio do DIU), que facilitam a aderência de fungos.

Quais as causas da vaginite?

Além dos anticoncepcionais, existem muitos outros fatores que podem alterar o equilíbrio da flora bacteriana normal e causar vaginites. Dentre eles incluem: o uso de antibióticos, corticoides, estresse, relações sexuais, uso de cremes vaginais, ter poucos pelos pubianos, aplicação de duchas na vagina, diabetes, gravidez, uso de desodorantes íntimos, entre outros.

Quais são os sintomas de vaginite?

O principal sintoma da vaginite é o corrimento vaginal, que normalmente vem acompanhado de coceira, vermelhidão, queimação ou pequeno sangramento. Podem ocorrer ainda dor, dificuldade para urinar, além de dor durante as relações sexuais.

No caso de vaginite atrófica, a mulher apresenta menos corrimento e mais incômodo durante as relações, decorrente da atrofia e ausência de muco, o que torna o ambiente muito seco.

Qual é o tratamento para vaginite?
  • Higiene adequada, evitando uso excessivo de sabonetes, desodorantes íntimos ou duchas, que alteram o Ph do muco vaginal;
  • Sintomáticos, banhos de assento ou compressas frias, aliviam a coceira e queimação;
  • Medicamentos, quando necessário, por exemplo no caso de dor e coceira intensa, podem ser prescritos medicamentos tópicos (pomadas) ou medicamentos orais, com corticoides e antifúngicos.

Consulte um/a médico/a ginecologista para avaliar o seu caso e diagnosticar a causa da sua vaginite. Pode ser necessário trocar de pílula ou utilizar outro método anticoncepcional, conforme orientação médica.

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Topiramato tira o efeito do anticoncepcional?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Topiramato não tira completamente o efeito do anticoncepcional oral, mas pode diminuir a sua eficácia contraceptiva.

O topiramato pode reduzir a concentração do anticoncepcional na corrente sanguínea e, por consequência, diminuir a eficácia e a proteção da anticoncepção. Por isso, a depender da dosagem de topiramato utilizada, o/a médico/a deve considerar o uso de outro método contraceptivo (não hormonal) adicional.

O uso de topiramato combinado com anticoncepcionais orais pode aumentar o sangramento de escape. Isso não é um indicativo de baixa eficiência do anticoncepcional.

A mulher deve informar o/a médico/a que lhe receitou o topiramato que ela utiliza contraceptivos orais e informá-lo também se apresentar qualquer alteração em seus padrões menstruais.

Drogas podem cortar o efeito do anticoncepcional?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não é possível afirmar com certeza se drogas ilícitas, como cocaína, LSD, maconha, ecstasy ou lança-perfume podem cortar o efeito do anticoncepcional ou diminuir a sua eficácia, pois faltam estudos científicos que comprovem o efeito dessas drogas sobre os anticoncepcionais.

Porém, como são drogas "químicas", apesar de faltar evidências científicas, acredita-se que possa acontecer, uma vez que essas drogas, assim como os medicamentos, incluindo os anticoncepcionais, são metabolizados no fígado. Logo, essas drogas podem competir com a metabolização do anticoncepcional no fígado, reduzindo o seu efeito. 

As drogas que de fato podem diminuir a eficácia do anticoncepcional são alguns medicamentos usados para tratar:

  • Epilepsia (primidona, fenitoína, barbitúricos, carbamazepina, oxcarbazepina, topiramato);
  • Tuberculose (rifampicina);
  • AIDS e Hepatite C (antirretrovirais);
  • Infecções fúngicas (griseofulvina, antifúngicos azólicos, itraconazol, voriconazol, fluconazol, cetoconazol);
  • Infecções bacterianas (antibióticos como claritromicina e eritromicina);
  • Certas doenças cardíacas e pressão alta (verapamil, diltiazem);
  • Artrites e artroses (etoricoxibe).

Além desses, remédios com Erva-de-São-João, usada sobretudo para o tratamento de estados depressivos, também podem interferir na eficácia dos anticoncepcionais.

Comunique o seu médico ginecologista se usar qualquer tipo de droga, seja medicamentos ou drogas ilícitas, para que ele avalie o risco de interação medicamentosa com o anticoncepcional.

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5 Coisas que Podem Cortar o Efeito do Anticoncepcional

Tomar injeção de Mesigyna® pode diminuir vontade de ter relações sexuais e causar dor nas pernas?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Tomar injeção de Mesigyna® ​pode diminuir a vontade de ter relações sexuais (libido), embora esse efeito secundário seja incomum, ou seja, atinge entre 1 e 10 em cada 1.000 usuárias do anticoncepcional.

É importante lembrar que existem muitos fatores que interferem no desejo sexual feminino. Deve-se levar em consideração fatores psicológicos, como estresse, problemas que estão interferindo no momento da relação afetiva, fatores físicos, como inflamações, infecções ou outras doenças, além do uso de medicamentos.

Há poucas evidências científicas de que o uso de anticoncepcionais hormonais interfere no desejo sexual das mulheres.

Assim, o fator hormonal deve ser considerado em último caso, depois de esgotados todos os outros possíveis fatores que possam estar interferindo na libido.

Já a dor nas pernas não é um efeito secundário que se possa esperar, embora não seja impossível de ocorrer.

No entanto, é preciso estar atenta aos seguintes sintomas:

  • Inchaço de apenas uma perna;
  • Dor ou sensibilidade na perna sentida apenas quando se está em pé ou andando;
  • Sensação de calor, vermelhidão ou mudança na coloração da pele da perna.

Esses sintomas podem ser sinal de uma trombose venosa profunda e sabe-se que existe uma correlação entre o uso de contraceptivo hormonal combinado e o risco aumentado de coágulos principalmente no primeiro ano de uso.

A Mesigyna® é um anticoncepcional injetável que deve ser utilizado todo mês. Os efeitos colaterais geralmente são presentes nos primeiros meses de administração, porém depois desse período de adaptação ela é bem aceitável pelas mulheres. Os efeitos colaterais mais relatados pelas mulheres são alterações no ciclo menstrual, dor e sensibilidade nas mamas, instabilidade no humor, dores de cabeça e aumento do peso.

Se você está usando a injeção de Mesigyna® e apresenta algum desses ou outros sintomas procure o/a médico/a ginecologista, médico/a de família ou clínico/a geral para uma avaliação.

Norestin engorda e dá acne? Quais os efeitos secundários?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Norestin é uma medicação anticoncepcional que contém apenas progesterona. Como efeito colateral, é possível haver um aumento de peso e aparecimento de acne.

Toda medicação está propensa a apresentar efeitos secundários. No momento da escolha, eles devem ser ponderados com os efeitos benéficos para decidir se vale a pena ser utilizado.

O Norestin apresenta como efeitos secundários mais comuns ( ≥1%):

  • Aumento do fluxo menstrual;
  • Náusea e vômito;
  • Dor de cabeça;
  • Tontura;
  • Sensibilidade nas mamas;
  • Cansaço;
  • Ausência de menstruação (amenorreia).

Os efeitos secundários menos comuns são (<1%):

  • Acne;
  • Depressão;
  • Secreção vaginal;
  • Edema;
  • Nervosismo.

O Norestin pode ser usado por mulheres em aleitamento materno.

Caso você observe muitos efeitos colaterais indesejáveis com o uso desse anticoncepcional, converse com seu/sua médico/a para avaliar uma possível troca de medicação ou para lhe aconselhar formas de adaptação aos efeitos secundários.

Tomei um remédio que corta o efeito do anticoncepcional. Quanto tempo depois ele volta a fazer efeito?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Se tomou um remédio que pode cortar ou diminuir o efeito do anticoncepcional, como antibiótico ou anticonvulsivante, o anticoncepcional pode demorar até uma semana para voltar a fazer efeito.

Portanto, enquanto estiver tomando esse remédio deverá utilizar um outro método anticoncepcional não hormonal, como preservativo, para não correr o risco de engravidar. 

No entanto, é importante lembrar que são poucos os medicamentos que cortam o efeito do anticoncepcional, principalmente se for a pílula de uso contínuo. Para maiores esclarecimentos, fale com o/a médico/a ginecologista, médico/a de família ou clínico/a geral.   

Posso tomar qualquer comprimido da minha cartela?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Depende do anticoncepcional, se for de 21 comprimidos e todos da mesma cor, não há problemas, se for de 24 ou 28 comprimidos com cores diferentes não pode trocar os comprimidos não.