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Boca seca: o que pode ser, quais os sintomas e tratamento?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A boca seca é uma condição chamada xerostomia, que ocorre quando não é produzida saliva suficiente. A falta de saliva pode causar secura na boca e deixar a garganta seca, além de provocar uma sensação pegajosa na boca e na garganta. A xerostomia pode deixar a saliva espessa (“grossa”) e pegajosa.

A boca seca pode ser um sintoma de alguma doença e causar problemas na boca e nos dentes, uma vez que a saliva inicia o processo de digestão, ajuda a engolir os alimentos e proteger os dentes da cárie.

Quais as causas de boca seca?

A boca seca ocorre quando as glândulas salivares não produzem saliva suficiente para manter a boca úmida ou param de produzir saliva completamente.

As principais causas da xerostomia incluem:

  • Uso de medicamentos, como anti-histamínicos, descongestionantes e medicações para pressão alta, ansiedade, depressão, dor, doença cardíaca, asma ou outras doenças respiratórias e epilepsia;
  • Desidratação;
  • Radioterapia na cabeça e no pescoço, pois pode danificar as glândulas salivares;
  • Quimioterapia que pode afetar a produção de saliva;
  • Lesão dos nervos envolvidos na produção de saliva;
  • Síndrome de Sjögren, diabetes, HIV/AIDS, doença de Parkinson, fibrose cística ou doença de Alzheimer;
  • Remoção de glândulas salivares devido a infecção ou tumor;
  • Tabagismo;
  • Consumo de álcool;
  • Uso de drogas;
  • Estresse ou ansiedade.
Quais os sintomas de boca seca?

Os sintomas de boca seca podem incluir lábios rachados, língua seca, áspera ou sensação de tê-la em carne viva, perda do paladar, dor de garganta, sensação de queimação ou formigamento na boca, sede, dificuldade para falar, mastigar e engolir.

A boca sem saliva contribui para que bactérias produtoras de ácido se multipliquem, o que pode causar mau hálito, cárie, doenças da gengiva, aumento do risco de infecção por fungos (candidíase), feridas na boca e infecções.

A boca seca é comum em adultos mais velhos. Contudo, o envelhecimento em si não causa boca seca. Os idosos tendem a ter mais condições para o aparecimento da xerostomia e costumam tomar mais medicamentos, o que torna a boca seca mais frequente em pessoas dessa faixa etária.

Qual é o tratamento para boca seca?

O tratamento para boca seca é feito principalmente através de medidas para aliviar os sintomas da xerostomia. Quando essas medidas não são suficientes, podem ser indicados medicamentos que promovem secreção de saliva ou substitutos da saliva que substituem a saliva natural da boca.

Para aliviar os sintomas da boca seca recomenda-se:

  • Beber bastante água ou líquidos para manter a hidratação;
  • Chupar pedaços de gelo, uvas congeladas ou picolés de fruta sem açúcar para ajudar a manter a boca úmida;
  • Mascar chicletes sem açúcar ou balas duras para estimular a salivação;
  • Tentar respirar pelo nariz e não pela boca;
  • Usar um umidificador no quarto durante a noite;
  • Usar saliva artificial, sprays para a boca ou umectantes;
  • Usar enxaguante bucal para ajudar a umedecer a boca e manter a higiene bucal.

Algumas mudanças na dieta também podem ajudar a diminuir a secura na boca, como:

  • Comer alimentos frescos e macios que sejam fáceis de mastigar;
  • Evitar alimentos quentes, condimentados e ácidos;
  • Comer alimentos com alto conteúdo líquido, como aqueles com molho ou caldo;
  • Beber líquidos com as refeições;
  • Mergulhar o pão ou outro alimento duro ou crocante em um líquido antes de engolir;
  • Cortar a comida em pedaços pequenos para facilitar a mastigação;
  • Fazer pequenas refeições e comer mais vezes durante o dia.

Para não piorar a secura na boca, recomenda-se evitar:

  • Bebidas açucaradas;
  • Café, chá e refrigerantes à base de cola;
  • Álcool e enxaguantes bucais à base de álcool;
  • Bebidas ou alimentos ácidos;
  • Alimentos secos e ásperos que podem irritar a língua ou a boca;
  • Fumar.

Procure um médico clínico geral ou médico de família se a boca seca não melhorar, se surgirem manchas brancas na boca ou houver problemas para engolir ou sensação de queimação na boca.

Como são os primeiros dias tomando desvenlafaxina?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

As reações da desvenlafaxina são mais frequentes na primeira semana de tratamento. Por isso, nos primeiros dias podem surgir:

  • Insônia;
  • Dor de cabeça, tonturas e sonolência;
  • Redução de apetite, náuseas, vômitos e boca seca;
  • Diarreia ou intestino preso;
  • Ansiedade, nervosismo e irritabilidade;
  • Problemas de atenção, visão borrada, calores e tremores;
  • Taquicardia e aumento da pressão arterial.

Além desses efeitos, ao iniciar o tratamento ou alterar a dose de desvenlafaxina, é importante ficar a atento à piora da depressão e seus riscos. Isso é recomendado tanto para quem toma a desvenlafaxina quanto para seus familiares e pessoas próximas.

Nos primeiros dias após o início do tratamento também é importante avaliar se o medicamento está prejudicando a atenção e os reflexos. Quando isso acontece, não é indicado dirigir ou trabalhar com máquinas e equipamentos perigosos.

O início do efeito antidepressivo ocorre em até 7 dias após o início do tratamento.

Saiba mais sobre a desvenlafaxina lendo também:

Referência:

Desvenlafaxina. Bula do medicamento.

O que é o reumatismo? Quais os sintomas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Reumatismo é o nome dado a um grande grupo de doenças reumáticas, conhecidas também como problemas nas "juntas" (articulações).

No entanto, além das articulações, as doenças reumáticas podem causar danos a muitos outros sistemas, como os músculos, ossos, tendões, pele, pulmões, rim, sistema gastrointestinal, coração e até o sistema nervoso.

Quais são sintomas do reumatismo?

Como quase todas as doenças têm algum acometimento inflamatório das articulações, podemos dizer que os sintomas mais comuns são:

  • Dor nas articulações;
  • Inchaço, calor e vermelhidão nas articulações;
  • Piora da dor pela manhã ou com repouso prolongado
  • Rigidez e/ou limitação dos movimentos;
  • Cansaço freqeunte, mal-estar;
  • Febre (baixa);
  • Perda de peso;
  • Fenômeno de Raynaud.

O fenômeno de Raynaud é um sinal comum nas doenças reumáticas, caracterizado pela mudança de cor nas extremidades dos dedos, quando exposto a temperaturas frias. Geralmente se inicia com palidez, depois a pele se torna azulada e por fim, com o retorno da circulação, apresenta uma vermelhidão, edema (inchaço), dor e calor local.

Principais tipos de reumatismo1. Artrite reumatoide

A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune, inflamatória crônica, que acomete ambos os sexos e idade, embora seja mais encontrada em mulheres acima dos 40 anos. A doença causa dor, calor, edema, rigidez matinal e deformidades, principalmente as articulações das mãos, punhos e joelhos.

2. Lúpus

O lúpus é uma doença inflamatória crônica, autoimune, sem causa definida, que também é mais comum nas mulheres do que os homens, com sintomas variados, porque pode atingir qualquer sistema do corpo. Os sintomas principais incluem as manchas na pele, febre, mal-estar, dores articulares, distúrbios respiratórios, feridas na boca e presença de nódulos ou caroços pelo corpo.

Cerca de metade das pessoas com lúpus apresenta um tipo de mancha no rosto, em forma de "borboleta", localizada nas bochechas e no nariz, que piora com a exposição ao sol.

Outros sintomas encontrados na doença lúpica, são o cansaço frequente, indisposição, queda de cabelo, perda de peso, sensibilidade à luz solar e insuficiência renal.

3. Fibromialgia

A fibromialgia é uma condição clínica caracterizada por dor muscular generalizada, que dura mais de 3 meses, associada a alteração de humor, distúrbios de sono, concentração e memória.

Apesar de todos os sintomas descritos, não existem evidências de inflamação local, o que atrasa o correto diagnóstico e início do tratamento.

4. Esclerodermia

A esclerodermia é caracterizada por uma inflamação crônica do tecido conjuntivo, com aumento de fibrose em todo o corpo, tornando a pele mais endurecida, escura e brilhosa. A doença pode ser localizada, atingindo apenas os membros e rosto, ou sistêmica, acometendo todo o corpo, além dos órgãos internos.

Os sintomas típicos são, portanto, o enrijecimento da pele, fenômeno de Raynaud (coloração azulada nas extremidades), além de dor nas juntas, rigidez e deformidades, com limitação dos movimentos. Pode haver também comprometimento pulmonar, gástrico, intestinal, renal ou do sistema neurológico.

5. Síndrome de Sjogren

A síndrome de Sjogren é uma doença autoimune onde o sistema imunológico ataca as glândulas responsáveis por produzir saliva e lágrimas. Portanto, tem como principais sintomas a boca seca e os olhos secos. A síndrome de Sjogren também pode afetar outras partes do corpo, incluindo articulações, pele e nervos. Quando isso acontece, pode haver dor nas articulações ou nos músculos, pele seca, manchas na pele, feridas crônicas e doenças nos nervos periféricos.

6. Gota

Gota é um tipo de reumatismo, causado pelo acúmulo de cristais de ácido úrico nas articulações, especialmente no hálux (dedo maior do pé). Esse tipo de reumatismo é mais comum em homens e pessoas que consomem muita carne vermelha. O quadro é caracterizado pelo inchaço agudo do dedão, com dor intensa, vermelhidão e calor local.

7. Espondilite anquilosante

Espondilite anquilosante é uma doença inflamatória crônica, de origem genética, que afeta as articulações da coluna vertebral e as grandes articulações do corpo, como quadril e ombro, sobretudo homens com menos de 40 anos.

Trata-se de um tipo de reumatismo que causa importante dor e rigidez na coluna, especialmente pela manhã, levando a imobilidade com o passar dos anos. O repouso piora os sintomas e a prática de exercícios ajuda no alívio da dor e retarda a evolução da doença.

Qual o tratamento para o reumatismo?

O tratamento das doenças reumáticas varia de acordo com a causa e o estágio da doença. No entanto, as opções mais utilizadas são:

  • Anti-inflamatórios
  • Corticoides
  • Imunossupressores
  • Fisioterapia
  • Terapia ocupacional
  • Psicologia e
  • Cirurgia (mais raramente).

As artrites, espondiloartrites, febre reumática, tendinites, osteoporose, artroses, LER (lesão por esforço repetitivo), entre outras, também são consideradas tipos de reumatismo, cada um com as suas próprias características.

Sendo assim, na suspeita de um problema reumático, e para maiores esclarecimentos sobre as doenças reumatológicas, procure o seu médico de família ou reumatologista.

Referência:

Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Balanite provoca coceira no pênis?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, balanite provoca coceira no pênis, sendo esse um dos seus principais sintomas. A balanite é uma inflamação da glande (“cabeça do pênis"). Quando a inflamação atinge também a pele que recobre a glande (prepúcio), é chamada balanopostite. Ambas podem causar coceira, além de dor, inchaço, vermelhidão, descamação, aumento da temperatura, irritação e feridas no local.

Em casos de infecção, a balanite pode provocar o aparecimento de bolhas com pus e secreção peniana com odor desagradável. A presença de febre não é comum.

Outros sinais e sintomas da balanite e da balanopostite incluem ainda impotência, dificuldade ou dor para urinar e dificuldade para controlar o jato de urina devido ao estreitamento do canal urinário.

Quais as causas da balanite?

A principal causa da balanite é a infecção pelo fungo Candida albicans. Contudo, infecções por vírus, (HPV), bactérias (streptococcus, gonorreia, clamídia) e protozoários (tricomoníase) também podem causar balanite.

Dentre os fatores que favorecem o desenvolvimento da balanite estão a falta de higiene, a aplicação de produtos irritantes no local (sabonete, medicamento, lubrificante) e a presença de fimose (incapacidade de retrair o prepúcio e expor a glande).

Por isso, a balanite e a balanopostite são mais comuns em homens que não fizeram a cirurgia da fimose e/ou hábitos de higiene inadequados.

A falta de arejamento do local, a irritação provocada pela urina e pela secreção branca e pastosa entre a glande e o prepúcio (esmegma), a umidade e o clima quente são fatores que favorecem o desenvolvimento de infecções no pênis, sobretudo aquelas causadas por fungos e bactérias.

O diabetes, quando não controlado, pode baixar a imunidade e aumentar a predisposição para desenvolver balanite e balanopostite, sendo também um fator de risco.

Outro fator que contribui para o aparecimento da balanite é a presença de condições ou doenças que causam inchaço, como insuficiência cardíaca, obesidade mórbida, cirrose hepática e alergias.

Também existem casos de balanopostites crônicas, provocadas por inflamações autoimunes, como a balanopostite xerótica obliterante. Nesses casos, pode haver estreitamento da pele que recobre a glande (prepúcio).

Qual é o tratamento para balanite?

O tratamento da balanite é feito através de higiene adequada, cuidados locais (controlar a umidade, suspender a utilização de certos produtos) e uso de medicamentos orais ou aplicados no local da inflamação. Se a infecção por causada por fungos, são utilizados apenas antifúngicos. Se houver uma infecção bacteriana associada, também são usados antibióticos.

Em casos de balanopostites de repetição, pode ser indicada a cirurgia de fimose, mesmo quando é possível retrair a pele que recobre a glande.

Quando a balanite é provocada pelo uso de produtos irritantes, é preciso identificá-lo e suspender o seu uso.

O médico urologista é o especialista indicado para diagnosticar e tratar a balanite e a balanopostite.

Amoxicilina dá sono?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

A amoxicilina é um antibiótico que não causa sonolência. No entanto, o que pode causar sonolência é a própria infecção que se está tentando combater.

Reações mais comuns ao tomar amoxicilina são diarreia, náusea ou irritação da pele, por exemplo.

Você pode querer ler também:

Referências:

Amoxicilina. Bula do medicamento

Krueger JM, Majde JA. Microbial Products and Cytokines in Sleep and Fever Regulation Crit Rev Immunol. 2017; 37(2-6): 291-315.

Argiria: o que é, quais os sintomas e como tratar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Argiria é uma doença rara, causada pela exposição anormal e prolongada a sais de prata, originando uma coloração na pele acinzentada ou azul-acinzentada.

Essa coloração é mais observada nas áreas expostas ao sol e nas unhas, embora possa acometer também os olhos e órgãos internos.

O que pode causar argiria?

A argiria é causada pela exposição prolongada aos compostos de prata, que podem ser encontrados em alguns medicamentos, como soluções e colírios antigos que continham sais de prata, suplementos alimentares e trabalhos com exposição a minerais de prata.

Há ainda relatos de casos de argiria localizada, provocada pelo uso de medicamentos tópicos com prata ou lesões com objetos que possuem esse metal, como as joias e as agulhas de acupuntura. Nesses casos, os sinais e sintomas são localizados e manifestam-se sob a forma de manchas arredondadas ou ovais de coloração azul-acinzentada.

O diagnóstico da argiria é feito através de biópsia da pele e órgãos internos para detectar a presença de sais de prata no organismo.

Existe tratamento para argiria?

Sim, embora nem sempre apresente resultado satisfatório, o tratamento da argiria consiste em suspender o uso dos medicamentos e ou suplementos que contêm prata, bem como tratamentos tópicos, para a pele, como laser e cremes com hidroquinona.

O/A médico/a dermatologista é o/a especialista indicado para diagnosticar e tratar a argiria.

Sangramento na gravidez é normal?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O sangramento na gravidez é comum, sobretudo no início da gestação e não costuma ser um problema grave. No entanto, não deve ser considerado normal, até que seja avaliado pelo obstetra.

Isso porque o sangramento pode representar desde uma situação normal, como o sangramento de fixação do embrião na parede do útero, chamado sangramento de nidação, até uma situação de risco como o início do abortamento ou uma gravidez ectópica (fora do útero).

Sendo assim, qualquer sangramento durante a gravidez deve ser informar imediatamente ao seu obstetra ou ginecologista.

O que causa sangramento no início da gravidez?

Nos três primeiros meses de gestação o sangramento é bastante frequente e nem sempre é sinal de complicação. Neste período o sangramento pode ser causado por:

1. Implantação do embrião (sangramento de nidação)

O sangramento acontece quando ocorre a implantação do óvulo fecundado (embrião) no útero, chamado de sangramento de nidação. É um pequeno sangramento vaginal de cor rosada, sem cheiro e que dura até 3 dias. Para muitas mulheres pode ser imperceptível.

Este sangramento é considerado um dos primeiros sinais de gravidez e pode vir acompanhado de cólicas.

2. Relação sexual, alterações hormonais

O sangramento que ocorre após as relações sexuais e devido às alterações hormonais também podem ser considerados normais. Geralmente são pequenos sangramentos que a mulher nota após urinar, ao secar-se com papel higiênico ou na calcinha.

Esse tipo de sangramento nem sequer é suficiente para cobrir um absorvente, cessa espontaneamente e é chamado de sangramento de escape. Não é uma situação preocupante.

3. Infecção urinária

Se junto ao sangramento você perceber sinais de infecção como coceira, ardência, febre, mau cheiro e/ou presença de corrimento vaginal, é necessário buscar um médico de família, ginecologista ou obstetra para descobrir a causa e tratar a infecção.

As infecções não representam risco a você e/ou ao bebê, se forem adequadamente tratadas.

4. Gravidez ectópica

A gravidez ectópica ocorre quando o óvulo fecundado se implanta fora da cavidade uterina e o feto se desenvolve fora do útero como, por exemplo, nas tubas uterinas (gravidez tubária).

Nestes casos ocorrem sangramentos vaginais irregulares (sangramento que vai e volta) e dor abdominal em cólicas.

O risco de hemorragia nestes casos é elevado e por este motivo é necessário ir o mais rápido possível para uma emergência, pois o tratamento é cirúrgico de urgência.

5. Aborto espontâneo

O aborto espontâneo é a situação mais temida pelas mulheres que estão no primeiro trimestre de gestação. No aborto espontâneo, a mulher apresenta um sangramento mais volumoso, com presença de coágulos e acompanhado de fortes cólicas.

É uma situação que traz risco à vida da mulher pelo volume do sangramento. Por esta razão, é importante dirigir-se o mais rapidamente possível a um serviço de emergência.

Sangramentos no segundo trimestre de gestação

Durante o quarto, quinto e sexto meses de gestação os sangramentos são mais raros do que nos três primeiros meses. As situações mais comuns que provocam sangramento neste período são:

  • Após as relações sexuais,
  • Depois da realização de algum esforço físico como levantar pesos,
  • Presença de tosse ou espirros frequentes,
  • Até algumas horas após a realização de um exame de toque vaginal e
  • Placenta prévia (implantação mais baixa da placenta).

Nas primeiras situações, o sangramento é pequeno, não representa risco à mãe nem ao bebê, mas a placenta prévia pode oferecer risco para ambos.

A placenta na grande maioria das vezes, se fixa na parede lateral do útero e é responsável pela nutrição do bebê. Quando a sua implantação ocorre na parte inferior do útero, próximo ao canal da vagina, é chamada de placenta prévia, ou "placenta baixa".

O problema acontece próximo ao final da gestação, na fase em que o bebê mais cresce e começa a comprimir a placenta com a cabeça. Essa compressão pode oferecer menos oxigênio e nutrientes para o bebê, além de romper alguns vasos da placenta, levando ao sangramento vermelho vivo e indolor.

O tratamento consiste em repouso rigoroso da mãe, medicamentos e no caso de sangramento intenso ou sinais de sofrimento para o bebê, a cesariana de urgência.

O que causa sangramento no final da gravidez?

Nos três últimos meses de gestação (sétimo, oitavo e nono mês) os sangramentos causam maior preocupação pelo risco de descolamento de placenta. Além disso, é aguardado que a mulher entre em qualquer momento, especialmente no nono mês, em trabalho de parto.

Descolamento de placenta

Ocorre quando a placenta se separa da parede interna do útero antes do nascimento do bebê. O descolamento de placenta é mais comum após o sétimo mês em mulheres que tem pressão alta.

Os sintomas incluem sangramento vermelho vivo ou escuro, cólicas fortes e contrações persistentes.

É uma situação grave, pois, além de provocar forte hemorragia, interrompe o fluxo de nutrientes e oxigênio para o bebê. Nestes casos pode ser necessário realizar cesariana de emergência, por este motivo deve-se rapidamente ir para o hospital.

Aborto tardio

O abortamento nessa fase da gestação costuma acontecer por complicações de doenças crônicas, como diabetes mellitus e pressão alta. Os sintomas de aborto são sempre o sangramento, associado a cólicas abdominais intensas, podendo apresentar ainda, febre, náuseas ou vômitos, no caso de aborto infectado.

O tratamento será definido de acordo com o quadro e tipo de aborto. Para o aborto incompleto, retido ou infectado, pode ser preciso internação para hidratação, antibioticoterapia e curetagem.

Trabalho de parto

O sangramento que ocorre durante o trabalho de parto é normal e esperado. Este sangramento é causado pela perda do tampão mucoso. Este tampão fica na entrada do útero e funciona como uma proteção contra a entrada de bactérias.

Quando ocorre a perda do tampão, sai pela vagina uma secreção transparente e espessa que pode ou não conter sangue. Junto com a perda do tampão e a presença de secreção a mulher sente também as contrações do útero.

Não é necessário correr para o hospital, pois o nascimento do bebê ainda pode demorar. Você deve entrar em contato com o médico obstetra e cumprir as suas orientações.

O que fazer em caso de sangramento na gravidez?

Se ocorrer qualquer sangramento na gestação, o médico responsável pelo pré-natal deve sempre ser informado. Você pode observar a quantidade de sangue perdida e a duração do sangramento, da seguinte forma:

  1. Coloque um absorvente limpo e verifique a cada 30 a 60 minutos, durante algumas horas;
  2. Se o sangramento for intenso, o abdômen estiver rígido e com dor, ou se houver contrações fortes e frequentes, chame uma ambulância através do número 193 ou dirija-se para um serviço de urgência.
Quando devo me preocupar?
  • Quando o sangramento é constante (não pára);
  • Sangramento abundante: molha a sua roupa ou ultrapasse a roupa íntima;
  • Cor do sangue: sangramento vermelho vivo ou escuro;
  • Presença de coágulos no sangue;
  • Se já sangrou outras vezes durante a gravidez;
  • Sangramento com cólicas, dor ou contrações fortes;
  • Desmaios, tonturas, náuseas, vômitos, diarreia, febre;
  • História de queda ou trauma recente.

Na maioria das vezes, o tratamento do sangramento durante a gestação consiste em repouso. Entretanto, é necessária uma avaliação ginecológica e talvez, a realização de ultrassom para avaliação do bebê. Isto a deixará mais tranquila em relação à sua saúde e a do seu bebê.

Referências:

UpToDate - Errol R Norwitz, e cols. Overview of the etiology and evaluation of vaginal bleeding in pregnant women. Dec 17, 2019.

Febrasgo - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Catarro verde, amarelo, branco ou com sangue: o que cada cor quer dizer
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O catarro de cor diferente do amarelo-claro ou hialino (transparente) quer dizer que existe algum problema de saúde e deve ser avaliado por um médico.

A secreção normal da via aérea, seja eliminada pelo espirro ou pela tosse, é clara e sem cheiro.

O catarro de cor diferente, mau cheiro ou em grande quantidade, pode indicar desde um resfriado comum, infecções, doenças cardíacas ou um tumor.

As cores e características do catarro, além dos sintomas associados, são fundamentais para a investigação desse problema. Sempre que possível, registre essa secreção em fotos, vídeo ou leve uma pequena quantidade do catarro em um recipiente, para avaliação médica.

O que cada cor revela sobre a sua saúde:

Catarro verde ou amarelo

O catarro verde, esverdeado ou amarelo escuro, sugerem a presença de infecção pulmonar. Uma das principais causas de morte no mundo, a pneumonia.

Por ser a principal causa, e devido aos riscos conhecidos da doença, mesmo não havendo febre ou outros sintomas típicos da pneumonia, recomendamos que procure um médico para avaliação e se preciso, iniciar tratamento com antibioticoterapia.

Catarro branco

O catarro de cor branca ou incolor, pode ser visto nos casos de resfriado comum, gripe, alergias, asma ou bronquite.

São condições que a princípio não oferecem risco, devendo ser apenas tratadas com aumento do consumo de água, alimentação saudável e repouso.

Catarro com sangue

A presença de sangue no catarro indica, na maioria das vezes, um problema mais grave.

Pode ocorrer na asma grave, pelo esforço da tosse persistente, que acaba por causar lesão de pequenos vasos, mas pode também ser um sinal de tuberculose, coqueluche, tromboembolismo pulmonar ou câncer.

Por isso, na presença de sangue, orientamos a procurar um médico em serviço de emergência, ou médico pneumologista, para avaliação e tratamento, o quanto antes.

Catarro marrom ou preto

O catarro de cor escura, marrom, acinzentado ou preto, acontece nos casos de fumantes crônicos, trabalhadores de áreas poluídas ou exposição a fumaça. Por exemplo, nos casos de incêndio.

Seja qual for a situação, o catarro escuro deve ser avaliado por um pneumologista, com urgência.

Catarro rosa

Quando o catarro tem um aspecto mais parecido com espuma rosada, indica um problema grave chamado edema agudo de pul, que ocorre por insuficiência cardíaca.

O coração debilitado, não consegue bombear o sangue adequadamente, por isso acumula líquido nos pulmões, que são expelidos dessa forma pela boca.

O paciente apresenta ainda, suor frio, palidez, pressão baixa, falta de ar e confusão mental.

Trata-se de uma emergência médica! Nesses casos procure uma urgência imediatamente ou ligue para o serviço de emergências do SAMU - 112. Explique a situação e o atendente saberá como lhe orientar.

Os espirros, a tosse e as secreções produzidas pelo nosso corpo, são meios de defesa do organismo. Quando acontecem, indica que algo está agredindo o corpo e estimulando a produção de muco e anticorpos ou células de proteção.

Fique atento, procure um médico se observar qualquer sinal de maior risco ou gravidade.

Quando procurar um médico com urgência?
  • Quando acompanhado de febre alta,
  • Tosse com catarro verde, amarelo, com sangue ou rosa,
  • Tosse com catarro que persiste por mais de 3 dias, independente da cor,
  • Perda de peso sem causa aparente.

Para casos de doenças pulmonares, o médico pneumologista deve ser procurado.

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