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Quais os sintomas do câncer de mama?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os sintomas do câncer de mama são principalmente:

  • Nódulo ou massa palpável nas mamas;
  • Mudanças no tamanho e formato das mamas;
  • Retrações na pele, principalmente na aréola e/ou mamilo;
  • Pele áspera, semelhante à "casca de laranja";
  • Saída de secreção pelo mamilo, que pode ser transparente, rosada ou avermelhada.

No entanto, vale salientar que, embora esses sintomas sejam considerados de alerta, eles não indicam necessariamente a existência do câncer de mama, pois podem estar presentes também nas doenças benignas.

Dor na mama é sinal de câncer?

Não. Embora a dor nas mamas seja um sintoma frequente, raramente está relacionada com o câncer.

A mastalgia, como é chamada a dor na mama, pode estar relacionada com alterações hormonais, ou menos frequentemente, por causas extramamárias, como: Problemas de coluna, dor muscular, doenças neurológicas, endócrinas ou inflamatórias (mastite).

Qual exame pode confirmar um câncer de mama?

O diagnóstico é feito por exames de imagem e biópsia do tumor.

Exames de imagem

O método que permite o diagnóstico precoce do câncer de mama é a mamografia. Através desse método, é possível identificar tumores mamários mesmo antes de serem detectáveis clinicamente.

Apesar do exame mamográfico ser o melhor método para detectar a doença precocemente, ele pode não evidenciar um câncer, sobretudo se as mamas forem densas, ou poderá demonstrar áreas suspeitas que podem não corresponder ao câncer.

Nesses casos, para um diagnóstico mais preciso, pode-se associar outros exames, como a ultra-sonografia, a ressonância magnética e as punções percutâneas, que aumentam as chances diagnósticas.

Biópsia do tumor

A confirmação do diagnóstico será conseguida através das punções percutâneas com agulhas finas ou grossas (mamotomia ou core biopsy), nos casos de microcalcificações, nódulos subclínicos e palpáveis, ou ainda por meio de biópsias cirúrgicas.

Parênquima mamário é câncer?

Não. Parênquima mamário é parte do tecido que compõe a mama. A mama é constituída de tecido adiposo (gordura), parênquima mamário, glândulas e vasos sanguíneos.

No exame de imagem, o médico descreve as características dos tecidos mamários (adiposo e parênquima mamário), além da vascularização, e se houver, anormalidades, como, por exemplo, presença de calcificações.

O diagnóstico e tratamento do câncer de mama deverá ser orientado pelo ginecologista ou mastologista.

Saiba mais sobre esse assunto nos artigos:

Referência:

FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Ministério da Saúde do Brasil

Anticoncepcional pode causar nódulo ou câncer de mama?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Na verdade ainda não existe um consenso sobre esse assunto. Esse é um tema bastante estudado e controverso, com publicações constantes sobre o aumento do risco, benefícios e as características principais dos anticoncepcionais.

No entanto, no Brasil, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), defende que o uso dessas medicações, é sim segura e que não causa nódulo ou câncer de mama.

Dependendo das opções de vida da mulher e indicação do seu uso, a medicação é bastante benéfica. Especialmente com os anticoncepcionais mais novos, desde que devidamente indicados e acompanhados pelo ginecologista.

Quem tem fibroadenoma na mama pode tomar anticoncepcional?

Na grande maioria das vezes sim, um fibroadenoma não contraindica o uso de anticoncepcionais. Entretanto, no caso de nódulo sem diagnóstico, ou fibroadenoma em crescimento, deve ser primeiro avaliado pelo ginecologista assistente, de forma individual para analisar os fatores de risco e os benefícios.

Um nódulo ainda em investigação, história familiar de câncer de mama, história de tromboses, entre outras questões de saúde podem sim contraindicar essa medicação.

Em 2017, um trabalho grande sobre o assunto na Dinamarca, mostrou que sim, o uso do anticoncepcional hormonal foi relacionado ao aumento do risco de câncer de mama, quando comparado a mulheres que não o fazem. Porém, um risco ainda considerado baixo. Porém, concluiu também que existe um benefício no seu uso, de proteção contra o câncer de endométrio, ovário e intestino.

Portanto, é fundamental analisar caso a caso com um especialista, ginecologista ou mastologista.

Benefícios dos anticoncepcionais

Os pontos aceitos pela maioria dos pesquisadores nesta área mostram os seguintes fatores benéficos para o uso de anticoncepcionais:

1. O uso de medicamentos antigos, com dosagens maiores de hormônios aumentam o risco de câncer de mama;

2. O uso contínuo por mais de 10 anos, parece aumentar o risco de câncer de mama;

3. A história familiar de câncer, seja de mama ou outro órgão, aumenta o risco pela predisposição genética, por isso deve ser avaliado com mais cautela a sua indicação;

4. Obesidade, sedentarismo, uso abusivo de bebidas alcoólicas, são comprovadamente fatores de maior risco para câncer de mama, que pode aumentar ainda mais com a associação de anticoncepcionais;

5. Existem também evidências bem estabelecidas e aceitas de que a pílula anticoncepcional pode ajudar a prevenir além do câncer de ovário, endométrio e intestino, protegem contra:

  • Miomas;
  • Endometriose;
  • Pólipos;
  • Cistos no ovário;
  • Alguns tipos de infecção vaginais e as
  • Alterações benignas das mamas.

Leia mais sobre o assunto nos artigos:

Caroço no seio que se movimenta e não dói o que pode ser?

Além de impedir a gravidez, para que pode servir o anticoncepcional?

Fale com o/a seu/sua médico/a ginecologista sobre os eventuais riscos e os benefícios da pílula anticoncepcional e faça regularmente seu auto exame de mama.

Referência:

  • FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
  • Lina S Morch, et al.; Contemporary Hormonal Contraception and the Risk of Breast Cancer. N Engl J Med. 2017 Dec 7;377(23):2228-2239.
Fibroadenoma mamário pode virar câncer?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

O risco de um fibroadenoma mamário virar câncer é extremamente baixo, já que se trata de um tumor benigno. Quando ocorre, o tumor maligno provavelmente não se originou do fibroadenoma. Casos de transformação maligna são muito raros.

A relação entre fibroadenoma e câncer pode ser calculada pela presença de células malignas dentro do fibroadenoma, risco de malignização dos nódulos e o risco de ter câncer no   futuro, no caso das mulheres que já tiveram fibroadenoma mamário.

Contudo, as chances de um fibroadenoma ter áreas de malignização no seu interior é bastante baixa, apenas 0,1%. Por outro lado, existe uma probabilidade, embora muito pequena, de um fibroadenoma originar um tipo específico de câncer de mama.

Apesar do fibroadenoma mamário evoluir para câncer apenas em casos muito raros, mulheres que já tiveram fibroadenoma podem ter um risco ligeiramente maior de desenvolver câncer de mama no futuro.

Vale lembrar que os nódulos benignos na mama são o resultado de um crescimento exagerado das suas estruturas, sendo o fibroadenoma o tumor benigno de mama mais frequente.

O médico mastologista deverá orientá-la sobre os riscos do fibroadenoma mamário e sobre a necessidade de tratamento.

Saiba mais em:

Um nódulo benigno pode virar maligno?

O que é um fibroadenoma mamário e quais os sintomas?

Qual o tratamento para fibroadenoma mamário?

Quais os fatores de risco para o câncer de mama?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

Os principais fatores de risco para o câncer de mama estão relacionados com a idade, com os aspectos endócrinos e genéticos.

Os aspectos endócrinos relacionam-se sobretudo com o estímulo estrogênico, seja endógeno ou exógeno, com aumento do risco proporcional ao tempo de exposição. Possuem risco aumentado:

  • mulheres com história de menarca precoce (idade da primeira menstruação menor que 12 anos);
  • menopausa tardia (após os 50 anos);
  • primeira gravidez após os 30 anos;
  • nuliparidade (mulheres que nunca engravidaram)
  • terapia de reposição hormonal pós-menopausa, principalmente se prolongada por mais de cinco anos.

Outros fatores incluem:

  • exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 40 anos;
  • ingestão regular de bebida alcoólica, mesmo que em quantidade moderada (30g/dia);
  • obesidade, principalmente quando o aumento de peso se dá após a menopausa;
  • sedentarismo.

A prática de atividade física e o aleitamento materno exclusivo são considerados fatores protetores.

A história familiar, sobretudo em parentes de primeiro grau com menos de 50 anos, é um importante fator de risco para o câncer de mama e pode indicar predisposição genética associada à presença de mutações em certos genes. Entretanto, o câncer de mama de caráter hereditário (predisposição genética) corresponde a cerca de 5-10% do total de casos.

Consulte um médico ginecologista para avaliar o risco de câncer de mama e fazer o rastreamento para diagnóstico precoce.