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É possível engravidar com inflamação no útero?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

É possível, embora seja mais difícil. A inflamação do útero, chamada de doença inflamatória pélvica (DIP), acontece devido às infecções causadas por alguns tipos de micro-organismos, frequentemente adquiridos durante a relação sexual.

A infecção causa alteração nas secreções e nas paredes internas do útero, podendo favorecer na formação de aderências (quando as paredes do órgão se "grudam") o que é uma causa bastante comum de infertilidade.

A inflamação do útero pode impedir a implantação do embrião na parede do órgão. Caso a infecção chegue às trompas, podem surgir cicatrizes (aderências), que bloqueiam parcialmente ou totalmente as trompas, mesmo após o tratamento. Essas áreas de cicatriz podem bloquear a passagem do óvulo para o útero, dificultando a gravidez.

Essa obstrução inclusive pode fazer com que a fecundação ocorra na trompa, gerando uma gravidez ectópica (gestação fora do útero), uma situação grave que necessita de cirurgia de urgência na maioria dos casos.

Portanto, todas essas modificações podem deixar sequelas no útero interferindo diretamente na fertilidade, mesmo depois de um tratamento adequado.

Por isso, todos os casos de inflamação no útero devem ser devidamente tratados, pelo/a médico/a de família, clínico/a geral ou ginecologista, a fim de se evitar riscos de fertilidade para a mulher ou riscos na saúde e desenvolvimento do bebê.

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Uma gravidez ectópica pode ser detectada através do Beta HCG?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim. O beta HCG pode ser detectado tanto na urina quanto no sangue na presença de qualquer tipo de gravidez inclusive na gravidez ectópica.

A diferença é que na gravidez ectópica o aumento da concentração de HCG no sangue ocorre de maneira mais lenta e, em geral, o resultado quantitativo apresenta valores diferentes daqueles observados em uma gravidez uterina normal.

O diagnóstico de uma gravidez ectópica é feito tendo em consideração os resultados dos exames quantitativos de beta-HCG, a ultrassonografia transvaginal e os sintomas clínicos da paciente.

A partir desse compilado o/a médico/a ginecologista poderá diagnosticar a gravidez ectópica e prosseguir com o tratamento recomendado.

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Tive uma gravidez tubária, é possível engravidar de novo?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim, é possível engravidar de novo depois de uma gravidez tubária ou ectópica (fora do útero). Porém, o sucesso de uma nova gestação vai depender dos danos que a gravidez tubária provocou no seu aparelho reprodutor.

Será preciso realizar alguns exames para verificar as condições das trompas de Falópio, bem como as causas do problema.

Normalmente, mais da metade das mulheres que tiveram gravidez tubária e que foram submetidas à cirurgia conseguem engravidar de novo depois de 12 a 18 meses.

No entanto, essas mulheres têm 10 vezes mais chances de desenvolver uma gravidez ectópica do que aquelas que nunca tiveram uma.

Se as duas trompas estiverem rompidas ou com lesões, recomenda-se fazer uma fertilização in vitro (FIV) para poder engravidar novamente.

Na maior parte dos casos de gestação ectópica, o óvulo que foi fecundado não faz o caminho todo e acaba se instalando logo no início das trompas. Em outras situações, a implantação ocorre no ovário, colo do útero ou cavidade abdominal.

Alguns fatores que aumentam as chances de uma gravidez fora do útero (ectópica):

  • Tabagismo (prejudica o transporte do embrião na tuba);
  • Idade mais avançada;
  • Infertilidade;
  • Vários parceiros sexuais (maiores riscos de DST - doenças sexualmente transmissíveis);
  • Mulheres que já se submeteram a uma cirurgia abdominal.

Por isso é importante detectar a gravidez ectópica ou tubária logo no início. Quanto mais cedo o problema for diagnosticado, mais rápido a mulher receberá tratamento cirúrgico e menores serão os danos provocados nas trompas ou em qualquer outra estrutura envolvida.

Os sintomas de uma gravidez ectópica são:

  • Dores abdominais;
  • Sangramento vaginal;
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Desmaios, no casos mais extremos.

É importante lembrar que uma mulher que teve uma gestação tubária ou ectópica vai continuar ovulando e poderá engravidar novamente sem grandes problemas.

Veja também: Pode haver dificuldade de gravidez após gravidez ectópica?

Se a paciente não conseguir engravidar depois de 1 ano de tentativas, é indicado consultar o/a médico/a ginecologista, médico/a de família ou clínico/a geral para iniciar investigação.

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Pode haver dificuldade de gravidez após gravidez ectópica?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Na maioria das vezes não. As mulheres que tiveram gravidez ectópica não apresentam dificuldade para engravidar novamente, de acordo com os estudos.

Quarenta a 89% das mulheres que já passaram por essa situação, conseguem ter uma gravidez intrauterina (gravidez habitual) após um determinado período, que varia de acordo com o organismo e condições de saúde da mulher.

Vários fatores poderão influenciar a fertilidade da mulher depois de uma gravidez ectópica. Por exemplo, se a mulher estava usando DIU antes da gravidez ectópica, ela apresenta chances menores de apresentar outra gravidez desse tipo nas futuras gestações.

O local mais frequente de implantação da gravidez ectópica é nas tubas (trompas) uterinas.

Nos casos de ruptura da tuba uterina de um lado, a trompa do lado oposto continuará funcionante e poderá transportar os óvulos do ovário do lado não afetado. Assim, a mulher continua com sua fertilidade preservada e poderá ter outras gestações.

O que é gravidez ectópica?

A gravidez ectópica é uma gestação em que o óvulo é implantado fora da cavidade uterina e o feto se desenvolve fora do útero.

Os principais sintomas da gravidez ectópica incluem dor abdominal, atraso da menstruação, e perdas irregulares de sangue pela vagina. Porém, os sinais e sintomas também incluem as manifestações comuns da gravidez, como aumento da sensibilidade das mamas, náuseas e aumento da frequência urinária.

Apesar de ser mais comum na trompas, a gravidez ectópica pode ocorrer no ovário, no ligamento largo, no colo do útero ou na cavidade abdominal.

Os sintomas da gravidez ectópica normalmente aparecem depois de 6 a 8 semanas que veio a última menstruação. Contudo, se a gestação ocorrer na trompa, os sintomas podem surgir mais tarde.

A gravidez ectópica é de elevado risco para a mulher e requer tratamento de urgência, pois pode causar complicações graves como ruptura da tuba uterina e hemorragia interna.

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Gravidez ectópica: o que é e quais são os seus sintomas? O feto sobrevive?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A gravidez ectópica é a gravidez que acontece fora do útero, por isso não consegue se desenvolver até o fim. Apenas no útero é possível receber o embrião, nutrir e acomodar um bebê durante a gestação.

Inicialmente, pode não haver sintomas, mas por volta da 6ª a 8ª semana de gestação os sintomas começam a aparecer, sendo os principais, o sangramento vaginal, dor na barriga de forte intensidade e o atraso menstrual.

A gravidez ectópica é uma emergência obstétrica, pois a ruptura da tuba uterina, ovário e colo do útero pode provocar sangramento intenso e a morte materna. Por este motivo, é importante que seja feito diagnóstico precoce, ou seja, antes da ruptura destas estruturas por meio do pré-natal.

1. Sangramento vaginal

A mulher pode apresentar sangramento vaginal ou relatar a presença de manchas de sangue na roupa íntima, sem razão aparente.

2. Dor abdominal

É comum que as mulheres com gravidez ectópica sintam dor intensa do lado afetado pela gravidez ectópica. Por exemplo: se for uma gravidez tubária localizada na tuba uterina direita, a dor se manifestará com maior intensidade do lado direito do abdome.

3. Atraso menstrual ou menstruação ausente

É possível que a mulher perceba atraso menstrual ou ausência da menstruação. Por vezes, ainda nem sabem que estão grávidas.

Estes sintomas podem não ocorrer ao mesmo tempo, mas são os mais comuns de uma gravidez ectópica.

Gravidez ectópica, o bebê sobrevive?

Infelizmente, não. Por vezes o feto consegue se manter vivo até a 16a semana de gestação fora do útero como no caso da gravidez nas trompas. Entretanto, os tecidos fora do útero não conseguem fornecer sangue e nutrientes necessários para a manutenção da vida e para o desenvolvimento do bebê.

Além disso, geralmente em torno da 16ª semana, a estrutura que contém a gravidez ectópica se rompe e o feto não é mais capaz de sobreviver sozinho.

A ruptura de uma gravidez ectópica pode ser fatal para a mãe se não for tratada rapidamente.

Quando devo procurar uma emergência?

Uma gravidez ectópica pode apresentar sintomas apenas no momento da ruptura da trompa, o que traz grande risco de vida para a mulher. Por este motivo, esteja atenta aos seguintes sintomas, especialmente se associados a um atraso menstrual:

  • Dor forte e constante na parte inferior do abdome,
  • Perda volumosa de sangue de cor vermelho vivo ou bem escuro e diferente do sangue menstrual,
  • Tontura,
  • Sudorese fria e úmida (suor frio e pele úmida),
  • Queda da pressão arterial.

Nestes casos, busque imediatamente atendimento em uma emergência hospitalar. O exame de Beta-HCG e ultrassonografia transvaginal auxiliam a confirmar o diagnóstico.

Como tratar uma gravidez ectópica?

O tratamento mais comum para a gravidez é cirúrgico. Nestes casos, a mulher é submetida a uma cirurgia para retirar o embrião, a placenta e reconstruir a tuba uterina, por exemplo, nos casos de gravidez tubária.

Nos casos de gravidez ectópica sem ruptura e descoberta precoce, o tratamento pode ser feito com o uso de um medicamento, que promove a redução e desaparecimento da gravidez ectópica.

Cabe ao ginecologista/obstetra avaliar o caso, e definir o melhor tratamento, caso a caso.

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Referências

  • Diádica, J.M.; PATEL, J.M. Cervical Ectopic Pregnancy: A Rare Site of Implantation. The Journal of Emergency Medicine, v.56(6):e123-e125, 2019.
  • FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
  • Protocolos FEBRASGO: Gravidez Ectópica. FEBRASGO, 2018.
  • LAYDEN, E.; MADHRA, M. Ectopic pregnancy. Obstetrics, Gynaecology & Reproductive Medicine, 30(7):205-212, 2020.