Perguntar
Fechar
Falta de dentes pode prejudicar o intestino?
Dr. Ivan Ferreira
Dr. Ivan Ferreira
Médico

Sim, a falta de dentes pode prejudicar os intestinos porque o seu bom funcionamento depende de uma boa digestão, que se inicia com a mastigação dos alimentos.

A falta de dentes faz com que a mastigação não ocorra adequadamente. Quanto melhor os alimentos estiverem triturados pelos dentes e umedecidos pela saliva, mais facilmente serão digeridos e melhor será o aproveitamento dos seus nutrientes, principalmente aqueles alimentos a base de farinhas como pães, bolos e cereais. Quando isso não acontece, pela falta de uma boa mastigação, podem ocorrer alguns desconfortos intestinais tais como gases, cólicas e diarreias.

O gastroenterologista é o especialista em problemas nos intestinos e digestivos.

Noz-da-Índia: quais riscos oferece à saúde?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A Noz-da-Índia possui efeito laxativo e tóxico à saúde. É comumente utilizada para fins de emagrecimento, embora ainda não exista evidência científica que confirme esta ação.

A comercialização de Noz-da-Índia foi proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2017. Também foi proibida pela instituição a comercialização de semente semelhantes à noz-da-Índia como “jorro-jorro” ou “chapéu de Napoleão”.

Noz-da-Índia é tóxica?

Sim! De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a noz-da-Índia é tóxica quando consumida por via oral e pode levar à morte.

A toxicidade da semente se deve a alguns de seus princípios ativos: a toxialbumina e a saponina. Além disso, o potente efeito laxativo pode provocar:

  • Mudança de comportamento
  • Problemas gástricos e digestivos
  • Agitação
  • Enjoo
  • Vômitos
  • Desidratação
  • Alucinações
  • Dilatação das pupilas
  • Falência hepática

A semente tem sido consumida crua e em grande quantidade para fins de emagrecimento. Além de não ser comprovado cientificamente que a Noz-da-Índia provoca a perda de peso, o seu consumo cru e em grande quantidade pode ser fatal. Por este motivo, não é recomendado o consumo de noz-da-Índia por via oral.

Efeitos colaterais da noz-da-Índia

Pouco se sabe sobre os efeitos colaterais do uso da noz com a finalidade de emagrecimento. O que está comprovado são os sintomas evidenciados em pessoas que a consumiram, como:

  • Cefaleia intensa (dor de cabeça)
  • Enjoo
  • Epigastralgia (dor no estômago)
  • Flatulência
  • Diarreia intensa
  • Distúrbios respiratórios
  • Taquicardia (aumento da frequência cardíaca)
  • Hipotensão (pressão baixa)
  • Edema nas pernas (inchaço)
  • Dores musculares
  • Sensação de fadiga
  • Desidratação intensa
  • Desnutrição
Consumo de noz-da-Índia e emagrecimento

Apesar de ser associada ao emagrecimento o consumo de noz-da-Índia, especialmente na forma de chá, tem efeito laxante potente, além de propriedades tóxicas. O seu consumo provoca diarreia intensa, o que levar a perda de líquido e desidratação. Esta perda de líquido intensa resulta na "sensação" de emagrecimento.

Não existem estudos científicos que comprovem a ação da noz-da- Índia para a perda de peso. O consumo por via oral da semente foi associado a três mortes no Brasil.

A ação laxativa da noz-da- Índia, quando consumida por via oral, interfere ainda na absorção de vitaminas e minerais, o que contribui para o desenvolvimento de casos de desnutrição severa.

Nos casos mais graves, existe a possibilidade de instalação de quadro de hepatite fulminante que pode evoluir para a necessidade de transplante de fígado.

Não consuma Noz-da-Índia na forma de alimentos, suplementos, cápsulas ou medicamentos. Seu uso pode oferecer riscos à saúde e provocar a morte. Se você busca emagrecer, adote hábitos alimentares saudáveis associados à prática de atividade física. Procure orientação de um/uma nutricionista ou nutrólogo/a.

Leia também

Dietas para emagrecer rápido são saudáveis? 5 dicas para emagrecer com saúde

Disenteria: Quais as causas, os sintomas e como tratar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A disenteria é uma inflamação intestinal (gastroenterite), causada principalmente pelo consumo de água e alimentos contaminados por bactérias. As bactérias mais relacionadas com a disenteria são a E.Coli e a Shigella.

A transmissão pode ocorrer também por objetos contaminados, como utensílios de cozinha e acessórios de banheiros ou pelo contato direto com outras pessoas contaminadas.

Por isso a doença é tão prevalente nas crianças e em países com saneamento básico precário.

Quais são os sintomas de disenteria?

Os sintomas da disenteria duram em média 7 a 10 dias, e incluem:

  • Diarreia líquida com presença de sangue ou muco;
  • Dor e cólicas abdominais;
  • Náuseas, vômitos;
  • Febre alta (temperatura axilar acima de 38,5º);
  • Falta de apetite;
  • Fraqueza.
Como é o tratamento da disenteria?

O tratamento da disenteria se baseia na boa hidratação, cuidado com a alimentação e quando preciso, pode ser acrescentado algum medicamento como os antibióticos, para caso de infecção.

1. Hidratação

A reposição de água é a medida mais importante para o tratamento de disenteria, evitando as complicações da diarreia, como a desidratação e a queda de sódio e potássio.

Para a reposição adequada, as unidades de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) oferecem de forma gratuita, o soro de reidratação, com as composições de água e eletrólitos adequados. A composição também pode ser encontrada nas farmácias.

No entanto, caso não seja possível adquirir essa reposição, pode fazer uso do soro caseiro.

Soro caseiro: Adicione 2 colheres (sopa) de açúcar e 1 colher (café) de sal em 1 litro de água filtrada ou fervida. Misture bem e beba 1 copo de 250 ml sempre após as evacuações.

2. Alimentação

A recomendação segundo o ministério da saúde, é para manter o aleitamento materno e manter a alimentação habitual para as crianças e os adultos. No entanto, deve evitar as comidas gordurosas, derivados de leite, embutidos, café e bebidas alcoólicas.

Procure se alimentar bem, e beber bastante líquido.

3. Reposição de zinco

A suplementação com zinco ajuda a diminuir o tempo de duração da diarreia e evita novos episódios . A dose recomendada é de 1 comprimido uma vez ao dia, durante 10 a 14 dias.

4. Antibiótico

O antibiótico não deve ser usado de rotina, porque na maioria das vezes, a disenteria evolui com melhora espontânea. O uso desnecessário da medicação aumenta as chances de resistência das bactérias, além de causar efeitos colaterais inconvenientes.

Contudo, em algumas situações, o antibiótico deve ser usado desde o início, como nos casos de:

1. Mais de 7 dias de diarreia associada ou não a febre;

2. Mais de 6 evacuações líquidas ou pastosas por dia;

3. Pacientes com imunidade baixa, como aqueles que fazem uso de corticoides, quimioterapia ou imunossupressores e

4. Na presença de sangue nas fezes.

O antibiótico de escolha nessas situações são a Azitromicina ou a Ciprofloxacina. Cabe ao médico avaliar todos esses critérios para começar a medicação.

Sabendo que o tratamento da disenteria deve começar o quanto antes, devido aos riscos de desidratação grave e óbito, em especial nas crianças. Por isso, na suspeita de uma infecção intetsinal, como febre alta e sangue nas fezes, procure rapidamente um atendimento médico.

Diarreia é a mesma coisa que disenteria?

Não. A diarreia é a ou aumento da frequência de evacuações por dia (mais de 3 vezes ao dia), com consistência amolecida, associada a dor na barriga, cólica, náuseas e vômitos. A diarreia costuma ser causada por vírus e não bactérias, por isso o quadro é mais brando.

A disenteria é a presença de diarreia associada a sangue e/ou muco nas fezes e sintomas mais graves, como febre alta, falta de apetite, cólicas intensas e fraqueza.

Tem como prevenir uma disenteria?

Para prevenir a disenteria, é necessário ter cuidados adequados de higiene na preparação e no consumo de alimentos, sobretudo os que são comidos crus, como frutas e hortaliças.

A água usada para beber, cozinhar e lavar os alimentos deve ser tratada, fervida ou filtrada. Também é fundamental lavar bem as mãos antes de comer, ou antes, de preparar os alimentos e refeições.

Proteja os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e outros animais (guarde os alimentos em recipientes fechados).

Mantenha a amamentação, porque o aleitamento materno aumenta a imunidade das crianças, inclusive contra as doenças diarreicas.

Mantenha bons hábitos de vida, para promover uma boa imunidade. Alimente-se bem, procure dormir bem, o organismo precisa descansar, pratique atividades físicas e se possível evite aborrecimentos e estresse.

Conheça as formas de fazer o soro caseiro no artigo: Como fazer soro caseiro?

Referências:

  • UpToDate - James P Nataro, et al. Pathogenic Escherichia coli associated with diarrhea. Jan 13, 2020.
  • UpToDate - Rabia Agha; Marcia B Goldberg. Shigella infection: Treatment and prevention in adults. Jun 09, 2019.
  • Ministério da saúde - Brasil.
Obesidade: quais são os seus sintomas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os sintomas de obesidade incluem além do aumento de peso, cansaço excessivo, fome constante entre as refeições e sintomas gerais, citados mais detalhadamente a seguir.

Sintomas gerais da obesidade
  • Cansaço fácil;
  • Sono excessivo;
  • Suor excessivo;
  • Pernas inchadas e pesadas;
  • Sensação de fome constante entre as refeições;
  • Respiração ofegante.
Como saber se tenho obesidade?

A maneira mais simples e eficaz para definir a obesidade é através do cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal), calculado utilizando a altura e o peso do indivíduo, da seguinte maneira:

IMC = peso (kg) / altura (m)².

Segundo a SBEM (sociedade brasileira de endocrinologia e metabologia) e Ministério da saúde, a obesidade é definida pelo IMC acima de 30 kg/m². Os valores entre 25 e 29,9 kg/m² caracterizam o sobrepeso e a faixa considerada normal de peso, varia entre 18,5 e 24,9 kg/m²

O que é obesidade?

Trata-se de uma doença crônica, assim como a hipertensão e a diabetes, que ainda não tem cura, e dados de 2017 já apontavam para taxas de sobrepeso e obesidade atingindo mais da metade da população brasileira. Índices que continuam crescendo.

A doença aumenta os riscos de outras doenças graves como diabetes e câncer, por exemplo. Portanto, diversas campanhas têm sido realizadas, no intuito de reduzir essa estatística, auxiliar a população na prevenção e tratamento da doença, desde a infância.

Doenças relacionadas à obesidade

Algumas doenças podem ser provocadas pela obesidade, como:

  • Hipertensão arterial;
  • Diabetes;
  • Colesterol elevado;
  • Baixa autoestima;
  • Redução da expectativa de vida;
  • Disfunções renais;
  • Artrose;
  • Varizes;
  • Problemas cardiovasculares;
  • Dificuldade respiratória e cansaço;
  • Maior tendência de câncer, especialmente câncer de intestino e reto.

Os sintomas gerais da obesidade precisam ser avaliados considerando-se os fatores genéticos, ambientais, estilos de vida e psicossociais. Prevenir a obesidade também ajuda a evitar doenças que reduzem a qualidade e expectativa de vida das pessoas obesas.

Para detectar e tratar a obesidade busque orientação profissional de médicos/as e nutricionistas. A SBEM sugere a avaliação pelo IMC em todas as crianças a partir dos 5 anos de idade.

Apendicite aguda: o que é, quais as causas, sintomas e tratamento?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Apendicite aguda é uma condição na qual o apêndice vermiforme fica inflamado. O apêndice é um pequeno “saco”, localizado no intestino grosso. A principal causa da apendicite é a obstrução do apêndice provocada por fezes, corpo estranho, tumor ou parasita.

Apêndice vermiforme inflamado (apendicite aguda) Quais são os sintomas da apendicite aguda?

O primeiro sintoma da apendicite aguda geralmente é a dor ao redor do umbigo ou na parte central e superior do abdômen. A dor na barriga pode ser leve no início, mas torna-se mais aguda e intensa. Outros sintomas iniciais da apendicite podem incluir perda de apetite, náuseas, vômitos e febre baixa.

A dor tende a irradiar para a porção inferior direita do abdômen, 12 a 14 horas depois do início dos primeiros sinais e sintomas. As dores podem piorar ao caminhar, tossir ou fazer movimentos bruscos. Nessa fase, a pessoa pode apresentar calafrios, tremores, endurecimento das fezes, diarreia, febre, náuseas e vômitos.

Os sintomas da apendicite aguda podem variar, podendo ser difícil de detectar em crianças pequenas, adultos mais velhos e mulheres em idade reprodutiva.

Qual é o tratamento para apendicite aguda?

O tratamento da apendicite aguda é feito através de cirurgia, que consiste na retirada do apêndice vermiforme. Se a tomografia computadorizada indicar a presença de abscesso, pode ser necessário tomar antibióticos. Nesses casos, a cirurgia é realizada após o desaparecimento da infecção e da inflamação.

A maioria das pessoas com apendicite aguda recupera-se rapidamente após a cirurgia, desde que o apêndice seja retirado antes de se romper.

Se houver ruptura do apêndice antes do procedimento cirúrgico, a recuperação pode levar mais tempo. Nesses casos, aumentam os riscos de complicações, como formação de abscesso, obstrução intestinal, infecção generalizada no abdômen (peritonite) e infecção da ferida após a cirurgia.

A apendicite aguda é uma emergência médica. Em caso de suspeita de apendicite, procure atendimento médico imediatamente.

Insuficiência hepática
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A insuficiência hepática é um comprometimento grave das funções do fígado.

O fígado participa de funções vitais como coagulação, eliminação de toxinas do sangue e produção de proteínas. A doença pode ser aguda ou crônica e as principais causas são as infecções e uso abusivo de álcool e medicamentos.

Um médico de família, gastroenterologista ou hepatologista podem identificar a insuficiência hepática por meio de exame físico, avaliação de sintomas e exames de sangue.

Quais são os tipos de insuficiência hepática? 1. Insuficiência hepática aguda

A insuficiência hepática aguda se desenvolve rapidamente e as suas causas mais comuns são as infecções por vírus e uso de medicamentos, especialmente, o paracetamol. A infecção viral mais comum é a hepatite B.

Icterícia: coloração amarelada da parte branca dos olhos e da pele.

A pessoa com insuficiência hepática aguda apresenta alteração do estado mental (agitação, desorientação), coloração amarelada dos olhos (icterícia) e acúmulo de líquido no abdome (ascite).

O tratamento da insuficiência hepática aguda consiste em tratar os sintomas e, nos casos mais graves, pode ser necessário um transplante de fígado.

2. Insuficiência hepática crônica

A insuficiência hepática crônica se instala de forma gradual e vai comprometendo aos poucos o estado de saúde da pessoa com a doença. Geralmente, a doença no fígado é percebida quando a pessoa apresenta sintomas como a presença de sangue no vômito ou nas fezes.

Estes sangramentos ocorrem devida a ruptura de veias do estômago ou esôfago.

O tratamento é feito com internação hospitalar para tratamento dos sintomas ou transplante de fígado.

Quais os sintomas da insuficiência hepática? Ascite: acúmulo de líquido no abdome.

As pessoas com insuficiência hepática podem apresentar os seguintes sintomas:

  • Cansaço sem causa aparente,
  • Fraqueza,
  • Náuseas,
  • Perda de apetite,
  • Sangramentos (ou coagulação lentificada);
  • Icterícia (cor amarelada da parte branca dos olhos e da pele),
  • Acúmulo de líquido no abdome fazendo com que ele fique inchado (ascite),
  • Confusão mental, desorientação e sonolência, e
  • Hálito com cheiro adocicado.
Estou com insuficiência hepática, o que posso comer?

Se você está em tratamento da insuficiência hepática, é importante que você cuide da sua alimentação seguindo algumas orientações:

  • Reduza o consumo de proteínas de origem animal, especialmente as carnes vermelhas;
  • Limite também o consumo de ovos, peixes e queijos;
  • Consuma proteínas de origem vegetal como soja, feijões, lentilha e grão de bico;
  • Reduza o consumo de sal;
  • Não consuma álcool.

Um nutricionista pode ajudá-lo a definir os melhores alimentos para consumo e um plano alimentar adequado.

Como é feito o tratamento da insuficiência hepática?

O tratamento da insuficiência hepática depende da sua causa, dos sintomas que a pessoa apresenta e da gravidade da doença.

Para que o tratamento seja efetuado adequadamente, é preciso que o paciente seja internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI).

Se a causa da insuficiência hepática for uma infecção, serão utilizados medicamentos antibióticos ou antifúngicos. Seus sinais vitais são constantemente monitorizados e, além disso, é feito um ajuste na dieta do paciente.

Nos casos em que existe o risco iminente de morte, pode ser necessário realizar o transplante de fígado. O transplante tem o objetivo de restaurar a função do fígado, entretanto não é indicado para todas as pessoas.

Quando devo procurar o médico?

A insuficiência hepática é uma condição grave e você deve procurar um médico de família, clínico geral ou hepatologista se apresentar:

  • Alteração no nível de consciência (confusão mental, desorientação, sonolência);
  • Queda de pressão arterial (hipotensão);
  • Vômitos com sangue;
  • Sangue nas fezes;
  • Dificuldade respiratória;
  • Redução na quantidade de urina.

A insuficiência hepática é uma doença progressiva, ou seja, vai piorando quando o tratamento não é efetivado e pode ser fatal. Por este motivo, busque o mais rapidamente um médico de família, clínico geral ou hepatologista.

Saiba mais sobre a insuficiência hepática nos artigos:

Referência

Sociedade Brasileira de Hepatologia