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A fase lútea está relacionada com a gravidez?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

Sim, a fase lútea está relacionada com a gravidez, uma vez que é nesta fase que a mulher está no período fértil do seu ciclo menstrual, isto é, após a ovulação que ocorre por volta do décimo segundo dia do ciclo, a contar a partir do primeiro dia de sangramento menstrual.

Essa fase tem início com a formação do corpo lúteo (do dia em que ocorre a ovulação ao primeiro dia do próximo ciclo menstrual (menstruação). Dura aproximadamente 12 a 16 dias, quando o corpo lúteo degrada-se (luteólise), ou mantém-se ativo (quando a mulher engravida), liberando hormônios (grande quantidade de progesterona e moderada quantidade de estrógeno) que mantêm a gestação até que a placenta assuma esse papel, entre a oitava e décima segunda semanas.

O hormônio que predomina neste período é a progesterona (há uma queda nos níveis de estrógeno e um pico de progesterona), o que faz cessar o espessamento da camada mais interna do útero (endométrio), mas mantém a circulação sanguínea e aporte de nutrientes para o caso de uma eventual nidação (quando o óvulo fecundado se fixa ao endométrio).

Caso ocorra a nidação, a produção de hCG pelas células do sinciciotrofoblasto mantém o corpo lúteo ativo; caso contrário ele degenera (processo que leva duas semanas a partir da ovulação) e a mulher menstrua, começando um novo ciclo.

O período fértil, na mulher, pode ser facilmente calculado tomando como base o dia da ovulação (por volta do décimo segundo dia). Como os espermatozóides podem estar viáveis (capazes de fecundar o óvulo) até 72 horas depois de uma relação sexual, alguns ginecologistas consideram que o período fértil esteja compreendido entre três dias antes da ovulação (nono dia do ciclo) até seis dias após (décimo oitavo dia do ciclo), mas esse período varia de acordo com a opinião de cada profissional.

Em caso de suspeita de gestação, um médico ginecologista deverá ser consultado.

O que pode alterar o ciclo menstrual?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os principais fatores que podem alterar o ciclo menstrual e afetar o número de dias do ciclo, a duração do período menstrual ou a quantidade de sangue perdido na menstruação, são:

  • Síndrome do ovário policístico;
  • Uso incorreto de anticoncepcionais;
  • Pílula do dia seguinte;
  • Tumores;
  • Endometriose;
  • Hiperprolactinemia (aumento do nível do hormônio prolactina no sangue, responsável pela produção de leite);
  • Alterações na tireoide;
  • Obesidade;
  • Medicamentos;
  • Estresse.

Se a menstruação estiver atrasada, a alteração no ciclo pode ter sido causada por:

  • Gravidez;
  • Endometriose;
  • Hipotireoidismo;
  • Síndrome dos ovários policísticos;
  • Alterações na glândula suprarrenal;
  • Alterações na glândula hipófise;
  • Estresse ou ansiedade;
  • Excesso de peso;
  • Excesso de atividade física;
  • Dietas radicais;
  • Má qualidade do sono.

Já o aumento do fluxo menstrual pode ter como causa:

  • Miomas;
  • Hipertireoidismo;
  • Lesões no colo do útero;
  • Câncer no útero.

O ciclo menstrual normalmente tem um tempo de duração que varia entre 24 e 35 dias, sendo que os dias de menstruação duram de 3 a 5 dias, podendo variar em alguns casos.

Alterações no ciclo menstrual são normais nos 2 primeiros anos após a 1ª menstruação, na fase pré-menopausa e em caso de gravidez.

Se nenhuma dessas situações estiver associada, qualquer mudança no ciclo, na duração da menstruação ou no fluxo menstrual deve ser comunicada ao ginecologista.

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Mulher sem ovários menstrua?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Mulher sem os dois ovários não menstrua, pois com a retirada dos ovários, a mulher deixa de produzir alguns hormônios que estimulam a camada interna do útero (endométrio). Sem esse estímulo, o endométrio não fica espesso e não descama, não havendo, portanto, a menstruação.

Porém, se a mulher tiver apenas um ovário ela continua ovulando e produzindo os hormônios, por isso menstrua e permanece fértil, podendo engravidar normalmente.

O procedimento cirúrgico para remover um ou ambos os ovários recebe o nome de ooforectomia. Quando a cirurgia consiste na remoção de ambos os ovários, é chamada de ooforectomia bilateral. Quando o procedimento envolve a retirada de apenas um ovário, é chamado de ooforectomia unilateral.

Mulheres que ainda não estão na menopausa e têm que se submeter a uma ooforectomia bilateral, enfrentam uma menopausa prematura, que reduz abruptamente os níveis dos hormônios estrógeno, progesterona e testosterona.

O decréscimo abrupto dos níveis desses hormônios podem trazer algumas consequências, como:

  • Ondas de calor, alteração do humor, irritabilidade, alteração do padrão do sono;
  • Secura vaginal, desconforto nas relações sexuais;
  • Maior risco de doença cardiovascular, osteoporose, fratura do quadril e demência.

Para maiores esclarecimentos, a mulher deve falar com o/a ginecologista ou clínico/a geral ou médico/a de família.

A partir de que idade é possível engravidar?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

É possível engravidar a partir do momento que ocorre a primeira menstruação (menarca), o que normalmente acontece entre 11 e 14 anos de idade. No Brasil, a média é de 12 anos. A vinda da primeira menstruação é sinal de que a mulher já está ovulando e por isso já é possível engravidar.

Não existe uma idade certa para ocorrer a primeira menstruação, uma vez que essa idade é influenciada por fatores genéticos, ambientais e metabólicos, podendo variar de pessoa a pessoa. 

Os sinais que indicam que a menarca está próxima são o estirão de crescimento, o desenvolvimento das mamas e o crescimento de pelos pubianos e nas axilas. Depois vem a menstruação e, após ela, uma diminuição no crescimento.

Esse conjunto de acontecimentos compõem a fase da puberdade que mudará as características do corpo da menina.

A partir do momento em que ocorre a primeira menstruação, o organismo deu indício de que a ovulação começou a acontecer e que há possibilidade de engravidar.

É muito importante conversar com as e os adolescentes sobre educação sexual, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e de gravidez indesejada. Assim, elas e eles poderão se envolver nas descobertas do corpo e da sexualidade com segurança.

Posso pintar cabelo ou fazer selagem quando estou menstruada?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim, a mulher quando está menstruada pode fazer selagem ou pintar o cabelo, desde que sejam usados produtos que não contenham formol. Se a selagem for apenas com queratina, você pode fazer. 

ANVISA proíbe o uso de formol como alisante, pois o produto pode causar sérios danos a qualquer pessoa. O/a profissional que aplica o produto também corre riscos.

Dentre as complicações causadas pelo formol estão:

  • Irritação;
  • Coceira;
  • Queimadura;
  • Inchaço;
  • Descamação e vermelhidão do couro cabeludo;
  • Queda de cabelo;
  • Ardência e lacrimejamento dos olhos;
  • Falta de ar;
  • Tosse;
  • Dor de cabeça;
  • Ardência e coceira no nariz.

Exposições repetidas ao produto podem causar ainda:

  • Boca amarga;
  • Dores abdominais;
  • Enjoo;
  • Vômito;
  • Desmaios;
  • Feridas na boca, narinas e olhos;
  • Câncer.

Caso não seja possível confirmar se o produto é ou não seguro, não faça a selagem, seja durante ou após o período da menstruação.

Minha menstruação é uma secreção escura, é normal?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A cor do sangue da menstruação tende a ser mais escura (vermelho escuro ou marrom) nos primeiros e últimos dias, sendo vermelho vivo no meio da menstruação. Cada mulher pode apresentar uma coloração diferente do sangramento, especialmente as que usam algum tipo de anticoncepcional hormonal. Isso é normal e não há motivos para preocupações.

A duração da menstruação pode variar entre 3 a 7 dias a depender da mulher, do seu ciclo menstrual e da utilização de métodos anticoncepcionais hormonais. Durante a menstruação, a cor do sangue pode variar entre marrom, vermelho escuro a vermelho vivo e, quando o fluxo é intenso, pode haver presença de coágulos.

É importante a mulher observar seu corpo para compreender como seu ciclo menstrual funciona e quais as características dele. Em caso de dúvidas, pode procurar o/a ginecologista, médico de família ou clínico geral.

Para saber mais sobre menstruação, você pode ler:

Tipos de menstruação: o que significam as diferentes cores?

Minha menstruação é uma secreção escura, é normal?

Menstruação não veio, no lugar dela uma borra marrom...

FEBRASGO. Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.

O que pode atrasar a menstruação?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Além da gravidez, existem outras causas para um atraso da menstruação, tais como:

  • Exercícios físicos em excesso: A prática muito frequente de atividade física rigorosa pode não só atrasar a menstruação, como também interrompê-la por algum período de tempo. Isso ocorre devido ao elevado gasto energético do corpo com os exercícios.  Enquanto a atividade física moderada estimula a liberação de endorfina, que ajuda a regularizar a menstruação, os exercícios pesados favorecem o aumento da prolactina, um hormônio relacionado com a amamentação, o que provoca atrasos ou falhas na menstruação;
  • Dietas muito restritivas: A falta de ingestão de nutrientes essenciais em dietas muito restritivas levam o corpo a cortar funções que são menos vitais para se preservar, podendo então ir buscar esses nutrientes que estão em falta no sangue. Além disso, dietas muito restritivas podem alterar o sistema que regula o equilíbrio hormonal reprodutivo, provocando uma redução da ovulação e um aumento exagerado na produção de progesterona, inibindo a menstruação;
  • Estresse e ansiedade: Um estresse muito grande, como um acidente, a morte de alguém ou uma notícia muito ruim, pode inibir a ovulação e atrasar a menstruação. Mesmo um simples estresse mais prolongado já pode causar alterações no ciclo menstrual. Tanto o estresse como a ansiedade podem levar à ausência de menstruação causada por alterações hormonais;
  • Obesidade: A grande quantidade de gordura nos tecidos interfere na menstruação. Como os hormônios femininos são metabolizados e armazenados no tecido gorduroso do corpo, o excesso de gordura pode interferir no funcionamento da hipófise, que controla a ovulação, provocando alterações no ciclo menstrual;
  • Dormir pouco: Embora não seja uma causa frequente de atraso da menstruação, a privação do sono pode causar um desequilíbrio hormonal e alterar o ciclo menstrual, principalmente se vier acompanhada de estresse e ansiedade;
  • Doenças: O atraso ou a ausência de menstruação podem estar relacionados com problemas na tireoide, endometriose, ovários policísticos, entre outras doenças.

Caso note um atraso menstrual frequente consulte o seu médico de família ou ginecologista para que a causa seja devidamente diagnosticada.

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É normal ficar com a menstruação desregulada depois do parto?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim. Após o parto, a mulher pode apresentar menstruação desregulada.

Nos primeiros meses após o parto, quando a mulher está amamentando exclusivamente a criança, a menstruação fica interrompida.

Com a introdução de outros tipos de leite e da alimentação na dieta da criança, a mulher voltará a apresentar as menstruações a cada ciclo menstrual. Essa menstruação poderá ter algumas características diferentes daquelas do período anterior à gestação.  

As menstruação que ocorrerão após o parto poderão vir com fluxo mais intenso, durar mais dias e apresentar uma coloração mais forte. Essas alterações são normais.

Deve-se lembrar que mesmo com a menstruação desregulada, a ovulação está presente e a mulher pode engravidar. Por isso, é importante a mulher ter um planejamento familiar adequado juntamente com seu parceiro e que contemple o uso de algum método contraceptivo caso ela não queira engravidar.

Em caso de sangramentos em grande volume, a mulher pode procurar o/a ginecologista, médico/a de família ou clínico/a geral para uma avaliação.

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