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O que é, como se pega e como tratar calcanhar de maracujá (miíase)?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Popularmente conhecida como calcanhar de maracujá, a miíase consiste em uma infecção de pele provocada quando ovos de moscas são depositados em feridas (lesões). Dentro de um período de 30 a 60 dias este ovos se transformam em larvas que se proliferam e causam a infecção.

A miíase pode acometer crianças e adultos, principalmente nas regiões expostas da pele. O couro cabeludo também pode ser afetado. A região da pele por onde a larva penetra fica semelhante a um furúnculo (miíase furunculóide) por seu aspecto avermelhado e purulento.

Como se contrai a miíase?

Em alguns casos, a miíase pode acontecer em decorrência da deposição de larvas de moscas específicas em cavidades como nariz e orelhas e ferimentos na pele. Outra forma de contaminação se dá pela ingestão de alimentos ou bebidas contaminados.

Sintomas da miíase
  • Presença de nódulo avermelhado com um pequeno orifício ao centro;
  • Saída constante de secreção pelo orifício;
  • Sensação de movimentos na lesão;
  • Fisgada;
  • Ferroada.
Tipos de miíase
  • Miíase furuncular: lesão é semelhante à uma espinha.
  • Miíase migratória: se assemelha ao bicho geográfico.
  • Miíase cavitária: comum em feridas abertas e em casos de câncer de pele.

A miíase também pode ser classificada como primária ou secundária.

  • Miíase primária: as moscas depositam seus ovos na pele, areia, terra ou roupas úmidas e estes ovos se desenvolvem e se transformam em larvas que infectam a pele.
  • Miíase secundária: neste tipo de miíase as larvas se desenvolvem em regiões não saudáveis da pele. Ocorre em feridas com necrose (tecido morto) ou ulcerações como, por exemplo, lesões provocadas por alguns tipos de câncer e leishmaniose.
Tratamento da miíase

O tratamento da miíase consiste na retirada manual das larvas e na limpeza das feridas. Fechar o orifício da lesão com vaselina ou um esparadrapo por algum tempo pode facilitar a remoção das larvas. Ao fechar a lesão, as larvas vão à superfície para respirar e este é o momento de removê-las.

Nos casos em que a lesão é muito grande a retirada das larvas pode ser feita mediante o uso de anestesia local. Há ainda algumas medicações orais que podem ser utilizadas no tratamento como a ivermectina.

Nenhum tratamento caseiro é indicado para miíase.

Ao perceber os sintomas procure um/a médico/a. Se puder busque um/a dermatologista. Estes profissionais devem verificar se outros órgãos podem estar afetados.

Prednisona serve para dor de dente?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

A prednisona não deve ser usada para aliviar a dor de dente. Ela é um corticoide, que só deve ser usado com orientação de um médico e que, normalmente, só é utilizado para tratar:

  • Doenças endócrinas (relacionadas a alterações hormonais);
  • Doenças osteomusculares, como a artrite;
  • Doenças do colágeno, como o lúpus eritematoso sistêmico;
  • Doenças dermatológicas, como a psoríase ou a dermatite seborreica grave;
  • Alergias;
  • Processos inflamatórios e alérgicos dos olhos e anexos;
  • Doenças respiratórias, como sarcoidose e beriliose.

Os medicamentos mais indicados para o tratamento da dor de dente podem variar, dependendo da causa e da intensidade da dor. Geralmente são usados anti-inflamatórios, como ibuprofeno ou paracetamol.

Em casos de dor mais intensa, pode ser indicado um analgésico opioide. Quando há infecção, é necessário o tratamento com antibióticos. Por isso, é importante procurar um dentista quando estiver com dor de dente.

Se quiser saber mais sobre dor de dente, leia também:

Referências:

Prednisona. Bula do medicamento

Hennessy BJ. Dor e infecção dentárias. Manual MSD.

Nimesulida corta o efeito da pílula anticoncepcional?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

A nimesulida não corta o efeito do anticoncepcional — desde que a pílula seja tomada da maneira correta.

Mas há alguns medicamentos que podem cortar o efeito do anticoncepcional oral (pílula). Alguns exemplos são:

  • Anticonvulsivantes (medicamentos para evitar convulsões): primidona, fenitoína, barbitúricos, carbamazepina, oxcarbazepina, topiramato, felbamato
  • Antibióticos usados para tratar a tuberculose: rifampicina e rifabutina
  • Outros antibióticos: antibióticos macrolídeos, por exemplo, claritromicina, eritromicina
  • Medicamentos antifúngicos: griseofulvina, itraconazol, voriconazol, fluconazol
  • Terapia antirretroviral para HIV / AIDS e tratamento para hepatite C: simeprevir, paritaprevir, ritonavir, nevirapina e efavirenz são alguns exemplos
  • Alguns medicamentos usados para diminuir a pressão, como verapamil, diltiazem (inibidores dos canais de cálcio)

Além destes medicamentos, tome cuidado com o que toma. A erva-de-são-joão (Hypericum perforatum) em chás ou medicamentos para depressão e o suco de toranja (ou grapefruit), por exemplo, também podem cortar o efeito dos anticoncepcionais orais.

Você pode continuar tranquila em relação ao efeito da pílula se estiver tomando a nimesulida, pois ela não aumenta o risco de gravidez. Entretanto, se tomar um dos medicamentos acima pode engravidar mesmo usando o anticoncepcional.

Sempre que tiver dúvida sobre se algum medicamento pode afetar o efeito do anticoncepcional, o ideal é falar com o médico ou farmacêutico. Outra alternativa é usar outro método anticoncepcional além da pílula, como o preservativo feminino ou masculino (camisinha).

Você pode se interessar também:

Referências:

Organização Mundial da Saúde. Criterios médicos de elegibilidad para el uso de anticonceptivos. Quinta edición. 2015

Najimudeen M, Sachchithanantham K. Prescribing Hormonal Contraception. British J Medicine Medical Research. 2016; 15(11): 1-8.

Glaucoma tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O glaucoma não tem cura, mas possui tratamento, que é feito através do uso de colírios até o fim da vida. Esta é a forma mais segura de manter a pressão interna dos olhos sob controle e retardar a evolução da doença. Sem tratamento, o glaucoma pode causar cegueira. 

A outra opção de tratamento para o glaucoma é a cirurgia, indicada quando os colírios não são capazes de controlar a pressão intraocular. A cirurgia tem por objetivo diminuir a pressão interna do olho e, na maioria dos casos, o paciente não precisa mais usar colírios. Porém, se a visão já tiver sido afetada, ela não pode ser recuperada com a operação.

O oftalmologista é o médico responsável pelo diagnóstico, controle e tratamento do glaucoma.

Quais as causas mais comuns de diarreia?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

As causas mais comuns de diarreia são as gastroenterites virais, que quase sempre desaparecem espontaneamente em poucos dias. O rotavírus é a causa mais comum de diarreia aguda em crianças.

A ingestão de alimentos ou água contaminados por certos tipos de bactérias, ou parasitas (intoxicação alimentar) também pode causar diarreia. A diarreia também pode ser causada por medicamentos, como antibióticos, medicamentos quimioterápicos para câncer e laxantes contendo magnésio.

Outras causas comuns de diarreia incluem:

  • Doença celíaca;
  • Doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn e colite ulcerativa);
  • Síndrome do intestino irritável;
  • Intolerância à lactose;
  • Síndromes de má absorção, que impedem a absorção de nutrientes pelo intestino.

As causas menos comuns de diarreia podem incluir síndrome carcinoide (tumores benignos ou malignos no intestino), distúrbios dos nervos do intestino, remoção parcial do estômago ou do intestino delgado e radioterapia.

O que é diarreia?

Diarreia é uma condição que se caracteriza pela eliminação de fezes aquosas ou moles, pelo menos 3 vezes por dia. Em algumas pessoas, a diarreia é leve e desaparece em alguns dias, enquanto em outras, pode durar mais tempo, podendo deixar a pessoa fraca e desidratada.

Diarreia que dura mais de alguns dias pode ser sinal de um problema mais sério. Se a diarreia durar mais de 4 semanas ela é considerada crônica e pode ser sintoma de alguma doença crônica. Os sintomas da diarreia crônica podem ser contínuos ou podem aparecer e desaparecer.

A diarreia pode ser grave quando ocorre em bebês e crianças, sendo necessário um tratamento diferente do que seria usado para tratar a diarreia em adultos.

Quais os sintomas que podem acompanhar a diarreia?
  • Cãibras ou dor no abdômen;
  • Necessidade urgente de evacuar;
  • Perda do controle do intestino;
  • Febre, calafrios e sangue nas fezes (diarreia causada por vírus ou bactérias).
Como tratar diarreia?

Na maioria dos casos, é possível tratar a diarreia em casa. O tratamento consiste em beber bastante líquidos para evitar a desidratação e evitar determinados alimentos, dando prioridade a outros.

Deve-se evitar tomar medicamentos para diarreia que podem ser comprados sem receita médica.

Veja também: Diarreia: o que fazer?

Para casos de diarreia crônica, como a causada pela síndrome do intestino irritável, é necessário fazer mudanças na dieta e no estilo de vida.

Como prevenir diarreia?

O uso de suplementos que contêm bactérias benéficas (probióticos) pode ajudar a prevenir episódios de diarreia, sobretudo aqueles causados pelo uso de antibióticos. Alguns iogurtes com bactérias vivas ou ativas também são uma boa fonte dessas bactérias benéficas para o intestino.

As seguintes medidas podem ajudar a prevenir doenças que causam diarreia:

  • Lavar as mãos com frequência, principalmente depois de usar o banheiro e antes de comer;
  • Passar gel à base de álcool nas mãos frequentemente;
  • Ensinar as crianças a não colocar objetos na boca;
  • Beber apenas água engarrafada, filtrada ou fervida;
  • Evitar comer frutas e vegetais crus sem lavar ou descascar;
  • Não comer frutos do mar crus ou carne mal cozida.
Quando procurar um médico em caso de diarreia?

Procure um médico se a diarreia vier acompanhada de sinais e sintomas de desidratação, como diminuição do volume de urina, vertigem ou tontura, boca seca e olhos fundos.

Na presença de sangue nas fezes, fezes pretas, dor de estômago que não desaparece após a evacuação ou diarreia com febre acima de 38ºC, também deve-se procurar atendimento médico.

Saiba mais em:

É possível usar minoxidil na cara para fazer crescer a barba?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Apesar do minoxidil ter ganhado popularidade para fazer crescer a barba, o uso em outras partes do corpo fora da cabeça não foi ainda testado em laboratório. Por isso, não é recomendado usar essa medicação no rosto.

O minoxidil é uma medicação indicada para calvície no couro cabeludo. Ele não é uma medicação para tratamento de pelos, mas de cabelos do couro cabeludo. 

A absorção da pele do couro cabeludo é diferente da pele da face, dessa maneira, há possibilidade de uma absorção maior quando aplicado na face, aumentando a chance de efeitos colaterais como o aumento da pressão e a interação com outros medicamentos.

O minoxidil é contraindicado para pessoas alérgicas aos componentes da fórmula do medicamento e não deve ser usado por mulheres. 

Como funciona o minoxidil?

O minoxidil pode reverter o processo de queda de cabelos em homens com calvície hereditária (alopecia androgênica). A aplicação deve ser feita no local. O uso no rosto para fazer crescer a barba não é indicado pelo fabricante do medicamento.

Para se observar resultados na calvície, não necessários pelo menos 2 meses de aplicação de minoxidil), 2 vezes ao dia, para que ocorra o crescimento esperado do cabelo.

Quais são os efeitos colaterais do minoxidil?

O uso de minoxidil em excesso pode aumentar a sua absorção e provocar efeitos que afetam todo o organismo, como palpitações, dor no peito, debilidade, vertigem, aumento de peso, aumento da transpiração nas mãos e nos pés e inchaço. 

Os efeitos colaterais comuns são os que ocorrem em 1% a 10% das pessoas que usam o minoxidil. Dentre eles estão: crescimento indesejado de cabelo fora do couro cabeludo (inclusive no rosto de mulheres), reação alérgica local, coceira, pele seca, descamação do couro cabeludo e aumento da perda de cabelos.

Esse aumento temporário da perda de cabelos normalmente ocorre depois de duas a seis semanas do início do tratamento e tende a diminuir depois de algumas semanas. 

Os efeitos colaterais muito raros são os que ocorrem em menos de 0,01% das pessoas que utilizam o medicamento. Dentre eles estão inflamação alérgica da pele, inflamação do folículo piloso e aumento da oleosidade.

Apesar de não ser preciso receita médica para a compra do minoxidil, é indicado procurar o/a médico/a dermatologista, clínico/a geral ou médico/a de família para melhor orientar o uso, avaliar os possíveis efeitos adversos e acompanhar a evolução do tratamento, bem como propor outras alternativas de terapêutica.

Acalásia tem cura?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Acalásia não tem cura, porém o tratamento pode prevenir diversos sintomas.

O tratamento para acalásia pode incluir:

  • Medicamentos que relaxam a musculatura do esôfago e permitam a passagem do alimento para o estômago;
  • Cirurgia de correção;
  • Aplicação de medicamento durante a endoscopia digestiva;
  • Uso de bandas que alargam a musculatura do esôfago e garante a passagem da comida para o estômago.

Acalásia é uma condição que afeta o esôfago, a estrutura do sistema digestório que conecta a boca ao estômago.

Na acalásia, a musculatura da porção final do esôfago que fica em contato com o estômago não relaxa de forma suficiente para que a comida chegue no estômago. Com isso, a comida pode ficar acumulada nessa porção causando os sintomas.

O médico gastroenterologista indicará o tratamento mais adequado para cada caso.

Osteomielite tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim, a osteomielite tem cura. O tratamento da osteomielite consiste em várias etapas. Em geral, é indicado um debridamento (raspagem) para retirar o tecido morto ao redor e parte do osso danificado. Além disso, é iniciado o tratamento medicamentoso com antibióticos para eliminar o micro-organismo causador da infecção.

A cura da osteomielite depende sobretudo de 2 fatores: limpeza cirúrgica e uso do antibiótico adequado.

O objetivo da limpeza cirúrgica é remover o foco da infecção, retirar a prótese infectada (se for o caso), fazer coleta de material do osso para biópsia (para confirmar diagnóstico) e fazer coleta de material para identificar o micro-organismo causador da infecção).

Osteomielite

Remover o foco da infecção consiste em retirar o material que está encapsulado (abcessos) ou sem irrigação sanguínea.

Existem muitos micro-organismos (bactérias e fungos) que podem causar osteomielite e para cada grupo de micróbios existe um antimicrobiano específico. Por isso, a identificação do micro-organismo causador da infecção é fundamental para se acertar no tratamento e curar a osteomielite.

Mesmo com o uso da medicação correta, pode ser necessário realizar outras limpezas cirúrgicas durante o tratamento da osteomielite, sobretudo em pessoas com fatores de risco para complicações.

Se houver suspeita de infecção na articulação, pode ser realizada uma aspiração articular asséptica para retirar líquido da articulação e enviar para análise.

A duração total do tratamento irá depender do tipo de antibiótico selecionado pela equipe médica, do processo de cicatrização de cada pessoa e da localização do osso atingido e extensão da infecção.

Em alguns casos, podem ocorrer complicações que poderão prolongar o tratamento.

Quais as complicações da osteomielite?

Se a osteomielite não for curada, o próprio organismo pode ser capaz de conter a infecção e deixá-la inativa durante um período de tempo não definido. Em outros casos, a infecção pode atingir estruturas vizinhas ou se espalhar pelo corpo, causando uma infecção generalizada (sepse).

A osteomielite é uma infecção no osso que é acompanhada por alguns sintomas como a dor.

A escolha do tratamento mais recomendado irá depender do aspecto da lesão, das consequências da infecção e do micro-organismo causador da infecção.