Quais as causas e sintomas da hipoglicemia?
Praticamente todos os casos de hipoglicemia tem como causa o efeito adverso do tratamento com insulina ou hipoglicemiantes orais em pacientes diabéticos.
Ocorre principalmente naqueles que fazem injeções de insulina, o que é comum nos pacientes com diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2 em fase avançada.
Naqueles que não têm diabetes, o pâncreas é capaz de controlar de forma precisa os níveis de glicose no sangue. A insulina é produzida constantemente, sendo liberada em maior ou menor quantidade ao longo do dia, de acordo com os valores da glicemia.
É raro a hipoglicemia ocorrer em pacientes não diabéticos. Porém, quando surge, pode ter como causas:
- Alcoolismo;
- Cirrose ou hepatite grave;
- Desnutrição ou dieta pobre em carboidratos;
- Deficiência de cortisol;
- Tumores do pâncreas;
- Medicamentos: gatifloxacino, quinina, indometacina, lítio e pentamidina;
- Cirurgias para redução do estômago.
Fadiga, dor de cabeça, irritação ou falta de energia após períodos de jejuns prolongados não significa, necessariamente, que a pessoa esteja com hipoglicemia.
Esses sinais são uma reação natural do corpo em relação à fome e não quer dizer que sejam causados pelos baixos níveis de açúcar no sangue. Para ser considerada como hipoglicemia, a glicemia tem que estar abaixo de 60 mg/dL.
Na maior parte dos casos, os sintomas de hipoglicemia só aparecem quando o valor da glicemia fica abaixo de 60 mg/dl.
A glicose é o principal combustível do corpo e quando os seus níveis no sangue ficam baixos, o corpo manifesta sinais e sintomas típicos, devidos não só ao sofrimento celular por falta de energia, principalmente dos neurônios, mas também à reação do sistema nervoso face à queda dos valores de glicose sanguínea.
Quando os níveis de glicose sanguínea tornam-se perigosamente baixos, além de estimular a produção de glucagon, o cérebro, sob estresse metabólico, também provoca um aumento da adrenalina, um hormônio inibe a insulina e estimula a liberação das reservas de glicose do fígado.
Níveis elevados de adrenalina, glucagon e outros hormônios contrarreguladores no sangue causam os sintomas adrenérgicos da hipoglicemia, também conhecidos como sintomas neurogênicos da hipoglicemia.
Alguns dos sinais e sintomas mais comuns:
- Sudorese;
- Tremores;
- Nervosismo;
- Calor;
- Fome;
- Taquicardia (coração acelerado);
- Dormência nos lábios ou membros;
- Dor de cabeça.
Em geral, os sintomas neurogênicos da hipoglicemia surgem quando a glicemia fica abaixo de 60 mg/dl. Pessoas mais sensíveis podem ter sintomas brandos com glicemias abaixo de 70 mg/dl.
Os sintomas neuroglicopênicos da hipoglicemia são aqueles que surgem por causa da falta de glicose para as células cerebrais. Geralmente ocorrem quando a glicemia fica abaixo de 55 ou 50 mg/dl.
Como a glicose é a principal fonte de energia dos neurônios, quando ela fica escassa, as células cerebrais passam a funcionar inadequadamente, podendo causar os seguintes sinais e sintomas:
- Prostração;
- Alterações de comportamento;
- Perda da capacidade de raciocínio;
- Letargia;
- Incoordenação motora;
- Discurso incoerente;
- Alterações visuais;
- Redução do nível de consciência;
- Convulsões;
- Coma.
Os últimos 3 sintomas descritos costumam surgir apenas em casos graves de hipoglicemia, com valores de glicose no sangue abaixo de 40 mg/dl. Valores de hipoglicemia menores que 30 mg/dl podem provocar a morte se não forem detectados e corrigidos.
Em caso de suspeita de hipoglicemia, um médico (preferencialmente um endocrinologista) deverá ser consultado. Ele poderá avaliar detalhadamente, através de anamnese, exame físico e eventuais exames complementares, qual é o seu diagnóstico correto, orientá-lo e prescrever o melhor tratamento, caso a caso.