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Quais são os efeitos da maconha?

Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A maconha produz efeitos físicos e psíquicos no organismo. Os efeitos agudos são aqueles observados logo depois de fazer uso (fumar) e que podem permanecer por algumas horas. Já os efeitos crônicos são uma consequência do uso continuado da maconha durante semanas, meses ou anos.

Os efeitos físicos agudos incluem: olhos avermelhados, boca seca e aumento da frequência cardíaca (taquicardia), podendo ultrapassar os 140 batimentos por minuto.

Já os efeitos psíquicos agudos da maconha dependem da qualidade da erva e da sensibilidade de cada um. Em geral, as pessoas referem uma sensação de bem-estar, calma, relaxamento e vontade de rir. Entretanto, em algumas pessoas os efeitos podem ser menos agradáveis, como angústia, ansiedade, atordoamento, tremores e sudorese (transpiração).

A maconha também altera a percepção de tempo e espaço. Quinze ou vinte minutos parecem ter a duração de uma hora ou mais. A pessoa tem a sensação de que se passou muito mais tempo do que o tempo real. Ainda, as distâncias podem parecer maiores do que realmente são.

Um efeito comum da maconha é a perda da memória de curto prazo, que guarda informações que acabaram de ser apresentadas. Sob efeito da droga, a pessoa se esquece facilmente de algo que acabou de ler ou ouvir, como um número por exemplo.

Dependendo da sensibilidade do organismo à droga ou da quantidade de maconha consumida, pode ocorrer até delírios e alucinações. Os delírios caracterizam-se pela "mania da perseguição", que pode levar ao pânico ou quadros de oscilação de humor. Por exemplo, a pessoa entra num local, vê um policial e quer sair correndo porque acha que a polícia está ali para lhe prender. Já a alucinação é ver ou ouvir algo que não existe.

Enquanto que os efeitos físicos agudos da maconha não passam de pequenas alterações, os seus efeitos crônicos no corpo são muito mais abrangentes. O uso contínuo da maconha afeta consideravelmente os pulmões e a produção do hormônio masculino testosterona.

A irritação causada pela fumaça pode provocar bronquites e problemas respiratórios. A fumaça da maconha contém mais alcatrão que a do cigarro comum, além de ter uma substância altamente cancerígena chamada benzopireno.

O uso crônico de maconha também pode reduzir pela metade a quantidade do hormônio testosterona nos homens, podendo interferir na produção de espermatozoides e causar infertilidade. Contudo, esse efeito desaparece ao deixar de fumar a erva.

Os efeitos psíquicos crônicos da maconha caracterizam-se por prejuízos na aprendizagem e na memorização, além de falta de motivação. Algumas pessoas podem ficar dependentes da maconha ao ponto de organizar a sua rotina em torno do uso da droga e desvalorizar outras coisas que são importantes.

Também já se sabe que fumar maconha pode piorar o quadro da esquizofrenia ou promover o desenvolvimento da doença quando ela ainda não está evidente.

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