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Quais são os principais sintomas do diabetes tipo 2?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O diabetes tipo 2 pode causar poucos ou mesmo nenhum sintoma, principalmente durante os primeiro meses ou anos da doença.

A doença pode ser pouco sintomática por anos, fazendo com que as suas manifestações só sejam visíveis no futuro devido a complicações.

Quando ocorrem, os sintomas mais frequentes dos diabetes tipo 2 são:

1. Aumento da frequência urinária e sede intensa constante

A poliúria, que é o aumento da frequência urinária, e a polidipsia, que é o aumento da sede, são dois sintomas muito característicos e típicos do diabetes. Acontece quando há uma grave descompensação dos níveis de açúcar no sangue.

No diabetes o organismo tenta liberar grande parte da glicose que está em excesso através da urina, sendo que para isso também elimina bastante água, por isso, o diabetes aumenta a frequência e volume urinários.

Em contrapartida, o organismo passa a precisar do volume de água que foi perdido pela urina. A pessoa com diabetes passa, então, a sentir mais sede e ingerir muito mais água.

2. Perda de peso apesar de ingesta normal de alimentos

O emagrecimento também é um sintoma frequente no diabetes avançado.

A dificuldade de reconhecimento e uso da glicose circulante no sangue, faz com que a pessoa não consiga aproveitar as calorias presentes na glicose, levando ao emagrecimento e perda de peso mesmo que a pessoa esteja se alimentando normalmente.

3. Fadiga e cansaço

O conjunto de desidratação, desnutrição e todo o desbalanço metabólico que ocorre no diabetes, pode desencadear um quadro de fadiga constante, aparentemente sem explicação.

A fadiga e sensação de cansaço pode inclusive ser um dos únicos sintomas relatados pelas pessoas com diabetes.

4. Aumento da fome

O aumento da fome também pode ocorrer em pessoas que apresentam diabetes descompensado, embora seja um sintoma menos comum.

No diabetes tipo 2 avançado, o organismo passa a apresentar uma dificuldade de identificar a glicose circulante no sangue, associado a isso há também uma grande perda de glicose pela urina.

Esses dois fatores fazem com que o corpo entenda que falta glicose, desencadeando o aumento do apetite e da fome, fazendo com que a pessoa com diabetes sinta mais fome e coma excessivamente.

5. Infecções recorrentes

A diabetes causa também alterações e deficiências no sistema imunológico. Com o sistema imune enfraquecido, ocorre um aumento da predisposição a infecções.

Nos diabéticos ocorrem um aumento do risco de infecção urinária, pulmonar e principalmente da pele.

6. Coceira vaginal

Os altos índices de glicose alteram o pH e microflora bacteriana da vagina, o que predispõe a proliferação de fungos e o aparecimento de sintomas da candidíase vaginal, como coceira e ardência vulvar.

A candidíase de repetição inclusive pode ser o único sintoma de mulheres com diabetes, portanto, é preciso estar atento quando este sintoma surge.

7. Dificuldade de cicatrização

A dificuldade de cicatrização é frequentemente associada com o diabetes. Ela ocorre devido principalmente a alterações na microcirculação dos tecidos.

Os vasos sanguíneos reduzem a sua capacidade de irrigar a região da ferida, dificultando a chegada de moléculas que são essenciais para a recuperação do tecido lesionado.

Essas alterações na vascularização associados a distúrbios no sistema imune e neurológico dificultam ainda mais o complexo sistema de recuperação de uma ferida. É por isso, que pessoas com diabetes descompensado apresentam um tempo de cicatrização maior.

8. Distúrbios visuais

Os distúrbios da visão, que podem se manifestar através de visão embaçada e dificuldade de enxergar, ocorrem em casos de diabetes avançado e descompensado em que os altos níveis de glicose afetam os pequenos vasos sanguíneos presentes na retina.

A retinopatia diabética é um distúrbio visual frequente na população diabética. Em casos severos pode levar a perda total da visão.

O adequado controle dos valores de glicose no sangue previne o aparecimento da retinopatia diabética, de outras alterações nos vasos sanguíneos e de muitos dos sintomas aqui descritos. Por isso, é essencial que as pessoas diabéticas mantenham um rigoroso controle dos níveis de açúcar no sangue.

Qual o tratamento do diabetes?

O tratamento do diabetes tipo 2 é feito através de medidas farmacológicas, que incluem medicamentos, e medidas não-farmacológicas, que se referem a mudanças nos hábitos e estilo de vida.

Tratamento farmacológico

O tratamento do diabetes do tipo 2 pode incluir no início remédios, como a metformina, glicazida, glibenclamida, entre outros.

Já quando se encontra em um estado mais avançado pode ser necessário também incluir a insulina como opção terapêutica.

Tratamento não-farmacológico

O tratamento não farmacológico inclui as seguintes medidas:

  • Mudanças na alimentação: redução da ingesta de carboidratos, evitar alimentos com açúcar comum e refinado, como doces e bolos. Ingesta de alimentos com fibras, como frutas, legumes e verduras.
  • Prática de atividade física: deve-se praticar atividade física regular pelo menos 30 minutos, 5 vezes por semana.
  • Perda de peso: para todas as pessoas com diabetes que apresentam sobrepeso ou obesidade está recomendada a perda de peso, que pode reduzir significativamente os índices de açúcar no sangue.

Se você apresenta sintomas sugestivos de diabetes não deixe de consultar um médico para uma avaliação.

Também pode ser do seu interesse: Mancha escura no pescoço é diabetes?

Referências bibliográficas

1. SILVIO E I., BEATRICE L..Clinical presentation, diagnosis, and initial evaluation of diabetes mellitus in adults. Uptodate. 2020. Acesso em 19 set 2020.

2. Diretrizes sociedade brasileira de diabetes. 2019-2020.

Posso tomar fluconazol menstruada?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Não existe problema em tomar fluconazol menstruada. Inclusive pode ser bom, por dar a certeza de que a mulher não está grávida. Isso porque o uso do fluconazol durante a gravidez deve ser evitado. Deve-se, inclusive, evitar engravidar na semana seguinte ao uso do fluconazol.

O fluconazol é indicado no tratamento da candidíase vaginal. Pode ser tomado em dose única ou, nos casos de candidíase recorrente, um comprimido mensal por 4 a 12 meses. Em alguns casos, pode ser indicado o uso mais frequente. Por isso, é importante consultar um médico para saber como o fluconazol deve ser utilizado.

Para saber mais sobre o uso do fluconazol, leia também:

Referência:

Fluconazol. Bula do medicamento.

Aparecem no meu pênis pequenas manchas vermelhas...
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Parece ser uma balanite (ou balanopostite). A balanite é um processo inflamatório na glande (cabeça do pênis), caracterizado por vermelhidão, dor, coceira e/ou ardência ao urinar.

Quando a inflamação acomete a glande (cabeça do pênis) e o prepúcio, é chamada balanopostite.

Diversas doenças e situações podem dar origem a esse processo inflamatório, má higiene, traumas, doenças infecciosas, crônicas ou mais raramente tumoral. Dependendo da causa, os sintomas melhoram e voltam a acontecer.

Para interromper esse ciclo, é preciso tratar a doença de base, definitivamente. Na grande maioria das vezes, o problema tem cura. O herpes genital é uma das poucas causas de manchas vermelhas que não tem cura, mas o tratamento controla de forma satisfatória, os sintomas.

O Urologista é o médico responsável por definir a causa e planejar esse tratamento.

Causas de inflamação no pênis1. Candidíase

A candidíase representa uma das principais causas de balanite no homem. Embora seja muito mais frequente nas mulheres, a doença originada pelo fungo candida albicans, também pode desenvolver-se nos órgãos genitais masculinos.

Os sintomas são de manchas avermelhadas no pênis, coceira, ardência ao urinar e por vezes, secreção esbranquiçada. Não é comum a queixa de dor nos casos de candidiase.

O tratamento deve ser feito com pomadas e/ou comprimidos antifúngicos. O/A parceiro/a também deve ser tratado/a.

2. Higiene inadequada

A higiene inadequada, seja limpar pouco essa região, ou limpar muitas vezes, pode levar a uma irritação da pele, hipersensibilidade, as manchas avermelhadas dolorosas e recorrentes.

Neste caso, a recomendação é que procure limpar a região com sabonete de PH neutro, apenas uma vez ao dia. As demais higienes devem ser realizadas apenas com água corrente e secar bem com toalha limpa.

Outras medidas de higiene importantes para evitar essa irritabilidade são: fazer uso de roupas com tecidos mais leves e que facilitem a transpiração. Optar por roupas íntimas de algodão. Se suar muito, fazer higiene mais vezes. Evitar uso de roupas apertadas por períodos prolongados.

3. Infecções

A gonorreia é uma causa de infecção sexualmente transmissível (IST), que se apresenta por manchas avermelhadas, ardência ao urinar, dor e secreção amarelada.

O tratamento deve ser feito com uso de antibióticos. Importante que o/a parceiro/a seja tratado/a, mesmo que não apresente sintomas da doença e que durante o tratamento, o casal faça uso de preservativos, como a camisinha.

4. Herpes genital

O herpes genital também é uma IST que se apresenta com manchas avermelhadas, mais comum na forma de pontinhos vermelhos ou pequenas bolhas agrupadas, ardência e coceira. Não costuma causar dor.

O tratamento é feito com antiviral em pomadas e/ou comprimidos.

Apesar de não ter cura, o cuidado com uso de preservativos, higiene, boa alimentação para auxiliar na imunidade e uso de antiviral assim que observar a presença de nova crise, previne a recorrência dos sintomas.

5. Alergias

Não é incomum os homens apresentarem alergias na região peniana. A alergia pode ser devido a sabonetes, cremes, tecidos mais grossos ou quentes e até ao preservativo.

Na alergia, além das manchas vermelhas, o homem queixa de pequenas bolinhas, coceira intensa e não tem dor.

Se perceber que após o uso de um determinado produto, começam a surgir os sintomas, será preciso interromper esse uso, para confirmar se é o motivo das manchas. Por vezes pode ser preciso acrescentar um medicamento antialérgico.

6. Trauma

Um trauma, ou uma pancada, pode ocasionar manchas vermelhas, mas apenas no local. A dor é um sintoma comum e ambos desaparecem espontaneamente, após alguns dias, não é uma alteração de pele que vai e volta como as demais doenças citadas anteriormente.

Não é necessário um tratamento específico, mas pode tomar um analgésico, no caso de dor intensa.

7. Câncer de pênis

O câncer de pênis é uma condição mais rara, onde o homem apresenta manchas vermelhas e feridas que não desaparecem. Ao contrário, as feridas tendem a aumentar de tamanho, gradativamente e não costumam causar dor. O que retarda a procure de atendimento e o início do tratamento preconizado.

Na presença de qualquer ferida no pênis, mesmo sem outros sintomas, é fundamental que procure um urologista para avaliação.

Doenças crônicas aumentam o risco de balanite recorrente

Homens com doenças crônicas, como a diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, obesidade e doença renal crônica, têm maior risco de desenvolver balanite de repetição.

Sabendo que a recorrência de balanite aumenta o risco de câncer de pênis, não deixe de controlar a sua doença de base. Tome a sua medicação regularmente e mantenha um acompanhamento adequado com o seu médico.

Para definir qual é o motivo da sua inflamação e o tratamento definitivo, procure um médico especialista, nesse caso, o urologista.

Saiba também quais são as causas de feridas no pênis: Tenho feridas no pênis. O que pode ser e o que fazer?

Referências:

  • SBU - Sociedade Brasileira de Urologia.
  • Glen W Barrisford et al.; Balanitis in adults. UpToDate. Sep 23, 2019.