A recuperação após a cirurgia de retirada da vesícula normalmente é tranquila, sem grandes complicações. A pessoa fica geralmente internada por um dia e pode retomar as suas atividades em aproximadamente uma semana após a remoção da vesícula. Com duas semanas de pós-operatório, já é possível inclusive realizar exercícios físicos.
Contudo, é essencial permanecer em completo repouso após a cirurgia. Mesmo depois que a pessoa já tiver voltado a andar, os esforços físicos ainda devem ser evitados.
O tempo de recuperação da cirurgia por videolaparoscopia é de cerca de 10 dias. Durante o pós-operatório, a pessoa não deve permanecer longos períodos de tempo deitada. É importante se levantar e caminhar um pouco, várias vezes ao dia.
Quais os efeitos colaterais da retirada da vesícula biliar?A diarreia é o efeito colateral mais comum no pós-operatório da retirada da vesícula. Contudo, assim como em outras cirurgias, existe sempre o risco de ocorrer sangramentos, infecções ou alguma reação alérgica à anestesia.
Na presença de sinais e sintomas como febre acima de 38ºC, feridas com pus, icterícia (pele e olhos amarelados), falta de ar e vômitos, deve-se procurar atendimento médico com urgência.
Após passar o efeito da anestesia, pode haver dor abdominal, dor no pescoço ou ainda nos ombros. Para aliviar esses sintomas, são indicados medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios.
A retirada da vesícula não traz grandes consequências, já que a digestão não é afetada de forma significativa. O corpo se adapta à ausência da vesícula biliar depois de algumas semanas ou meses e a pessoa pode voltar a comer alimentos gordurosos.
Em alguns casos mais raros, o paciente pode ter diarreias frequentes, que podem ser controladas com uso de certos medicamentos.
Como é feita a cirurgia para retirar a vesícula biliar?Cirurgia por laparoscopiaA cirurgia mais utilizada para remover a vesícula biliar é feita por videolaparoscopia. O procedimento é realizado através de pequenas incisões no abdômen, pelas quais o cirurgião introduz pinças cirúrgicas na cavidade abdominal e retira a vesícula.
Todo o procedimento é acompanhado através de uma câmera (videolaparoscopia), que também é introduzida no abdômen e permite ao médico visualizar a operação.
Cirurgia abertaA cirurgia para retirar a vesícula também pode ser feita pelo método aberto. Nesses casos, a operação é realizada através de um corte no abdômen, bem maior que as pequenas incisões da videolaparoscopia. Por isso, a cicatriz é mais visível e o tempo de recuperação é maior.
Em casos de câncer de vesícula em estágios mais avançados, a cirurgia é mais extensa (colecistectomia radical), com retirada da vesícula, dos gânglios linfáticos próximos ao tumor e de parte do fígado.
Quando a retirada da vesícula biliar é indicada?A cirurgia para retirar a vesícula é indicada principalmente em casos de cálculos ("pedras") biliares. As pedras podem obstruir o fluxo da bile pela vesícula ou por algum dos ductos biliares, causando dor, inflamação ou infecção. A retirada da vesícula também é indicada quando há sinais de câncer.
A vesícula biliar é um pequeno órgão localizado junto ao fígado e que serve para armazenar a bile. A bile é um suco digestivo produzido pelo fígado que atua como um "detergente" sobre as gorduras, favorecendo a digestão das mesmas.
No entanto, mesmo sem a vesícula, o fígado continua produzindo a bile. Por isso, o organismo consegue digerir e absorver os alimentos normalmente sem o órgão.
O cirurgião geral ou cirurgião do aparelho digestivo é o médico responsável pela retirada da vesícula.
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A ausência de vesícula não danifica o fígado, apenas a digestão de certos alimentos pode ser mais difícil, principalmente aqueles ricos em gordura, porém o fígado pode sim ser acometido por qualquer doença independente da presença ou não da vesícula biliar.
O ideal é manter uma alimentação saudável e equilibrada, pobre em gorduras, sem excessos de proteínas e ricas em vegetais.
Não existe efeito sobre o peso. Atividade física tem que perguntar para seu médico. Não há problemas em comer alimentos com ômega-3. Deve evitar alimentos gordurosos.
Os medicamentos indicados para o tratamento de pedra na vesícula (colelitíase) tem o objetivo de aliviar as dores durante uma crise. Entretanto, para um tratamento definitivo, sempre que possível, é necessário procedimento cirúrgico, com a retirada da vesícula.
Leia também: Qual o tratamento para pedra na vesícula?
Os medicamentos indicados na crise de dor da colelitíase são:
- Analgésicos
- Anti-inflamatórios
- Antiespasmódicos
- Antibióticos (no caso de sinais de infecção)
A colelitíase significa presença de cálculos sólidos dentro da vesícula biliar, conhecidos popularmente por "pedras" na vesícula. São classificados em cálculos de colesterol, cálcio ou mistos. Trata-se de uma doença comum na população, chegando a 30%, embora a maioria das pessoas não apresentem qualquer sintoma.
Contudo, quando esses cálculos migram da vesícula para os ductos, causando obstrução, originam uma reação inflamatória intensa com crise de dor e risco de complicações, como ruptura da vesícula, infecção e sepse. Da mesma forma, podem causar quadro de pancreatite aguda, uma doença potencialmente fatal.
Portanto, é muito importante que após o diagnóstico de pedras na vesícula, mesmo sem queixas, procure o quanto antes um médico gastroenterologista ou cirurgião geral, para uma avaliação e conduta. Principalmente para pacientes diabéticos, os quais apresentam um alto risco de complicações.
Saiba mais em: Quais são os sintomas de pedra na vesícula?
Vale ressaltar também, a importância de uma alimentação adequada, evitando crises de dor e possíveis complicações, até o tratamento definitivo.
Saiba mais sobre o assunto no link: O que não pode comer quem tem problemas na vesícula?
Significa que havia uma inflamação crônica na vesícula biliar. Caso ela já tenha retirado a vesícula através da cirurgia, e no laudo da biópsia veio de significativo apenas esse resultado, o problema já foi resolvido, basta recuperar-se da cirurgia.
A colecistite crônica é um termo que se refere a inflamação da vesícula biliar que ocorre por um longo período de tempo.
Quais são as causas de colecistite crônica?As principais causas de colecistite crônica são a presença de cálculos biliares (pedras na vesícula) ou a ocorrência de vários episódios de colecistite aguda, ou seja, vários episódios momentâneos de inflamação da vesícula.
Quais são os sintomas da colecistite crônica?As pessoas com colecistite crônica costumam apresentar episódios de dor recorrente, que não costumam durar muito tempo, mas retornam frequentemente. Pode ser que o abdômen na sua parte superior fique mais sensível e a pessoa apresente dor ao toque dessa região. É comum também a presença de sintomas de náuseas e enjoos.
Qual o tratamento da colecistite crônica?Se a causa da colecistite crônica for a presença de cálculos biliares o tratamento é a cirurgia de colecistectomia, em que se retira totalmente a vesícula biliar. A cirurgia pode ser realizada através de videolaparoscopia ou pela via aberta.
Ultimamente a via cirúrgica mais utilizada é a videolaparoscópica, em que são realizadas pequenas incisões no abdômen e introduzida uma pequena câmera por onde o cirurgião vê o interior da cavidade abdominal.
Para mais informações consulte o seu médico de família, clínico geral ou médico cirurgião.
Não há ainda consenso sobre a real necessidade de manter uma dieta isenta de gordura a longo prazo após a cirurgia de retirada de vesícula, a colecistectomia. A bile é um órgão apenas de armazenamento de sais biliares e não de produção, portanto a retirada desse órgão não deveria intervir na digestão dos lipídios. No entanto, é muito frequente as pessoas relatarem sintomas de indigestão após o consumo de gorduras quando passaram por essa cirurgia.
Por isso muitos médicos e nutricionista ainda recomendam a adoção de uma dieta pobre em gorduras pelo menos no pós-operatório imediato ou durante as primeiras semanas após a cirurgia.
Nos primeiros dias ou mesmo semanas após a cirurgia de retirada de vesícula é possível sentir algum desconforto gástrico e sintomas dispépticos como azia, náuseas, sensação de estufamento ou mesmo diarreia após a ingestão de alimentos gordurosos.
É esperado que esses sintomas reduzam e desapareçam no decorrer do tempo. Caso contrário, é importante procurar um médico, pois pode tratar-se de uma síndrome pós-colecistectomia.
Síndrome pós-colecistectomiaA síndrome pós-colecistectomia corresponde a um conjunto de sintomas, geralmente leves que surgem ou aumentam de intensidade após a cirurgia de retirada de vesícula como flatulência, náuseas, eructação ou indigestão.
Esse conjunto de sintomas pode ter origem em outros problemas gastrointestinais como doença ulcerosa péptica, doença do refluxo gastroesofágico e síndrome do intestino irritável, em alguns casos podem ainda ser decorrentes de alterações no trato biliar, como estenose biliar, cálculos retidos, estenose ou discinesia do esfíncter de Oddi, ou ducto cístico longo remanescente.
Converse com o seu médico cirurgião caso apresente sintomas após a cirurgia de retirada de vesícula.