Tirar o gesso antes da hora faz mal porque a fratura pode não estar totalmente consolidada, ou seja, o osso pode não ter "colado" totalmente e portanto não está preparado para receber cargas ou esforços considerados normais no dia-a-dia.
O papel do gesso no tratamento de uma fratura é manter o osso no lugar para que ele possa cicatrizar de forma adequada, de maneira que as duas extremidades da fratura estejam alinhadas. Caso contrário, o osso pode não "colar" adequadamente e formar deformidades ou falsas articulações.
Porém, ao contrário de todos os outros tecidos do corpo, que cicatrizam com tecido fibroso, o osso cicatriza com osso e essa cicatrização começa a acontecer assim que o osso é quebrado. Daí a importância em colocar o osso no lugar e engessá-lo o quanto antes.
Os ossos têm um tempo certo para consolidar quando são quebrados, dependendo das suas características, localização e do tipo de fratura:
- Clavícula: 25 dias;
- Úmero: 30 dias;
- Antebraço (ulna ou rádio): 25 a 35 dias;
- Metacarpos: 20 a 30 dias;
- Falanges: 15 a 20 dias;
- Fêmur: 4 a 6 meses;
- Patela (após sutura): 1 mês;
- Ambos os ossos da perna: 35 dias a 3 meses;
- Extremidade superior da perna: 6 meses;
- Tíbia: 30 a 40 dias;
- Fíbula: 25 a 30 dias;
- Tornozelo: 25 a 60 dias;
- Metatarsos: 20 a 30 dias.
Portanto, tirar o gesso antes da hora não é recomendável. Cabe ao médico ortopedista definir o tempo que o paciente deverá permanecer com o gesso.