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O que é colesterol LDL e HDL?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O colesterol LDL e o colesterol HDL são dois tipos de lipoproteínas, uma combinação de gorduras (lipídios) e proteínas. Esses lipídios precisam se ligar às proteínas para serem transportados na corrente sanguínea.

O colesterol é um tipo de gordura encontrada em todas as células do corpo, produzido pelo fígado e também presente em alguns alimentos, como carnes e laticínios. O corpo precisa de colesterol para funcionar adequadamente. Contudo, o excesso de colesterol no sangue aumenta o risco de doenças cardiovasculares.

Saiba mais em: Quais os riscos do colesterol alto?

Colesterol LDL

LDL , abreviação de Low Density Lipoprotein, ou lipoproteína de baixa densidade, é o colesterol considerado "ruim", dentre as frações de colesterol no sangue, porque tem a característica de se aderir à parede interna do vaso sanguíneo, podendo causar formação de placas de gordura e consequentemente, obstruções desses vasos. A obstrução leva a redução do fluxo sanguíneo, e origina doenças cardiovasculares e cerebrovasculares.

Quais são os valores de referência do colesterol LDL?
Valores de colesterol LDL Classificação
Menos de 100 mg/dL Ideal
100-129 mg/dL Adequado
130-159 mg/dL Limite alto
160-189 mg/dL Alto
190 mg/dL ou mais Muito alto
O que pode deixar o colesterol LDL alto?

Dieta rica em gorduras: a gordura saturada e o colesterol presente nos alimentos, aumentam o nível de colesterol ruim no sangue.

Excesso de peso: estar acima do peso tende a aumentar o LDL, diminuir o HDL e aumentar o nível total de colesterol.

Falta de exercício físico: a falta de atividade física leva ao ganho de peso, o que pode aumentar o nível do colesterol LDL.

Fumar: fumar reduz o colesterol bom (HDL). Como o HDL ajuda a eliminar o colesterol ruim (LDL) das artérias, sua redução é prejudicial ao organismo.

Idade avançada e alterações hormonais: à medida que mulheres e homens envelhecem, seus níveis de colesterol aumentam. Antes da menopausa, as mulheres apresentam níveis mais baixos de colesterol total do que os homens da mesma idade. Após a menopausa, os níveis de LDL nas mulheres tendem a aumentar.

História familiar: a genética determina parcialmente a quantidade de colesterol que o corpo produz.

Medicamentos: alguns medicamentos, incluindo esteroides, e certos medicamentos para pressão arterial e HIV/AIDS podem aumentar a taxa de LDL no sangue.

Doenças: doença renal crônica, diabetes e HIV podem aumentar o nível do colesterol LDL.

Como baixar o colesterol LDL?

Dieta: diminuir o consumo de alimentos ricos em gorduras.

Controle de peso: se estiver acima do peso, a perda de peso pode ajudar a reduzir o colesterol ruim (LDL).

Atividade física: praticar exercícios físicos regularmente, durante 30 minutos, pelo menos 4 vezes por semana.

Medicamentos: se as mudanças no estilo de vida não forem capazes de baixar o nível de LDL, pode ser necessário acrescentar medicamentos para reduzir o colesterol, como as estatinas.

Aférese de lipoproteínas: Algumas pessoas com hipercolesterolemia familiar podem receber esse tratamento, que utiliza uma máquina de filtragem para remover o colesterol ruim (LDL) do sangue e devolver o restante do sangue para a circulação.

Colesterol HDL

HDL , abreviação de High Density Lipoprotein, ou lipoproteína de alta densidade, conhecido como colesterol "bom", porque remove o colesterol “ruim” (LDL) da circulação sanguínea, transportando-o para o fígado, onde será eliminado do corpo. Além disso, por ter alta densidade, o colesterol HDL não flutua na superfície do sangue e assim, não se deposita nas paredes dos vasos sanguíneos.

Quais são os valores de referência do colesterol HDL?
Idade Valores de colesterol HDL
Homens e mulheres com até 19 anos Mais de 45 mg/dL
Homens a partir dos 20 anos Mais de 40 mg/dL
Mulheres a partir dos 20 anos Mais de 50 mg/dL
Como aumentar o colesterol HDL?

Dieta

Para aumentar o nível de HDL, recomenda-se comer gorduras “boas” em vez de gorduras “más”. Isso significa limitar o consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas, como leite integral, queijos e carnes com alto teor de gordura (salsichas, bacon), além de refeições preparadas com manteiga, banha de porco e óleo vegetal hidrogenado.

Também deve-se evitar gorduras trans, presentes em algumas margarinas, frituras e alimentos processados. No lugar dessas gorduras “más”, deve-se dar prioridade a gorduras insaturadas, consideradas “boas”, encontradas no abacate, azeite, nozes, amêndoas e avelãs.

É importante também limitar o consumo de carboidratos, especialmente açúcar, e aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras, como aveia e feijão.

Controle do peso: É possível aumentar o nível de colesterol HDL perdendo peso, sobretudo se a pessoa tiver muita gordura na cintura.

Exercícios: O exercício regular pode aumentar o colesterol bom (HDL), bem como reduzir o colesterol ruim (LDL). Para isso, recomenda-se praticar atividade física por 30 minutos, pelo menos 4 dias por semana.

Não fumar: Fumar ou se expor à fumaça do cigarro pode reduzir o nível de colesterol HDL.

Reduzir o consumo de álcool: O consumo moderado de bebidas alcoólicas pode diminuir o colesterol HDL. Em excesso, o álcool pode causar ganho de peso, o que reduz o nível de HDL.

Medicamentos: Alguns medicamentos para colesterol, incluindo certas estatinas, podem aumentar o nível de colesterol bom (HDL), bem como diminuir o colesterol ruim (LDL). Em geral, esses medicamentos não são usados apenas para aumentar o HDL. Porém, se a pessoa tiver um HDL baixo e um LDL alto, pode precisar de medicação.

Certos medicamentos podem diminuir os níveis de HDL em algumas pessoas, tais como:

  • Betabloqueadores (medicamento para pressão arterial);
  • Esteroides anabolizantes, incluindo testosterona, um hormônio masculino;
  • Progestinas (hormônios femininos encontrados em algumas pílulas anticoncepcionais e usados em terapia de reposição hormonal);
  • Benzodiazepínicos (sedativos frequentemente usados para ansiedade e insônia).

Para maiores esclarecimentos sobre colesterol, consulte um médico clínico geral ou médico de família.

Pode lhe interessar também: 10 alimentos que vão ajudar a baixar o colesterol

Pericardite
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A pericardite é uma inflamação nas membranas que envolvem e protegem o coração, chamada pericárdio. Estas membranas, são separadas entre si por um pouco de líquido que atua como lubrificante.

Na pericardite, a quantidade desse líquido pode aumentar significativamente. Nestes casos se diz, popularmente, que a pessoa com pericardite está com “água no coração” (derrame pericárdico).

A pericardite pode ser classificada como aguda ou crônica.

  • Pericardite aguda: a doença se instala rapidamente e tem duração entre uma e três semanas. Após este período, a pericardite pode desaparecer por quatro a seis semanas e se tornar recorrente (doença vai e volta);
  • Pericardite crônica: se inicia lentamente e se desenvolve por longos períodos. É comum que a pessoa não tenha sintomas até que aumente muito a quantidade de líquido no pericárdio, o que compromete o funcionamento do coração.
Quais os sintomas da pericardite?

Os sintomas da pericardite têm início súbito e incluem:

  • Febre acima de 38ºC;
  • Dor no peito, sintoma mais característico da pericardite. A dor surge subitamente e leva algum tempo para desaparecer, podendo ainda irradiar do peito para os ombros e pescoço, o que faz com que a pessoa pense que está tendo um infarto;
  • Sensação de peso ou aperto no peito são comuns na ausência de dor;
  • Dificuldade respiratória, especialmente quando a pessoa está deitada;
  • Tosse seca;
  • Sensação de fraqueza e cansaço sem motivo aparente; e
  • Palpitações.

O diagnóstico da pericardite pode ser feito por um médico de família, clínico geral ou cardiologista através de entrevista, exame físico e exames complementares como exame de sangue e de imagem (raio-X, ressonância magnética, ecocardiograma e/ou tomografia computadorizada).

A pericardite é uma doença grave?

A pericardite pode se tornar uma doença grave quando não é tratada rápida e adequadamente.

Esta doença pode provocar um derrame pericárdico, que é o aumento da quantidade de líquido dentro pericárdio (bolsa que envolve o coração), O volume de líquido aumentado comprime o coração e impede o batimento cardíaco normal, resultando em um baixo fluxo de sangue para todo o organismo.

Esta condição é chamada de tamponamento cardíaco.

O tratamento, tanto do derrame pericárdico como do tamponamento cardíaco, consiste em retirar o excesso do líquido do pericárdio para que o coração volte a funcionar normalmente. É feito através de um procedimento cirúrgico no hospital.

Como é feito o tratamento?

O tratamento da pericardite varia de acordo com a sua causa e gravidade.

Nos casos em que a doença é provocada por vírus são utilizados medicamentos analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios e antifúngicos. A pessoa pode cumprir o tratamento em casa e deve manter-se em repouso.

Os antibióticos são utilizados em pessoas com pericardite causada por bactérias (pericardite bacteriana).

Se houver acúmulo de líquido no saco pericárdico (derrame pericárdico), os diuréticos podem ser utilizados para ajudar a eliminá-lo.

Nos casos graves com complicações como tamponamento cardíaco, o tratamento é cirúrgico e feito em ambiente hospitalar.

Em caso de dor intensa no peito e dificuldade para respirar, procure um hospital o quanto antes.

Saiba o que pode causar esta doença no artigo: Quais as causas da pericardite?

Referência:

Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz Brasileira de Miocardites e Pericardites.

Principais perigos para a saúde do Colesterol Alto
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O colesterol alto preocupa porque aumenta o risco de infarto do coração e derrame cerebral. Este risco aumenta quando o colesterol elevado é o LDL, também conhecido como colesterol “ruim”.

O excesso de colesterol ruim no sangue, passa a se acumular na parede das artérias, formando placas de gordura que impedem a passagem normal da circulação sanguínea. Dependendo da quantidade de gordura, esse entupimento pode levar a morte de células, que chamamos de isquemia ou infarto.

Quais os valores normais de colesterol no sangue?

Os valores de colesterol no sangue considerados normais, variam um pouco com a idade e com o sexo, mas, em geral, atualmente são:

  • Colesterol total: 125 a 200 mg/dL;
  • Colesterol não HDL: Abaixo de 130 mg/dL;
  • Colesterol LDL (colesterol “ruim”): Abaixo de 100 mg/dL;
  • Colesterol HDL (colesterol “bom”): Acima de 40 mg/dL (para homens) e acima de 50 mg/dl (para as mulheres).
Quais são os sintomas do colesterol alto?

Essa é mais uma preocupação, porque o colesterol alto nem sempre causa sintomas até que o entupimento provoque uma obstrução importante. Um exemplo disso é a angina no peito, a dor no tórax que indica que o coração não está recebendo sangue suficiente.

A única forma de saber se o nível de colesterol está elevado é através de um exame de sangue. Sendo assim, é recomendada a realização de um exame de sangue de rotina, com a pesquisa de colesterol, anualmente ou mais frequente, para casos de maior risco.

Quando devo fazer o exame de colesterol no sangue?

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a pesquisa de colesterol no sangue deve começar desde a infância, de preferência aos 10 anos de idade. Para crianças com história na família de colesterol alto, pode ser iniciado aos 2 anos.

A partir dos 20 anos, a medição deve ser feita a cada 5 anos, reduzindo para uma por ano a partir dos 35 anos de idade. Mas em casos de pessoas que já estejam com colesterol alto, em tratamento, esse exame deve ser mais frequente.

O que aumenta o colesterol?

Algumas causas do colesterol elevado podem ser por nós, controladas, como os nossos estilos de vida, outros como os distúrbios hereditários estão fora do nosso controle. Entretanto, diversos fatores ajudam a aumentar os níveis de colesterol LDL no nosso organismo:

Estilos de vida pouco saudáveis

O fígado produz colesterol, que também é encontrado em alguns alimentos, como carnes e laticínios. Para muitas pessoas, o colesterol alto é devido a um estilo de vida pouco saudável, o que inclui dieta rica em gorduras, estar acima do peso e falta de exercício físico.

Fumar não aumenta as taxas de colesterol, mas pode reduzir o colesterol HDL (colesterol bom).

Algumas doenças e condições de saúde

Algumas doenças e condições também podem aumentar o colesterol, como diabetes, doença renal, síndrome do ovário policístico, gravidez, condições que elevam os níveis de hormônios femininos e hipotireoidismo.

Medicamentos

Alguns medicamentos, como certos anticoncepcionais, diuréticos, betabloqueadores e algumas medicações usadas para tratar a depressão, também podem aumentar os níveis de colesterol.

Distúrbios hereditários

Existem ainda vários distúrbios transmitidos de pais para filhos que podem deixar o colesterol alto, como hiperlipidemia familiar, hipercolesterolemia familiar e hipertrigliceridemia familiar.

Para baixar o colesterol alto, são indicadas mudanças no estilo de vida, o que inclui dieta pobre em gorduras e rica em fibras, perda de peso e atividade física. Se essas medidas não forem suficientes, é necessário tomar medicamentos.

O que posso comer para ajudar na redução do colesterol ruim?

A alimentação para pessoas com colesterol alto, deve ser orientada por um profissional da área, nutrólogo ou nutricionista. Dessa forma é possível realizar um planejamento alimentar que agrada e com isso fica mais fácil a adesão ao tratamento.

Nenhum nutriente deve ser excluído da dieta, inclusive as gorduras, que são substratos essenciais para a produção de hormônios, membranas celulares e sais biliares, que participam do processo de digestão do organismo.

No planejamento alimentar, será possível incluir todos os nutrientes, com as concentrações adequadas de cada grupo alimentar.

Quais alimentos evitar no caso de colesterol alto?

Nenhum alimento deve ser evitado, o mais importante é definir a quantidade de cada alimento semanalmente, para evitar uma carência nutricional.

Sabemos que as carnes com muita gordura, embutidos (linguiça, salsinha), pele de aves, torresmo e frituras, não são hábitos saudáveis e devem ser evitados, mas cada paciente deve ser avaliado de forma individual e personalizada.

Para maiores esclarecimentos, consulte um médico clínico geral ou médico de família.

Referências:

Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia