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O que é Labirintite e quais seus sintomas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Labirintite é uma doença inflamatória, que afeta o labirinto, um dos órgãos responsáveis pelo equilíbrio do nosso corpo. Os principais sintomas da labirintite são:

  • Perda do equilíbrio, dificuldade de caminhar em linha reta;
  • Sensação de vertigem ou tontura;
  • Zumbido no ouvido;
  • Náuseas;
  • Dor de cabeça;
  • Ainda pode haver dificuldade em fixar a visão e dificuldade de ficar em pé com os olhos fechados.

O labirinto é uma estrutura óssea muito pequena que se localiza dentro do ouvido. Ele possui um líquido em seu interior e, a partir do movimento desse líquido, ele consegue transmitir ao cérebro informações como posição do corpo, direção e velocidade do movimento.

É por esse mecanismo que conseguimos sentir, por exemplo, quando estamos deitados ou de ponta-cabeça, e para que lado nosso corpo está girando.

Na presença de qualquer problema que afete esse sistema, podemos ter a sensação de estarmos caindo, ou de que a cabeça está girando, chamado de vertigem.

Como saber se tenho labirintite?

A labirintite é uma doença pouco comum, apesar de muito conhecida, os sintomas começam a se manifestar entre os 40 e os 50 anos de idade. As tonturas, principal sintoma da doença, se caracteriza pela sensação de perda de equilíbrio, como se o indivíduo deixasse de sentir o chão e fosse cair.

Já as vertigens são as sensações de que tudo está rodando ou inclinando para um lado. Também são comuns a presença de zumbido e perda de audição.

As crises de labirintite tendem a acontecer em episódios pontuais e passageiros. O tempo de duração pode ser de apenas alguns minutos ou durar horas e até mesmo dias.

Na gravidez, a labirintite pode ocorrer como consequência das alterações hormonais dessa fase. A própria retenção de líquido e o consequente inchaço, também comuns na gestação, podem alterar o funcionamento do ouvido interno e seus fluidos, gerando labirintite.

Quais as causas da labirintite?

Existem várias causas possíveis para a labirintite, desde o simples envelhecimento do órgão em função da idade avançada ou a presença de pequenos cristais que se formam dentro do labirinto, além de infecções, inflamações, traumas (pancadas) e outras origens.

Veja também: Sinto vertigem frequentemente, o que pode ser?

Como tratar a labirintite?

O tratamento da labirintite vai depender da causa e da gravidade dos sintomas. Pode incluir repouso, fisioterapia, manobras de reposicionamento (movimentos feitos com intenção de remover os cristais), medicações anti-inflamatórias ou que melhoram a circulação sanguínea (vasodilatadores), bem como anticonvulsivantes e antidepressivos.

O paciente que possui esse tipo de sintoma deve procurar um médico clínico geral,médico da família, otorrinolaringologista ou neurologista para avaliação, confirmação do diagnóstico e tratamento.

Feridas que não cicatrizam, o que fazer?
Dr. Gabriel Soledade
Dr. Gabriel Soledade
Médico

Esse tipo de ferida, que geralmente aparece em pessoas com diabetes ou problemas de circulação, ou ainda naqueles que têm mobilidade reduzida e que ficam muitas horas na mesma posição, exige um cuidado especial, já que tem grande potencial de complicações graves como infecção, necrose e necessidade de amputação do membro acometido.

Seu tratamento envolve alguns princípios, como alívio da pressão sobre as lesões com uso de palmilhas ou acolchoamentos apropriados, melhora da qualidade da circulação sanguínea, tratamento de infecções oportunistas, controle da doença de base (por exemplo, o diabetes), avaliação e curativos frequentes das feridas, desbridamento da ferida (remoção de tecidos mortos ou infectados), controle de secreções e constante hidratação do local, realização de curativos com materiais especiais e medicações que estimulem a cicatrização.

Tratamentos mais especializados como fototerapia, laserterapia, terapia hiperbárica e terapia de pressão negativa também podem ser úteis.

Em alguns casos, é necessário internar para realizar curativos e medicações sob supervisão mais direta.

De todo modo, o acompanhamento deve ser feito por uma equipe multiprofissional, composta por médico, enfermeiro e fisioterapeuta, quem tenham experiência no tratamento desse tipo de ferida.

Quais as causas e os sintomas da Doença de Alzheimer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

As causas da doença de Alzheimer ainda não foram totalmente definidas, embora estudos consistentes apontem para uma associação entre os fatores genéticos, ambientais e estilo de vida, pesquisas atuais buscam outras causas.

Alguns grupos apontam o acúmulo de proteínas beta amiloide e proteína TAU no cérebro, como provável causa da doença, pois acredita-se que as proteínas sejam tóxicas para as células cerebrais (neurônios), causando após um tempo, a morte dos neurônios, atrofia cerebral e consequentemente a doença demencial.

Outros fatores de risco ou possíveis causas são episódios de traumatismo craniano, hipertensão arterial mau controlada por muitos anos e o colesterol elevado. Mas esses estudos ainda são bem recentes, com pouca base científica.

Sintomas da doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer apresenta 3 sintomas básicos:

1. Perda da memória; afetando primeiramente a memória de fatos recentes. A pessoa não se lembra o que comeu no dia anterior, onde deixou objetos, recados, o dia do mês, entre outros episódios recentes. As memórias mais antigas ficam preservadas, mas também acabam por ser perdidas com a evolução da doença;

2. Alterações da capacidade intelectual, incluindo dificuldades com raciocínio lógico, linguagem, escrita, organização do pensamento, interpretação dos estímulos visuais, planejar e realizar tarefas complexas;

3. Alterações de comportamento, como perda da inibição, desconfiança sem razão, manias de perseguição, agitação e mais raramente, alucinações visuais ou auditivas.

Todos esses sinais e sintomas da doença progridem, até que a pessoa perde completamente a sua autonomia, necessitando de ajuda para realizar tarefas simples que antes executava facilmente, como se vestir ou se lavar, por exemplo.

Alzheimer e demência

A doença de Alzheimer é a principal causa de demência no mundo. Uma doença neurodegenerativa, de evolução lenta e progressiva, que se caracteriza por um conjunto de sinais e sintomas relacionados à deterioração das capacidades intelectuais do paciente.

A doença atinge mais os idosos, preferencialmente acima dos 65 anos, o que favorece na demora do diagnóstico, que muitas vezes nos estágios iniciais, se confunde com “coisas normais da idade”.

Com o decorrer da doença, os pacientes perdem a capacidade de raciocínio, julgamento e memória, o que os torna dependentes de apoio em suas atividades de vida diárias básicas.

É importante salientar que pequenos esquecimentos são comuns e ocorrem com todas as pessoas, especialmente em períodos de maior estresse ou cansaço. Todavia, quando os lapsos de memória começam a ocorrer com maior frequência e são importantes, como esquecer o próprio endereço, se perder perto de casa, guardar objetos em locais impróprios ou esquecer nomes de pessoas próximas, pode ser um sinal de alerta para a doença.

Doença de Alzheimer tem cura? Qual é o tratamento?

A doença de Alzheimer não tem cura. O objetivo do tratamento é retardar a sua evolução natural, e manter as capacidade intelectuais da pessoa durante o maior tempo possível. Quanto mais cedo o Alzheimer for diagnosticado e o tratamento iniciado, melhores serão os resultados.

O tratamento se baseia no uso de medicamentos específicos que diminuem os sintomas da doença, estabiliza o comportamento e pode auxiliar na realização das tarefas do dia-a-dia, em alguns casos.

Os medicamentos mais usados são a rivastigmina®, donepezila®, memantina® e galantamina®, os quais podem ser prescritos sozinhos ou em conjunto. Mantendo o acompanhamento médico, para que o tratamento possa ser avaliado e atualizado para maior eficácia.

Alzheimer e associações

Importante sinalizar também aos pacientes e familiares de portadores de Alzheimer, que além de sua equipe médica, podem contar com grandes e consolidadas associações, como por exemplo a Abraz (Associação Brasileira de Alzheimer), a qual disponibiliza atendimento e orientações diversas sobre o tema. Desde ajuda quanto a necessidades pessoais, troca de experiências, informativos atualizados constantemente, busca de tratamento multidisciplinar, estudos novos, até na defesa dos seus direitos.

O/a especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da doença de Alzheimer é o/a médico/a neurologista.

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Quais os fatores de risco para a doença de Alzheimer?

Como é feito o diagnóstico da doença de Alzheimer?

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Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

O diagnóstico do mal de Alzheimer pode ser feito clinicamente ou através de biópsia cerebral (raríssimos casos). O diagnóstico clínico tem os seguintes critérios:

  • Demência atestada pelo exame clínico e por testes padronizados, como o mini-mental;
  • Déficit em duas ou mais áreas cognitivas (memória, linguagem, raciocínio, concentração, juízo, pensamento, etc.);
  • Déficits cognitivos com piora progressiva;
  • Início depois dos 40 anos e antes dos 90 anos de idade;
  • Não apresentar outra doença neurológica ou sistêmica que cause déficits cognitivos.

Os critérios acima conseguem identificar corretamente a doença de Alzheimer em até 90% dos casos.

O diagnóstico definitivo da doença de Alzheimer é confirmado através de biópsia do tecido cerebral, sendo por isso raramente realizado.

Análises de sangue e exames de imagens (tomografia computadorizada, ressonância magnética) auxiliam no despiste de outras causas de demência, mas não são capazes de estabelecer o diagnóstico de doença de Alzheimer.

Em caso de suspeita de Doença de Alzheimer (você ou um familiar/amigo), um médico (preferencialmente um geriatra) deverá ser consultado.

Ele poderá avaliar detalhadamente, através de anamnese, exame físico e eventuais exames complementares, se este é realmente seu diagnóstico, orientá-lo e prescrever o melhor tratamento, caso a caso.

Quais os fatores de risco para a doença de Alzheimer?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

Dentre os fatores de risco para a doença de Alzheimer, a idade avançada é o maior. Após os 65 anos, a chance de se desenvolver Alzheimer dobra a cada cinco anos, fazendo com que 40% das pessoas acima de 85 anos tenham a doença.

Raramente, o mal de Alzheimer surge antes dos 60 anos de idade. Curiosamente, os pacientes que chegam aos 90 anos sem sinais da doença apresentam menor risco de desenvolvê-la posteriormente.

Outro fator de risco importante, além da idade, é a história familiar. Pessoas com familiares de primeiro grau com Alzheimer apresentam maior risco de também tê-lo, evidenciando um papel importante da carga genética.

Além disso, o mal de Alzheimer é duas vezes mais comum em negros do que em brancos e mais comum em mulheres do que em homens.

Alguns outros fatores também parecem aumentar os riscos de desenvolvimento do Alzheimer, entre eles:

  • Sedentarismo;
  • Tabagismo;
  • Hipertensão arterial;  
  • Colesterol e/ou triglicerídeos elevados;
  • Diabetes mellitus;
  • Depressão após os 50 anos de idade.

Também pode lhe interessar: Demência: o que é, como identificar e tratar?

Vale a pena mencionar que algumas evidências apontam que indivíduos com maior grau de escolaridade e/ou que exercem trabalhos intelectualmente estimulantes durante a vida (professores, escritores, cientistas, médicos, artistas, etc.) têm certa proteção contra a doença. A leitura frequente, assim como a interação social e ouvir música também previnem o mal de Alzheimer, até certo ponto.

Em caso de suspeita de Doença de Alzheimer (você ou um familiar/amigo), um médico (preferencialmente um geriatra) deverá ser consultado. Ele poderá avaliar detalhadamente, através de anamnese, exame físico e eventuais exames complementares, se este é realmente seu diagnóstico, orientá-lo e prescrever o melhor tratamento, caso a caso.

O que é sarcopenia e quais os sintomas?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sarcopenia é uma síndrome que ocorre em idosos, caracterizada pela perda progressiva e generalizada da massa e da força muscular. Essa síndrome é uma condição crônica associada ao processo fisiológico do envelhecimento. Com a redução da massa muscular, o músculo perde a habilidade de desempenhar suas funções habituais, causando debilidade física, baixa qualidade de vida e, nos casos mais graves, morte.

A perda de massa muscular ocorre devido às alterações hormonais e ao declínio das capacidades de regeneração muscular e produção de proteínas pelo organismo. O processo começa a partir dos 40 anos de idade e vai se agravando com o tempo.

Portanto, é natural que com o passar dos anos, sobretudo a partir dos 40 anos, a pessoa perca músculos progressivamente. Contudo, na sarcopenia, essa perda de massa muscular torna-se perigosamente acentuada.

A redução da massa magra provoca perda de força, da mobilidade e da performance física. A diminuição da força muscular e da mobilidade ocorre principalmente nos braços e nas pernas.

No Brasil, a sarcopenia está presente em cerca de 15% das pessoas com até 79 anos e em 45% daquelas com mais de 80 anos de idade. Nas mulheres, essa condição se agrava com a aproximação da menopausa.

Quais são os sintomas da sarcopenia?

Os sinais e sintomas que caracterizam a sarcopenia são a perda de massa muscular (diminuição de volume dos músculos), a diminuição da força muscular e a queda da performance física.

Assim, os sintomas da sarcopenia incluem sensação de peso ou rigidez nos membros, mudança na forma de andar com redução da velocidade dos passos, incapacidade de subir escadas, pentear os cabelos e realizar qualquer atividade que envolva o uso muscular.

A diminuição do volume muscular aumenta os riscos de osteoporose, quedas e pode prejudicar ainda a coluna e as articulações, que têm que suportar mais carga com menos músculos. Nos casos mais avançados, a sarcopenia pode causar ainda dificuldade respiratória, levando à morte.

Vale ressaltar que a perda de massa muscular observada na sarcopenia nem sempre se reflete na balança. Isso significa que a pessoa pode estar com o mesmo peso, mas está perdendo músculos e ganhando gordura.

O diagnóstico da sarcopenia é feito através da avaliação do Índice de Massa Corporal (IMC), da Circunferência da Panturrilha (CP) e da velocidade da marcha. Há ainda exames mais precisos, capazes de medir com maior precisão a quantidade de músculos, gordura e ossos no corpo.

Sarcopenia em jovens, é possível?

Sim. Apesar da sarcopenia ser observada maioritariamente em idosos, ela também pode ocorrer em adultos jovens. Isso ocorre principalmente em pessoas com demência, desnutrição, dificuldades com a alimentação, mobilidade reduzida, osteoporose ou ainda outras doenças que interferem direta ou indiretamente com a regeneração e degradação dos músculos.

Quando relacionada com a idade, a sarcopenia é classificada como primária. Nos casos em que está associada a outras doenças e condições, ela é considerada secundária.

Qual é o tratamento para sarcopenia?

O tratamento da sarcopenia é feito com dieta adequada, suplementação com proteínas (quando necessário) e prática de exercícios físicos.

Para retardar a perda de massa muscular e combater a sarcopenia, é importante ter uma dieta balanceada, com as doses certas dos nutrientes, sobretudo proteínas, que são a matéria prima usada pelo organismo para produzir e regenerar os músculos.

Os carboidratos também são essenciais, pois são fonte de energia. Uma alimentação pobre em carboidratos obriga o corpo a ir buscar nas proteínas dos músculos a energia de que precisa, levando à perda de massa magra.

Os exercícios físicos são fundamentais, especialmente os de fortalecimento muscular, como a musculação. Vale lembrar que as cargas não precisam ser muito muito grandes. Mais importante é realizar os exercícios regularmente, ao longo dos anos, com cargas médias.

O tratamento da sarcopenia é multidisciplinar e envolve médicos ortopedista, fisiatra e geriatra, fisioterapeuta, educador físico e nutricionista.

Qual o tratamento para sarcopenia?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O tratamento da sarcopenia inclui vários aspectos como exercício físico, dieta e uso de medicamentos.

O treinamento de resistência progressiva são exercícios em que a pessoa faz contra o aumento da carga e, dessa forma, aumenta a força dos membros inferiores principalmente melhorando a velocidade dos passos. Esses exercícios são realizados duas ou três vezes por semana com profissional capacitado para orientar adequadamente as sessões.

Outro aspecto importante no tratamento da sarcopenia consiste na dieta. Não há estudos suficientes para comprovar a eficácia da suplementação alimentar, mas sabe-se que as pessoas idosas, especialmente as que têm sarcopenia, se beneficiam bastante com uma dieta rica em proteínas, vitamina D e antioxidantes. Tudo isso pode ser conseguido com uma alimentação saudável contendo cereais e grãos integrais, frutas e vegetais.

Pesquisas estão sendo feitas para descobrir medicamentos específicos para tratar a sarcopenia, porém, alguns medicamentos usados para tratar outros problemas de saúde podem ser usados para a sarcopenia. Essa indicação é realizada pelo/a médico/a que está cuidando do/a paciente, especialmente o geriatra. 

Saiba mais em:

O que é sarcopenia e quais os sintomas?