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Sífilis congênita (precoce e tardia): o que é, problemas, sintomas e tratamento
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sífilis congênita é a sífilis que é transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez. A transmissão da gestante para o feto pode ocorrer pela passagem da bactéria através da placenta ou ainda no momento do parto.

Mulheres que engravidam com sífilis ou adquirem a doença depois de estarem grávidas e não fazem o tratamento adequado, podem transmitir sífilis para o bebê.

A sífilis congênita pode causar diversos problemas, como parto prematuro, má formação fetal, morte neonatal, baixo peso ao nascer, anomalias congênitas e sequelas neurológicas.

Sífilis congênita precoce

Quando os sinais e sintomas se manifestam logo após o nascimento ou durante os primeiros 2 anos de vida, a doença é denominada sífilis congênita precoce.

Nesses casos, as manifestações clínicas surgem logo nos primeiros meses de vida. Nos casos mais graves, pode haver sepse (infecção generalizada), anemia severa, hemorragia e icterícia.

A criança com sífilis congênita precoce apresenta ainda lesões em mucosas e pele, doenças ósseas, lesões cerebrais, problemas no aparelho respiratório, aumento do tamanho do fígado e do baço, paralisia dos membros, infecções no pâncreas e nos rins, entre outros problemas graves de saúde.

Sífilis congênita tardia

Quando a sífilis congênita se manifesta após os 2 anos de idade, ela é denominada sífilis congênita tardia. As características são semelhantes às da sífilis terciária do adulto, com lesões que se limitam a um órgão ou a alguns órgãos.

Tratamento

O tratamento da sífilis congênita é feito com antibiótico, normalmente penicilina. O bebê precisa ficar internado durante um tempo para o rastreio de possíveis complicações e deve ser acompanhado até os 18 meses para garantir que o tratamento foi concluído e a doença não deixou sequelas.

O exame de sangue para diagnosticar a sífilis faz parte dos exames que devem ser realizados pelas mulheres durante o acompanhamento pré-natal.

A sífilis pode ser prevenida com o uso de preservativos nas relações sexuais.

Veja também:

Quem tem lúpus pode engravidar?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, quem tem lúpus pode engravidar, embora seja considerada uma gravidez de alto risco. Porém, desde que seja feito um acompanhamento adequado antes e durante a gestação, é possível ter uma gravidez sem complicações.

O ideal é que a mulher só engravide quando o lúpus estiver totalmente controlado durante pelo menos 6 meses. Isso porque já se sabe que o lúpus na gravidez aumenta os riscos de:

  • Abortamento;
  • Parto pré-maturo;
  • Baixo peso ao nascimento;
  • Morte fetal;
  • Pré-eclâmpsia.

Outra complicação que pode surgir, embora mais rara, é o desenvolvimento de um bloqueio cardíaco, que faz com que o coração do bebê tenha batidas mais lentas. Esse problema está relacionado com a presença de um anticorpo no sangue da mãe, que atravessa a placenta e afeta o coração do feto.

Esse anticorpo também é responsável pelo chamado lúpus neo-natal, uma condição em que o bebê nasce ou desenvolve manchas na pele, semelhantes àquelas do lúpus. Contudo, as manchas desaparecem e a criança não desenvolve a doença. De fato, a grande maioria dos filhos de mulheres com lúpus não irá desenvolver lúpus.

Portanto, uma mulher com lúpus que pretende engravidar deve planejar bem a sua gravidez e falar com antecedência com o seu médico reumatologista, pois é preciso suspender o uso de alguns remédios antes de engravidar.

O pré-natal deve começar logo que a gravidez seja descoberta. Também é importante que haja um companhamento da mulher durante o pós-parto.

Desde que sejam tomados todos os devidos cuidados, há uma grande chance da gestação ser bem sucedida, com bons resultados para a mãe e para o bebê.

Se você têm lúpus e quer engravidar, fale com o seu médico reumatologista e ginecologista.

Leia também:

Lúpus discoide tem cura? Qual é o tratamento?

Progesterona baixa dificulta a gravidez?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, a progesterona baixa pode dificultar a gravidez, uma vez que a progesterona é um hormônio essencial para preparar o organismo da mulher para a gravidez e também para garantir a evolução da gestação.

Níveis baixos de progesterona podem causar falhas na implantação do embrião no útero, o que dificulta o início de uma gravidez. A progesterona baixa também pode provocar abortos de repetição, prejudicando assim a manutenção da gestação.

A progesterona ativa as células que revestem a parede uterina e aumenta o fluxo sanguíneo, preparando o útero para receber o embrião.

Durante a gravidez, a progesterona mantém a gestação, relaxa a musculatura do útero e estimula o desenvolvimento das glândulas mamárias.

Veja também: Qual a função da progesterona na gravidez?; Progesterona baixa dificulta a gravidez?

Além disso, a progesterona está intimamente relacionada com a fertilidade da mulher:

  • Após a liberação do óvulo, na 2ª fase do ciclo menstrual, a progesterona é o hormônio feminino mais ativo, pois é a sua função garantir o desenvolvimento do embrião até o nascimento, caso o óvulo seja fecundado;
  • A partir dos 35 anos, a produção de progesterona cai, o que reduz as chances de engravidar devido ao envelhecimento dos óvulos e à diminuição do número de óvulos que a mulher armazena.

Se pretende engravidar fale com o seu médico de família ou ginecologista/obstetra.

Pode haver dificuldade de gravidez após gravidez ectópica?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Na maioria das vezes não. As mulheres que tiveram gravidez ectópica não apresentam dificuldade para engravidar novamente, de acordo com os estudos.

Quarenta a 89% das mulheres que já passaram por essa situação, conseguem ter uma gravidez intrauterina (gravidez habitual) após um determinado período, que varia de acordo com o organismo e condições de saúde da mulher.

Vários fatores poderão influenciar a fertilidade da mulher depois de uma gravidez ectópica. Por exemplo, se a mulher estava usando DIU antes da gravidez ectópica, ela apresenta chances menores de apresentar outra gravidez desse tipo nas futuras gestações.

O local mais frequente de implantação da gravidez ectópica é nas tubas (trompas) uterinas.

Nos casos de ruptura da tuba uterina de um lado, a trompa do lado oposto continuará funcionante e poderá transportar os óvulos do ovário do lado não afetado. Assim, a mulher continua com sua fertilidade preservada e poderá ter outras gestações.

O que é gravidez ectópica?

A gravidez ectópica é uma gestação em que o óvulo é implantado fora da cavidade uterina e o feto se desenvolve fora do útero.

Os principais sintomas da gravidez ectópica incluem dor abdominal, atraso da menstruação, e perdas irregulares de sangue pela vagina. Porém, os sinais e sintomas também incluem as manifestações comuns da gravidez, como aumento da sensibilidade das mamas, náuseas e aumento da frequência urinária.

Apesar de ser mais comum na trompas, a gravidez ectópica pode ocorrer no ovário, no ligamento largo, no colo do útero ou na cavidade abdominal.

Os sintomas da gravidez ectópica normalmente aparecem depois de 6 a 8 semanas que veio a última menstruação. Contudo, se a gestação ocorrer na trompa, os sintomas podem surgir mais tarde.

A gravidez ectópica é de elevado risco para a mulher e requer tratamento de urgência, pois pode causar complicações graves como ruptura da tuba uterina e hemorragia interna.

Leia também:

Gravidez ectópica: o que é e quais são os seus sintomas? O feto sobrevive?

Mulher sem trompas pode engravidar?

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Quais são os riscos da cerclagem?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Os principais riscos da cerclagem uterina são a ocorrência de infecções e o rompimento da membrana do saco amniótico que envolve o bebê, o que poderia provocar um aborto. Outras possíveis complicações da cerclagem incluem aumento da atividade uterina, irritabilidade do útero, deslocamento da sutura e cicatrização do colo uterino.

Também existe o risco da cerclagem não ser capaz de evitar a dilatação do colo do útero e prevenir um aborto espontâneo ou um parto prematuro. Contudo, nesse caso, o risco não está associado ao procedimento em si mas sim ao sucesso do tratamento.

Os estudos indicam que a cerclagem não traz benefícios ou vantagens em casos de gestações com baixo risco de perda.

A cerclagem uterina é indicada para mulheres com incompetência istmo cervical, uma condição em que o colo do útero não consegue suportar o peso da gestação e dilata antes do tempo, provocando um aborto espontâneo ou um parto prematuro. A incompetência istmo cervical é determinada pela ocorrência de 3 ou mais abortos espontâneos seguidos.

Algumas mulheres conseguem trabalhar após a realização da cerclagem, enquanto outras precisam ficar em repouso e não podem ter relações sexuais até ao final da gravidez. Também é prescrito um hormônio vaginal para impedir uma nova dilatação do colo do útero.

O/a médico/a obstetra é o/a especialista responsável pelo procedimento cirúrgico da cerclagem uterina e poderá esclarecer eventuais dúvidas quanto aos riscos envolvidos.

Saiba mais em:

O que é cerclagem?

Após a cerclagem tenho que ficar em repouso por quanto tempo?

Corrimento rosado na gravidez: o que pode ser? Quais os sinais de alerta?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O corrimento rosado no início da gravidez, pode ocorrer pela fixação do embrião na parede do útero, um processo natural chamado nidação. Pode ser ainda decorrente de esforço físico ou relações sexuais, situações que não oferecem risco a mãe ou ao bebê.

Porém, o corrimento pode significar ainda situações de risco, como gravidez ectópica (gravidez fora do útero) ou aborto espontâneo. Por isso é importante reconhecer os sinais de alerta para nessa situação, procurar imediatamente um serviço de urgência.

Os sinais são de risco a mãe e o bebê são principalmente:

  • Sangue vermelho vivo,
  • Presença de coágulos,
  • Cólica intensa e
  • Febre.

Entenda um pouco mais de cada uma das possibilidades de sangramento rosado, o que pode auxiliar na identificação do problema. Contudo, todo o sangramento percebido durante uma gestação, deve ser rapidamente informado ao seu médico obstetra.

1. Nidação

A nidação é a implantação do embrião na parede do útero, o que provoca um sangramento rosado em pouca quantidade, sem cheiro e que dura de 1 a 3 dias. Este sangramento é considerado normal e é um sinal inicial de gravidez.

Nem sempre sangramento de nidação é percebido pelas mulheres. Ele pode apenas sujar a roupa íntima ou ser observado como um sangramento rosa claro no papel higiênico após limpar-se. Além disso, pode vir acompanhado de uma cólica leve ou sensação de cólica com algumas pontadas na região do baixo ventre.

Se este corrimento rosado aumentar em quantidade, durar mais de 3 dias ou se tornar vermelho vivo, procure um ginecologista ou obstetra.

2. Fixação da placenta no útero

Na medida em que a gravidez avança, a placenta também vai se desenvolvendo para oferecer nutrientes e oxigênio para o bebê.

O corrimento rosado também pode acontecer devido à ruptura de vasos sanguíneos que acontecem enquanto a placenta se desenvolve e invade a camada muscular do útero para se fixar.

Nestes casos, o sangramento ocorre em pouca quantidade e deve durar até 3 dias.

3. Esforço físico e relações sexuais

O esforço físico e as relações sexuais, especialmente no 1o trimestre de gravidez, podem causar a ruptura de um pequeno caso sanguíneo, o que pode levar à presença do corrimento rosado durante a gravidez.

Nestes casos, o sangramento cessa espontaneamente sem a necessidade de intervenção médica. Entretanto, se você perceber aumento do volume de sangramento ou sentir cólica, busque um ginecologista ou obstetra.

4. Gravidez ectópica

A gravidez ectópica acontece quando o óvulo fecundado não consegue chegar à cavidade uterina para implantação e se implanta nos ovários, nas tubas uterinas, no colo do útero, ou no abdome. O mais comum é implantar-se nas tubas uterinas, ao que chamamos de gravidez tubária.

Os sintomas geralmente só ocorrem quando e estrutura (ovários, tuba uterina, colo do útero ou abdome) que contém a gravidez ectópica se rompem. As mulheres podem apresentar sangramento vaginal que podem ser manchas de sangue ou um corrimento rosado, no início, mas que aumenta de volume e se torna vermelho vivo. Além disso, podem sentir cólicas ou dor forte na região inferior do abdome.

A gravidez ectópica é uma emergência obstétrica, pois o sangramento pode ser fatal para a mulher. Nestes casos, busque urgente um serviço de emergência.

5. Aborto espontâneo

O aborto espontâneo é comum nas 10 primeiras semanas de gestação. Seus sintomas se iniciam com um corrimento rosado que evolui subitamente para um sangramento mais forte com perda de coágulos pela vagina.

A mulher também pode sentir fortes dores abdominais, febre e dor de cabeça.

Nestes casos, é importante buscar atendimento em uma emergência hospitalar o mais rapidamente possível.

Quando devo me preocupar?

Se você está grávida e percebe um sangramento rosa, fique atenta aos seguintes sinais de alerta:

  • Corrimento rosa com mais de 3 dias de duração
  • Sangramento abundante: se, por exemplo, você precisa usar absorvente e trocá-lo de 2 em 2 horas ou de 3 em 3 horas
  • Mudança de coloração para sangramento vermelho vivo
  • Presença de cólicas fortes
  • Dor abdominal intensa
  • Presença de contrações uterinas
  • Febre
  • Dor de cabeça

Nestes casos, procure o mais rapidamente possível um serviço de atendimento hospitalar.

Para saber mais sobre corrimento rosado, leia o artigo: Corrimento rosado, o que pode ser?

Referência:

  • Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia
22 semanas são quantos meses de gravidez?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

22 semanas de gravidez correspondem ao final do quinto mês e início do sexto mês de gestação.

Pode ser bastante confuso converter semanas de gestação em meses. Isso porque os meses têm, em geral, 4 semanas e 2 ou 3 dias (dependendo do mês).

Mas na realidade, não existe motivo para fazer a conversão de semanas em meses. Os profissionais de saúde se baseiam sempre na semana de gravidez para avaliar se está tudo bem com a gestante e com o bebê. É por isso que a gestação é sempre contada em semanas e não em meses.

A gestante com 22 semanas de gestação deve ter consultas de pré-natal a cada 4 ou 5 semanas. Entre as semanas 16 e 22, o profissional de saúde (enfermeiro ou médico) irá avaliar os seguintes parâmetros:

  • Peso / ganho de peso da gestante;
  • Pressão arterial da gestante;
  • Edema (verificam se há partes do corpo da gestante inchadas, como os pés e rosto);
  • Situação vacinal da gestante (se todas as vacinas estão em dia);
  • Condição nutricional da gestante;
  • Alterações psicológicas da gestante;
  • Batimentos cardíacos do bebê;
  • Movimentos fetais;
  • Resultados dos exames realizados até o momento.

O profissional de saúde normalmente também mede a barriga da gestante para fazer uma avaliação do crescimento do bebê. Além disso, é aconselhável fazer um ultrassom nessa fase para verificar se o desenvolvimento do bebê está adequado.

Leia também:

Referências:

NOTA TÉCNICA PARA ORGANIZAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE COM FOCO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E NA ATENÇÃO AMBULATORIAL ESPECIALIZADA — SAÚDE DA MULHER NA GESTAÇÃO, PARTO E PUERPÉRIO. / Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. São Paulo: Hospital Israelita Albert Einstein: Ministério da Saúde, 2019. p. 27-28.

Chames MC, Bailey JM, Greenberg GM, Harrison RV, Schiller JH, Williams CB. Guidelines for Clinical Care Ambulatory. Prenatal care. Michigan Medicine, University of Michigan. Last review: January 2019. https://www.med.umich.edu/1info/FHP/practiceguides/newpnc/PNC.pdf

Kiserud T, Piaggio G, Carroli G, Widmer M, Carvalho J, Neerup Jensen L, et al. (2017) The World Health Organization Fetal Growth Charts: A Multinational Longitudinal Study of Ultrasound Biometric Measurements and Estimated Fetal Weight. PLoS Med 14(1): e1002220.

Tenho SOP e comecei a tomar metformina, estou com um mês de atraso menstrual, posso estar grávida?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

É possível sim.  Apesar da Síndrome de ovário policístico (SOP) ser sabidamente uma causa comum de infertilidade, a mulher que mantém relações sem uso de contraceptivo também corre o risco de engravidar. Depende de muitas variáveis, uma dela é a relação de medicamentos que faz uso regular, como a metformina.

A SOP se caracteriza por irregularidade menstrual, sinais como obesidade leve, acne, hirsutismo (excesso de pelos grossos e escuros, em regiões mais comuns nos homens), além do aumento da resistência à insulina e exclusão de outras doenças. Como opções de tratamento, devido o aumento da resistência à insulina, um dos tratamentos habituais é o uso regular de metformina. 

Entretanto a metformina, prescrita na intenção de auxiliar na redução do peso e na regularidade dos ciclos menstruais, possibilitando a ovulação, aumenta as chances de engravidar. Portanto, as mulheres que não desejam engravidar neste período, devem fazer uso de algum anticoncepcional.

No caso de suspeita de gravidez deve procurar atendimento de ginecologista/obstetra, o quanto antes, realizar testes de gravidez e seguir as orientações de acordo com o resultado encontrado.

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