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Como ocorre a transmissão da hanseníase?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A transmissão da hanseníase se dá pelo contato prolongado e frequente com uma pessoa infectada pelo bacilo e que não esteja em tratamento. A pessoa infectada expele bacilos (bactérias) através do sistema respiratório superior quando ela fala, tosse ou espirra, por meio da saliva e secreções nasais. 

Como a bactéria tem uma baixa infectividade, apenas o contato por vários anos e frequente com a pessoa infectada é capaz de ocasionar a transmissão da hanseníase. Quando a pessoa inicia o tratamento para erradicar a doença, a transmissão é interrompida.

Hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae, uma bactéria que acomete a pele e os nervos periféricos. Ela é uma doença de baixa infectividade, ou seja, o seu poder de contágio é baixo.

Vale lembrar que tocar uma pessoa com hanseníase não transmite a doença. Isso significa que a hanseníase não é transmitida pelo contato físico, mas sim pela inalação contínua de gotículas de saliva ou secreções do nariz infectadas pelo bacilo.

Outra informação pouco conhecida é que a grande maioria das pessoas é imune à hanseníase e não desenvolve a doença, mesmo se forem infectadas.

Quais são os sintomas da hanseníase?

A hanseníase se manifesta por meio de manchas claras, avermelhadas ou escuras, que não são vistas facilmente. Os limites dessas manchas são irregulares e a sensibilidade no local fica alterada. No local das lesões, também ocorre queda de pelos e não há transpiração.

Na fase aguda da doença, podem surgir nódulos ou inchaço nas orelhas, nas mãos, nos cotovelos e nos pés.

Se algum nervo periférico for afetado, a pessoa sente dormência, perda de força muscular e os dedos ficam retraídos, tornando o membro afetado incapacitado. 

A evolução da hanseníase é lenta. Os sintomas só aparecem depois de 2 a 6 anos que ocorreu o contágio. 

Por isso, quanto mais cedo a doença é diagnosticada, mais rápido o tratamento poderá ser iniciado, permitindo a quebra da cadeia de transmissão do bacilo. O exame físico, diagnóstico e tratamento são fornecidos gratuitamente nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

O que é autismo e quais os sintomas?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O autismo é um transtorno global do desenvolvimento que começa na primeira infância, ou seja, antes dos 3 anos de idade. O transtorno do espectro autista tem como principal sintoma a dificuldade de interação social e comunicação.

Existem diferentes tipos de autismo, com vários graus de intensidade. Há autistas com formas graves do transtorno, com deficiência intelectual e agressividade, sem possibilidade de estabelecer contato interpessoal, e formas mais leves, em que a inteligência e a fala são normais.

A maioria das crianças com autismo é parecida com as outras crianças. Porém, apresentam comportamentos diferentes, com atividades incomuns e algumas vezes incompreensíveis.

Crianças com as formas menos graves de autismo falam e demonstram capacidade intelectual, mas apresentam perturbações ao nível social e comportamental.

O autismo infantil é mais frequente em meninos e os seus primeiros sinais podem surgir já nos primeiros meses de vida da criança. Contudo, o transtorno raramente é diagnosticado precocemente.

Normalmente, o problema é detectado quando os sintomas tornam-se mais evidentes, o que geralmente ocorre entre os 2 e os 3 anos de idade. Uma vez que o transtorno é global, ou seja, afeta o indivíduo como um todo, muitas vezes é confundido com outros tipos de distúrbios psíquicos.

Quais são os sintomas do autismo?

Os sintomas do autismo geralmente estão presentes antes dos 3 anos de idade, mas são mais evidentes entre os 2 e os 6 anos. Alguns sinais que podem levar à suspeita de autismo, de acordo com a idade da criança:

  • 12 meses: a criança não emite sons nem balbucia e não realiza gestos como apontar ou acenar;
  • 16 meses: a criança não pronuncia palavras simples;
  • 24 meses: a criança não forma frases com duas palavras.

A perda de capacidades de linguagem ou de socialização, em qualquer idade, também é um sinal de alerta para o autismo. Vale ressaltar que a presença de alguma dessas características não implica necessariamente que a criança tenha autismo. Porém, se estiverem presentes, é importante proceder a uma investigação com uma equipe multidisciplinar, que pode envolver neurologista, pediatra, psicólogo, entre outros especialistas.

Pessoas autistas são difíceis de estabelecer relacionamentos, têm dificuldade no domínio da linguagem, daí os problemas de comunicação, e apresentam padrões de comportamento repetitivos.

Existem vários sinais que caracterizam o indivíduo autista. Pessoas com autismo apresentam pelo menos metade dos seguintes sintomas:

  • Dificuldade de relacionamento interpessoal;
  • Pouco ou nenhum contato visual com outras pessoas;
  • Riso inadequado;
  • Busca pelo isolamento social (preferência pela solidão);
  • Fixação visual em objetos;
  • Aparente insensibilidade à dor;
  • Rotação repetitiva de objetos;
  • Hiper ou inatividade;
  • Ecolalia (repetição de palavras ou frases);
  • Recusa de demonstrações de carinho (colo, abraços);
  • Não respondem pelo nome;
  • Dificuldade de expressar necessidades;
  • Dificuldade de aprendizado;
  • Repetição desnecessária de assuntos;
  • Dificuldade de mudança na rotina;
  • Não tem consciência de situações de perigo;
  • Acessos de raiva;
  • Desorganização sensorial.

Os sinais e sintomas do autismo infantil podem incluir ainda convulsões (cerca de 20% das crianças autistas têm epilepsia), transtornos do sono e alimentares, ansiedade e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade)

Contudo, vale ressaltar que muitas vezes o autista domina a linguagem, consegue se comunicar e tem uma inteligência normal ou até acima da média. Essas pessoas apresentam menos dificuldade em interagir socialmente e podem ter uma vida praticamente normal.

Como é feito o diagnóstico do autismo?

Para o diagnóstico do autismo, são considerados distúrbios em três áreas, com início dos sintomas antes dos três anos de idade:

1. Comprometimento da interação social; 2. Comportamento e interesses restritos e repetitivos; 3. Comprometimento da comunicação verbal e não-verbal.

Quais as causas do autismo?

O autismo não possui uma causa definida, mas sabe-se que o transtorno é provocado por anomalias no funcionamento e na estrutura do cérebro. Fatores hereditários também podem estar associados ao aparecimento do autismo.

Crianças com determinadas síndromes genéticas, rubéola congênita, esclerose tuberosa, entre outras doenças, podem ter mais chances de desenvolver autismo.

O autismo também pode estar associado a fatores relacionados com a gestação ou com o parto, além de infecções virais, alterações metabólicas e exposição a metais pesados.

Autismo tem cura? Como é o tratamento?

O autismo não tem cura. Porém, com o tratamento adequado e as devidas medidas educacionais e comportamentais, é possível diminuir os comportamentos mais estranhos e oferecer uma maior autonomia ao paciente.

Muitas vezes são usados medicamentos antidepressivos, antipsicóticos ou medicação específica para tratar a hiperatividade.

O autismo é uma doença crônica e o tratamento deve ser instituído assim que seja feito o diagnóstico. O tratamento deve ser multidisciplinar e individual, baseado no grau de comprometimento de cada paciente.

O diagnóstico e tratamento podem ser conduzidos por médico psiquiatra, em associação com outros especialistas, como fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e psicólogo.

Qual o tempo de recuperação da cirurgia de hernia de disco?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O tempo de recuperação da cirurgia de hérnia de disco lombar ou cervical depende da experiência de cada equipe, do tipo de técnica utilizada e da altura em que estava localizada a hérnia, ou hérnias, mas em média varia entre uma e seis semanas. Normalmente o paciente não precisa ficar internado e sai do hospital no mesmo dia da cirurgia ou em 24 h. Depois, é preciso ficar uma semana de repouso em casa. Se o trabalho não exigir esforço físico, dependendo de cada caso, pode ser permitido retomar a atividade após esse período.

Em geral, a cirurgia de hérnia de disco permite que o paciente retorne gradualmente às suas atividades diárias. Durante o período de repouso domiciliar, é possível realizar tarefas simples que que não exigem esforço. Não é necessário ficar em repouso absoluto.

Uma semana depois da cirurgia de hérnia de disco é feita uma reavaliação. Se estiver tudo bem, já é possível realizar mais atividades e até voltar a trabalhar, dependendo do tipo de trabalho.

Para retomar as atividades que exigem esforço físico ou uma maior movimentação, como praticar esportes, é preciso esperar cerca de 6 semanas.

As cirurgias para tratamento de hérnia de disco busca cada vez técnicas menos invasivas, em alguns casos, de apenas abaulamento, antes da formação da hérnia, já é possível realizar o procedimento sem necessidade de cortes, através de laser e radiofrequência.

O objetivo do tratamento cirúrgico é remover a hérnia e os fragmentos do disco para aliviar a compressão dos nervos que saem da medula espinhal.

Quando existe instabilidade da coluna, pode ser necessário estabilizá-la com hastes e parafusos, e nesse caso o procedimento é mais complexo.

O disco intervertebral também pode ser substituído por uma prótese, mas existem grupos que defendem que a substituição não traz melhores resultados do que os procedimentos tradicionais.

A cirurgia de hérnia de disco deve ser realizada de preferência por um médico neurocirurgião.

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O que é atrofia cortical?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Atrofia cortical é uma diminuição do córtex cerebral. O córtex é a região periférica do cérebro, composta por neurônios (células nervosas) que recebem impulsos do corpo e os transmitem para os destinos corretos.

A atrofia do córtex cerebral é resultante damorte e degeneração dos neurônios, sendo observada em doenças neurodegenerativas como a Doença de Alzheimer, podendo levar à demência, perda de movimentos, entre outras consequências.

Os sinais e sintomas da atrofia cortical variam conforme a área afetada do córtex. Por exemplo, na atrofia cortical posterior o paciente apresenta dificuldades visuais, pois essa é a área do cérebro responsável pelo processamento e interpretação das imagens captadas pelo olho.

O córtex cerebral compõe a massa cinzenta do cérebro, sendo uma das partes mais importantes do sistema nervoso central.

Nele chegam os impulsos nervosos, que aí se tornam conscientes e são interpretados e dele saem os impulsos responsáveis pelos movimentos voluntários do corpo.

A atrofia cortical é um processo neurodegenerativo e progressivo, que não tem cura, mas pode ser controlado.

O diagnóstico da atrofia do córtex cerebral é feito através de exames de tomografia computadorizada ou ressonância magnética, sendo o médico neurologista o responsável pelo tratamento.

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Dor no braço o que pode ser? Causas e o que fazer
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor em um dos braços costuma ser causada por um problema muscular, tendinite, lesão por esforço repetitivo (LER) ou problemas crônicos, como a artrose.

No entanto, pode ser também um dos sintomas do infarto agudo do coração, uma doença bastante grave, por isso é importante entender os sinais de alerta para essa doença.

No infarto, a dor é em aperto no peito, e pode vir associada a náuseas, vômitos, suor frio e mal-estar. A dor pode ainda ser irradiada para o braço esquerdo, queixo, costas ou mais raramente para o braço direito. Na suspeita de infarto, ligue para o SAMU 192.

Causas mais comuns de dor no braço. O que fazer em cada uma das situações?1. Problemas musculares

A distensão muscular é um problema comum, que pode ocorrer nos braços após um esforço físico excessivo, como em treinos de alto rendimento ou musculação. Pode ser decorrente de uma queda ou pequenos traumas.

Os sintomas da distensão são geralmente:

  • Dor localizada no músculo que sofreu a distensão
  • Edema (inchaço)
  • Vermelhidão
  • Escoriação (quando acontecer por um trauma ou queda)

O tratamento é o repouso e imobilização do membro afetado (braço esquerdo ou direito). O uso de pomadas com anti-inflamatórios podem ajudar a tratar a distensão muscular.

A aplicação de compressas de gelo no local da dor é indicada nas primeiras 48 horas. Após este período, devem ser aplicadas apenas compressas mornas, por 20 minutos, duas vezes ao dia. Estas medidas ajudarão a aliviar a dor e tratar a distensão nos músculos.

Se mesmo com o repouso e compressas a dor não melhorar nas primeiras 48 horas, ou piorar, deve procurar um atendimento médico para avaliação e tratamento adequados.

2. Tendinites e lesões por esforço repetitivo (LER)

A tendinite se caracteriza por inflamação nos tendões, estrutura final dos músculos e pode ocorrer nos braços, antebraços ou nos ombros. É uma causa comum de dor crônica nos ombros.

A lesão por esforço repetitivo (LER) é mais comum no antebraço (direito ou esquerdo), bastante associada à prática de digitação e movimentos de mão repetidos, por longos períodos.

Os sintomas são:

  • Dor localizada contínua
  • Piora quando movimenta o membro
  • Edema, inchaço no local
  • Formigamento e sensação de fraqueza

O tratamento também é baseado no repouso e imobilização do membro acometido.

Aplicar compressas de gelo por 20 minutos pode ajudar a aliviar a dor. Lembre-se de não colocar o gelo diretamente em contato com a pele, para evitar queimaduras. Utilize um tecido fino entre a pele e o gelo.

Em alguns casos, pode ser necessário tratamento com fisioterapia ou anti-inflamatórios. Uma consulta com ortopedista assegura a efetividade do tratamento.

3. Artrose

A artrose ou osteoartrose pode afetar diferentes articulações, mais frequentemente ombros, quadris e joelhos.

Os sintomas são de:

  • Dor na articulação
  • Rigidez articular, especialmente pela manhã
  • Dificuldade nos movimentos desse membro
  • Perda do movimento (nos casos mais graves)

Algumas pessoas queixam-se de sensação de areia e estalos na articulação afetada ou ao realizar movimentos de maior amplitude como, por exemplo, levantar o braço e completar uma volta inteira, devido a artrose no ombro.

O tratamento é feito com o fortalecimento do membro acometido. Em alguns casos, basta tratamento fisioterápico, para iniciar com cautela, o fortalecimento muscular além das orientações para realização correta das atividades de vida diárias, sem prejudicar a articulação.

Para situações mais avançadas, pode ser preciso uso de medicamentos, imobilização e cirurgia. Procure um ortopedista ou reumatologista para definir o melhor tratamento.

Enquanto aguarda a consulta e o início do tratamento, evite movimentar em excesso a articulação comprometida. Você pode aplicar compressas quentes ou frias, 3 vezes ao dia durante 20 minutos, para alívio da dor. Algumas pessoas sentem alívio com compressas quentes, outras com gelo, por este motivo, utilize o que for mais confortável no seu caso. O objetivo da compressa é apenas a redução da dor.

4. Síndrome de túnel do carpo

A síndrome do túnel do carpo é outra situação comum de dor no braço, especialmente em pessoas que trabalham com as mãos, causada pela compressão do nervo mediano, um nervo que se estende pelo braço e chega até a mão.

Os sintomas se iniciam na mão e punho, mas com a evolução da doença, leva a dor por todo o braço. Os sintomas são:

  • Dor contínua, latejante
  • Fraqueza na mão, é normal o relato de deixar coisas cair da mão
  • Formigamento, dormência
  • Sensação de agulhadas na palma da mão, especialmente no dedo polegar, indicador e parte do dedo médio.

Algumas pessoas acordam durante a madrugada com dor latejante ou sensação de queimação, que melhora com o "abanar" da mão acometida.

O tratamento definitivo, para curar a doença, é a cirurgia, onde a fibrose que comprime o nervo é cortada, liberando novamente o nervo mediano. O neurocirurgião e ortopedista, especialistas em mão, são os médicos mais indicados para realizar essa cirurgia.

A imobilização, repouso, fisioterapia e uso de medicamentos para dor, aliviam, mas não curam a doença. A demora no tratamento pode levar à morte do nervo e atrofia dos músculos da mão.

5. Problemas de coluna

Os problemas de coluna, como a hérnia de disco cervical ou artroses ("bico de papagaio"), podem comprimir um nervo próximo, causando os sintomas neurológicos nesse braço.

Os sintomas comuns de uma hérnia, são:

  • Dormência no braço (direito ou esquerdo)
  • Fraqueza no braço (direito ou esquerdo)
  • "Choques", pelo braço, exatamente pelo trajeto de um nervo comprimido.

O tratamento deve ser definido pelo neurologista ou neurocirurgião após avaliação. O uso de colar cervical e relaxantes musculares, ajudam a reduzir o movimento do pescoço, aliviar a dor e principalmente, evitar piora da hérnia, porém o tratamento definitivo pode ser através de fisioterapia ou cirurgia.

6. Crise de ansiedade

Durante uma crise de ansiedade a pessoa pode sentir uma sensação estranha de dormência ou formigamento em um dos braços, ou nos dois, acompanhada de agitação, palpitação, falta de ar, sensação de calor, suor e/ou dor no peito.

Para aliviar os sintomas, enquanto a crise de ansiedade estiver acontecendo, volte a sua atenção para a respiração. Faça inspirações longas e profundas e expire soltando o ar pela boca. Este tipo de respiração costuma aliviar os sintomas e ajudam a pessoa a voltar à calma.

Se as crises de ansiedade forem constantes, é importante que procure um médico de família, psicológico ou psiquiatra. O acompanhamento psicológico pode ser importante para aprender a lidar com situações que provocam ansiedade.

Dor no braço esquerdo é sempre sinal de infarto do coração?

Não. A dor no peito é o sintoma mais característico do infarto, seguido da irradiação da dor para o braço esquerdo, por isso, o sintoma causa preocupação. Porém, a dor do infarto pode ser irradiada para o pescoço, costas, braço direito ou não haver irradiação.

É importante conhecer os sinais e sintomas que sugerem um infarto do coração, além da dor no braço esquerdo, possibilitando a procura de um atendimento de urgência médica, o quanto antes. São eles:

  • Dor de início súbito (repentino)
  • Irradiação (braço esquerdo, pescoço, costas ou mais raramente braço direito)
  • Suor frio, palidez
  • Mal-estar
  • Palpitação
  • Náuseas e vômitos

Na suspeita de um infarto, ligue para o SAMU 192 e peça ajuda. Não fique sozinho.

Saiba mais sobre o que fazer se suspeitar de um infarto: Suspeita de infarto: o que fazer?

O que pode ser dor na veia do braço?

A dor na veia do braço pode ser uma trombose! A trombose é uma obstrução de um vaso sanguíneo (artéria ou veia), que interrompe abruptamente o fluxo de sangue naquela região.

Trata-se de uma situação muito menos comum, porém pode ocorrer em qualquer veia ou artéria do corpo, incluindo o braço. Os sintomas são de dor intensa no braço afetado pela falta de sangue, inchaço (edema), sensação de peso, formigamento, cãibras e surgimento de feridas no braço afetado.

Neste mesmo membro, os dedos das mãos podem se tornar pálidos, arroxeados e fracos, devido a má circulação sanguínea.

O que posso fazer?

Toda trombose é uma situação de urgência. Procure o mais rápido possível o seu médico de família, clínico geral, angiologista ou uma emergência médica.

Estes profissionais farão uma avaliação detalhada dos sintomas, vão solicitar exames para identificar essa obstrução (ultrassonografia com doppler do braço), e assim definir o melhor tratamento.

O tratamento depende da causa da obstrução. Pode ser indicado medicamentos (anticoagulantes) ou precisar de cirurgia de urgência, para restabelecer a circulação no local.

Quais os sinais de alerta para dor no braço?

Alguns sintomas são considerados sinais de alerta para as pessoas que sentem dor intensa em algum dos braços ou pernas. São eles:

  • Dor súbita e intensa no membro
  • Palidez e temperatura fria ao toque
  • Dor torácica, palpitações, suor frio ou falta de ar
  • Inchaço súbito do membro
  • Fraqueza ou dormência do membro afetado
  • Febre
  • Presença de bolhas ou manchas escuras

Na presença de um desses sintomas, procure uma emergência médica.

Leia mais:

Referências:

Sociedade Brasileira de Cardiologia

Epilepsia pode matar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A epilepsia pode matar, de forma direta ou indireta, principalmente quando o tratamento e acompanhamento não são seguidos de forma correta. Isso porque já é comprovado que pacientes portadores de epilepsia apresentam maior risco de morte súbita, e também, porque uma crise convulsiva aumenta o risco da pessoa se envolver em acidentes graves. 

Além disso, pessoas que sofrem crises convulsivas, correm o risco de lesão cerebral, caso a crise perdure por mais de 5 minutos. Podem também apresentar vômitos ou sangramento na boca, por mordedura durante uma crise, e deglutir esse conteúdo, causando bronco aspiração. O que pode levar a um tipo de pneumonia grave e consequências ruins.

Quem tem epilepsia pode ter morte súbita?

Sim. A morte súbita é observada com maior frequência em pessoas com epilepsia, chamada Morte Súbita Inesperada em Epilepsia, parece estar relacionada com o número de crises generalizadas que apresenta, principalmente à noite, quando são menos vigiados.

Estudos sugerem que a morte súbita ocorra nesses casos, porque durante as crises, as regiões do cérebro que controlam a respiração e os batimentos do coração possam ser "desligadas", ou parem de funcionar de forma adequada. A morte ocorreria portanto, por dificuldade respiratória e ou descompensação cardíaca, levando a parada cardiorrespiratória. 

Outras possíveis causas para a morte súbita em pessoas com epilepsia são:

1. Baixa adesão ao tratamento da epilepsia (esquecer de tomar a medicação na hora certa);

2. Presença de doenças cardíacas; e 

3. Predisposição genética.

Entretanto essas teorias não estão confirmadas cientificamente e faltam estudos que definam os fatores de risco mais relevantes para esses casos. 

Vale ressaltar que nos casos de Morte Súbita Inesperada em Epilepsia, a pessoa não foi vista antes, não se sabe se houve ou não alguma crise convulsiva, dificultando ainda mais o conhecimento e entendimento desse assunto.

Apesar do risco aumentado de morte súbita e morte indireta causada pelas convulsões, a maioria dos pacientes portadores de epilepsia, que fazem o tratamento corretamente levam uma vida normal, muitas vezes sem nenhuma limitação, já que as crises estão controladas.

Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, mais cedo o tratamento é iniciado e a pessoa pode voltar às suas atividades diárias normais.

O médico neurologista é o especialista indicado para diagnosticar e tratar a epilepsia.

Atrofia cerebral pode ser revertida?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não, atrofia cerebral não pode ser revertida. Porém existem tratamentos que retardam a sua evolução, ou auxiliam no controle através de medicamentos específicos.

A atrofia cerebral é uma diminuição do tamanho global do cérebro decorrente da degeneração e morte de milhares de neurônios, que são as células do cérebro.

Na atrofia de outros tecidos, como por exemplo dos músculos, se os nervos estiverem íntegros, o músculo pode voltar a ganhar volume se for estimulado, porque as suas células têm a capacidade de regeneração e de aumentar de tamanho (hipertrofiar).

No entanto, não acontece o mesmo com o cérebro. Os neurônios não se regeneram e à medida que vão morrendo não são substituídos por outros, nem são formadas novas células, o que torna impossível reverter a atrofia cerebral.

A atrofia cerebral costuma evoluir de maneira inexorável, com ou sem tratamento, o que conseguimos com o tratamento precoce e específico, é retardar essa evolução, auxiliando na qualidade de vida do paciente e de seus familiares.

O processo de atrofia cerebral é conhecido popularmente por demência. Existem diversos tipos de demências, sendo a a Doença de Alzheimer a mais frequente entre elas.

Por isso, o controle ou a prevenção da atrofia cerebral é muito importante para o tratamento de doenças neurodegenerativas.

O médico neurologista é o especialista nesta área e deverá iniciar e manter acompanhamento regularmente.

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Qual a diferença entre atrofia, distrofia e hipertrofia?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Para melhor compreender a diferença entre atrofia, distrofia e hipertrofia é preciso conhecer o que significa cada uma dessas alterações celulares:

  • Atrofia (hipotrofia): Diminuição do tamanho da célula. Quando um número suficiente de células passa por essa adaptação, ou redução de tamanho, todo o órgão ou tecido também diminui de tamanho.

    • Exemplo: Um bom exemplo de atrofia pode ser observado após tirar o gesso de um braço ou de uma perna: o membro fica "mais fino" devido à redução do volume muscular (atrofia).
    • Causas:
      • Compressão do órgão ou tecido afetado.
      • Envelhecimento;
      • Perda de estímulos hormonais;
      • Má nutrição;
      • Redução do aporte sanguíneo;
      • Perda da inervação;
      • Diminuição da carga de trabalho, ou de exercícios;
  • Hipertrofia: Aumento do tamanho das células, com consequente aumento do órgão ou tecido. Trata-se de uma resposta adaptativa da célula a estímulos mecânicos ou hormonais.
    • Exemplos:
      • Hipertrofia muscular: Aumento do tamanho do músculo, cujas células tiveram que se adaptar para poderem suportar uma maior carga de trabalho;
      • Hipertrofia do miocárdio (músculo cardíaco): Pode ocorrer em pessoas com pressão alta, pois o coração bombeia o sangue com mais força para a artéria aorta;
      • Hipertrofia de hepatócitos (células do fígado): O uso de medicamentos barbitúricos pode provocar um aumento das células hepáticas.
    • Causas:
      • Maior demanda funcional;
      • Estimulação hormonal (por exemplo, uso de testosterona na forma de anabolizantes para ganhar massa muscular).
  • Distrofia: Qualquer distúrbio na formação da célula que afeta o seu desenvolvimento e crescimento. O termo é bastante abrangente, sendo largamente usado para designar processos regressivos ou degenerativos.
    • Exemplo:
      • Distrofia muscular. O termo refere-se a várias doenças genéticas que provocam perda de força progressiva e degeneração dos músculos esqueléticos. Todos os tipos de distrofia muscular pioram progressivamente, à medida que os músculos se degeneram e enfraquecem;
    • Causas: Grande parte das distrofias tem origem genética.

Portanto, atrofia, distrofia e hipertrofia são alterações ou adaptações que a célula pode sofrer quando submetida a estímulos fisiológicos ou patológicos. Muitas vezes tais alterações são necessárias para a própria sobrevivência da célula.

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