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Cistite intersticial tem cura? Com é o tratamento?

Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Cistite intersticial não tem cura. Trata-se de uma doença inflamatória crônica da bexiga, com causas desconhecidas. Entretanto, os tratamentos atuais melhoram consideravelmente os sintomas.

Como é o tratamento de cistite intersticial?

O tratamento é difícil e complexo, definido de acordo com cada caso, e compreende:

  • Uso de medicamentos;
  • Mudanças comportamentais e alimentares;
  • Fisioterapia;
  • Cirurgia, mais raramente pode ser indicada.

Sendo o principal objetivo do tratamento, controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida da pessoa.

Medicamentos

As medicações podem ser administradas por via oral ou aplicadas diretamente na bexiga.

Dentre os medicamentos utilizados para tratar a cistite intersticial, o mais prescrito no Brasil é a amitriptilina, um antidepressivo usado para controlar a dor, com resultados bastante satisfatórios. Outros medicamentos via oral são: anti-histamínicos, ciclosporina e Pentosan polissulfato.

Dentre os medicamentos indicados por via intravesical, ou seja, aplicados diretamente na bexiga, com objetivo de reconstituição da parede interna, estão: Pentosan polissulfato, toxina botulínica (botox) e Ácido hialurônico.

Mudança comportamental e alimentar

As atividades físicas estão sempre recomendadas porque além de liberar substâncias que aumentam a sensação de prazer e bem-estar, também atuam no alívio da dor. Assim como os exercícios de fortalecimento e relaxamento para os músculos do assoalho pélvico.

O controle alimentar é o cuidado de maior importância no tratamento, pois na grande maioria dos casos de cistite intersticial, os sintomas se agravam ou são precipitados pela ingestão de determinados alimentos e bebidas. O recomendado é que a pessoa identifique e exclua os alimentos que acredite ter influência na crise, por uma semana. Após esse período, os mesmos podem ser reintroduzidos gradualmente, observando sempre o retorno ou a ausência dos sintomas.

Veja também: tratamento para síndrome da bexiga dolorosa

Fisioterapia

Na fisioterapia existem diversas técnicas capazes de auxiliar no tratamento da síndrome, entre elas algumas parecem apresentar melhores resultados, como a reeducação vesical.

Reeducação vesical

Na reeducação da bexiga, os intervalos entre as micções devem ser iguais e programados, para não se chegar ao ponto de sentir vontade urgente de urinar. Ao longo das semanas, os intervalos entre as micções podem ser aumentados gradativamente.

Cirurgia

A cirurgia é raramente indicada, apenas para os casos em que os demais tratamentos não obtiveram resultado. As técnicas mais utilizadas são Hidrodistensão, Derivação urinária, Neuromodulação sacral e a Cistoplastia.

A hidrodistensão consiste em encher a bexiga com soro para além do seu limite de armazenamento, provocando uma distensão excessiva nas suas paredes.

A derivação urinária é uma técnica e que o fluxo de urina é desviado, no intuito de poupar a parede da bexiga, mesmo que temporariamente.

Na neuromodulação sacral é implantado um eletrodo diretamente nos nervos envolvidos no controle das funções da bexiga. O eletrodo é conectado a um gerador, assim como o marcapasso cardíaco. Os estímulos gerados por esse eletrodo alteram a sensibilidade da bexiga, reduzindo os sintomas em até 60% dos pacientes.

E a cistoplastia é uma cirurgia plástica, ou restauração da bexiga.

No entanto, nem todos os casos respondem de forma positiva aos tratamentos conhecidos para esta situação.

O médico urologista é o especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da cistite intersticial.

Saiba mais em: Cistite intersticial: Quais as causas e complicações?