Melatonina: quem pode usar e como tomar para dormir?
A melatonina é uma hormônio naturalmente produzido pelo nosso corpo. Durante o dia é produzida, principalmente, pelos intestinos e a noite pela glândula pineal, uma glândula localizada na região central do cérebro, entre os dois hemisférios.
Quem pode usar a melatonina?
- Pessoas que não produzem melatonina suficiente;
- Deficientes visuais (por não produzirem melatonina);
- Casos de insônia em idosos, pela redução da produção desse hormônio;
- Portadores de enxaqueca, com crises relacionadas à insônia;
- Pessoas que têm alteração do ciclo do sono, mesmo seguindo as orientações de hábitos saudáveis para dormir;
- Trabalhadores noturnos, com dificuldade para retornar ao ciclo circadiano normal;
- Pessoas com distúrbios do sono e depressão associada.
Como tomar a melatonina?
A melatonina sintética pode ser encontrada no mercado na forma de comprimidos fabricados na farmácia de manipulação, sob prescrição médica, com as dosagens de 1 mg, 3 mg, 5 mg ou 10 mg.
Segundos os especialistas em distúrbios do sono, a dose inicial recomendada de 1/2 (meio) comprimido de 1 mg, a noite, 30 minutos antes de ir dormir, aumentando gradativamente essa dose, conforme a necessidade.
Em média, a dose máxima necessária para auxiliar no sono, são de 3 mg ao dia. Não havendo resposta, é importante investigar se as causas da insônia e reavaliar o tratamento.
Havendo outras causas, o aumento da dose não irá ajudar, além de desenvolver efeitos colaterais indesejados.
Contraindicações
A suplementação com melatonina pode interagir com alguns medicamentos, por isso é importante informar ao médico se faz uso de:
- Anticoagulantes,
- Imunossupressores,
- Antidepressivos,
- Anticoncepcionais e
- Anticonvulsivantes.
Posso tomar melatonina com antidepressivo?
Depende. A melatonina pode ser usada em conjunto com a maioria dos medicamentos antidepressivos, podendo até otimizar os seus efeitos.
No entanto, algumas medicações antidepressivas, como a Fluvoxamina® e ansiolíticos, tem uma interação desfavorável, levando a quadros de sonolência e apatia, por isso não devem ser utilizadas em conjunto.
Na dúvida, converse sempre com o seu médico, e informe todas as medicações que faz uso.
Benefícios da melatonina
A melatonina tem ação bem conhecida na regulação do sono, melhorando a manutenção do sono, quando a causa for carência desse hormônio. Entretanto, estudos demonstram que o hormônio pode ter muitos outros efeitos benéficos para o organismo, como:
Efeito Neuroprotetor¹
A melatonina age com ação antioxidante e facilita a chamada neuroplasticidade, com isso reduz o risco de doenças neurodegenerativas, como a doenças de Alzheimer.
Efeito Antioxidante¹,²
Diversos trabalhos comprovam a ação antioxidante e anti-inflamatória da melatonina no organismo. Com isso melhora a imunidade e reduz os radicais livres no cérebro.
Efeito antidepressivo³
O hormônio tem demonstrado benefícios também em relação aos sintomas de depressão. Acredita-se que a melhoria do sono, com impacto na e qualidade de vida, promova uma melhora do humor. Mas pesquisas tentam comprovar ainda, um efeito direto da melatonina na depressão.
Efeitos colaterais
- Sonolência durante o dia (quando administrado em altas doses);
- Tontura;
- Náusea;
- Dor de cabeça;
- Interações com outros medicamentos.
Condições que alteram a produção de melatonina
A estimulação luminosa, com luzes emitidas pela tela da TV, celulares e tablets, parece ser a condição que mais altera a produção de melatonina. Barulhos e estresse também interferem e reduzem a sua produção.
Para um sono tranquilo prepare o ambiente: torne-o escuro, silencioso e desconecte-se da televisão e dos aparelhos eletrônicos.
A melatonina no Brasil é proibida pela Anvisa, devido à ausência de solicitações e estudos obrigatórios para a sua liberação. Porém, com uma receita médica é possível a sua fabricação em farmácias de manipulação ou solicitar através de importação.
Consulte o seu médico para analisar a necessidade de uso da melatonina e ajuste da dosagem adequada.
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Referências:
¹Jung Goo Lee. et al.; The Neuroprotective Effects of Melatonin: Possible Role in the Pathophysiology of Neuropsychiatric Disease. Brain Sci. 2019 Oct 21;9(10).
²Karaaslan, C.; Suzen, S. Antioxidant properties of melatonin and its potential action in diseases. Curr. Top. Med. Chem. 2015, 15, 894–903.
³Tordjman, S. et al.; Pharmacology, Functions and Therapeutic Benefits. Curr. Neuropharmacol. 2017, 15, 434–443.