Os possíveis sinais e sintomas de um aborto espontâneo incluem sangramento vaginal (com sangue de coloração viva ou escura), dores abdominais ou cólicas, saída pela vagina de um coágulo de sangue ou um jato de líquido claro ou rosa, dor na coluna lombar (parte de baixo das costas), contrações uterinas doloridas e febre (aborto infectado).
Porém, vale lembrar que os abortos espontâneos nem sempre apresentam esses sinais e sintomas. É comum a mulher apresentar um aborto sem saber, sobretudo no início da gravidez.
Quais são os sintomas de uma ameaça de aborto?Uma ameaça de aborto provoca sangramento vaginal fraco ou moderado. Pode haver dores abdominais, tipo cólicas, normalmente pouco intensas.
O colo do útero encontra-se fechado e o volume uterino condiz com o tempo de gravidez. Não há sinais de infecção. Ao exame de ultrassom, tudo está normal e o feto está vivo.
Quais são os sintomas de um aborto completo?Esse tipo de aborto ocorre geralmente antes da 8ª semana de gestação. Nesses casos, a perda de sangue e as dores diminuem ou acabam depois da expulsão do embrião.
O colo uterino pode estar aberto e o tamanho do útero está menor que o esperado para a idade gestacional. No exame de ultrassom, a cavidade uterina está vazia ou com imagens de coágulos.
Quais são os sintomas de um aborto inevitável e incompleto?Apresenta sangramento maior que na ameaça de abortamento. A perda de sangue diminui com a saída de coágulos ou restos embrionários.
As dores geralmente são mais fortes que na ameaça de aborto. O colo do útero encontra-se aberto e o ultrassom confirma o diagnóstico.
Normalmente evolui com a regressão dos sinais e sintomas da gravidez, podendo ocorrer sem os sinais de ameaça de abortamento. O colo uterino encontra-se fechado e não há sangramentos.
O exame de ultrassom mostra ausência de vitalidade ou presença de saco gestacional sem embrião.
Quais são os sintomas de um aborto infectado?Um aborto infectado provoca febre, sangramento vaginal com odor fétido, dores abdominais e eliminação de secreção com pus pelo colo uterino. A infecção geralmente é provocada por bactérias da própria flora vaginal.
Muitas vezes, está associado a manipulações do interior do útero através de técnicas inadequadas e inseguras.
Trata-se de um caso grave que deve ser tratado, independentemente da vitalidade do feto, pois pode evoluir para peritonite (infecção generalizada do interior do abdômen).
O que pode causar um aborto espontâneo?Cerca de metade dos casos de aborto são causados por anomalias genéticas. Outras causas comuns de aborto incluem:
- Falta de produção de hormônios;
- Alterações hormonais;
- Deficiências do sistema imunológico;
- Problemas renais;
- Diabetes descompensado;
- Doenças infecciosas (rubéola, toxoplasmose, HIV, sífilis…).
Os abortos espontâneos nem sempre têm a causa identificada, principalmente se o aborto acontecer logo nas primeiras semanas de gravidez.
Quais são os fatores de risco para ocorrer um aborto?IdadeMulheres grávidas aos 40 anos têm 40% de chances de terem um aborto. Aos 45 anos, o risco é de até 80%.
Abortos anterioresGestantes que já tiveram abortamentos anteriores têm mais chances de sofrerem um aborto espontâneo.
TabagismoFumar mais de 10 cigarros por dia pode aumentar em até 3 vezes as chances de abortamento. O abuso de álcool e o uso de drogas também eleva os riscos.
Uso de medicamentosO uso de medicamentos anti-inflamatórios durante o período da concepção aumenta as chances de aborto.
Baixo peso ou excesso de pesoSabe-se que mulheres com índice de massa corpórea (IMC) inferior a 18,5 ou superior a 25 apresentam mais riscos de terem um aborto. IMC menor que 20 indica peso abaixo do normal e acima de 25 significa sobrepeso.
Na presença de qualquer um desses sinais e sintomas de abortamento, entre em contato imediatamente com o/a médico/a ginecologista, médico/a de família ou clínico/a geral ou procure um serviço de urgência.
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Aborto espontâneo ou realizado em ambiente hospitalar e clínicas autorizadas não causa infertilidade.
Os abortos espontâneos com até 20 semanas de gravidez, que ocorrem quando a gestação não evolui adequadamente, são feitos em ambiente hospitalar e apresentam baixos riscos de complicações para a mulher.
Alguns casos raros de aborto induzido com medicações e curetagem (raspagem uterina) pode levar a complicações durante ou depois do procedimento. Essas complicações podem deixar sequelas, impedir a mulher de engravidar novamente e, portanto, causando infertilidade. Porém essa situação é muito rara de acontecer e não representa a causa mais importante de infertilidade feminina.
Algumas complicações do aborto que podem causar infertilidade são:
- Perfuração do útero: Ocorre quando utilizada a "colher" de curetagem ou o aspirador perfuram a camada do útero e como consequência pode haver infecção e obstrução das trompas. Essa situação é bem rara, ocorre em 0,06% das curetagens;
- Endometrite pós-aborto: Infecção dentro da parede do útero que ocorre quando não há uso de antibióticos receitados após o procedimento;
- Evacuação incompleta da cavidade uterina: Presença de restos do abortamento que levam à formação de aderências e dificultam a menstruação.
Leia também: Quais são os sintomas de aborto?
Quando ocorre um atraso menstrual e se suspeita de uma possível gravidez, após alguns dias pode vir um sangramento. Muitas mulheres podem ter dúvida se este sangramento após o período de atraso é a própria menstruação ou é ocasionado por um aborto espontâneo, de uma gravidez inicial não diagnosticada.
Para conseguir fazer a diferenciação entre menstruação e aborto, precisamos observar algumas características do sangramento e do contexto:
1º Avalie o seu risco de gravidezPrimeiramente, para saber se o seu sangramento é decorrente da menstruação ou do aborto analise se é possível você ter estado grávida. Isso só é possível caso tenha tido relação sexual, com penetração vaginal, desprotegida, ou seja, sem usar nenhum método contraceptivo, nem camisinha.
2º Observe os seus sintomas anteriores e atuaisObserve outros sintomas existentes. Avalie se você teve nos últimos dias outros sintomas sugestivos de gravidez, como náusea, enjoo, sensibilidade mamária ou sensação de inchaço. Caso você tenha tido um aborto eles tendem a aliviar e sumir rapidamente, logo após o abortamento.
3º Observe o seu sangramentoPor fim, observe as característica do sangramento. Um aborto muito precoce de fato pode apresentar características muito semelhantes a da menstruação, como presença de sangramento moderado a intenso e cólicas menstruais. Quanto mais tardio o aborto maior a diferença com a menstruação.
Características da menstruaçãoA menstruação pode variar de período para período e de pessoa para pessoa, mas costuma apresenta um sangramento que pode variar de vermelho claro a vermelho«escuro, algumas mulheres podem apresentar a formação de coágulos. Também é comum a ocorrência de cólicas menstruais.
O aborto pode apresentar as mesmas características da menstruação como sangramento de cor vermelho vivo ou vermelho escuro, cólicas menstruais e presença de coágulos.
A diferença é que caso seja um aborto um pouco mais avançado restos embrionários também podem ser visualizados. As cólicas menstruais também podem ser mais fortes, já que correspondem a contrações uterinas mais intensas.
Quando ocorre um aborto pode-se também sentir uma sensação de mal-estar ou fraqueza, que comumente não ocorre na menstruação.
Além disso o aborto pode levar a complicações, em alguns casos levando ao desenvolvimento de quadros infecciosos, nesse caso pode haver febre e mal-estar.
Leia mais sobre sintomas do aborto em: Quais são os sintomas do aborto
Na presença de sintomas sugestivos de aborto procure um serviço de atendimento médico imediatamente.
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Não. O anticoncepcional não provoca aborto. O anticoncepcional pelos seus diversos mecanismos impede que ocorra a gravidez.
A gravidez é o processo no qual um embrião, formado pela união do óvulo com o espermatozoide, desenvolverá no útero da mulher.
Os métodos anticoncepcionais atuam de diversas formas para não haver o contato entre o óvulo e o espermatozoide e, consequentemente não ocorrer a formação do embrião. Caso haja a junção do óvulo com o espermatozoide, o anticoncepcional não impedirá a formação do embrião. Por isso, o anticoncepcional é um método que previne a concepção.
Aborto acontece quando há perda do embrião que já foi formado. Ou seja, a gravidez já está instalada e, por algum motivo, ocorre a perda do embrião.
Cada método anticoncepcional atua de uma forma diferente para evitar esse encontro entre o óvulo e o espermatozoide. Há os métodos de barreira ( preservativo, diafragma); os métodos hormonais (pílula, injeção, adesivo, anel vaginal); métodos comportamentais (fertilidade consciente, tabelinha) e métodos permanentes (vasectomia e ligação das tubas uterinas). Nenhum deles provoca aborto.
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Não. O anticoncepcional injetável não é capaz de provocar aborto.
Os anticoncepcionais injetáveis agem mantendo os hormônios estáveis no sangue, o que impede que ocorra a ovulação e consequentemente a gestação, contudo essa medicação não tem ação após a fecundação e início do desenvolvimento do embrião, portanto não causa aborto.
Este método contraceptivo é bastante eficaz, atingindo mais de 99% de proteção quanto a gestação não planejada, embora apresente alguns efeitos colaterais que devem ser avaliados junto ao seu médico assistente.
Além de contraceptivo, os anticoncepcionais injetáveis podem ser indicados para outras situações como: tratamento do hiperandrogenismo (excesso de hormônio masculino), melhora dos sintomas de tensão pré-menstrual, cólicas menstruais e nos casos de menorragia (aumento excessivo do fluxo menstrual).
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Restos ovulares são pequenas quantidades de material gravídico que permanecem no útero após um aborto espontâneo, sendo detectados pelo exame de ultrassom transvaginal. Os restos ovulares surgem a partir de restos embrionários ou fetais, além de outros materiais relacionados com a gravidez.
Os restos ovulares podem ser expelidos pelo útero durante um aborto incompleto, no qual apenas uma parte do conteúdo uterino é eliminado. Porém, uma parte deles pode ficar retida na cavidade uterina e causar infecções, sangramento, febre e dores abdominais.
Ao verificar a presença de restos ovulares na ecografia, normalmente realiza-se uma curetagem, que é uma raspagem da camada interna do útero para esvaziar a cavidade uterina.
O procedimento é realizado por via vaginal e com anestesia geral ou raquidiana. Durante a curetagem, o médico ginecologista raspa cuidadosamente a cavidade do útero com um instrumento semelhante a uma colher, chamado cureta.
Para ter acesso à cavidade uterina pelo canal vaginal, é necessário que o colo do útero esteja dilatado. Se estiver em curso algum abortamento, é normal haver uma dilatação espontânea. Se não houver dilatação, o colo uterino precisa ser dilatado através de instrumentos ou medicamentos.
Leia também: O que é curetagem e como é feita?
Contudo, nem sempre é necessário fazer uma curetagem para retirar os restos ovulares. A realização do procedimento vai depender de quanto tempo tem o aborto e da quantidade de restos ovulares.
Caso o aborto tenha ocorrido há poucos dias, a mulher ainda pode expelir os restos ovulares naturalmente. Porém, se ao fazer novamente o exame de ultrassom o médico verificar que ainda existem restos ovulares, o mais indicado é fazer uma limpeza do útero através de uma curetagem.
O médico ginecologista é o especialista responsável pelo diagnóstico e retirada dos restos ovulares.
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Não é necessário fazer curetagem após um aborto para poder engravidar novamente. Apesar da eliminação completa do conteúdo do útero ser necessária para não haver complicações em futuras gestações, nem sempre é preciso recorrer à curetagem, já que essa eliminação pode acontecer naturalmente em alguns casos.
Além disso, existem outros casos, como os de aborto retido no primeiro trimestre, em que pode ser usado um medicamento para estimular a eliminação do conteúdo uterino, substituindo a curetagem.
O ideal é sempre falar com o ginecologista ou o obstetra após o aborto para saber se existe necessidade de curetagem ou de outro procedimento. O médico também pode orientar quanto tempo é necessário esperar para engravidar novamente.
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Referências:
Febrasgo Notícias. Tratamento ambulatorial do abortamento retido. 16 de março de 2018.
Dulay AT. Aborto espontâneo. Manual MSD.
Kashanian M, Akbarian AR, Baradaran H, Shabandoust SH. Pregnancy outcome following a previous spontaneous abortion (miscarriage). Gynecol Obstet Invest. 2006; 61(3): 167-70.
O beta-HCG reduz e tende a negativar entre 15 a 30 dias após o aborto.
Sabendo que esse tempo varia de acordo com alguns fatores, o principal deles é a fase em que houve o abortamento; no caso de aborto precoce (até 12 semanas), a taxa de produção do hormônio foi menor, por isso o tempo esperado para negativar varia em média entre 10 a 15 dias; nos casos de abortamento tardio ( de 12 a 20 semanas), esse hormônio alcançou taxas mais elevadas, por isso pode levar mais tempo para negativar.
Em todos os casos, é importante que você seja acompanhada pelo medico ginecologista / obstetra para dar seguimento e orientações adequadas, principalmente nos casos em que os valores de beta-HCG levem mais tempo que o esperado para reduzir.
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FEBRASGO. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
Não fazer a curetagem não tem nenhum risco quando todo o conteúdo uterino é eliminado após o aborto.
Mulheres que sofreram um aborto devem sempre consultar um ginecologista, para avaliar se todo o conteúdo uterino foi eliminado. Além disso, é importante observar se existem sintomas que indiquem que alguma coisa não está bem, como dor, febre ou sangramento intenso.
A curetagem só é feita após um aborto retido, mas nem sempre é necessária. Em muitos casos, o médico pode propor aguardar a eliminação espontânea do conteúdo uterino. Em outros casos, pode ser realizada a aspiração uterina ou ser usado um medicamento para indução da eliminação.
Se tiver dúvidas sobre a curetagem, leia também:
Referência:
Febrasgo Notícias. Tratamento ambulatorial do abortamento retido. 16 de março de 2018.
Pode ser, porém a menstruação adiantada nem sempre significa doença ou patologia.
A irregularidade menstrual, adiantar ou atrasar a menstruação, representa o ciclo natural entre muitas mulheres. Nem todas tem o ciclo menstrual regular, e isso não significa um problema.
Entretanto, algumas patologias apresentam como sintoma inicial o sangramento anormal, que pode ser a menstruação adiantada. O aborto é uma dessas causas patológicas.
Existem também episódios de sangramentos pequenos durante o ciclo, ou quando ocorre a implantação do óvulo fecundado, chamado sagramento de nidação, que pode ser confundido com a menstruação.
Saiba mais no link: Dá para confundir sangramento de nidação com menstruação escura?
Para definir se essa menstruação adiantada representa um aborto, outra patologia ou se é o ciclo habitual, é necessário que passe pela avaliação de um médico especialista, o ginecologista.
Causas de menstruação adiantadaA menstruação adiantada, ou irregularidade menstrual, pode ocorrer por situações como:
- Distúrbios hormonais,
- Infecção vaginal,
- Gravidez ectópica,
- Abortamento,
- Mioma, pólipos,
- Estresse,
- Mudanças de peso,
- Câncer de colo de útero, entre outros.
O tipo de sangramento para cada um desses casos possui características próprias, que auxiliam na busca desse diagnóstico.
Leia também: Como distinguir sangramento de menstruação?
Sinais de abortamentoOs sinais e sintomas de abortamento mais frequentes são:
- Sangramento anormal;
- Cólica intensa e ou
- Febre.
Saiba mais sobre esse assunto no artigo: Quais são os sintomas de aborto?
Vale ressaltar que para que haja a suspeita de um aborto, é preciso que a mulher tenha mantido relações sem proteção. E nessas situações, é importante avaliar a possibilidade de doenças sexualmente transmissíveis, além de todas as referidas acima.
Na presença de irregularidade menstrual, seja adiantamento ou atraso na menstruação, alterações de fluxo ou coloração, procure um médico ginecologista.
Embora não exista um consenso de que o chá de canela provoque aborto, ele normalmente é contraindicado na gravidez.
Há estudos que indicam uma relação direta entre chá de canela e aborto, mas faltam ainda evidências científicas suficientes que comprovem o efeito do chá na gestação para levar ao aborto. Daí alguns defenderem que o chá aborta e, outros, que não aborta.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) não recomenda o uso de chá de canela durante a gravidez, assim como grande parte dos nutricionistas e obstetras.
Sabe-se que, em excesso, o chá de canela provoca reações alérgicas na pele e nas mucosas, além de hematúria (presença de glóbulos vermelhos do sangue na urina). Como a parede interna do útero é recoberta por uma mucosa, pode ser que o chá interfira, causando reações ou mesmo contrações, prejudicando a gestação.
De qualquer forma, o mais indicado é pedir orientação ao médico obstetra antes de tomar qualquer tipo de chá durante a gravidez.
Sim, pode ser normal. O sangramento no início da gravidez, pode representar a fixação do embrião no útero, que para formar a placenta e nutrir o bebê, penetra na camada muscular do útero, causando um discreto sangramento.
A esse sangramento damos o nome de sangramento de implantação, ou sangramento de nidação. Trata-se de um sangramento de pequeno volume, que apenas suja a roupa íntima, por isso nem sempre é percebido e dura de 2 a 3 dias.
No entanto, o sangramento também pode sinalizar um problema grave, como o início de um aborto. Sendo assim, todo e qualquer sangramento durante a gravidez deve ser informado ao obstetra imediatamente, sobretudo aqueles associados a dor, cólicas, febre, sangramento volumoso ou com presença de coágulos.
Causas de sangramento na gravidez Sangramento no início da gravidezNo primeiro trimestre da gravidez, o sangramento pode ocorrer pela implantação do óvulo, por um descolamento do embrião, por uma gravidez ectópica ou aborto espontâneo. Outras causas menos comuns são as infecções urinárias e presença de pólipos.
1. Sangramento de nidaçãoNos primeiros dias da gravidez, quando o óvulo fecundado chega ao útero, ele penetra na parede do útero, para dar origem a placenta, estrutura que nutre o embrião, possibilitando o desenvolvimento do bebê.
Como a parede do útero é composta de músculo e com grande número de vasos sanguíneos, pode haver um pequeno sangramento rosado, sem dor ou outros sintomas, que dura no máximo 3 dias.
O sangramento representa um dos primeiros sinais de gravidez, embora não seja percebido por todas as mulheres e recebe o nome de sangramento de nidação.
2. Descolamento do embrião (saco gestacional)O descolamento do saco gestacional, significa a presença de sangue (hematoma), entre o embrião e a parede do útero. Situação de risco, que pode evoluir com o descolamento completo e aborto. Essa alteração se manifesta pelo sangramento vaginal.
Dependendo do volume desse hematoma, será indicado repouso absoluto e medicamentos, visando proteger a gestação.
3. Gravidez ectópicaA gravidez ectópica é uma gestação que acontece fora da cavidade uterina. O local mais comum são as trompas, mas pode ocorrer no ovário, ligamento largo, colo do útero ou mais raramente, na cavidade abdominal.
Os principais sintomas são o atraso menstrual, dor abdominal ou no baixo ventre, de forte intensidade e sangramento vaginal.
A gravidez ectópica é uma urgência médica, pois pode evoluir com ruptura da trompa, hemorragia e risco de morte. Por isso, na suspeita de gravidez ectópica, procure imediatamente um serviço de emergência.
4. Ameaça de abortoA ameaça de aborto é a condição mais temida pelas mulheres nessa fase da gestação. Situação em que por algum motivo, o organismo inicia um processo de expulsão do óvulo fecundado. O primeiro ou um dos primeiros sinais de aborto, é o sangramento vaginal, com presença de coágulos e cólica abdominal.
Em geral acontece até a 8ª semana de gestação e a causa mais comum de aborto no primeiro trimestre são as anomalias genéticas.
Sangramento no segundo e terceiro trimestre de gravidezNo segundo e terceiro trimestres de gestação, os sangramentos são mais preocupantes, e devem ser rapidamente investigados. As causas mais comuns são o aborto tardio (com mais de 20 semanas), placenta baixa, descolamento prematuro de placenta, placenta prévia e trabalho de parto prematuro.
1. Aborto tardioO abortamento nessa fase da gestação costuma acontecer devido a complicações de doenças crônicas, como diabetes e pressão alta. Os sintomas são o sangramento, associado a cólicas de forte intensidade, ainda pode apresentar, febre, náuseas ou vômitos, no caso de aborto infectado.
O tratamento deve ser avaliado caso a caso, na maioria das vezes precisa de internação hospitalar para hidratação, antibioticoterapia e curetagem ou cirurgia de urgência.
2. Placenta préviaA placenta prévia é a implantação da placenta muito baixa, próxima ao colo do útero. Posição em que a placenta fica mais exposta a traumas, mais próxima do meio externo (colo uterino), propensa a infecções e mais próxima da cabeça do bebê, sofrendo pressão contínua no final da gestação.
Sendo assim, situações de pequenos traumas, esforço físico ou contrações uterinas, podem causar pequenos sangramentos, com sangue vivo. O tratamento deve ser repouso e medidas de prevenção como evitar as relações e esforço físico, mesmo que leve.
3. Descolamento prematuro de placentaO descolamento prematuro de placenta (DPP) acontece principalmente entre a 33ª e 34ª semanas de gestação, na grande maioria das vezes por um pico hipertensivo, mas pode ocorrer também devido à idade avançada, uso de drogas, tabagismo ou traumatismos (quedas ou acidentes).
Os sintomas são de sangramento volumoso, com presença de coágulos e cólica intensa e contínua. É um caso de emergência obstétrica, com risco de vida para a mãe e o bebê. Por isso, na suspeita de DPP procure uma urgência médica imediatamente.
4. Trabalho de parto prematuroO trabalho de parto prematuro, pode levar a pequenos sangramentos, pela contração uterina e "amolecimento" do colo do útero.
Não costuma sinalizar um problema, a não ser que venha acompanhado de outros sinais como: dor abdominal, cólicas ou presença de coágulos junto ao sangramento.
Outras causas de sangramento na gravidezOutras situações que podem causar sangramento em qualquer momento da gravidez, são:
- Infecção urinária
- Infecção sexualmente transmissível (IST)
- Traumatismo
- Ruptura uterina
As infecções em geral apresentam febre, mal-estar e falta de apetite, junto ao quadro de sangramento vaginal. São situações que devem ser tratadas com antibióticos, o quanto antes, para evitar complicações como o abortamento.
O trauma na barriga da gestante pode comprometer a mãe e o bebê, por isso deve sempre ser avaliado pelo obstetra mesmo que parece algo simples.
A ruptura uterina é uma emergência médica, com alto risco de morte para a mãe e para o bebê, devido a grave hemorragia. Os sintomas são de sangramento volumoso, dor intensa na barriga e
Sangramento na gravidez é grave?Sim, pode ser grave principalmente na presença de:
- Sangramento volumoso,
- Sangramento vermelho vivo,
- Sangramento com coágulos,
- Sangramento com cólicas ou dor na barriga e
- Sangramento com febre.
Se perceber qualquer um desses sintomas, ou mais de um, procure uma emergência médica, imediatamente.
Ter relações durante a gravidez é perigoso?Não. Em geral, a relação sexual não é contraindicado durante a gravidez, a não ser que haja algum problema. Um exemplo de contraindicação é a placenta prévia ou risco de parto prematuro.
Na dúvida, converse e esclareça todas as dúvidas com o seu obstetra. Cabe ao obstetra avaliar e conduzir, da melhor forma, as situações de sangramento e dúvidas da gestante, assegurando o bem-estar da mãe e do bebê, durante todas as fases da gestação.
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Referência:
FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
UpToDate - Errol R Norwitz, e cols. Overview of the etiology and evaluation of vaginal bleeding in pregnant women. Dec 17, 2019.