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O que é refluxo e quais os sintomas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Refluxo gastroesofágico é a passagem do conteúdo gástrico para o esôfago. O refluxo é o resultado do mau funcionamento da válvula que fica entre o esôfago e o estômago, a qual não se fecha adequadamente, permitindo que o conteúdo ácido do estômago retorne para o esôfago.

Dentre os sintomas do refluxo gastroesofágico, a principal manifestação é a azia. A azia se caracteriza pela sensação de "queimação" no meio do peito e no pescoço. Em geral, esse sintoma surge após as refeições e tende a piorar se a pessoa se deitar ou se inclinar para frente.

Os sintomas do refluxo gastroesofágico podem incluir além da azia:

  • Rouquidão pela manhã;
  • Dificuldade para engolir;
  • Sensação de aperto na garganta, como se tivesse com comida entalada;
  • Tosse seca;
  • Falta de ar;
  • Mau hálito;
  • Gengivite (inflamação da gengiva);
  • Esofagite (inflamação do esôfago);
  • Vômitos com sangue.

Em alguns casos a doença pode complicar com a formação de úlceras, estreitamento do esôfago e alterações na mucosa do esôfago, o que eleva o risco de desenvolver um tumor nesse local.

O refluxo gastroesofágico é uma doença crônica que necessita de um tratamento prolongado para prevenir novos episódios ou lesões no esôfago, como a esofagite (inflamação do esôfago).

Em quadros mais graves de esofagite, pode haver necessidade de um monitoramento mais frequente, com tratamento medicamentoso ou cirurgia. É importante ressaltar que, se não for devidamente tratado, o refluxo pode causar esofagite erosiva, com risco elevado de progredir para câncer de esôfago.

Contudo, na maioria dos casos, o refluxo é uma condição benigna, que pode ser facilmente controlada com o tratamento adequado.

O que é refluxo laringofaríngeo e quais são os sintomas?

O refluxo laringofaríngeo ocorre durante o refluxo gastroesofágico, quando a secreção ácida do estômago chega até à garganta ou ao nariz. Os sintomas do refluxo laringofaríngeo são:

  • Garganta irritada;
  • Queimação e secura na garganta;
  • Rouquidão e tosse, principalmente pela manhã.
Quais os sintomas do refluxo em bebês?

O refluxo gastroesofágico em bebês é bastante comum e faz parte do desenvolvimento gástrico infantil. Ocorre devido à imaturidade do sistema digestivo e geralmente desaparece quando o bebê completa 1 ano de idade.

No entanto, se o refluxo do bebê não melhorar depois dos 6 meses de vida, passa a ser considerado uma doença e se caracteriza por sintomas como:

  • Dificuldade em ganhar peso ou perda de peso;
  • Interrupção do crescimento;
  • Esofagite (inflamação do esôfago);
  • Apneias (interrupções da respiração).
O que causa refluxo gastroesofágico?

O consumo de alimentos ou bebidas que agridem a parede do esôfago ou estômago, como produtos derivados do tomate, sucos cítricos ou ácidos (limão, abacaxi, kiwi, laranja, morango), bebidas com cafeína (café, chá preto, chá mate) e bebidas alcoólicas.

O tabagismo, o uso de certos medicamentos (nitratos, estrógenos, pílula anticoncepcional, entre outros) e o próprio conteúdo gástrico ácido também podem agredir as mucosas e provocar o refluxo.

Se a pessoa for portadora de uma hérnia de hiato (extravasamento de uma parte do estômago para a cavidade torácica), o esfíncter ("válvula") que fica entre o esôfago e o estômago pode sofrer uma disfunção, causando refluxo. Devido a isso, a presença simultânea de hérnia de hiato e refluxo é muito comum.

O refluxo gastroesofágico também pode ter como causa o aumento da pressão dentro do abdômen, que ocorre com o uso de roupas apertadas, em casos de gestação, obesidade, tosse, prisão de ventre e exercícios físicos súbitos e intensos.

Qual é o tratamento para refluxo gastroesofágico?

O tratamento para refluxo gastroesofágico é feito com medicamentos que controlam a secreção de ácido pelo estômago (inibidores da bomba de prótons) e cuidados gerais para diminuir a passagem de conteúdo gástrico para o esôfago. A cirurgia é uma opção menos frequente, mas quando indicada é realizada por via laparoscopia.

Medidas gerais extremamente úteis e portanto, estão incluídas no tratamento do refluxo, são elas:

  • Se alimentar mais vezes e em menor quantidade;
  • Acompanhamento com nutricionista para orientações alimentares específicas;
  • Evitar bebidas com gás, bebidas alcoólicas ou com cafeína;
  • Esperar pelo menos duas horas para se deitar após alimentação;
  • Não fumar;
  • Manter o peso adequado;
  • Evitar roupas apertadas;
  • Evitar atividades que aumentem a pressão abdominal, especialmente após comer;
  • Elevar a cabeceira da cama pelo menos 15 centímetros.

A presença dos sintomas de refluxo, seja gastroesofágico ou laringofaríngeo, mais de uma vez por semana, sinaliza um problema, portanto é recomendado procurar o quanto antes uma consulta com médico/a gastroenterologista para avaliação do caso.

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Dra. Janyele Sales
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Medicina de Família e Comunidade

Refluxo gastroesofágico tem cura. O tratamento pode ser feito com medicamentos, dieta, mudanças na alimentação e no estilo de vida, além de cirurgia, dependendo do caso.

O tratamento medicamentoso do refluxo inclui o uso de remédios que modificam a produção de ácido estomacal ou favorecem o esvaziamento gástrico. O tratamento do refluxo gastroesofágico é feito sobretudo com medicamentos e mudanças na dieta. Os casos mais graves necessitam de cirurgia.

Os principal grupo de medicamento usados para tratar o refluxo são os inibidores de bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol, entre outros). Outras medicações eventualmente também podem ser usadas como antagonistas dos receptores H-2, que bloqueiam a secreção de suco gástrico.

Cirurgia para refluxo gastroesofágico

Já a cirurgia para refluxo é indicada quando a medicação e as mudanças na alimentação e no estilo de vida não resultam, ou como alternativa a tratamentos demasiado longos.

O tratamento cirúrgico consiste no fortalecimento da válvula responsável por impedir o refluxo, localizada na entrada do estômago. Nenhuma parte do estômago é retirada na cirurgia.

Medidas não medicamentosas no tratamento do refluxo

É fundamental alterar o estilo de vida durante o tratamento do refluxo gastroesofágico. Apenas os medicamentos não são suficientes para tratar o problema.

Alguns alimentos e bebidas que devem ser evitados por pessoas com refluxo gastroesofágico: café ou qualquer outra bebida com cafeína, chocolate, alimentos ácidos ou muito condimentados, bebidas alcoólicas e bebidas gasosas.

Algumas das recomendações para aliviar e evitar o refluxo gastroesofágico incluem não fumar, não ingerir bebidas alcoólicas, perder peso (quando necessário), reduzir o tamanho das refeições, evitar roupas apertadas, não ir dormir logo após uma refeição (esperar pelo menos 3 horas) e colocar calços de 15 a 20 cm embaixo dos pés da cama para elevar a cabeceira.

O que é refluxo e quais são os sintomas?

O refluxo gastroesofágico é o retorno do conteúdo do estômago para o esôfago. O refluxo pode ocorrer quando há muita produção de ácido estomacal ou quando o músculo que fecha a passagem entre o estômago e o esôfago (esfíncter) não fecha adequadamente.

Os sintomas do refluxo gastroesofágico incluem azia, sabor ácido na boca devido ao retorno de alimentos ou bebidas que retornam estômago, sensação de queimação no peito, dificuldade para engolir e tosse seca.

Quais as possíveis complicações do refluxo?

Apesar de evoluir bem e ter um bom prognóstico com o tratamento adequado, o refluxo pode causar algumas complicações se não receber o tratamento e cuidados necessários.

Dentre as possíveis complicações decorrentes do refluxo estão: lesões na mucosa gástrica, hemorragias, úlcera, esofagite, estreitamento do esôfago, esôfago de Barrett e câncer de esôfago.

O tratamento do refluxo gastroesofágico pode ser realizado pelo médico de família, clínico geral ou gastroenterologista.

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Estou sentindo um bolo na garganta... pode ser refluxo?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Se for algo temporário (somente agora que está tomando os antibióticos) pode usar um antiácido para proteger seu estômago e esôfago, seus sintomas devem desaparecer, se continuarem ou se os sintomas já são de mais tempo deve ir ao médico para correto diagnóstico (fazer exames se necessário) e tratamento.

Omeprazol e domperidona diminuem efeito do anticoncepcional?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Não. Nem o Omeprazol nem a Domperidona diminuem o efeito do anticoncepcional.

O omeprazol é uma medicação que serve principalmente para tratar ou prevenir úlceras no estômago e intestino, doença do refluxo gastroesofágico, azia e síndromes causadas pelo aumento de ácido no estômago.

O medicamento muitas vezes também é usado juntamente com antibióticos para tratar úlceras provocadas pela bactéria Helicobacter pylori.

Outras indicações do omeprazol incluem dispepsia, acidez, azia, arrotos, indigestão e prevenção de sangramentos do trato gastrointestinal.

A domperidona é indicada para tratar síndromes digestivas que provocam retardo do esvaziamento do estômago, refluxo gastroesofágico, esofagite, sensação de empachamento, saciedade precoce, distensão abdominal, dor abdominal, gases estomacais e intestinais, náuseas, vômitos, azia e queimação no estômago.

Tanto o omeprazol quanto a domperidona não interferem na ação do anticoncepcional. Por isso, essas medicações podem ser usadas ao mesmo tempo.

É importante ressaltar que o uso prolongado do omeprazol pode ter várias consequências à saúde. Por isso, apenas tome medicação com indicação e receita médica.

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Tomei anticoncepcional injetável e houve um refluxo...
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
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Deve tomar na data certa novamente, dia 20 como habitual. Entretanto recomendamos que faça uso de mais um método contraceptivo durante esse mês, por segurança, como por exemplo a camisinha.

O fato da menstruação ter adiantado pode ter relação com o refluxo, porém pode ser apenas um efeito colateral do uso da medicação. Não temos como ter certeza.

Contudo, o anticoncepcional injetável depois do primeiro mês, deve ser aplicado sempre no mesmo dia programado, a cada 30 dias para o mensal, e 90 dias para o trimestral, independente da menstruação. Isso porque a irregularidade menstrual e modificações no fluxo menstrual, são efeitos colaterais comuns ao uso dessa medicação. Sendo assim, se basear nesses dados não seria seguro e poderia correr riscos de engravidar.

Portanto, mesmo havendo intercorrências quanto a sua aplicação, ausência da menstruação, adiantamento ou mudanças no fluxo, a data de aplicação deve ser mantida.

Como aplicar anticoncepcional injetável?

O anticoncepcional injetável deve ser aplicado por profissional capacitado da área de saúde, seguindo as seguintes recomendações:

  1. Primeiro deverá ser escolhida a região da aplicação. Não pode haver sinal de inflamação, infecção ou ferida próxima;
  2. Definido o local da aplicação, a pele deve ser limpa com antissépticos e posteriormente seca com gaze estéril;
  3. A aplicação deve ser INTRAMUSCULAR (IM) profunda, de preferência na região glútea, alternando o lado a cada mês;
  4. Caso não possa ser aplicada nos glúteos, a segunda opção é o músculo deltoide, (braço);
  5. A aplicação deverá ser realizada de maneira cuidadosa e lenta;
  6. Após o término da aplicação, o local NÃO DEVE SER MASSAGEADO;
  7. E por fim, a mulher deverá permanecer deitada ou em repouso por algum tempo, com uma compressa limpa protegendo o local, para evitar perdas e ou desperdício da medicação.

Segundo o fabricante, a aplicação correta é de fundamental importância para a eficácia da medicação. Não é recomendado a aplicação por conta própria, ou com pessoas não habilitadas para esse procedimento.

Para maiores informações, converse com seu ginecologista assistente.

Leia também: Dúvidas sobre Anticoncepcional Injetável

Cuidados com a alimentação para quem tem refluxo
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Nos casos de doença do refluxo gastroesofágico, uma combinação de medicamentos, mudança de hábitos alimentares e alguns outros cuidados são necessárias. Essa doença é causada pelo refluxo frequente do ácido do estômago para o esôfago e para a boca, que irrita o esôfago, causando dor, azia e “arroto azedo”. Pode ainda causar esofagite e câncer de esôfago, irritar a garganta e afetar os pulmões.

O refluxo é considerado um processo fisiológico normal em pessoas saudáveis. Não causa sintomas, a não ser após refeições pesadas ou quando comeu demais. Nesse caso, o refluxo do ácido do estômago para o esôfago aumenta e causa irritação, que resulta em azia, queimação, “arroto azedo” e até dor. Evitar esse padrão de alimentação é muito importante para não ter esses sintomas.

Como e o que comer (e evitar) para melhorar do refluxo

Alguns alimentos e cuidados ao se alimentar podem trazer benefícios:

  • Fazer refeições pequenas
  • Alimentos mais espessos e sólidos
  • Alimentos ricos em fibras

Incluir a aveia na dieta diária, na forma de mingaus, em sopas, nas massas (pães e panquecas, por exemplo), pode trazer benefícios.

Chiclete pode ajudar a reduzir os sintomas, por aumentar a salivação e diminuir o efeito do ácido no esôfago. Veja se isso funciona para você.

Para quem tem mais refluxo à noite, alguns cuidados podem ajudar a evitá-lo:

  • Não coma 3 a 4 horas antes de se deitar
  • Eleve a cabeceira da cama de 15 a 20 cm

Limitar e evitar o consumo de alimentos que pioram o refluxo pode melhorar os sintomas. Por isso, evite:

  • Cafeína (café, chocolate e chá-preto)
  • Álcool (principalmente as bebidas alcoólicas fermentadas, como o vinho e a cerveja)
  • Refrigerantes
  • Comidas gordurosas e frituras
  • Vinagre
  • Alimentos muito ácidos (como limão, laranja, abacaxi, tomate e molho de tomate)

Preste atenção quando come para identificar, no seu caso, quais são os alimentos que desencadeiam os sintomas do refluxo (azia, dor e “arrotos azedos”). Preste atenção especialmente quando come alimentos apimentados, com menta ou hortelã, que também podem piorar o refluxo.

Recomendações alimentares após a cirurgia de refluxo

Em casos mais graves de doença de refluxo gastroesofágico, é necessário fazer uma cirurgia. O sucesso da cirurgia na melhora do refluxo depende de cuidados com a alimentação após o procedimento. Siga as orientações:

1. Ainda no hospital, a dieta após a cirurgia inicia com líquidos transparentes. Procure ingerir porções pequenas dos líquidos, com mais frequência.

2. No momento da alta hospitalar, você já vai poder passar a alimentos pastosos e sólidos moles. A dieta consiste em alimentos sólidos moles e úmidos (como frutas e legumes cozidos, mingaus, vitaminas de frutas e sopas cremosas). O médico lhe dirá quando iniciar a administração de alimentos sólidos. É provável que você continue com essa dieta de alimentos moles e úmidos por cerca de dois meses.

Quando os alimentos sólidos estiverem liberados, experimente um alimento ou bebida nova de cada vez.

Outros cuidados importantes para ter ao se alimentar depois da cirurgia:

  • Consuma refeições pequenas e frequentes;
  • Quando passar para os alimentos sólidos, mastigue bem e engula pedaços pequenos;
  • Evite o uso de canudinho para o consumo de líquidos;
  • Beba lentamente;
  • Siga as recomendações sobre os alimentos a evitar e aumente o consumo dos que podem ajudar a melhorar o refluxo;
  • Evite alimentos com cascas, muito secos e que podem causar desconforto ao esôfago (pão, bife, legumes crus, peito de frango e outras carnes secas, frutas cruas, amendoim, pipoca e sementes são alguns exemplos).

Você vai conseguir tolerar a maioria dos alimentos 3 a 6 meses após a cirurgia. Consulte um médico ou nutricionista em caso de dificuldade para alimentar-se ou de perda de massa corporal.

Modificação de comportamentos

Permanecer de pé por algum tempo depois de se alimentar pode ajudar a evitar o refluxo. Fazer uma caminhada após as refeições principais é uma boa opção. Além disso, você precisa evitar:

  • Refeições grandes
  • Deitar e ficar curvado após comer
  • Roupas apertadas na região do estômago
  • Fumar
  • Bebidas alcoólicas
  • Estresse

Se estiver fora do peso, tem refluxo e quer melhorar, esse é mais um motivo para se empenhar em emagrecer. A obesidade aumenta a pressão dentro da barriga, o que favorece o refluxo do ácido do estômago para o esôfago.

A redução de massa corporal e a diminuição do tamanho das refeições reduzem os sintomas de refluxo, principalmente no caso de hérnia de hiato. Procure a ajuda de um profissional nutricionista. Um clínico geral ou médico de família pode fazer um encaminhamento.

Caso queira saber mais sobre o refluxo, leia também:

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Referência:

Cresci G, Escuro A. Dietoterapia para as Doenças do Sistema Gastrointestinal. O Esôfago. In: Mahan LK, Raymond JL. Krause - Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. Tradução da 14 Ed. Kenmore, WA. Elsevier. p. 1918-32.