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Dor atrás dos olhos: o que pode ser e o que devo fazer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor atrás dos olhos é bastante comum nos casos de viroses, sinusite, enxaqueca e nos problemas diretamente relacionados com os olhos, como o glaucoma, esclerite e neurite óptica.

O tratamento varia de acordo com a causa, e pode incluir o uso de analgésicos comuns, anti-inflamatórios e/ou antibióticos. Contudo, algumas doenças oculares, como o glaucoma, precisa de um tratamento ainda mais específico, com urgência, para evitar danos irrecuperáveis, como a cegueira.

Por isso, no caso de dor atrás dos olhos que não melhore com uso de analgésicos, ou que venha associado a febre alta, dor intensa ou qualquer dificuldade visual, procure imediatamente um serviço de emergência médica.

1. Resfriado, gripe ou febre

Os resfriados e a gripe por influenza, por exemplo, são condições que vêm acompanhadas de dor intensa atrás dos olhos. Principalmente quando a pessoa apresenta febre.

Nestes casos, além da dor atrás dos olhos e febre a pessoa pode sentir dor no corpo, cansaço, falta de apetite e fraqueza.

O tratamento inclui, repouso, aumentar a ingesta de água, alimentar-se bem, e no caso de febre, fazer uso de antitérmicos e/ou analgésicos para aliviar os sintomas. Caso os sintomas permaneçam, procure um médico de família.

2. Dengue e chikungunya

A dengue e a chikungunya são doenças infecciosas, transmitidas por mosquitos, que apresentam clinica bastante semelhante. Os sintomas mais frequentes incluem dor atrás dos olhos, dor ao movimentar os olhos, febre alta > 38.5oC, dor de cabeça, dor muscular intensa, falta de apetite, fraqueza, manchas vermelhas no corpo e mal-estar.

Por vezes, apresentam ainda inchaço nas articulações e coceira no corpo.

O tratamento é feito de acordo com os sintomas com uso de analgésicos e antitérmicos. É recomendado repouso e ingestão de líquidos (pelos menos 2 litros de água ao dia).

Se ainda assim mantiver dor, ou apresentar um desses sintomas: dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramentos de mucosas e outras hemorragias, procure um serviço de emergência, para avaliação médica criteriosa.

3. Sinusite

A sinusite é uma inflamação na mucosa dos seios da face, onde acontece o acúmulo de secreção, o que dá origem a dor atrás dos olhos, em "pressão", que piora ao abaixar a cabeça.

Os sintomas mais comuns de sinusite são a dor atrás dos dois olhos ou de apenas um deles, dor de cabeça em pressão, sensação de pressão no rosto, tosse, febre, secreção nasal e nariz entupido e cansaço.

Para aliviar os sintomas é recomendado aumentar a ingesta de água, com pelo menos 2 litros de água por dia, lavar o nariz com soro fisiológico, fazer compressas quentes no rosto e dormir com a cabeceira elevada, para ajudar a drenar as secreções.

Evite permanecer em ambiente fechados com ar-condicionado, pois estes ambientes ressecam as mucosas e dificultam a eliminação de secreções.

O tratamento da sinusite pode envolver ainda o uso de sprays nasais, descongestionantes orais, corticoides e antibióticos. Estes medicamentos são indicados pelo médico de família, clínico geral ou otorrinolaringologista, após a avaliação.

4. Enxaqueca

A enxaqueca é uma dor de cabeça intensa que, durante uma crise, pode incapacitar a pessoa de realizar suas atividades simples, de vida diária. A dor é tipo latejate ou pulsátil, que piora com a luz e/ou barulho e melhora após repouso e permanecer em ambiente escuro. As náuseas, vômitos e tontura, geralmente estão associados.

Se você tem enxaqueca, evite pular refeições (jejum prolongado), não consuma álcool e prefira bebidas sem cafeína, pratique atividade física regularmente, mantenha uma rotina de sono procurando deitar-se e levantar-se em horários regulares e reserve tempo para atividades que tragam prazer e relaxamento.

O tratamento da enxaqueca depende da intensidade, da dor, as suas características e da frequência das crises. Pode ser feito com anallgésicos específicos, corticoide, antidepressivos e sintomáticos, como medicametno para evitar os vômitos. O neurologista deve ser consultado.

5. Glaucoma agudo

O glaucoma é uma doença ocular provocada pelo aumento súbito da pressão dentro do olho (pressão intraocular).

A dor intensa atrás dos olhos é um sintoma típico de uma crise de glaucoma agudo. Além desta dor intensa, o paciente pode apresentar vermelhidão e inchaço dos olhos, visão embaçada, lacrimejamento, náuseas, vômitos, tonturas e dor de cabeça.

A crise de glaucoma agudo é uma emergência médica, pois pode levar à perda da visão. Por este motivo, nestes casos procure um serviço de emergência hospitalar o mais rapidamente possível.

6. Esclerite

A esclerite é uma inflamação grave e destrutiva da parte branca que cobre o olho, chamada de esclerótica. É considerada grave porque pode afetar a visão e provocar a sua perda gradativa.

Geralmente, os dois olhos são afetados e os principais sintomas são dor intensa e profunda atrás dos olhos, vermelhidão, lacrimejamento e sensibilidade à luz.

O tratamento inicia-se com o uso de corticosteroides orais, entretanto, podem ser necessários os imunossupressores ou até mesmo procedimento cirúrgico para repara a lesão na esclerótica. O oftalmologista é o médico indicado para avaliar o caso e definir o tratamento mais adequado.

7. Neurite ótica

A neurite ótica é a inflamação aguda do nervo ótico. Os sintomas, geralmente, ocorrem em um dos olhos e incluem: dor atrás do olho inflamado, que piora ou movimentá-lo, redução da visão das cores, perda parcial ou total da visão.

O tratamento da neurite ótica é feito de acordo com a sua causa e, normalmente, envolve o uso de corticosteroides. Uma avaliação com médico de família ou oftalmologista são indispensáveis para definir o tratamento.

Quando devo procurar um médico?
  • Dor intensa e contínua em um ou ambos os olhos,
  • Dor que persiste há mais de 2 dias,
  • Febre alta (acima de 38º),
  • Redução da visão,
  • Visão embaçada,
  • Visão dupla,
  • Dificuldade de perceber as cores,
  • Vermelhidão, lacrimejamento e inchaço nos olhos.

Na presença destes sintomas busque um médico de família ou uma emergência o quanto antes. Não use nenhum medicamento ou colírio sem indicação médica.

Pode lhe interessar:

Glaucoma tem cura? Qual o tratamento?

Referências

  • American Academy of Ophthalmology. Important coronavirus updates for ophthalmologists.
  • Chandra S.; Flanagan, D.; Hingorani, M. et al. Covid-19 and ophthalmology: a brief summary of the literature. Eye. 2020.
  • Cheema M. et al. Keratoconjunctivitis as the initial medical presentation of the novel coronavirus disease 2019. (COVID-19). Canadian Ophthalmological Society.
  • Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
Nistatina serve para mão-pé-boca?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

A nistatina não serve para tratar a doença de mão-pé-boca. Isso porque a nistatina é indicada para tratar doenças causadas por fungos, enquanto a doença de mão-pé-boca é causada por vírus.

É importante procurar um médico se existir suspeita de doença de mão-pé-boca. Ela pode causar febre alta e, em alguns casos, problemas mais graves, como meningite.

Não existe nenhum medicamento ou tratamento específico para a doença de mão-pé-boca. Mas é indicado tratar os sintomas, principalmente os bucais:

  • Cuidar da higiene bucal, escovando os dentes com uma escova macia;
  • Fazer bochechos com água e sal;
  • Preferir alimentação leve, evitando comidas ácidas ou muito salgadas.

Existem vacinas sendo desenvolvidas, 3 delas já são usadas na China.

Você pode querer ler também:

Referências:

Nistatina. Bula do medicamento.Tesini BL. Doença da mão-pé-boca (DMPB). Manual MSD

O que faz um gastroenterologista? Que doenças trata?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O gastroenterologista é o médico que cuida de todos os órgãos do sistema digestivo, por isso é conhecido popularmente por médico de estômago ou médico de intestino.

O sistema digestivo, ou sistema gastrointestinal, é composto pelo tubo gastrointestinal e os órgãos que também participam da digestão, porém estão ao redor desse tubo, como o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas.

O tubo gastrointestinal é o caminho que o alimento percorre, começando na boca, onde o alimento é ingerido, segue pela faringe, esôfago, estômago, intestino fino (dividido em intestino delgado, jejuno e íleo), intestino grosso e reto.

Tubo gastrointestinal: 1- Esôfago. 2- Estômago. 3- Duodeno. 4- Jejuno. 5- Íleo. 6- Intestino grosso. 7- Reto.

Durante todo esse trajeto, o alimento é quebrado pelas enzimas, bactérias da flora e ácidos produzidos por esses órgãos. As substâncias nutritivas vão sendo absorvidas, enquanto outras, vão seguindo pelo tubo até formar o bolo fecal e ser eliminada em forma das fezes.

Todo o sistema deve estar em equilíbrio para o bom funcionamento da digestão.

O médico gastroenterologista, além de tratar clinicamente as doenças do sistema digestivo, também é responsável por realizar alguns exames complementares nessa área, como a endoscopia digestiva, a colonoscopia, retossigmoidoscopia e a colangiopancreatografia retrógrada (CPRE).

Os exames são realizados através de tubos flexíveis com câmera na ponta, para visualização da parte interna dos órgãos. Alguns desses exames, além da finalidade de diagnóstico, são capazes de tratar as doenças.

A endoscopia é um exemplo, pois durante o exame, que avalia o interior do esôfago e estômago, é capaz de identificar problemas e, ao mesmo tempo, tratá-los.

Quais as doenças tratadas pelo gastroenterologista?

São muitas as doenças que o gastroenterologista é o responsável por tratar, desde mau hálito, quando originado por um problema de refluxo, problemas de má digestão, constipação crônica, tumores ou hemorroidas.

Podemos citar como as mais comuns nos consultórios dessa especialidade:

  • Refluxo gastroesofágico
  • Espasmo esofagiano
  • Azia (gastrite)
  • Úlceras de estômago
  • Cálculos de vesícula
  • Hepatite, cirrose hepática
  • Pancreatite, câncer de pâncreas
  • Síndrome do cólon irritável
  • Constipação crônica
  • Câncer de vesícula, câncer de intestino
  • Diverticulose
  • Hemorroidas
Quando procurar um gastro?

Todas as situações que são relativas a problemas no sistema digestivo devem ser avaliadas por um médico gastroenterologista.

Porém, alguns sinais e sintomas são considerados de urgência, por isso devem ser vistos o quanto antes, são eles: a presença de sangramento nas fezes ou no vômitos, icterícia (pele amarelada), mudança no aspecto das fezes, cólicas frequentes e/ou perda de peso.

1. Sangramento

Na presença de sangue nas fezes ou vômitos com sangue, é preciso procurar imediatamente um atendimento médico. O sangramento pode sinalizar uma ferida sangrando, por exemplo, uma úlcera de estômago, pode ser um pólipo ou um tumor no tubo gastrointestinal.

O câncer de intestino muitas vezes tem como primeiro sintomas, um pequeno sangramento nas fezes.

2. Pele amarelada (icterícia)

A pele amarelada, e olhos amarelados é chamado icterícia. Um sintoma que ocorre quando existe uma doença no fígado, por isso, sempre que observar esse sinal, procure um serviço de urgência ou gastroenterologista, imediatamente.

3. Mudança do aspecto das fezes

As fezes normais têm uma consistência mole e macia, com um formato definido, semelhante a uma salsicha. A superfície pode ser lisa ou conter algumas rachaduras e também, pedaços moles. Alteração na forma, coloração ou cheiro, é sinal de problema no trato gastrointestinal.

Fezes em fita ou com presença de sangue, por exemplo, são sinais de alerta. Fezes constantemente amolecidas, associada a febre, mal-estar e perda de peso também é sinal de gravidade.

4. Cólicas abdominais

As cólicas abdominais, associadas a alimentação gordurosa, falam a favor de problemas na vesícula biliar. Sabendo que os cálculos na vesícula representam um risco elevado para a pancreatite aguda, uma doença grave, é importante avaliar essa situação com um gastroenterologista, o quanto antes.

Uma cirurgia eletiva, para remoção da vesícula, pode ser a melhor forma de prevenir esse problema.

5. Perda de peso

A perda de peso sem motivo aparente, associada a sintomas gástricos, como azia constante, falta de apetite, constipação ou diarreia frequente, também pode sugerir a presença de um tumor. Principalmente se houver sangramento com perda de peso, procure imediatamente um serviço de emergência ou gastroenterologista.

Para mais esclarecimentos, converse com o seu médico de família, ou com o gastroenterologista.

Leia também:

Sintomas de câncer de boca: como identificar os sintomas iniciais e avançados e o que fazer
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O câncer de boca pode afetar qualquer região da boca incluindo os lábios, céu da boca, gengiva, bochechas, língua (especialmente as suas bordas) e assoalho da boca (região embaixo da língua).

Os sintomas iniciais incluem: feridas na boca, manchas, nódulos e rouquidão persistente. Nas fases mais avançadas, são comuns a dificuldade de fala, de mastigar, engolir e perda de peso, sem motivo aparente.

O tratamento varia de acordo com o tipo e fase da doença. O oncologista é o médico especializado em avaliar e definir o melhor tratamento.

1. Feridas na boca

O sintoma mais comum de câncer de boca são as feridas, em qualquer região da boca e dos lábios, de difícil cicatrização.

As feridas duram mais de 15 dias sem melhora, podem aumentar de tamanho gradativamente e apresentar sangramentos.

2. Manchas ou placas

A presença de manchas ou placas de cor avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, bochechas ou céu da boca, podem ser sinal de um câncer nessa região.

Geralmente as manchas não causam dor e pode haver sangramento espontâneo, ou quando é feita a higiene bucal.

3. Nódulos

Os nódulos ou caroços na boca ou no pescoço são indicativos de câncer. Pode ocorrer também o espessamento das bochechas e ou da região embaixo da língua.

4. Rouquidão persistente

A rouquidão que não melhora em até 15 dias, sem causa aparente, pode ser um sinal de câncer de boca ou laringe. É importante uma avaliação completa de um otorrinolaringologista ou cirurgião de cabeça e pescoço.

Câncer de boca: feridas, placas esbranquiçadas e manchas avermelhadas na região lateral da língua.

Ao perceber qualquer um destes sintomas iniciais, procure um médico de família ou dentista para avaliação. Não utilize nenhum medicamento para tratar as feridas sem indicação de um destes profissionais.

Quanto mais cedo for detectado e tratado o câncer bucal, maiores são as chances de cura.

Quais os sintomas de câncer de boca, na fase avançada da doença?

Conforme a doença evolui, os sintomas se tornam mais evidentes e pode haver comprometimento das funções da boca, dando origem a novos sintomas, como:

  • Dificuldade de falar,
  • Dificuldade ou dor para mastigar e/ou engolir,
  • Dificuldade ou dor para movimentar a língua e/ou a mandíbula,
  • Sensação de algo preso na garganta ou de entalo,
  • Inchaço na mandíbula,
  • Dentes frouxos ou moles na gengiva,
  • Dor ao redor dos dentes,
  • Mudança persistente na voz,
  • Dor na boca que não melhora, mesmo com medicamentos,
  • Respiração ruidosa (respiração com barulho ou ruído indicam que algo está atrapalhando a passagem do ar);
  • Perda de peso.
O que fazer se suspeitar de câncer de boca?

Na presença de sinais de câncer de boca, principalmente feridas, nódulos ou manchas que não cicatrizam há mais de 15 dias, procure um médico de família, clínico geral ou dentista, para uma avaliação e solicitação de exames que confirmam esse diagnóstico.

O diagnóstico deverá ser confirmado por exame de biópsia da lesão, exame de um fragmento da lesão. A biópsia indica se a lesão é benigna ou maligna, um câncer de boca.

É importante que você esteja atento a este sintoma, especialmente, se for fumante ou consumir bebidas alcoólicas com frequência.

O tratamento precoce do câncer de boca, aumenta as chances de sucesso no tratamento.

Pode lhe interessar ainda o artigo: Quais são os sintomas de câncer de língua?

Referências

  • Lalli, A; Aldehlawi,H.; Buchanan, J.A.G.; SEOUDI, N.: Fortune, F.; Wassem, A. Screening for oral cancer utilising risk-factor analysis is ineffective in high-risk populations. British Journal of Oral and Maxillofacial Surgery. 2020.
  • Langton,S.; Cousin, G.C.S.; Pluddeman, A.; Banhead, C.R. Comparison of primary care doctors and dentists in the referral of oral cancer: a systematic review. British Journal of Oral and Maxillofacial Surgery. 2020.
Por que o olho treme? Pode ser grave?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

As causas de tremor no olho são diversas sendo as mais frequentes, o cansaço e estresse. O uso excessivo dos smartphones, problemas oculares, neurológicos e nutricionais, também podem dar origem a esse sintoma.

Na maioria das vezes não é grave e ocorre devido a espasmos ou contrações musculares involuntárias nessa região. A sensação de “olho pulando” ou de “tremedeira no olho” se chama mioclonia ou mioquimia e pode afetar um dos olhos, os dois, ou as pálpebras (dobra fina e músculos que cobrem os olhos).

O tremor dura em média dois ou três dias e depois desaparece espontanemanete. Entretanto, alguns casos duram mais tempo e se torna bastante incômodo. Nestas situações, é importante que procure um médico de família ou oftalmologista para investigar a causa.

1. Cansaço

O cansaço, ou tensão ocular, ocorrem principalmente devido ao excesso de trabalho, sono ruim, uso e exposição excessiva à luz emitida por smartphones, computadores e utilização de óculos com grau inadequado, o que não permite o descanso necessário da musculatura dos olhos.

A repetição destas situações e hábitos exigem que os músculos dos olhos trabalhem e se esforcem mais para focar os objetos, o que desencadeia o cansaço visual que faz o olho tremer.

2. Estresse excessivo e ansiedade

O excesso de estresse e a ansiedade são as causas mais comuns de tremor nos olhos, devido à produção aumentada de cortisol. O cortisol é um hormônio que estimula provoca a contração dos músculos das pálpebras e da musculatura em torno dos olhos (músculos orbiculares) que causa o tremor do olho.

3. Olhos secos

Para lubrificar os olhos ressecados os músculos da área ocular precisam se contrair com maior frequência, o que pode ocasionar as pálpebras tremendo. A poluição do ar, vento, fumaça, ar-condicionado, uso de lentes de contato por tempo prolongado, e telas de aparelhos eletrônicos podem provocar o ressecamento.

Pessoas idosas têm uma tendência maior a ter ressecamento e, por consequência, tremor nos olhos devido à redução da ação das glândulas que lubrificam os olhos (glândulas lacrimais). Nestes casos, o uso colírios lubrificantes de acordo com a orientação de um oftalmologista, médico de família ou clínico geral pode ser necessário.

4. Uveíte, ceratite

Doenças oculares como alergias, inflamações (uveíte, ceratite), e cílios virados para dentro, costumam ter como sintomas o tremor ocular, ainda, lacrimejamento, coceira, inchaço e vermelhidão. O profissional indicado para avaliar estes distúrbios oculares e indicar o tratamento mais efetivo, é o oftalmologista.

5. Blefaroespasmo

O blefaroespasmo é uma doença rara e que ocorre pela contração contínua da musculatura em torno dos olhos em que a pessoa sente o olho tremer constantemente. A sua causa ainda não é conhecida. Os sintomas são um tremor constante das pálpebras e contração, que provoca o fechamento dos olhos. Nos casos mais graves, a pessoa não consegue abrir os olhos. O cansaço, a luz intensa e a ansiedade podem piorar o tremor.

Nestes casos, o tratamento é feito com aplicação de toxina botulínica tipo A (Botox® ou Dysport®) para paralisar a musculatura ocular e, deste modo, cessar o tremor e contração dos olhos. Os ansiolíticos também podem ser úteis ao tratamento. Quando a toxina botulínica não funciona, pode ser necessário indicar uma cirurgia, embora seja raro.

Medidas simples como uso de óculos escuros, massagem na face, cobrir os olhos, bocejar ou cantar podem aliviar temporariamente os espasmos. Procure um oftalmologista caso perceba um tremor mais intenso nas pálpebras que chega a fechar os seus olhos.

6. Dormir pouco ou ter sono superficial

A dificuldade de dormir e um sono de qualidade ruim, geralmente superficial e que não provoca a regeneração do corpo, sobrecarrega aos músculos dos olhos e, por este motivo ocorre o tremor.

7. Consumo de café, bebidas alcoólicas, chás estimulantes e refrigerantes

Bebidas como café, bebidas alcoólicas, chá preto, chá verde e refrigerantes de cola ou guaraná são estimulantes do sistema nervoso central e tendem a provocar tremor nas pálpebras quando ingeridas em excesso. O café e o álcool também provocam desidratação do organismo, o que contribui para ressecamento dos olhos e pode desencadear a sensação de olho tremendo.

8. Problemas nutricionais

O olho pulsando ou tremendo pode estar ligado à carência de vitamina B12, presente principalmente em alimentos de origem animal como fígado, atum, salmão, ovos e leite.

Além disso, a deficiência de cálcio ou magnésio também podem provocar tremor na pálpebra. Estes dois minerais participam na contração dos músculos do corpo, entre eles, a musculatura dos olhos.

O cálcio está presente em alimentos como leite, queijos e sardinha. Enquanto o magnésio pode ser encontrado na banana prata, amendoim, aveia, castanha de caju, castanha do pará e semente de gergelim, entre outros tipos de alimentos.

O que fazer quando o olho treme?

Como na maior parte dos casos de tremor nos olhos as causas estão ligadas ao estresse, ansiedade, rotina de sono inadequada ou problemas nutricionais, algumas orientações simples podem ajudar.

Os cuidados para amenizar o tremor nas pálpebras incluem:

  • Prática de exercícios físicos e atividades ao ar livre para reduzir o estresse e a ansiedade,
  • Acompanhamento psicológico para ajuda a lidar com a ansiedade e o estresse,
  • Manter uma rotina de sono: procurar deitar e levantar mais ou menos nos mesmos horários,
  • Reduzir ou mesmo evitar o consumo de café, bebida alcoólica, chás estimulantes como chá verde e chá preto e refrigerantes à base de cola,
  • Manter uma alimentação equilibrada e saudável,
  • Reduzir o tempo de exposição a telas de smartphones, computadores e TV,
  • Usar óculos escuros quando a claridade agrava o tremor,
  • Aplicar compressas geladas nas pálpebras,
  • Buscar ter momentos de relaxamento.
Quando devo me preocupar?

É bastante frequente que o tremor nos olhos passe espontaneamente em 2 ou 3 dias e que não seja ligado a nenhuma doença grave. Entretanto, esteja atento aos seguintes sinais:

  • Olho tremendo por mais de 7 dias (uma semana),
  • Tremor intenso e constante que chega a fechar os olhos,
  • Olhos inchados, dificuldade em abrir os olhos,
  • Pálpebras caídas,
  • Secreção amarelada e coceira nos olhos,
  • Olhos vermelhos, coçando e/ou lacrimejamento e
  • Alterações na visão.

Ao identificar estes sinais procure o mais rapidamente possível um oftalmologista para que a causa seja investigada e o problema adequadamente tratado.

Para saber mais sobre olho tremendo, você pode ler:

Faz quatro dias meu olho direito fica tremendo, o que será?

Palpitação nos olhos: o que pode ser?

Referências

  • Girard, B.C.; Lévy, P. Dry eye syndrome in benign essential blepharospasm. Journal Français d'Ophtalmologie. 42(10): 1062-1067, 2019.
  • Kilduff CLS, Casswell EJ, Salam T, et al: Use of alleviating maneuvers for periocular facial dystonias. JAMA Ophthalmol 134:1247-1252, 2016.
  • Lee AG, Miller NR: Alleviating maneuvers for benign essential blepharospasm and hemifacial spasm. JAMA Ophthalmol 134:1253-1254, 2016.
  • Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
Vaginose bacteriana: como identificar e tratar?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade
O que é vaginose bacteriana?

A vaginose bacteriana é a causa mais comum de corrimento vaginal na mulher. Ela pode causar sintomas que incomodam o dia a dia da mulher e aumentar o risco de adquirir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Quais são os sintomas da vaginose bacteriana?

Os sintomas característicos de vaginose bacteriana são corrimento vaginal branco-cinzento com odor fétido parecido à “peixe podre”. Esse cheiro é mais percebido logo após a relação sexual.

Algumas mulheres podem ter também coceira vaginal. Além desses sintomas, a mulher pode ter, com menos frequência, vermelhidão, inchaço, dor ao urinar e dor durante as relações sexuais.

Mais de 50% dos casos de vaginose bacteriana podem não manifestar nenhum sintoma. Porém, quando os sintomas estão presentes são muito incômodos para a mulher.

Vaginose bacteriana ou Candidíase?

A vaginose bacteriana pode ser confundida com a candidíase. As duas podem ser desencadeadas por um desequilíbrio da flora vaginal. Em geral, na candidíase, os principais sintomas são:

  • coceira vaginal
  • corrimento branco e espesso

Na candidíase, não é comum o corrimento com cheiro forte que lembra peixe podre.

Além disso, o agente etiológico é diferente. Enquanto na vaginose bacteriana, a Gardnerella vaginalis é a bactéria que fica em maior evidência, na candidíase o desequilíbrio é causado pelo fungo Candida.

Por fim, o tratamento de cada uma também é diferenciado. Para realizar um tratamento efetivo da vaginose bacteriana, o tratamento pode incluir o uso de pomada vaginal com um tipo de antibiótico. No caso da candidíase, a pomada vaginal também é indicada, porém com outro tipo de antibiótico.

Por que posso estar com vaginose bacteriana?

A vaginose bacteriana ocorre quando há uma mudança no número e nos tipos de bactérias na vagina. Em geral, os lactobacilos são um tipo de bactérias encontradas habitualmente na vagina. Na vaginose bacteriana, a quantidade de lactobacilos é reduzida e há um desbalanceamento local da flora vaginal.

A real explicação ainda não foi detalhada, porém, na presença de alguns fatores pode haver maior propensão ao aparecimento dessa infecção:

  • múltiplos parceiros sexuais
  • realização frequente de duchas vaginais
  • nova parceria sexual
  • tabagismo

A vaginose bacteriana pode ser transmitida sexualmente, por brinquedos sexuais (sex toys), pelo contato da boca com a genitália e pelos dedos.

Qual é o tratamento para vaginose bacteriana?

A vaginose bacteriana precisa de tratamento adequado. Os medicamentos mais comumente usados são metronidazol e clindamicina. Eles podem ser usados em comprimido via oral ou em creme/pomada vaginal. A duração do tratamento pode variar entre 5 a 7 dias nos casos mais comuns. Quando a infecção é recorrente e acontece várias vezes ao ano, pode ser necessário aumentar o tempo de tratamento para até 14 dias.

Como esses medicamentos são antibióticos, é muito importante realizar o tratamento completo até o final dos dias recomendados pelo médico.

Como posso saber se estou com vaginose bacteriana?

O diagnóstico de vaginose bacteriana é feito com a história clínica da paciente e com o exame físico realizado pelo médico ou enfermeiro. Em alguns casos, pode ser necessário a realização de alguns testes para definir especificamente a causa.

De qualquer forma, na presença desses sintomas que incomodam, como o corrimento vaginal com mau cheiro, é importante procurar o serviço de saúde.

Vaginose bacteriana é perigoso?

A vaginose bacteriana propriamente não é prejudicial à saúde da mulher. Porém, ela pode ser associada a alguns problemas de saúde como:

  • aumento do risco de parto prematuro em mulheres gestantes
  • infecção do local cirúrgico em casos de abortamento ou histerectomia
  • aumento do risco de infecções sexualmente transmissíveis, como gonorreia, clamídia, HIV/AIDS, herpes genital

O mais indicado é a utilização de preservativo durante todas as relações sexuais como forma de prevenção das infecções vaginais.

Quando procurar o serviço de saúde?

Pode ser difícil saber se o corrimento vaginal é causado pela vaginose bacteriana ou por outras infecções vaginais. Por isso, realizar uma consulta médica é importante na presença desses sintomas para diferenciar o agente etiológico e indicar o tratamento específico para seu caso.

Leia também:

Resultado do exame deu gardnerella: será que é vaginose?

Pomadas para feridas nas partes íntimas: qual devo usar?

Referências:

Febrasgo - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia

Quais são as causas da dor no pé da barriga e nas costas em homens e mulheres?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

As causas de dor no pé na barriga e nas costas podem variar entre os homens e as mulheres. Uma causa comum a ambos os sexos são as pedras nos rins. Nos homens, ela pode ser causada por problemas na próstata, quando associada a outros sintomas. Nas mulheres, há algumas causas ginecológicas possíveis.

Pedras nos rins

Os cálculos renais (pedras nos rins) são um problema de saúde comum que acometem homens e mulheres. Eles podem causar dor intensa no pé da barriga e nas costas (na região lombar, abaixo das costelas).

A dor aparece como cólica, do lado onde fica o rim com o problema. Também podem aparecer sintomas urinários (dor, urgência, urina turva ou com sangue).

Há fatores que aumentam o risco de desenvolvê-las ou apresentar sintomas:

  • Obesidade
  • Gravidez
  • Doenças como gota, diabetes e hipertensão
  • Infecções urinárias repetidas (há maior risco de desenvolver as pedras de estruvita)

Se a pedra nos rins pode ser a causa da sua dor, você precisa de cuidados médicos.

Quando você elimina a pedra, ela pode ser analisada para saber qual é a composição. Conhecer a composição das pedras pode ser importante para diminuir o risco de que elas voltem a aparecer. As mais comuns são formadas por oxalato de cálcio (70% a 80% dos casos). Também podem ser formadas por:

  • Fosfato de cálcio
  • Ácido úrico (o risco de ter uma pedra no rim com essa composição aumenta com a idade)
  • Cistina
  • Estruvita

Se elas forem de oxalato de cálcio (as mais comuns), o risco de que volte a formar outras pedras no seu rim é alto. Há cuidados que podem ser tomados para evitar que isso ocorra, como beber mais água e evitar certos alimentos.

Outros problemas que causam estreitamento ou obstrução das vias urinárias também podem causar os mesmos sintomas.

Dor no pé da barriga e nas costas nos homens: problemas da próstata

Se você é homem e está com dor ou desconforto no pé da barriga e nas costas há algum tempo, pode estar com prostatite ou com a síndrome da dor pélvica crônica.

A prostatite pode ter como causa uma inflamação ou infecção da próstata.

A síndrome da dor pélvica crõnica também é chamada prostatite crônica, apesar de não se saber ao certo se a próstata é a responsável pela dor. O diagnóstico se baseia na presença de sintomas e exclusão de outras causas.

O problema é mais comum entre os homens com 50 a 60 anos. Podem ser indicados anti-inflamatórios e acupuntura para a redução dos sintomas.

Dor é o primeiro sintoma no caso de problemas de próstata. Ela pode estar presente:

  • No pé da barriga e nas costas
  • Na região entre o saco escrotal e o ânus
  • Nos testículos
  • No pênis
  • Ao urinar
  • Ao ejacular

Ela difere da dor devido às pedras nos rins e tem duração variável. Sintomas urinários (maior frequência e urgência para urinar) ou alguma disfunção sexual (ejaculação precoce ou disfunção erétil) podem estar presentes.

Muitos pacientes com esses sintomas também têm dores em outras regiões do corpo. Nesses casos, os sintomas podem ser parte de outras síndromes de dor crônica, como a síndrome do intestino irritável, fibromialgia ou enxaquecas.

Dor no pé da barriga e nas costas em mulheres: causas ginecológicas

A dor no pé da barriga e nas costas nas mulheres pode ser normal durante a menstruação (cólicas) e durante o trabalho de parto (contrações). Há também alguns problemas de saúde e complicações na gravidez que podem causá-la:

  • Endometriose, adenomiose ou mioma uterino
  • Torção ovariana
  • Aborto, gravidez ectópica, trabalho de parto prematuro ou descolamento de placenta

Nesses casos, é importante procurar cuidados médicos.

Endometriose, adenomiose e miomas uterinos

Nesses casos, outros sintomas frequentes são o fluxo menstrual intenso e dor durante as relações sexuais. O útero está aumentado nos resultados do ultrassom.

Torção ovariana

A dor no pé da barriga e nas costas aparece de repente e pode ser moderada a intensa. Ela pode ser causada pela falta de circulação sanguínea adequada no ovário e na tuba quando ocorre a torção ovariana. A maior parte dos casos de torção ovariana acontece em mulheres em idade reprodutiva.

O risco de acontecer é maior:

  • Nos casos de tratamento para engravidar e hiperestímulo ovariano
  • Durante a gravidez
  • Nas mulheres com síndrome dos ovários policísticos
  • Quando já houve uma torção ovariana anteriormente

Na maior parte dos casos, o ovário pode ser preservado e recuperado com uma cirurgia.

Durante a gravidez

A dor parecida com cólica no pé da barriga e nas costas durante a gestação podem indicar algum problema. Por isso, procure um médico com urgência se ela for moderada ou intensa. Ela pode indicar:

Aborto espontâneo

Nesse caso, além da dor no pé da barriga e nas costas, haverá sangramento pela vagina.

Gravidez ectópica

A dor intensa no pé da barriga e nas costas pode acontecer quando há o rompimento da tuba uterina devido a uma gravidez ectópica. Isso pode causar hemorragia grave. Por isso, procure um médico com urgência se você teve um atraso menstrual, está sentindo essa dor, seguida por sangramento vaginal.

A gravidez ectópica é uma gravidez em que o embrião está se desenvolvendo em outro lugar que não seja o útero. O mais comum é que esse lugar seja a tuba uterina.

Trabalho de parto prematuro

O trabalho de parto prematuro pode ser identificado quando as contrações (dores moderadas ou intensas espaçadas no pé da barriga e nas costas) começam antes da gestação completar 37 semanas. Se isso acontecer, procure seu médico com urgência.

Não é sempre que há contrações antes do tempo que você já está em trabalho de parto. Preste atenção a alguns sinais que podem estar presentes e indicar o trabalho de parto em andamento:

  • Cólicas parecidas com as menstruais
  • Contrações leves e irregulares
  • Dor nas costas, na região lombar
  • Sensação de pressão na vagina ou no pé da barriga
  • Corrimento vaginal que parece muco, podendo ser claro, rosado ou levemente sanguinolento
  • Leve sangramento vaginal
Descolamento de placenta

As gestantes com descolamento de placenta apresentam sangramento vaginal, dor na barriga com contrações uterinas fracas e frequentes. A dor nas costas pode estar presente, dependendo da posição da placenta no útero.

Nesse caso, é preciso procurar um médico com urgência para avaliação. O descolamento de placenta pode ser pequeno e não trazer efeitos negativos para a gestante ou para o bebê. Dependendo da dimensão do descolamento, ele pode trazer riscos para a gestante e para o bebê.

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Dor no pé da barriga em homens: as 10 causas mais comuns e como tratar?

Dor no pé da barriga: o que pode ser?

Dor no pé da barriga durante a gravidez, o que pode ser?

Referências:

Kidney stones in adults: Epidemiology and risk factors. UpToDate

Chronic prostatitis and chronic pelvic pain syndrome. UpToDate

Dysmenorrhea in adult females: Treatment. UpToDate

Ectopic pregnancy: Epidemiology, risk factors, and anatomic sites. UpToDate

Preterm labor: Clinical findings, diagnostic evaluation, and initial treatment. UpToDate

Ovarian and fallopian tube torsion. UpToDate

Placental abruption: Pathophysiology, clinical features, diagnosis, and consequences. UpToDate

Entenda para que serve o antipsicótico Quetiapina (hemifumarato de quetiapina)
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O hemifumarato de quetiapina é um antipsicótico indicado para o tratamento de alguns transtornos mentais como esquizofrenia e episódios de mania e de depressão associados ao transtorno afetivo bipolar.

Quetiapina é apresentado em comprimidos de 25 mg, 100 mg e 200 mg.

Deve ser administrado com água, com ou sem alimentos.

A dosagem de hemifumarato de quetiapina comprimidos deve ser individualizada e depende do transtorno a ser tratado (esquizofrenia ou transtorno afetivo bipolar).

O hemifumarato de quetiapina deve ser utilizado continuamente até que o médico defina quando deve ser interrompido o uso deste medicamento. Além disso, ajustes na dosagem somente devem ser efetuados pelo médico.

Uso de quetiapina em adultos

Em adultos, a quetiapina é indicada para tratar a esquizofrenia. A medicação pode ainda ser utilizada sozinha ou com outros medicamentos para tratar episódios de mania e de depressão associados ao transtorno afetivo bipolar.

É também recomendada como medicação única (monoterapia) ou em associação com estabilizadores de humor como lítio ou valproato, para o tratamento de manutenção do transtorno afetivo bipolar I (episódios maníaco, misto ou depressivo).

Uso de quetiapina em adolescentes e crianças

Em adolescentes com idade entre 13 e 17 anos o hemifumarato de quetiapina é indicado para o tratamento da esquizofrenia.

Em crianças e adolescentes de 10 a 17 anos, o hemifumarato de quetiapina é recomendado no tratamento dos episódios de mania associados ao transtorno afetivo bipolar.

Contraindicações de quetiapina

Hemifumarato de quetiapina é contraindicado em situações de:

  • Alergia ao hemifumarato de quetiapina e/ou aos demais componentes da fórmula;
  • Mulheres grávidas ou que estão amamentando;
  • Crianças com idade inferior a 10 anos.

Não consuma álcool durante o tratamento com hemifumarato de quetiapina.

Não conduza veículos ou opere máquinas quando estiver em uso de hemifumarato de quetiapina, pois sua capacidade de atenção e habilidades motoras poderão ficar reduzidas.

O uso de hemifumarato de quetiapina somente deve ser efetuado sob orientação médica.

Veja também:

Sintomas de apendicite: como reconhecer rápido a doença
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A apendicite aguda se inicia com sintomas muito inespecíficos, sendo os primeiros sinais: dor na barriga, ao redor do umbigo, náuseas e falta de apetite.

Portanto, é preciso estar atento a pequenos sinais como: a dor piorar com o movimento, tosse ou respiração profunda, uma dor que aos poucos se localiza do lado direito da barriga e a perda de apetite, sem outra causa aparente.

Após algumas horas, a apendicite já começa a apresentar sintomas mais específicos, o que facilita o seu diagnóstico, como:

1. Dor do lado direito da barriga

A dor passa a se localizar na região inferior à direita da barriga. Onde o apêndice se localiza. A dor se torna mais intensa, com dificuldade para se movimentar ou tocar na barriga. Pode haver ainda um sinal bem característico, chamado sinal de Blumberg, quando o médico comprime essa região e solta rapidamente, causando uma dor excruciante.

2. Febre

A febre tem início em média, de 12 a 24h após o início dos sintomas.

3. Diarreia ou constipação

A alteração no hábito intestinal é mais um sintoma comum da apendicite. Primeiro é comum haver episódios de diarreia, mas depois, devido ao edema e reação ao redor do apêndice, pode haver uma dificuldade na passagem das fezes, resultando em constipação.

4. "Barriga dura"

O abdomen da pessoa com apendicite, com o passar das horas se torna mais rígido, a barriga fica "dura", por vezes comparada a uma "tábua", e tão dolorida que não é possível tocar sem causar dor intensa. Nesse momento, já é considerado um estágio mais avançado da apendicite e risco do apêndice estar rompido.

O exame de imagem, seja Raio-X ou tomografia, já consegue evidenciar a presença de ar nessa região, que só é encontrado se houve ruptura do intestino.

Sintomas de apendicite na criança

Os sintomas são semelhantes àqueles encontrados nos adultos, além da distensão da barriga.

Dependendo da idade e formas de se comunicar, nem sempre a criança consegue explicar aquilo que sente, por isso esteja atento aos seguintes sinais e sintomas:

  • Dor na barriga, ao redor do umbigo,
  • Recusa alimentar,
  • Vômitos e
  • Distensão abdominal (barriga inchada).

As crianças menores de 1 ano, raramente apresentam apendicite devido à forma do órgão que ainda se apresenta como um "funil", dificultando uma obstrução. No entanto, se acontecer, os bebês apresentam maior risco de infecção generalizada, pela dificuldade em fazer um diagnóstico rápido. Os sintomas nesse caso são de: Inquietude, recusa alimentar, febre alta, distensão abdominal e sonolência.

A idade com maior incidência da doença é o início da adolescência, quando o apêndice já terminou o seu crescimento, e adota a forma de "saco", podendo sofrer as obstruções.

Tratamento da apendicite

O tratamento é cirúrgico de urgência! Mesmo em estágios iniciais ou com sintomas leves, se existe a suspeita de apendicite, é preciso procurar imediatamente uma emergência médica.

Todo caso de apendicite é cirúrgico e deve ser feito tão logo seja diagnosticado, para evitar a apendicite supurada e riscos de infecção grave.

Na suspeita de apendicite, procure imediatamente um serviço de emergência médica.

O que é apendicite aguda?

Apendicite aguda é a inflamação do apêndice. O apêndice é um pequeno órgão, localizado no começo do intestino grosso, como se fosse um prolongamento do intestino, que se assemelha a um "saco" ou um "dedo de luva", responsável por produzir anticorpos para o organismo, embora em pequena quantidade.

O apêndice fica localizado na porção inicial do intestino grosso, do lado direito da barriga, na região mais próxima da virilha direita, na região inferior direita do abdomen.

Apêndice - localizado na região inferior direita do abdomen. Causas de apendicite aguda

As causas mais frequentes para a inflamação deste pequeno órgão são:

1. Acúmulo de fecalitos, que contribuem para a maior proliferação de bactérias locais, que causam edema e inflamação na parede do apêndice, com consequente obstrução do órgão,

2. Proliferação exagerada de bactérias intestinais, devido à infecção, como nos casos de gastroenterites (virais ou bacterianas),

3. Presença de parasitas intestinais, que podem se acumular formando "bolas de vermes", e assim, obstrução desse "saco",

4. Presença de corpo estranho, mais comum em crianças pequenas que colocam pequenos objetos na boca,

5. Tumor. Os tumores carcinóides, por exemplo, não são raros de serem encontrados nessa localização e dependendo da região e crescimento, levam a obstrução e apendicite. O que acaba por favorecer, devido ao diagnóstico precoce de um tumor, acidentalmente.

Pode interessar ainda, os artigos:

Referências:

  • Sociedade Brasileira de Pediatria
  • Ronald F Martin, et al.; Acute appendicitis in adults: Clinical manifestations and differential diagnosis. UpToDate: Feb 26, 2020.
  • David E Wesson, et al.; Acute appendicitis in children: Clinical manifestations and diagnosis. UpToDate: Oct 23, 2019.
 Ginko biloba: para que serve? Seu uso corta o efeito do anticoncepcional?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O Ginko Biloba é um dos fitoterápicos mais utilizados no mundo por ter efeitos antioxidantes. Seu uso é popularmente associado às alegadas propriedades benéficas, principalmente, para o tratamento de problemas de memória, demência de Alzheimer e outras funções cognitivas.

É também utilizado para reduzir a falta de concentração e energia, melhorar a impotência sexual, labirintopatias (zumbidos e vertigens) e dores de cabeça. Sua utilização não afeta o efeito de anticoncepcionais.

Os flavonoides e os terpenos são as substâncias que provocam os efeitos comumente associados ao Ginko Biloba no nosso organismo.

Embora tenha efeito antioxidante, a ação do ginko biloba sobre o Alzheimer, perda de memória e outras condições de perda da função cognitiva, ainda não foram comprovadas por meio de pesquisas.

Folhas de Ginko Biloba

Em casos de impotência sexual, o uso de ginko biloba pareceu melhorar a função sexual. Em pessoas com problemas de vertigem observou-se uma redução dos sintomas. Para esclarecer e assegurar estes resultados outros estudos maiores precisam ser feitos.

Não há evidências de que a interação do ginko biloba com medicamentos anticoncepcionais diminuam seus efeitos. Portanto, pode ser usado por mulheres que usam drogas contraceptivas.

A baixa taxa de efeitos colaterais é uma característica importante do ginko biloba. Náuseas, diarreia, dor abdominal e dor de cabeça são os mais comuns. Também podem ser observados:

  • Aumento do risco de sangramento: o ginko biloba pode interferir na coagulação sanguínea, o que pode favorecer sangramentos em algumas situações. Deste modo, não deve ser usado por pessoas com elevados riscos de hemorragias. Em pessoas que se submeterão a procedimento cirúrgico, seu uso deve ser suspenso pelo menos 36 horas antes da cirurgia;
  • A combinação do ginko biloba com outras ervas como gengibre, alho e ginseng, deve ser evitada, pois podem aumentar sangramentos;
  • Não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que estão amamentando;
  • Pessoas com histórico de crise convulsiva ou epilepsia não devem usar ginko biloba. Há relatos de que seu uso pode desencadear crises convulsivas.
  • Não deve ser utilizado por pessoas que fazem uso de medicamentos anticonvulsivantes: o ginko biloba pode interagir com estes medicamentos e reduzir os seus efeitos.

Antes de iniciar o uso de ginko biloba, procure um médico para esclarecer suas dúvidas.

Dor anal: o que devo fazer?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A dor anal se origina no canal anal ou região perianal (áreas próximas ao ânus). Pode ser provocada por uma variedade de distúrbios, por isso é importante que você procure um médico para identificar a causa específica por meio de exame físico ou eventualmente outros exames.

Observe a sua dor (intensidade, quando e como se manifesta, entre outras características) para relatar a história da dor ao médico.

Como descrever a dor anal

Para que o diagnóstico da dor anal seja realizado você precisará descrever para ao seu médico as características da dor e outros sinais ou sintomas associados a ela. Para ajudar a descrever a sua dor, pense:

Características da Dor
  • Intensidade da dor: intensa, moderada e leve
  • Dor constante ou intermitente (dor que vai e volta)
  • Condição em que a dor é desencadeada: se a dor ocorre ao sentar, ao andar, ao evacuar
  • De que forma é a dor: penetrante, em queimação, ardor
  • Duração: há quanto tempo você sente esta dor?
Alterações anais

Na região anal, você pode observar:

  • Presença de lesões na região anal, como hemorroidas ou fissuras
  • Saliência do ânus
  • Presença de nódulos no ânus
  • Edema (inchaço) anal
  • Prurido (coceira)
  • Rachadura na pele ao redor do ânus
  • Sangramento anal ao evacuar
  • Saída de fluidos esbranquiçados pelo ânus
Alterações intestinais

Em alguns distúrbios que causam dor anal, alterações intestinais podem estar associadas:

  • Presença de gases intestinais
  • Dificuldade de defecar
  • Diarreia com muco ou sangue
  • Constipação (prisão de ventre)
  • Presença de sangue nas fezes: observar se o sangue nas fezes é vermelho vivo ou se as fezes são escuras.
  • Sensação de que o intestino não esvazia completamente
  • Em mulheres, presença de sangramento intestinal durante a menstruação
  • Vontade urgente para defecar após se alimentar
Alterações gerais
  • Cansaço frequente e dores musculares
  • Fraqueza ou fadiga
  • Perda de peso inexplicável
  • Náuseas e vômitos
  • Perda de apetite
  • Desconforto abdominal: cólicas, dor abdominal
Medidas simples que podem avaliar a dor anal
  • Fique sentado pelo menor tempo possível;
  • Quando sentado utiliza, utilize proteção adequada: almofadas em forma de rosca tais como as câmaras de água ou ar ou acolchoadas com algodão ou espuma;
  • Correção postural com fisioterapia.
Diagnóstico da causa da dor anal

A causa da dor anal é diagnosticada por meio de:

  • História clínica do paciente com a descrição da dor e de outros sintomas;
  • Exame físico que inclui a inspeção anal e perianal. Pode ser necessário o toque retal e a anuscopia (visualização do canal anal por meio de um tubo curto (anuscópio) conectado a uma fonte de luz.

Exames de imagem também podem ser solicitados:

  • Ultrassom endoanal
  • Ressonância magnética
  • Fibrosigmoidoscopia
  • Colonoscopia
Tratamento da dor anal

O tratamento da dor anal depende da condição clínica que a provoca. Pode ser clínico ou cirúrgico.

Tratamento clínico
  • Uso de anti-inflamatórios;
  • Utilização de analgésicos;
  • Injeção local de solução com anestésicos de ação prologada, nos casos em que a medicação oral e a fisioterapia são insuficientes para o alívio da dor;
  • Fisioterapia (massagem, mobilização e estiramento do cóccix).
Tratamento Cirúrgico

O tratamento cirúrgico pode ser efetuado a depender da causa da dor anal, como em situações de doença hemorroidaria grave e quando o tratamento clínico não foi benéfico.

O resultado do tratamento cirúrgico é, de forma geral, efetuado com sucesso para tratar distúrbios que provocam dor anal.

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Dor no ânus: o que pode ser?

Água com gás faz mal?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Á água com gás não faz mal, se for bebida com moderação, visto que não há nenhuma evidência científica clara sobre os riscos da ingestão de bebidas gaseificada.

No entanto, é válido ressaltar que o consumo excessivo de água gaseificada pode levar ao aumento transitório dos gases no sistema gastrointestinal. Fazendo com que algumas pessoas possam sentir distensão, dor ou desconforto abdominal e apresentar aumento dos gases se consumir água com gás em excesso.

Pessoas que apresentam doença do refluxo gastroesofágico podem apresentar piora dos sintomas de refluxo, como azia e regurgitação, se ingerirem uma grande quantidade de água ou outros líquidos gaseificados.

Ao contrário do que se costuma pensar a água com gás não causa alterações na massa óssea, nem aumenta o risco de osteoporose. Esse efeito apenas foi observado com o consumo de bebidas derivadas da cola, devido a grande quantidade de fósforo nessas bebidas.

Riscos da água com gás, rica em açúcar

Por outro lado, a água com gás que também recebe açúcar na sua composição pode apresentar maiores riscos a saúde, diferentemente da água com gás sem açúcar.

Os riscos são os mesmos decorrentes do consumo excessivo de açúcar, como o aumento do risco ou descompensação do diabetes e de danos aos dentes, provocando o aparecimento de cáries.

Por isso, bebida açucaradas com gás não devem ser consumidas rotineiramente e jamais se deve substituir totalmente a água natural por esses líquidos ricos em açúcar.

Beber água com gás tem algum benefício?

Á água com gás possui os mesmos benefícios que a água mineral sem gás, permitindo a hidratação e ingestão de sais minerais.

Não há ainda evidências científicas consistentes que a água com gás tenha algum benefício além dos da água comum.

Alguns pequenos estudos sugerem que a água com gás pode ajudar na digestão e no alívio dos sintomas de constipação. No entanto, mais investigações sobre esses efeitos são necessárias.

Também quando consumida com moderação a água com gás pode ajudar a promover a saciedade, fazendo com que se coma menos, o que pode ser benéfico para pessoas que desejam emagrecer.

Em conclusão, a água com gás não causa grandes danos ao organismo, nem aumenta o risco de doenças, entretanto deve-se evitar o seu consumo excessivo e as bebidas que contenham gás e açúcar.

Referências bibliográficas

1. Cuomo R, Grasso R, Sarnelli G, Capuano G, Nicolai E, Nardone G, Pomponi D, Budillon G, Ierardi E. Effects of carbonated water on functional dyspepsia and constipation. Eur J Gastroenterol Hepatol. 2002 Sep;14(9):991-9.

2. Mun JH, Jun SS. [Effects of carbonated water intake on constipation in elderly patients following a cerebrovascular accident]. J Korean Acad Nurs. 2011 Apr;41(2):269-75. Korean.

3. Cheng, R., Yang, H., Shao, M. Y., Hu, T., & Zhou, X. D. (2009). Dental erosion and severe tooth decay related to soft drinks: a case report and literature review. Journal of Zhejiang University. Science. B, 10(5), 395–399.