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Dor no peito é sintoma de ataque cardíaco?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor no peito é o sintoma mais comum de um ataque cardíaco. A dor do infarto geralmente é: intensa, não melhora com o repouso e dura mais de 20 minutos, podendo irradiar do meio do peito para o braço (principalmente braço esquerdo), ombro, pescoço, mandíbula, abdômen ou costas. O ataque cardíaco também pode causar sensação de aperto, peso ou pressão no tórax.

Além da dor no peito, os sintomas do infarto do miocárdio podem incluir: ansiedade, tosse, sudorese fria, tontura, vertigem, náusea, vômito, batimentos cardíacos rápidos ou irregulares, dificuldade para respirar, falta de ar e desmaio.

Contudo, algumas pessoas, principalmente idosos, diabéticos e mulheres, podem ter pouca ou nenhuma dor no peito. Nesses casos, o ataque cardíaco pode se manifestar apenas com quadro de sudorese fria, cansaço, mal-estar e fraqueza, dificultando o rápido diagnóstico. Devemos estar sempre atentos a essa possibilidade.

O que fazer se tiver sintomas de ataque cardíaco?

A primeira coisa a fazer na presença de sinais e sintomas de um ataque cardíaco é levar a pessoa para um hospital com urgência. Se não for possível, ligue para o número 192 para chamar uma ambulância. Enquanto aguarda pelo socorro:

  1. Peça para a pessoa se sentar ou deitar;
  2. Desaperte qualquer roupa apertada;
  3. Pergunte à pessoa se ela toma algum medicamento para dor no peito, como a nitroglicerina, e ajude-a a tomá-lo;
  4. Não deixe a pessoa sozinha, exceto para pedir ajuda, se necessário;
  5. Não espere para ver se os sintomas desaparecem;
  6. Não dê nada à pessoa por via oral, a menos que tenha sido prescrito um medicamento, como a nitroglicerina, para casos como esse de dor no peito.

No caso da pessoa estar inconsciente e não reagir, inicie a massagem cardíaca:

Coloque uma mão sobre a outra e faça 30 compressões fortes e ritmadas no meio do peito da vítima, usando o peso do próprio corpo para fazer a compressão (procure manter um ritmo de cerca de 100 a 120 compressões por minuto). Continue a massagem cardíaca até à chegada do socorro.

Veja também: Saiba como identificar um infarto cardíaco e conheça os sintomas

O que causa um infarto?

A maioria dos ataques cardíacos é causada por um coágulo de sangue que “entope” uma das artérias coronárias, que são responsáveis pela irrigação sanguínea do músculo do coração (miocárdio). Com a interrupção do fluxo sanguíneo, o coração sofre com a falta de oxigênio e as células cardíacas morrem.

A obstrução da artéria coronária também pode ser causada pela formação de uma placa de gordura, composta principalmente por colesterol, que se acumula nas paredes do vaso sanguíneo, obstruindo parcial ou totalmente a irrigação sanguínea do miocárdio. Essa falta de sangue leva a morte do músculo cardíaco, denominado "isquemia" do coração.

A falta de sangue e oxigenação adequadas no miocárdio, é a causa do sintoma de dor no peito. Por isso, se já tem a dor, já está havendo sofrimento do músculo, por isso a urgência em procurar atendimento médico.

Um ataque cardíaco é uma emergência médica. Quanto mais rápido a pessoa receber atendimento, menor será a extensão da lesão, com menos danos ao coração e maior a chance de sobreviver ao infarto.

Leia também: doenças cardiovasculares: quais os fatores de risco e como prevenir?

Gabapentina serve para tratar dor neuropática?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, a gabapentina serve para tratar dor neuropática em adultos. Essa dor é causada por lesão ou funcionamento inadequado dos nervos ou do sistema nervoso. A gabapentina também é indicada no tratamento de epilepsia (convulsões) em pessoas com pelo menos 12 anos de idade.

O mecanismo de ação da gabapentina não é totalmente conhecido. Acredita-se que o medicamento desempenhe uma função de regulação entre os impulsos transmitidos entre as células nervosas, diminuindo a hiperatividade das mesmas, que provoca a dor neuropática e as convulsões.

Quais as contraindicações da gabapentina?

A gabapentina é contraindicada para pessoas com alergia ao medicamento ou a algum dos componentes da fórmula e para crianças com menos de 12 anos de idade.

Quais os efeitos colaterais da gabapentina?Efeitos colaterais comuns
  • Visão embaçada;
  • Sintomas semelhantes aos de uma gripe ou um resfriado;
  • Delírios;
  • Rouquidão;
  • Falta ou perda de força;
  • Dor na região lombar ou na lateral da costas;
  • Inchaço em mãos, pés ou pernas;
  • Tremores;
  • Movimentos involuntários dos olhos;
  • Instabilidade emocional.
Efeitos colaterais raros
  • Dor no peito;
  • Dor de garganta;
  • Calafrios;
  • Tosse;
  • Depressão, irritabilidade ou outras alterações de humor;
  • Febre;
  • Perda de memória;
  • Dor ou inchaço nas pernas ou nos braços;
  • Dor ou dificuldade para urinar;
  • Falta de ar;
  • Feridas, manchas brancas ou úlceras nos lábios ou na boca;
  • Inchaço de glândulas;
  • Sangramentos ou hematomas;
  • Cansaço ou fraqueza.
Efeitos colaterais em crianças
  • Comportamento agressivo ou outros problemas comportamentais;
  • Ansiedade;
  • Queda do desempenho escolar;
  • Dificuldade de concentração;
  • Choro;
  • Depressão;
  • Desconfiança;
  • Falsa sensação de bem-estar;
  • Hiperatividade ou aumento dos movimentos corporais;
  • Mudanças bruscas de humor;
  • Reações muito rápidas ou exageradas;
  • Inquietação.
Efeitos colaterais a longo prazo

A longo prazo, o uso de gabapentina pode causar perda de memória, enfraquecimento dos músculos e insuficiência respiratória.

A interrupção repentina do uso de gabapentina pode causar ansiedade, insônia, enjoo, dores e excesso de transpiração.

Para maiores informações sobre o uso de gabapentina e os seus possíveis efeitos colaterais, consulte o médico que receitou a medicação.

Depressão causa dor?

Sim, a depressão pode causar dor. Isso pode ocorrer devido à falta de substâncias produzidas pelo cérebro que atuam como analgésicos naturais do corpo. A falta dessas substâncias em pessoas deprimidas pode desencadear dores.

Os sintomas físicos da depressão podem incluir ainda:

  • Dor de cabeça;
  • Dor crônica;
  • Problemas digestivos;
  • Falta de energia;
  • Cansaço;
  • Mal-estar geral;
  • Dificuldade em adormecer ou dormir demais;
  • Diminuição ou aumento do apetite;
  • Emagrecimento ou ganho de peso.

A dor pode ainda causar depressão ou piorar a depressão já existente. Por isso, a depressão também é muito comum entre pessoas que têm dor crônica, como aquelas com fibromialgia.

A depressão também pode piorar as dores que a pessoa já costuma ter. Mesmo a depressão leve pode afetar a capacidade do indivíduo deprimido gerenciar efetivamente a dor e permanecer ativo.

Quais são os sintomas de depressão?
  • Sentimentos frequentes de tristeza, raiva, abandono, baixa auto-estima ou desesperança;
  • Menos interesse ou prazer em atividades que antes eram prazerosas;
  • Dificuldade de concentração;
  • Pensamentos de morte, suicídio ou danos a si mesmo;
  • Humor irritável ou deprimido;
  • Sentimentos de inutilidade, autoaversão e culpa;
  • Dificuldade de concentração;
  • Movimentos mais lentos ou rápidos que o normal.
O que é depressão?

A depressão é um distúrbio de humor no qual sentimentos de tristeza, perda, raiva ou frustração interferem na vida diária por um período de algumas semanas ou mais. A depressão é uma doença, que afeta o funcionamento do corpo.

Quais as causas da depressão?

A depressão é causada por alterações em certas substâncias químicas produzidas no cérebro. O transtorno depressivo é muitas vezes transmitido dos pais para os filhos.

Isso pode ser devido à genética, aos comportamentos aprendidos em casa ou ao ambiente em que a pessoa vive.

A depressão também pode ser desencadeada por um fato estressante ou infeliz na vida. Na maioria dos casos, é uma combinação desses fatores.

Além disso, existem muitos fatores que podem causar depressão, tais como:

  • Alcoolismo ou uso de drogas;
  • Dor crônica (como em casos de fibromialgia, por exemplo);
  • Situações estressantes ou eventos na vida, como perda de trabalho, divórcio ou morte de um cônjuge ou outro membro da família;
  • Isolamento social.

Às vezes, a depressão não tem uma causa ou razão clara.

Depressão tem cura? Qual é o tratamento?

Depressão tem cura. O tratamento da depressão inclui medicamentos (antidepressivo, estabilizador de humor), mudanças no estilo de vida e psicoterapia.

Os antidepressivos atuam restaurando os níveis adequados das substâncias químicas no cérebro, o que ajuda a aliviar os sintomas.

Algumas pessoas podem se sentir melhor após algumas semanas de uso do antidepressivo. No entanto, na maioria dos casos, é necessário tomar esses medicamentos por pelo menos 4 a 9 meses. Esse tempo é necessário para obter uma resposta completa e impedir que a depressão reapareça.

Os medicamentos antidepressivos devem ser tomados todos os dias. O paciente não deve parar de tomar a medicação por conta própria, mesmo que se sinta melhor ou tenha efeitos colaterais. Quando chegar a hora de interromper o uso do medicamento, a dose deve ser reduzida lentamente ao longo do tempo, conforme orientação médica.

A psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental, ensina a combater pensamentos negativos. A pessoa aprende como estar mais consciente dos seus sintomas e como detectar os fatores que pioram a depressão.

A psicoterapia também pode ajudar a entender os problemas que podem estar por trás dos pensamentos e sentimentos.

A eletroconvulsoterapia pode melhorar o humor das pessoas com depressão grave ou pensamentos suicidas que não melhoram com outros tratamentos.

O médico psiquiatra é o especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da depressão.

Cefaleia de tensão: como tratar a pressão na cabeça?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O tratamento da cefaleia de tensão ou cefaleia tensional pode ser feito com uso de analgésicos, massagens, técnicas de relaxamento e gestão do estresse.

A cefaleia de tensão é um tipo de dor de cabeça semelhante à sensação de pressão na cabeça ou de uma fita apertada em torno da cabeça. Na maior parte das vezes, é provocada por contrações musculares e/ou dor no pescoço e nos maxilares.

O que posso fazer quando estou tendo uma cefaleia tensional?

Se você está apresentando cefaleia de tensão, o tratamento inclui a utilização de medicamentos para dor, algumas técnicas de massagem e relaxamento e, às vezes, acompanhamento psicológico. Entretanto, é importante que você busque avaliação de um médico de família, clínico geral ou neurologista

1. Uso de medicamentos

Medicamentos analgésicos como o paracetamol podem ajudar a aliviar as cefaleias tensionais. Entretanto, é preciso ter em mente que o uso indiscriminado destes medicamentos repetidas vezes pode piorar as crises.

Por este motivo, procure um médico de família, clínico geral para que o seu caso seja avaliado e seja instituído o melhor tratamento.

2. Alongamento e massagem

Alongar a musculatura das costas, ombros e pescoço ajuda a relaxar a musculatura desta região e pode auxiliar a reduzir as dores causadas pela cefaleia de tensão.

Tomar um banho quente antes de efetuar alongamentos e massagens ajuda a soltar a musculatura e a tensão acumulada nos ombros e pescoço, além de facilitar a realização dos exercícios de alongamento.

3. Terapias psicológicas

É muito comum que as cefaleias tensionais sejam provocadas por estresse e preocupações excessivas. Um acompanhamento psicológico pode ajudar você a lidar com as situações estressantes e com as preocupações, o que acabará por minimizar os episódios de cefaleia tensional.

Primeiros sintomas de cefaleia de tensão

A cefaleia de tensão geralmente se inicia com dor leve ou em pressão na região da frente cabeça, ou em torno dos olhos que vai se espalhando por toda a cabeça. Deste modo, os sintomas mais comuns incluem:

  • Dor, sensação de pressão ou de peso na região frontal, nas laterais e no topo da cabeça
  • Dor que piora conforme o dia vai passando
  • Dores musculares, especialmente, nas regiões do pescoço, ombros e maxilares
  • Dificuldade de concentração
  • Sensação de cansaço
  • Dificuldade de adormecer e manter o sono
  • Irritabilidade

As cefaleias de tensão podem ser episódicas ou crônicas.

Cefaleias episódicas

As cefaleias de tensão são consideradas episódicas quando ocorrem menos de 15 dias por mês. A dor pode durar de 30 minutos a vários dias e se iniciam várias horas após a pessoa despertar e vai se agravando na medida em que o dia passa. Raramente a pessoa desperta do sono por causa da dor.

Cefaleias crônicas

As cefaleias tensionais crônicas ocorrem durante 15 dias ou mais ao mês. A dor de cabeça está quase sempre presente e sua intensidade varia ao longo do dia. Assim, há momentos do dia em que a dor está mais leve e momentos que se torna mais forte.

Como evitar que a cefaleia de tensão aconteça?

Alguns hábitos simples podem ajudar na prevenção da cefaleia tensional:

1. Pratique atividade física

A prática de atividade física ajuda a combater o estresse e a reduzir o acúmulo de tensão muscular na região dos ombros e do pescoço.

2. Adote uma alimentação saudável

Priorize alimentos leves como frutas, verduras, cereais integrais e carnes magras na sua alimentação. Evite bebidas com cafeína (refrigerantes e café), chocolate e alimentos com açúcar branco. Estes alimentos podem agravar a dor de cabeça.

3. Mantenha a regularidade do sono

Busque manter seu sono regular. Tente dormir o mais ou menos no mesmo horário todos os dias e prepare o seu quarto deixando-o escuro e silencioso. A privação de sono pode aumentar a intensidade e a frequência das dores de cabeça.

4. Evite o consumo de álcool e o tabagismo

A ingestão de álcool e o hábito de fumar podem piorar as dores de cabeça e por este motivo devem ser evitados.

Existe diferença entre cefaleia tensional e enxaqueca?

Sim. As cefaleias de tensão geralmente são de intensidade leve a moderada e não são acompanhadas de vômitos e náuseas. Além disso, a dor de cabeça tensional não piora com a realização de atividade física ou exposição à luz, sons e cheiros.

Ao contrário, as enxaquecas são caracterizadas por dores de cabeça de intensidade moderada a intensa, são acompanhadas por náuseas, vômitos e fotofobia (sensibilidade à luz). Atividade física, sons e cheiros podem agravar a dor.

Vejam também:

Referências bibliográficas:

Tension-type headache in adults: Pathophysiology, clinical features, and diagnosis. Uptodate. 2021