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Usar lentes de contato por muito tempo faz mal?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim. Usar lentes de contato além do tempo determinado pelo oftalmologista faz mal, podendo causar dor, vermelhidão, reações alérgicas e infecções, até situações mais graves como a formação de úlceras de córnea, alterações graves que podem levar à cegueira.

O tempo que a lente pode permanecer no olho, deverá ser definido e orientado pelo médico oftalmologista assistente, e irá depender principalmente do material da lente escolhida, das características dos olhos do paciente e cuidados diários com a lente.

O uso de lentes de contato por muito tempo faz mal porque diminui a oxigenação da córnea. Como a córnea não possui vasos sanguíneos, ela necessita captar o oxigênio do ar. Assim, a lente de contato atua como uma barreira à passagem do oxigênio.

Apesar dos materiais das lentes de contato atuais permitirem uma melhor difusão do oxigênio, elas não deixam de ser uma barreira. Quanto maior for o grau da lente, mais espessa ela será, bloqueando a passagem de oxigênio. O que pode favorecer a inflamações corneanas (ceratites), infecções graves como a úlcera de córnea infecciosa, e sequelas permanentes na visão, com indicação, nos casos mais graves, de transplante de córnea.

Outra razão por que as lentes de contato não devem ser usadas além do tempo indicado, é que elas acumulam resíduos de proteínas e bactérias, que podem causar alergias oculares e infecções.

Cuidados diários com a lente de contato

Além do uso da lente pelo tempo correto indicado, outros cuidados são fundamentais para uma boa adaptação e prevenção de complicações, como:

  • Utilizar apenas pelo tempo estipulado como data de validade pelo fabricante, mesmo que esteja aparentemente em boas condições;
  • Fazer uma higienização adequada diariamente:
    • Lavar bem as mãos e secar suavemente em papel toalha, antes de colocar ou retirar as lentes;
    • Não limpar as lentes com soro fisiológico ou água da torneira, usar apenas os produtos indicados de limpeza e manutenção das lentes, que são produtos específicos;
    • Limpar bem o estojo, com os mesmos produtos e trocá-lo a cada 3 meses, pelo menos;
  • Retirar as lentes para dormir, mesmo as de longa duração;
  • No caso de uso de maquiagem, colocar as lentes antes de iniciar a maquiagem e retirar as lentes antes do uso de demaquilante e limpeza do rosto;
  • No caso de uso em ambientes de água como piscina, rios ou mar, não abrir os olhos dentro da água, e se possível, usar óculos de proteção;
  • Evitar usar as lentes em saunas fechadas, pelo maior risco de reações alérgicas e contaminação, uma das poucas contraindicações;
  • No caso de vermelhidão, dor ou secreção, retirar as lentes e fazer contato com oftalmologista imediatamente.
Dormir com as lentes de contato faz mal?

Sim, dormir com as lentes de contato faz mal. Embora existam lentes descartáveis que são aprovadas para serem usadas durante o sono, há sempre um risco maior associado.

Isso porque as lentes de contato já diminuem a oxigenação da córnea durante o dia, quando os olhos estão abertos. Durante o sono, com as pálpebras fechadas, essa oxigenação fica ainda mais reduzida.

Vale reforçar, que ao menor sinal de irritação, vermelhidão, dor, secreção ou turvação da visão, deve interromper o uso das lentes de contato imediatamente e procurar um/a médico/a oftalmologista para avaliação.

Leia também: Usar lentes de contato coloridas faz mal?

Fui no oftalmologista para solicitar um laudo para concurso...
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Com correção é somente para quem usa óculos, o resultado do seu exame mostrou que você não apresenta problemas relacionados a acuidade visual, portanto não precisa corrigir o erro de refração, nesse caso apenas o resultado do exame sem correção é suficiente.

Caso fosse detectado algum distúrbio de refração o médico iria indicar a correção através de lentes e anotar isso no seu laudo.

O que significa resultado da acuidade visual 20/20?

Na maioria dos caso o resultado de exame de acuidade visual 20/20 representa uma boa acuidade visual.

Esse teste é realizado com uma tabela chamada tabela de Snellen, uma tabela branca com letras em preto escuro em tamanhos maiores e menores.

O primeiro número 20 indica a distância que a tabela deve estar da pessoa a ser examinada, que é de 20 pés ou 6 metros, já o segundo número se refere a fileira das menores letras que a pessoa consegue ler.

No entanto, o exame oftalmológico, além da tabela de Snellen pode incluir outras etapas de avaliação, de formar a analisar outros parâmetros da visão, isto porque uma pessoa que apresenta visão com acuidade 20/20 pode ainda queixar-se dificuldade visual.

Por isso, em pessoas que apresentam queixas referentes a visão também se pode avaliar:

  • O campo visual;
  • A coordenação muscular ocular;
  • A habilidade de identificar cores;
  • As estruturas oculares como córnea, íris e cristalino;
  • A pressão ocular.

Para mais esclarecimentos sobre a avaliação da visão e da acuidade visual, ou caso apresente distúrbios visuais, consulte um médico oftalmologista.

Usar lentes de contato coloridas faz mal?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Usar lentes de contato coloridas (com ou sem grau) não faz mal, desde que as lentes sejam utilizadas corretamente. O fato da lente de contato ser colorida não prejudica a visão, mas o seu uso requer os mesmos cuidados que as lentes de contato convencionais.

O grande risco para as pessoas que usam lentes de contato coloridas apenas para fins estéticos é o fato de não conhecerem os procedimentos corretos de limpeza, cuidados e uso das lentes.

Há inclusive quem chega a compartilhar a lente com outras pessoas, sem saber que as lentes de contato nunca devem ser partilhadas pois podem transmitir infecções.

É importante lembrar que o uso inadequado de qualquer lente de contato, mesmo sem grau, pode provocar sérias complicações para a visão, que vão desdedor e visão embaçada a infecções e úlceras que podem levar à cegueira.

Sem os cuidados adequados de manuseio e limpeza das lentes de contato, elas podem acumular bactérias e fungos que podem causar alergias e infecções na córnea. Nos casos mais graves podem ocorrer úlceras, com necessidade de transplante de córnea.

Veja aqui as complicações que as lentes de contato podem causar à visão.

Por isso, se pretende usar lentes de contato coloridas deve primeiro marcar uma consulta com um médico oftalmologista.

O que é estrabismo e quais são as causas?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Estrabismo é um problema visual em que os olhos não estão alinhados adequadamente, ou seja, não apontam para a mesma direção. Enquanto um olho está virado para frente, o outro pode estar desviado para dentro, para fora, para cima ou para baixo.

O estrabismo convergente, também chamado de esotropia, caracteriza-se pelo olho voltado para dentro. O estrabismo divergente, também conhecido como exotropia, ocorre quando o olho está voltado para fora. Já o estrabismo vertical caracteriza-se pelo olho virado para cima (hipertropia) ou para baixo (hipotropia).

Podem ocorrer também combinações entre os tipos de estrabismo. Por exemplo, quando o olho se desvia para cima e para o nariz ao mesmo tempo. O estrabismo também pode ser alternante, ou seja, o desvio se alterna entre um olho e outro. O desvio também pode ocorrer esporadicamente, principalmente em casos de estrabismo divergente.

O estrabismo é mais comum na infância, mas também ocorre em adultos, principalmente devido a outros distúrbios.

Estrabismo infantil

A esotropia acomodativa é a forma mais comum de estrabismo infantil. Ocorre sobretudo em crianças com 2 anos ou mais e caracteriza-se pelo desvio dos olhos para dentro quando a criança se concentra em algum objeto.

Pequenos desvios em bebês com menos de 4 meses são normais. Porém, se o estrabismo for acentuado ele deve ser investigado.

O estrabismo pode estar presente desde o nascimento devido a fatores genéticos. Porém, doenças e condições que afetam o cérebro também estão entre as causas do estrabismo infantil, tais como paralisia cerebral, Síndrome de Down, hidrocefalia, tumores cerebrais e prematuridade.

Quais as causas de estrabismo?

O estrabismo também pode surgir mais tarde, depois da infância, tendo como principais causas: diabetes, doenças neurológicas, doenças da visão (hipermetropia em grau elevado) e traumatismos na cabeça.

Quando o estrabismo surge numa fase mais avançada, na idade adulta, além do desvio do olho a pessoa também apresenta visão dupla (vê os objetos em dobro).

Como identificar o estrabismo?

Os sinais e sintomas mais comuns do estrabismo são os movimentos desalinhados dos olhos, gerando desalinhamento ocular e dificuldade para focar objetos e pessoas. Também é comum pessoas estrábicas realizarem tarefas com apenas um olho aberto ou inclinarem a cabeça para tentar endireitar os olhos.

Nos adultos, o estrabismo geralmente surge repentinamente, podendo causar visão dupla (diplopia), cansaço da visão e dor de cabeça. Muitas vezes, é uma consequência de outras doenças, como derrame cerebral, aneurisma, pressão alta, diabetes, tumores, grau elevado de miopia, entre outras.

Os olhos não se mantêm na posição adequada devido à transmissão deficiente dos impulsos nervosos do cérebro para os músculos dos olhos.

Qual é o tratamento para estrabismo?

O tratamento do estrabismo depende da sua causa e pode ser feito com exercícios específicos para os músculos oculares, óculos, lentes corretivas, uso de tampões ou cirurgia, além de injeções de toxina botulínica nos músculos oculares.

Quanto mais cedo o estrabismo for diagnosticado e tratado, maiores são as chances do tratamento ser bem sucedido.

O/a médico/a responsável pelo diagnóstico e tratamento do estrabismo é o/a oftalmologista.

Degeneração macular tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Degeneração macular dificilmente tem cura. O tratamento pode preservar ou melhorar a acuidade visual, mas é muito importante que seja iniciado na fase inicial da doença. Quando a degeneração macular já está muito avançada, torna-se mais difícil tratar e os resultados podem não ser satisfatórios.

No caso da degeneração macular atrófica ou seca, o tratamento pode ser feito com medicamentos antioxidantes como suplementos vitamínicos ou minerais em altas doses, que retardam o avanço da doença. O paciente também pode utilizar óculos especiais que permitem a recuperação da visão de leitura.

Já o tratamento para a degeneração macular úmida ou exsudativa pode consistir em fotocoagulação com raio laser, terapêutica fotodinâmica ou de injeções intra-oculares de medicamentos anti-angiogênicos. Os anti-angiogênicos impedem o crescimento dos vasos sanguíneos responsáveis pelo extravasamento de fluidos e sangue para a retina, melhorando de forma significativa a visão.

As injeções são aplicadas dentro do olho, com anestesia local e sedação. O procedimento é seguro, sendo realizado por meio de uma pequena cirurgia em centro cirúrgico.

Outra opção de tratamento para a degeneração macular exsudativa é a terapia fotodinâmica, que ataca apenas a membrana formada pelos novos vasos sanguíneos e preserva o tecido da retina. O método pode melhorar a visão ou pelo menos preservar o tecido da retina.

A terapia fotodinâmica é realizada através da administração intravenosa de uma substância que fica retida nos vasos anormais que formam a membrana. Depois, é aplicado o laser que ativa a substância para libertar moléculas de oxigênio capazes de fechar os vasos.

Apesar de não causar cegueira total, uma vez que a visão periférica fica preservada, a degeneração macular pode provocar danos irreversíveis à visão e levar à perda da visão de leitura e da nitidez se não for devidamente tratada.

Consulte um médico oftalmologista para saber qual é o melhor tratamento para o seu caso.

Leia também: O que é degeneração macular e quais os sintomas?

O que é degeneração macular e quais os sintomas?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma doença que afeta a porção central da retina (mácula), responsável pela captação de detalhes visuais. Os seus principais sintomas são perda progressiva da visão central, distorção visual das linhas retas e diminuição da nitidez das cores.

Se não for devidamente tratada, a degeneração macular pode provocar danos irreversíveis à visão e levar à perda da visão de leitura e da nitidez, mas não chega a causar cegueira total.

A degeneração macular normalmente ocorre em pessoas com mais de 50 anos e está relacionada com o desgaste da retina. A doença normalmente afeta os dois olhos, mas não ao mesmo tempo. É frequente um olho já estar numa fase avançada, com perda significativa da visão, e o outro estar numa fase inicial.

Existem 2 tipos de degeneração macular relacionada à idade:

- Degeneração macular seca ou atrófica: É a forma mais comum e leve da doença, sendo observada em até 90% dos casos. Caracteriza-se pelo desgaste contínuo da retina que provoca atrofia ou perda das células da mácula. O seu sintoma característico é a diminuição progressiva e lenta da visão central.

- Degeneração macular úmida ou exsudativa: Representa cerca de 10% dos casos de degeneração macular relacionada à idade. Porém, esta forma de DMRI provoca uma perda mais acentuada da visão central e pode ter início súbito. Caracteriza-se pelo crescimento de pequenos vasos sanguíneos por baixo da retina, que formam uma película. Esses vasos são frágeis e causam sangramento e extravasamento de líquido para dentro da retina ou abaixo dela, com risco elevado de piora acentuada da visão.

Devido ao acúmulo desses líquidos, a degeneração macular úmida ou exsudativa provoca distorção das imagens e o paciente refere pontos ou manchas escuras no campo visual.

À medida que a doença avança, forma-se uma espécie de tecido cicatricial no local afetado pelos vasos, com consequente perda irreversível da percepção visual. A cegueira só não é total porque esse processo atinge somente a área central da retina e a visão periférica é preservada.

No início, os sintomas da degeneração macular são bastante discretos e imperceptíveis. Dentre os mais comuns estão:

  • Embaçamento da visão;
  • Cores mais opacas;
  • Palavras borradas;
  • Mancha escura ou embaçada no centro da visão;
  • Linhas retas distorcidas, parecendo onduladas;
  • Presença de pontos cegos (escuros ou brancos) no campo visual;

Existem diversos fatores podem favorecer o aparecimento da degeneração macular, como história da doença na família, ter a pele clara e os olhos azuis ou verdes, exposição em excesso ao sol, alimentação rica em gorduras, tabagismo, pressão alta e doenças cardiovasculares.

O diagnóstico e tratamento da degeneração macular relacionada à idade é da responsabilidade do/a médico/a oftalmologista.

Saiba mais em: Degeneração macular tem cura? Qual o tratamento?

Quais são os sintomas do descolamento de retina?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Os principais sintomas do descolamento de retina são:

  • Alterações no campo de visão: manchas escuras, bolhas ou pontos difusos no campo de visão que aparecerem e desaparecem com a aparência de uma mosca grande, imagens semelhantes a teias de aranha;
  • Visualização de faíscas e flashes de luz;
  • Perda da visão;
  • Cegueira.

O descolamento da retina é uma condição grave que provoca alterações na visão, perda da visão e até cegueira.

O descolamento da retina acontece quando há o desprendimento da retina da parte posterior do olho.

Continue a leitura em:

Glaucoma tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O glaucoma não tem cura, mas possui tratamento, que é feito através do uso de colírios até o fim da vida. Esta é a forma mais segura de manter a pressão interna dos olhos sob controle e retardar a evolução da doença. Sem tratamento, o glaucoma pode causar cegueira. 

A outra opção de tratamento para o glaucoma é a cirurgia, indicada quando os colírios não são capazes de controlar a pressão intraocular. A cirurgia tem por objetivo diminuir a pressão interna do olho e, na maioria dos casos, o paciente não precisa mais usar colírios. Porém, se a visão já tiver sido afetada, ela não pode ser recuperada com a operação.

O oftalmologista é o médico responsável pelo diagnóstico, controle e tratamento do glaucoma.