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Tontura constante: o que pode ser e o que fazer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A tontura constante pode ser causada por diversas doenças, sendo as principais: a labirintite, diabetes, doenças cardíacas, problemas neurológicos, hipotiroidismo, aterosclerose ou os efeitos colaterais de medicamentos.

Para cada uma das situações, existe uma orientação e tratamento individualizados.

1. Labirintite

A labirintite é uma doença rara, caracterizada pela inflamação do labirinto, que pode causar tonturas. Entretanto, a causa mais comum de tontura por problemas no labirinto, é a vertigem posicional paroxística benigna (VPPB), embora menos conhecida do que a labirintite.

Os sintomas são semelhantes e incluem náusea, vômito, dificuldade de se manter em pé, zumbido no ouvido e movimento descoordenado dos olhos (nistagmo).

A enxaqueca, situação de estresse, infecções respiratórias, uso de medicamentos ou doenças cerebrais como sequela de AVC e esclerose múltipla, são causas comuns tanto para labiritnite quanto para a VPPB.

O que fazer?

O tratamento inicial tem o objetivo de aliviar os sintomas, para isso pode fazer uso de medicamentos para náuseas e vômitos, como a cinarizina ou dramin e manter-se em repouso.

Para os casos mais graves, com dificuldade em se alimentar, vômitos frequentes e muito mal-estar, está indicado procurar uma emergência para tratamento venoso e realização de manobras específicas, como a manobra de Epley.

Para o tratamento definitivo e cura do problema, é preciso procurar um atendimento médico, para definir a causa da labirintite. Nos casos de infecção será preciso uso de antibióticos.

2. Diabetes

As pessoas que têm diabetes apresentam com certa frequência, níveis baixos de açúcar no sangue, definido como hipoglicemia. Isto ocorre, especialmente, quando o tratamento para diabetes não é seguido de maneira adequada.

Os sintomas mais comuns de hipoglicemia incluem tontura, suor frio, mal-estar, sensação de queda, fraqueza e tremores.

O que fazer?

Ofereça açúcar! A hipoglicemia é uma situação grave, que pode evoluir com crise convulsiva e coma, se não for rapidamente tratada. Sendo assim, se a pessoa estiver acordada e lúcida, pode ingerir alimentos ricos em carboidratos simples como pão doce ou suco natural de fruta, ou o próprio açúcar, na colher ou misturada a um copo de água.

No caso de desorientação, não ofereça alimentos nem água, para evitar um engasgo e maiores complicações pulmonares. Se os sintomas persistirem por mais de 15 minutos, ou a pessoa perder a consciência, chame uma emergência (SAMU 192).

3. Tontura ao levantar (hipotensão ortostática)

O sintoma de tontura quando se levanta rapidamente, é chamado de hipotensão ortostática. Uma situação bastante comum, principalmente em idosos, que ocorre pela queda repentina da pressão arterial, quando a pessoa se levanta.

A tontura pode vir acompanhada de sensação de desmaio, náuseas, visão turva ou mal-estar.

A pressão arterial baixa pode ser normal, mas também pode indicar um problema cardiológico, o que requer tratamento e acompanhamento por parte de um médico cardiologista.

O que fazer?

Para aliviar o sintoma, é preciso levantar-se sempre lentamente, de preferência se sentar primeiro e depois colocar-se de pé. Para o tratamento definitivo, deverá procurar um cardiologista para avaliação e acompanhamento.

4. Pressão baixa

A variação de pressão, provoca a tontura e desequilíbrio, uma vez que o sangue não chega adequadamente ao cérebro. Outros sintomas são: mal-estar, fraqueza, visão turva, sonolência, e dores de cabeça.

O uso de sal embaixo da língua nesses casos, é uma prática comum, no entanto, pode ser uma medida perigosa, pois se a pressão arterial aumentar rapidamente, pode causa sérios problemas, como o AVC (derrame cerebral).

O que fazer?

Nestes casos, é importante medir adequadamente a pressão arterial, de preferência com um profissional de saúde para definir o melhor tratamento. O uso de sal para a pressão baixa, deve ser em situações que não consegue contato com o seu médico, e em pequena quantidade (uma pitada de sal).

5. Doenças neurológicas

Pessoas que têm enxaqueca, epilepsia, doença de Parkinson, mal de Alzheimer e tumores cerebrais, podem apresentar queixa de tontura constante. Na enxaqueca, a tontura acontece geralmente associada a dor.

O que fazer?

Para cada caso existe um tratamento. Na crise de enxaqueca, é preciso ficar em repouso e tomar a medicação para a dor. Na epilepsia, avaliar as medicações e as suas dosagens, pode ser um efeito colateral ou dose excessiva.

Nas doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer, ajustar as doses dos medicamentos pode resolver o problema. No caso de tumor, será preciso a cirurgia ou radioterapia.

É importante que você procure um neurologista para esclarecer os sintomas da tontura e estabelecer o melhor tratamento.

6. Hipotireoidismo

O hipotireoidismo é a incapacidade da glândula tireoide produzir hormônios suficientes para manter um metabolismo do corpo adequado. Dessa forma, todo o organismo funciona de maneira mais lenta, e tem como sintomas, o edema generalizado, sonolência, cansaço, unhas frágeis e quebradiças, queda de cabelo e tonturas.

A causa mais comum é a Tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune, crônica, que não tem cura, mas pode ser bem controlada com a reposição hormonal.

O que fazer?

A reposição hormonal, é o tratamento de escolha, com a administração de um comprimido de hormônio ao dia. O médico clínico geral ou o endocrinologista são os responsáveis por tratar e acompanhar adequadamente esses casos.

7. Gordura na artéria carótida

A presença de placas de gordura nas artérias do pescoço, como a artéria carótida, é outra causa comum de tonturas e bastante preocupante, porque se a placa obstruir completamente a passagem do sangue para o cérebro, pode resultar em um derrame cerebral (AVC).

A alimentação gordurosa, a falta de exercícios, o cigarro e a hipertensão, são fatores de risco para a formação dessas placas. Sendo assim, a realização de um exame de ultrassonografia de pescoço, faz parte do protocolo de investigação para queixa de tontura constante.

O que fazer?

Procure um clínico geral ou cirurgião vascular para avaliação e, enquanto isso, mantenha uma alimentação saudável, procure reduzir o sal nas refeições, aumente a ingesta de água e evite hábitos ruins como o tabagismo.

8. Efeito colateral de medicamentos

Diversos medicamentos podem provocar tontura como um efeito colateral. Principalmente em pessoas idosas ou que façam uso de diferentes medicamentos, é importante tomar cuidado com as interações medicamentosas.

Os antidepressivos, ansiolíticos, sedativos, medicamentos para controlar a pressão arterial, antialérgicos, relaxantes musculares e remédios para convulsão podem ter como efeito colateral a tontura.

Informe ao seu médico, todas as medicações que costuma fazer uso, mesmo que não seja de forma regular, para evitar as interações medicamentosas.

O que fazer?

Neste caso, converse com o médico sobre todas as suas medicações, para avaliar a possibilidade de troca ou ajuste da dose da medicação.

O que fazer para aliviar a tontura?

O tratamento da tontura constante depende da sua causa específica, entretanto algumas medidas simples podem aliviar esse sintoma, como:

  • Consumir bastante líquido (pelo menos 1 litro e meio de água por dia);
  • Limitar ou evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Evitar o cigarro;
  • Praticar atividade física regularmente;
  • Se levantar lentamente depois de sentar ou deitar por muito tempo;
  • Dormir com a cabeceira da cama levemente elevada (30°). Esta inclinação pode ser conseguida com uso de travesseiros, até sentir que está quase sentada.

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Qual é o tratamento para transtorno dismórfico corporal?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Tratamento do transtorno dismórfico corporal é feito principalmente com psicoterapia e quando necessário medicamentos. A terapia cognitiva comportamental é a forma de psicoterapia mais utilizada.

A psicoterapia, ajuda a pessoa a desenvolver comportamentos e estratégias mentais para favorecer a socialização e diminuir os comportamentos repetitivos, como se olhar no espelho e ficar obcecado com o seu "defeito". Os resultados da terapia cognitivo comportamental são bons, com grande melhora dos sintomas.

Entre os medicamentos utilizados estão os antidepressivos da classe dos inibidores da recaptação de serotonina, que melhoram significativamente os sintomas de ansiedade, obsessão, raiva, angústia, tendência suicida e agressividade.

A adesão do paciente é fundamental para o sucesso do tratamento do transtorno dismórfico corporal. Para se tratar adequadamente, é necessário que a pessoa reconheça que o seu problema é psicológico e precisa de um tratamento clínico com psiquiatra e psicoterapeuta.

Contudo, é comum que os pacientes pensem que a solução para o seu "defeito" está nas cirurgias plásticas e nos tratamentos estéticos, o que os leva a procurar médicos e profissionais da área de estética.

O objetivo do tratamento do transtorno dismórfico corporal é reduzir a ansiedade, a angústia e a preocupação do paciente com a sua aparência física, melhorando a sua qualidade de vida em geral.

O médico responsável por diagnosticar e conduzir o tratamento do transtorno é o psiquiatra.

Saiba mais em: Transtorno dismórfico corporal: Quais as causas e como identificar?

O que é uma isquemia cerebral? Quais os sintomas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A isquemia cerebral, é a falta de sangue em uma região do cérebro, causada pelo entupimento da artéria que leva o sangue até essa região.

Tem como principais causas, a presença de um coágulo ou placas de gordura, que impedem a passagem do sangue. Com isso, chega menos oxigênio e menos açúcar no cérebro, desencadeando os sintomas de acordo com a área que foi atingida.

A isquemia é conhecida também por derrame cerebral ou Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico.

Quais são os sintomas de uma isquemia cerebral?

Os primeiros sintomas de uma isquemia são:

  • Diminuição de força - a pessoa não consegue levantar ou manter por pelo menos um minuto, um dos braços ou uma das pernas,
  • Dificuldade de falar - parece que a língua fica adormecida ou "enrolada", e a pessoa não consegue falar o seu nome inteiro ou uma frase simples,
  • "Boca torta" - a assimetria no rosto faz a boca parecer torta, e acontece devido ao enfraquecimento dos músculos de um lado apenas do rosto,
  • Formigamento - diminuição da sensibilidade ou sensação de formigamento em um dos membros, ou um lado inteiro do corpo, inclusive rosto,
  • Perda da visão - a vista fica borrada, ou perde completamente a visão em um dos olhos, de início súbito,
  • Falta de equilíbrio - tonturas, desequilíbrio e dificuldade de se manter de pé ou caminhar em linha reta, pode ocorrer quando a isquemia atinge o cerebelo,
  • Confusão mental - a pessoa fica confusa, diz frases sem sentido ou não reconhece pessoas próximas.

Havendo um ou mais desses sintomas, de início súbito, é fundamental que procure uma emergência médica ou ligue para o SAMU 192.

Quais são os tipos de AVC?

Existem basicamente dois tipos de AVC, aquele que ocorre devido à falta de sangue, o AVC isquêmico e o AVC hemorrágico, quando a artéria se rompe, causando uma hemorragia cerebral.

Entretanto, quando a isquemia se resolve rápida e espontaneamente, sem deixar sequelas, chamamos de Isquemia transitória (AIT).

1. Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (Isquemia cerebral)

O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico ou isquemia cerebral, é o tipo mais comum de AVC. A presença de um coágulo ou placa de gordura impede que o fluxo normal de sangue chegue até o cérebro.

Quando essa obstrução ocorre em um grande vaso, ou quando dura muitas horas, a falta de sangue e de oxigênio causam a morte de neurônios, e essa região para de realizar as suas funções.

Os sintomas são muito variados porque dependem da área que foi acometida. Se a isquemia ocorrer na área da fala, a pessoa pára de repente de falar; quando atinge a área responsável pela força do braço direito, esse braço fica pesado, ou paralisado, e assim por diante.

2. Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico

Felizmente o Acidente Vascular Hemorrágico, é o tipo menos comum. Nesse caso o que acontece é a ruptura de uma artéria dentro do cérebro, e não uma isquemia. As causas principais são o aumento da pressão e a presença de aneurisma cerebral.

O sangue fora da artéria (hemorragia), é bastante irritativo para o cérebro. Os sintomas são de muita dor de cabeça, de início súbito, algumas pessoas descrevem como a pior dor de suas vidas, ou como "uma bomba estourando dentro da cabeça", e nenhum remédio alivia. É comum ainda apresentar rigidez de nuca (pescoço duro) e vômitos intensos.

É o acidente vascular cerebral mais grave e com maior risco de mortalidade.

3. Isquemia Cerebral Transitória ou Ataque Isquêmico Transitório (AIT)

É uma isquemia "temporária", provocada pela falta de circulação sanguínea para uma área do cérebro, que dura pouco tempo, a circulação é restabelecida rapidamente, sem medicamentos ou tratamentos.

Pode haver todos os sintomas típicos de uma isquemia, mas que desaparecem completamente quando a circulação normal retorna.

Por muito tempo o critério para AIT era baseado no tempo dos sintomas, ou seja, sintomas que duravam menos de 24 horas eram considerados AIT. Entretanto, pesquisas mostraram que não era uma forma correta para essa definição. Atualmente, se a morte de neurônios é confirmada no exame de imagem, é considerado AVC mesmo que não observe sequelas.

Importante ressaltar que o AIT é um fator de risco para o AVC. A pessoa que já teve um AIT, comprovadamente possui um risco muito maior de desenvolver um AVC isquêmico no futuro, especialmente dentro dos próximos meses, do que outras pessoas.

Existe tratamento para a isquemia cerebral?

Sim. O melhor tratamento atual, é a trombólise. Uma medicação administrada pela veia, para dissolver o coágulo que está impedindo o fluxo de sangue para o cérebro. Quanto mais rápido conseguir dissolvê-lo e o sangue voltar a nutrir aquela área, menor o risco de uma sequela.

No entanto, essa medicação só pode ser usada quando a pessoa consegue chegar a uma emergência dentro das primeiras 4 horas do início dos sintomas. Existem ainda alguns critérios de contraindicação, mesmo que chegue a tempo, que são principalmente o uso de anticoagulantes e cirurgias recentes.

Caso não tenha indicação da trombólise, seja pelo tempo de chegada ao hospital ou por alguma contraindicação, outras medidas são importantes e devem ser iniciadas tão rápido quanto possível, como:

  • Manter os sinais vitais adequados (pressão arterial controlada, batimentos cardíacos regulares e a temperatura do corpo normal;
  • Inciar o quanto antes o tratamento de reabilitação, com terapia da fala, terapia ocupacional e fisioterapia, conforme os sintomas de cada paciente;
  • Cirurgia, mais raramente, mas pode ser preciso, por exemplo, nos casos de obstrução grave de artéria carótida;
  • E após a fase aguda, seguir com acompanhamento médico, para controle dos fatores de risco, evitando um novo evento de AVC.
E para a isquemia transitória, qual deve ser o tratamento?

O tratamento primordial da isquemia transitória é de prevenir um AVC Isquêmico!

A prevenção deve ser feita como o controle de doenças, controle rigoroso da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de açúcar (glicemia) no sangue.

Para os fumantes é recomendado deixar de fumar. Todos são aconselhados a iniciar uma atividade física regular e seguir uma dieta balanceada que poderá ser melhor orientada por um nutricionista.

Além disso, são administrados medicamentos que reduzem o risco de AVC: As estatinas, que reduzem o colesterol ruim, e os anticoagulantes e/ou antiplaquetários, para reduzir a formação de coágulos.

É possível prevenir as isquemias cerebrais?

Sim. Para prevenir a isquemia cerebral (acidente vascular cerebral) é preciso manter hábitos e um estilo de vida saudável:

  • Evitar alimentos gordurosos;
  • Manter uma alimentação saudável com baixo teor de sal e rica em frutas, verduras, cereais integrais e carnes magras;
  • Praticar atividade física regularmente orientada por um educador físico e após avaliação médica, pelo menos 4x por semana;
  • Não fumar;
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Cuidar das doenças crônicas, fazendo uso regular das suas medicações diárias, principalmente cuidar da pressão arterial, colesterol e açúcar no sangue.
Quais são os fatores considerados de risco para desenvolver uma isquemia cerebral?
  • Pressão alta;
  • Colesterol elevado (especialmente o LDL);
  • Diabetes;
  • Obesidade;
  • Tabagismo;
  • Sedentarismo (falta de atividade física);
  • Idade avançada,
  • Consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
  • Alimentação ruim, rica em sal e gorduras;
  • Portadores de doenças cardíacas.
A isquemia cerebral deixa sequelas?

Sim. A isquemia pode deixar sequelas se acometer uma área muito extensa do cérebro e se não for tratada rapidamente.

As sequelas mais comuns são:

  • Paralisia facial;
  • Paralisia do braço e/ou perna de um dos lados do corpo;
  • Dificuldade de falar ou engolir;
  • Perda da coordenação motora;
  • Cegueira;
  • Dificuldade de memória;
  • Alterações psicológicas como a depressão.

Profissionais como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos podem auxiliar a minimizar as sequelas ou mesmo a recuperação das funções perdidas.

É importante que o acompanhamento do neurologista desde o início do quadro de isquemia até a recuperação das funções neurológicas perdidas.

Não deixe de buscar rapidamente um pronto-socorro sempre que algum sintoma de isquemia cerebral seja percebido.

Referência:

Rede Brasil AVC

Resultado do exame deu Gardnerella, será que é Vaginose?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A presença de Gardnerella no exame de papanicolau, pode indicar uma infecção vaginal, a chamada vaginose bacteriana. Contudo, para ter certeza desse diagnóstico, é preciso passar por uma avaliação médica.

A Gardnerella é uma bactéria que está presente normalmente na flora vaginal, mas em pequenas quantidades. Os lactobacilos são as bactérias que predominam nessa região. Os sintomas de infecção são o corrimento acinzentado, com cheiro forte e desagradável.

A vaginose bacteriana por Gardnerella não é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST) ou doença sexualmente transmissível (DST), mas pode ser transmitida por contato íntimo, para o homem.

Qual o tratamento da vaginose bacteriana?

O tratamento é baseado no uso de antibióticos, sendo o metronidazol o antibiótico de escolha. Pode ser administrado por via oral (comprimidos) ou por pomadas, durante 7 a 10 dias.

Além do antibiótico, é importante evitar as relações durante o tratamento, ou se o fizer, usar contraceptivos de barreira, como a camisinha.

O uso de bebidas alcoólicas, pode interferir na eficácia do medicamento e causar efeitos colaterais como náuseas e vômitos.

E, a princípio, não é preciso tratar o homem, a não ser que ele tenha sintomas. Se for uma parceira mulher, essa deve ser tratada em conjunto.

Como se pega gardnerella? Pode ser considerada uma DST/IST?

A mulher já possui a bactéria gardnerella na sua flora vaginal naturalmente, já o homem não. No homem, a Gardnerella é transmitida através de contato íntimo e relações sexuais.

A infecção no homem pode causar doença na uretra (uretrite), na glande ou prepúcio (balanite). Os sintomas são de vermelhidão no pênis, saída de secreção purulenta, ardência ao urinar e/ou dor na relação.

Nesses casos é preciso procurar um urologista, para dar início ao tratamento.

Como saber se tenho vaginose bacteriana?

A vaginose é uma infecção comum do trato genital feminino, que causa principalmente corrimento vaginal e odor fétido, semelhante à "peixe podre".

Uma situação que leva a grande desconforto e constrangimento. Outros sinais como vermelhidão, edema, dor durante as relações e coceira, podem ocorrer, porém, são sintomas bem menos frequentes.

A presença desses sintomas, sugere uma vaginose bacteriana, por isso é recomendado que procure um ginecologista para avaliação.

O que pode causar a vaginose bacteriana?

Os fatores mais relacionados à infecção vaginal são:

  • Limpeza íntima com sabonetes inapropriados,
  • Uso de ducha higiênica muitas vezes por dia,
  • Uso inadequado do papel higiênico. É fundamental passar o papel sempre da vagina em direção ao ânus, e não o contrário,
  • Situações que reduzem a imunidade: gestação, diabetes, uso crônico de remédios como o corticoide, ansiedade, estresse e alimentação ruim,
  • Ter vários parceiros sexuais,
  • Tabagismo.
A vaginose pode ter complicações?

Sim. Nas mulheres, a vaginose pode levar a infertilidade, por inflamações crônicas no útero e trompas. Aumenta o risco de contrair DST/IST como o HIV, tanto nos homens quanto nas mulheres. Pode ainda, nas gestantes, desencadear parto prematuro ou abortamento.

Sendo assim, toda a mulher que apresente alteração no exame, precisa procurar o seu ginecologista, para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento com antibiótico e demais orientações que se façam necessárias.

As mulheres com idade entre 25 e 59 anos, que têm ou já tiveram vida sexual ativa devem fazer o exame preventivo periódico. Após dois exames com resultado normal em um intervalo de um ano, o papanicolau pode passar a ser feito a cada 3 anos.

Leia mais:

Referências:

FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Ataxia de Friedreich tem cura? Como é o tratamento?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Ataxia de Friedreich não tem cura. Trata-se de uma doença progressiva e degenerativa que causa alterações irreversíveis no sistema nervoso.

Entretanto existem opções de tratamento, com o objetivo de amenizar os sintomas, prevenir complicações cardíacas, respiratórias e ortopédicas, além de tratar as doenças concomitantes como o diabetes mellitus.

Dentre os medicamentos usados para tratar a ataxia de Friedreich estão o idebenona (antioxidante), resveratrol (para o coração), eritropoetina (hormônio), deferiprona e desferroxamina (quelantes de ferro).

Os quelantes de ferro diminuem as concentrações de ferro, reduzindo assim os seus efeitos tóxicos na produção de energia das células. Os antioxidantes protegem a organela responsável pela respiração celular (mitocôndria) das lesões causadas pelos radicais livres (moléculas de oxigênio quimicamente ativas). Já a eritropoetina tem efeito protetor sobre o sistema nervoso e coração.

Há ainda outros remédios usados no tratamento da ataxia de Friedreich, mas que ainda estão em fase de estudos. Contudo, mesmo as medicações já usadas habitualmente têm um efeito muito limitado no controle da progressão e dos sintomas da doença.

Os tratamentos não farmacológicos, como cirurgia e fisioterapia, visam sobretudo corrigir e prevenir complicações, além de tentar promover uma melhor qualidade de vida ao paciente.

Os sintomas da ataxia de Friedreich normalmente começam a se manifestar antes dos 20 anos de idade. Em geral, os pacientes perdem a autonomia depois de 10 a 15 anos e muitos vão a óbito devido a complicações cardíacas.

Contudo, a idade de início das manifestações, os tipos de sintomas e a velocidade de progressão da doença podem variar muito de pessoa para pessoa.

Saiba mais em: O que é ataxia de Friedreich?

O médico neurologista é o especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da ataxia de Friedreich.

Sucupira tem ação analgésica e anti-inflamatória? Quais os riscos para a saúde?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A sucupira (Pterodon emarginatus) é uma árvore do cerrado brasileiro bastante utilizada na medicina popular como analgésico e anti-inflamatório. Entretanto, estas propriedades da planta ainda não são cientificamente comprovadas.

Existem compostos bioativos diferentes em cada parte da sucupira. Estudos mostram que nas folhas e na casca da árvore estão presentes os alcaloides e, nas sementes e nos frutos se encontram isoflavonas e alguns triterpenos.

Sementes de sucupira: ricos em isoflavonas e triterpenos Sucupira possui ação analgésica?

A propriedade analgésica da sucupira ainda está sendo estudada. As pesquisas já realizadas indicam que o efeito analgésico pode estar no extrato de sucupira. Entretanto, estes estudos foram feitos em camundongos e não necessariamente os efeitos observados nestes animais serão observados nos seres humanos.

Os estudos não conseguiram esclarecer até o momento seu mecanismo da ação analgésica, embora se possa deduzir que os flavonoides presentes na sucupira auxiliam na redução das dores provocados por inflamação devido à diminuição na produção de prostaglandinas.

Deste modo, mais pesquisas são necessárias no sentido de esclarecer e comprovar o efeito analgésico da sucupira.

Sucupira possui ação anti-inflamatória?

A sucupira é há muito tempo popularmente utilizada para tratar gota, artrite e problemas músculo esqueléticos. Porém, o seu efeito anti-inflamatório ainda não foi comprovado em seres humanos.

Os estudos que demonstraram que o extrato de sucupira pode reduzir as inflamações músculo esqueléticas, a exemplo da artrite, foram realizados em animais.

Formas de consumo e cuidados ao consumir sucupira

A sucupira pode ser consumida em forma de chá feito com a semente de sucupira, extrato, tintura, óleo e cápsulas. É importante que o uso de qualquer uma destas formas seja orientado por um profissional de saúde, pois a plantas possuem princípios ativos (bioativos) que podem interagir entre si e com medicamentos, o que pode provocar efeitos colaterais.

Pelo de fato de ainda não ter sido efetuado nenhum estudo com sucupira em seres humanos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária não pode garantir a segurança do seu uso. Por este motivo a utilização da sucupira como fitoterápico em tratamentos para dor e inflamação, bem como outras aplicações deve ser indicada por médico/a ou nutricionista especializado em fitoterapia.

Quais os riscos do consumo de sucupira para a saúde?

O emprego das plantas medicinais para tratamentos em saúde é popularmente difundido em função das suas propriedades terapêuticas. Entretanto, a maior parte das pessoas desconhece sua toxicidade, o que pode provocar reações adversas e trazer riscos à saúde. A escassez de estudos sobre a sucupira não possibilitam indicar os riscos do seu uso para a saúde, o que exige cautela quanto ao seu consumo. Mais estudos precisam ser realizados para garantir a segurança da sucupira na promoção da saúde e tratamento de doenças.

Contraindicações da Sucupira
  • Mulheres grávidas ou que estão amamentando;
  • Crianças menores de 12 anos;
  • Pessoas com doença renal;
  • Portadores de distúrbios hepáticos.

Antes de iniciar o uso de sucupira converse com um/a médico/a ou nutricionista especializado em fitoterapia.

Como são os primeiros dias tomando bupropiona?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Nos primeiros dias usando bupropiona é muito comum haver dor de cabeça, insônia, boca seca, náuseas e vômitos.

Outras reações que normalmente são relatadas incluem:

  • Alterações de paladar ou anorexia;
  • Ansiedade e agitação;
  • Sudorese, coceira e alergias, como urticária;
  • Fraqueza muscular;
  • Tonturas ou tremores;
  • Falta de concentração;
  • Problemas de visão;
  • Intestino preso e dor na barriga;
  • Sintomas de depressão.

Apesar de menos comum, pode ainda surgir febre, aumento da libido, problemas de ejaculação, dores nas articulações, surdez, incontinência ou retenção urinária, queda de cabelos ou crescimento de pelos. Também já foram relatados alguns problemas cardíacos, circulatórios, digestivos e do sistema nervoso, além de alterações hormonais e do metabolismo.

No caso de usar a bupropiona para parar de fumar, é possível aparecerem sintomas da síndrome de abstinência de nicotina. Para evitá-los, muitas vezes é recomendado usar adesivos ou chicletes com nicotina. O médico pode indicar como usá-los.

No caso de desenvolver alguma reação indesejada após iniciar o tratamento, fale imediatamente com o seu médico. Ele pode alterar a dose do medicamento ou trocá-lo, dependendo do caso.

Leia mais sobre a bupropiona em:

Referência:

Bup (cloridrato de bupropiona). Bula do medicamento

Nistatina serve para mão-pé-boca?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

A nistatina não serve para tratar a doença de mão-pé-boca. Isso porque a nistatina é indicada para tratar doenças causadas por fungos, enquanto a doença de mão-pé-boca é causada por vírus.

É importante procurar um médico se existir suspeita de doença de mão-pé-boca. Ela pode causar febre alta e, em alguns casos, problemas mais graves, como meningite.

Não existe nenhum medicamento ou tratamento específico para a doença de mão-pé-boca. Mas é indicado tratar os sintomas, principalmente os bucais:

  • Cuidar da higiene bucal, escovando os dentes com uma escova macia;
  • Fazer bochechos com água e sal;
  • Preferir alimentação leve, evitando comidas ácidas ou muito salgadas.

Existem vacinas sendo desenvolvidas, 3 delas já são usadas na China.

Você pode querer ler também:

Referências:

Nistatina. Bula do medicamento.Tesini BL. Doença da mão-pé-boca (DMPB). Manual MSD