Fumar corta o efeito de alguns remédios?
Sim. Fumar pode cortar o efeito de alguns medicamentos, ou o que vemos com maior frequência, é a redução do efeito, necessitando de doses mais altas.
O antibiótico Metronidazol, um remédio utilizado principalmente no tratamento de doenças periodontais, como gengivite e periodontite, ginecológicas e trato gastrointestinal, foi recentemente apontado como um dos medicamentos que tem interação importante com o tabaco.
De acordo com um estudo científico brasileiro, os pacientes tabagistas apresentaram resultados piores do que os não fumantes, com tratamentos mais prolongados para alcançar a cura da doença, maior índice de cronicidade e resistência ao antibiótico. Portanto, esse medicamento tem ação reduzida em pessoas que fumam, o que compromete a eficácia do tratamento.
Segundo o estudo que constatou esse efeito do cigarro sobre o Metronidazol, a quantidade efetiva do medicamento que é absorvida pelo organismo é menor em pacientes fumantes.
Outros medicamentos que comprovadamente tem sua ação alterada pelo uso de cigarro:
- Analgésicos potentes, como a morfina;
- Anestésicos, como o propofol;
- Antiparkinsonianos, medicamentos para doença de Parkinson, da classe dos agonistas dopaminérgicos;
- Benzodiazepínicos, como o diazepam e clonazepam;
- Anticonvulsivantes, a lamotrigina principalmente;
- Antidepressivos, como fluvoxamina, amitriptilina e nortriptilina;
- Antipsicóticos, olanzapina, haloperidol e clozapina.
Na maioria das vezes o tabaco aumenta o metabolismo, eliminando mais rapidamente as substâncias assim exigindo doses mais elevadas pra um mesmo tratamento. O que aumenta o risco de toxicidade, efeitos colaterais e menor adesão ao tratamento.
Outro fato importante, é que quando ocorre a cessação do tabagismo, as doses devem ser reavaliadas para que não haja sobrecarga no organismo. Geralmente é possível a redução das doses com mesma eficácia.
É normal que uma parte do remédio se perca antes de ser utilizado, mas o cigarro diminui ainda mais a quantidade do medicamento que é absorvida, quando tomado por via oral.
Assim, constatou-se que fumar pode interferir na ação do Metronidazol, e de outros medicamentos, ou seja, altera a sua metabolização pelo organismo, o que pode acarretar uma diminuição na eficácia do tratamento de doenças.
Para compensar a redução do efeito do remédio no organismo, os médicos e dentistas teriam que prescrever doses maiores do medicamento para pacientes fumantes, ou associar uma segunda medicação.
Para maiores informações sobre a influência do cigarro sobre a ação dos medicamentos, fale com o seu médico.
Leia também:
Um remédio pode deixar de fazer efeito depois de tomar muitos anos?