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O que é paralisia facial? Quais os sintomas e como é o tratamento?

Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Paralisia facial periférica é a perda parcial ou total dos movimentos dos músculos de um dos lados da face. A paralisia facial pode ser causada por traumatismos, tumores, infecções, derrames, herpes zoster, infecções de ouvido, entre outras causas. Quando não tem uma causa aparente, ela é denominada paralisia facial periférica idiopática ou paralisia de Bell.

A paralisia de Bell representa até 75% dos casos de paralisia facial e caracteriza-se por uma inflamação no nervo facial, responsável pelo transporte dos impulsos nervosos cerebrais para os músculos faciais.

Paralisia facial periférica (paralisia de Bell): o que é, sintomas e tratamento
Paralisia facial periférica

Quais as causas da paralisia facial periférica?

  • Lesão ou inchaço do nervo facial;
  • Lesões na área do cérebro que envia sinais para os músculos do rosto;
  • Infecção do cérebro ou tecidos circundantes;
  • Doença de Lyme;
  • Sarcoidose;
  • Tumor que pressiona o nervo facial.

Um derrame cerebral pode causar paralisia facial. Com um derrame, outros músculos de um lado do corpo também podem ser comprometidos.

Nos recém-nascidos, a paralisia facial pode ser causada por traumatismo durante o parto.

Quais os sintomas da paralisia facial periférica?

O principal sintoma da paralisia de Bell é a perda súbita dos movimentos da face. Cerca de metade das pessoas também refere dor atrás da orelha que persiste por alguns dias. A dor pode surgir de 2 a 3 dias antes da paralisia facial ou no momento em que ela ocorre.

Também é comum haver diminuição do paladar, alteração na produção de lágrimas (olho seco) e aumento da sensibilidade auditiva (hiperacusia).

Quando a paralisia facial é total, a pessoa apresenta a boca caída e não consegue fechar o olho do lado afetado. Outros sinais e sintomas incluem alterações na sensibilidade da face, na audição, no paladar e na secreção de saliva e lágrima

Devido à interrupção dos movimentos da musculatura do rosto, a paralisia facial provoca dificuldades para falar, mastigar, sugar, deglutir, além de trazer prejuízos estéticos que afetam significativamente o lado emocional da pessoa.

A paralisia facial causada por tumor cerebral geralmente se desenvolve lentamente. Os sintomas incluem dor de cabeça, convulsões ou perda auditiva.

Em mais de 80% dos casos de paralisia de Bell, os movimentos faciais começam a retornar em até 3 semanas. Nas demais situações, os sintomas começam a melhorar entre 3 e 6 meses após a paralisia.

Qual é o tratamento para paralisia facial periférica?

O tratamento da paralisia facial periférica inclui uso de medicamentos, fisioterapia e fonoaudiologia. Alguns casos de paralisia facial periférica podem necessitar de cirurgia para interromper a agressão ao nervo facial.

O tratamento da paralisia de Bell deve começar o quanto antes. São necessários cuidados oculares através do uso de lágrimas artificiais e pomada protetora, uma vez que a pessoa não consegue fechar completamente a pálpebra e apresenta lacrimejamento insuficiente.

Os corticoides estão entre os medicamentos mais eficazes para tratar a paralisia facial periférica. O tratamento deve ter início de preferência nos primeiros 3 dias após surgirem os sintomas.

Também são indicados fisioterapia e exercícios para os músculos da face em frente ao espelho, de maneira a prevenir a atrofia da musculatura e melhorar a sua função.

Se a paralisia de Bell durar de 6 a 12 meses, a cirurgia plástica pode ser indicada para melhorar o fechamento dos olhos e a aparência facial.

Contudo, a grande maioria das pessoas com paralisia de Bell fica completamente curada em 6 meses. Quando a cura não ocorre após esse período, a paralisia facial pode ter alguma causa que precisa ser investigada.

Procure imediatamente um atendimento médico se sentir fraqueza ou dormência no rosto, principalmente se esses sintomas vierem acompanhados de dor de cabeça forte, convulsões ou perda da visão.

O/a médico/a neurologista é o/a especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da paralisia facial.