Existem várias doenças e condições que podem causar paralisia facial periférica, embora na grande maioria dos casos ela não tenha uma causa aparente (Paralisia de Bell). Os traumatismos no nervo facial são a segunda causa mais comum de paralisia facial, ficando somente atrás da paralisia de Bell, considerada idiopática (causa desconhecida).
A paralisia de Bell representa entre 60% e 75% dos casos de paralisia facial, enquanto que os traumatismos no nervo craniano podem ser responsáveis por até 40% das paralisias faciais.
A Paralisia de Bell é uma paralisia facial com causa desconhecida. Inicialmente, todos os casos de paralisia do nervo facial eram chamados de Paralisia de Bell.
Porém, com a descoberta das causas da paralisia facial, apenas os quadros idiopáticos, ou seja, sem uma causa aparente, continuaram a ser chamados de Paralisia de Bell.
É importante lembrar que a origem da paralisia facial não está no cérebro mas no nervo facial, que, devido a traumas, infecções, doenças ou outra situação qualquer, deixa de funcionar adequadamente. O resultado é uma paralisia dos movimentos dos músculos da face.
Quais as outras causas de paralisia facial?
Qualquer doença ou condição que provoque algum distúrbio no nervo facial pode causar paralisia facial, tais como:
- Diabetes, infecção pelo HIV, doença de Lyme;
- Fraturas do osso temporal, lesões neurológicas durante ou a seguir ao parto;
- Meningite meningocócica, tumores, traumatismos cranianos;
- Otite média, herpes zoster, Síndrome de Ramsay Hunt;
- Sarcoidose, eclâmpsia (neste caso, quem é afetado é o bebê);
- Amiloidose, hanseníase, Síndrome de Guillain-Barré;
- Leucemia, inflamações, lesões em vasos sanguíneos;
- Poliomielite aguda, esclerose múltipla.
Quais os sinais e sintomas da paralisia facial?
A paralisia facial periférica caracteriza-se pelos seguintes sinais e sintomas:
- Interrupção parcial ou total dos movimentos da face;
- Alterações na secreção de saliva e lágrima;
- Incapacidade de fechar completamente o olho do lado afetado;
- Mudanças no paladar;
- Alterações na sensibilidade do rosto;
- Alterações auditivas;
- Sensibilidade exacerbada aos sons;
- Dificuldade para falar, mastigar, sugar, soprar, engolir e prender com os lábios;
- Dor dentro ou ao redor do ouvido.
A paralisia provoca assimetria ou imobilidade da face, alterando a fisionomia da pessoa, com prejuízos funcionais e estéticos. Quando os impulsos nervosos estão completamente paralisados, a pessoa apresenta a boca caída e não consegue fechar o olho do lado afetado.
Nos primeiros dias, sobretudo nas primeiras 48 horas, os sintomas da paralisia facial podem piorar.
Paralisia facial tem cura? Qual é o tratamento?
A paralisia facial periférica (paralisia de Bell) tem cura. Na grande maioria dos casos de paralisia de Bell, a pessoa recupera os movimentos dos músculos faciais em até 3 semanas e fica completamente curada em 6 meses. Quando a cura da paralisia de Bell não ocorre após esse período, é necessário investigar uma possível causa para a paralisia facial.
Cerca de 70% das pessoas com paralisia de Bell recupera-se totalmente e aproximadamente 85% fica quase totalmente curada. Contudo, em 15% dos casos, a paralisia facial pode deixar sequelas, com lesões da córnea e disfunção permanente dos músculos da face.
Nos demais casos de paralisia facial, os sintomas tendem a melhorar depois de 2 a 3 meses.
Qual é o tratamento para paralisia facial?
O tratamento da paralisia facial é feito com medicamentos corticoides, fisioterapia, fonoaudiologia e exercícios específicos para estimular os músculos faciais.
Se os sintomas forem ligeiros, a paralisia facial pode não precisar de tratamento. Porém, é comum o uso de medicamentos corticoides para diminuir a inflamação e o inchaço do nervo facial. A fisioterapia também pode ser indicada.
Um dos corticoides usado para tratar a paralisia facial é a prednisolona 25 mg, administrada duas vezes ao dia, durante 10 dias.
O tratamento medicamentoso da paralisia facial periférica deve começar o quanto antes, no máximo 7 dias depois do início dos sintomas.
Também são usados medicamentos em forma de pomada ou gel para serem aplicados no olho e prevenir o ressecamento da córnea, uma vez que a pessoa não consegue fechar o olho completamente e apresenta diminuição da secreção de lágrima.
Dois dias após a ocorrência da paralisia facial, deve-se avaliar a função dos músculos do rosto e o fechamento do olho. A seguir, a pessoa deve ser avaliada uma vez por semana durante o primeiro mês, até que seja observada uma melhora do quadro.
O acompanhamento do paciente é feito com novas avaliações a cada duas a quatro semanas, dependendo da rapidez e do grau de recuperação.
O médico neurologista é o especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da paralisia facial.