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Diabetes podem alterar o resultado dos exames TGO e TGP?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim, Diabetes pode alterar o resultado dos exames TGO e TGP.

A diabetes tipo 2 pode causar um tipo de inflamação no fígado chamada esteatose hepática. Isso pode causar uma elevação no valor das enzimas hepáticas e alterar o resultado do exame de TGP e TGO.

O exame de TGP é um exame laboratorial que avalia a presença de alguma inflamação no fígado. Em algumas hepatites, no entanto, o resultado do exame pode estar normal e haver inflamação no fígado na mesma.

As doenças hepáticas e condições que aumentam os níveis de TGP são:

  • Alcoolismo;
  • Hepatites virais; Hepatites não-alcoólicas;
  • Cirrose;
  • Colestase;
  • Hemocromatose.

O exame de TGO também serve para detectar inflamação no fígado. Pode estar normal em algumas hepatites, e, ainda assim, existir inflamação no fígado.

Algumas doenças que provocam alteração nos níveis de TGO:

  • Hepatite alcoólica: Os níveis de TGO se elevam e chegam a ser duas vezes maiores que os de TGP;
  • Casos especiais de anemia, como quando os glóbulos vermelhos do sangue são destruídos;
  • Doenças cardíacas, como o infarto agudo do miocárdio (ataque cardíaco).

TGP e TGO são indicadores sensíveis de danos no fígado em diversos tipos de doenças.

No entanto, é importante lembrar que níveis mais altos que o normal dessas enzimas não indicam, necessariamente, que você tenha uma doença hepática já estabelecida.

Isso pode indicar algum problema ou não. A interpretação do resultado dos exames de TGO e TGP depende do quadro clínico geral do/a paciente e da correlação com outros exames e deve ser feita pelo/a médico/a que está acompanhando o/a paciente.

Estou com 114 de glicemia, já é diabete?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Não. Valores de glicemia de jejum entre 100 e 125 (este valor ainda é discutível), mas é o que eu costumo usar na minha prática do consultório, são valores considerados com um estágio "pré-diabetes", porém precisa ser tratado.

Como é feito o diagnóstico do diabetes?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O diagnóstico do pré-diabetes e do diabetes pode ser feito através dos seguintes exames:

  • Exame de glicemia em jejum (pré-diabetes ou diabetes): É o mais utilizado para diagnosticar o diabetes. Nele, a glicose no sangue é medida após um período de jejum de pelo menos 8 horas;
  • Teste oral de tolerância à glicose (pré-diabetes ou diabetes): Mede-se a glicose sanguínea após 8 horas de jejum e também 2 horas após a ingestão de um líquido com glicose;
  • Teste aleatório de glicose plasmática (diabetes): Este teste analisa a glicose sem considerar a última refeição e o seu resultado é avaliado juntamente com os sintomas do paciente;
  • Hemoglobina Glicada (HbA1c): Reflete o histórico da glicemia nos últimos 120 dias e os valores mantêm-se estáveis depois da coleta.
Valores de Referência para Diagnosticar o DiabetesExame de Glicemia em Jejum
  • Glicemia entre 100 mg/dl e 125 mg/dl: Pré-diabetes (propensão para desenvolver diabetes tipo 2);
  • Glicemia igual ou superior a 126 mg/dl: Diabetes. O diagnóstico é confirmado após repetição do exame em um outro dia.

Veja também: Quais são os sintomas do pré-diabetes?

Teste Oral de Tolerância à Glicose:
  • Glicemia entre 140 mg/dl e 199 mg/dl: Pré-diabetes;
  • Glicemia igual ou superior a 200 mg/dl: Diabetes. O diagnóstico é confirmado após repetição do exame num outro dia.
Teste Aleatório de Glicose Plasmática (Exame de Glicose Random)

Pode haver diagnóstico de diabetes se a glicemia for igual ou superior a 200 mg/dl e estiver associada a algum dos seguintes sintomas:

  • Aumento do volume de urina;
  • Sede excessiva;
  • Fome excessiva;
  • Emagrecimento sem motivo aparente;
  • Cansaço;
  • Visão turva;
  • Feridas que demoram para cicatrizar.

O diagnóstico é confirmado após a realização de um exame de glicemia em jejum ou exame oral de tolerância à glicose, em outro dia.

Hemoglobina Glicada
  • HbA1c superior a 6,5% (com confirmação posterior) = Diabetes, sendo que a confirmação se torna desnecessária se houver sintomas ou o paciente apresentar glicemia superior a 200 mg/dl;
  • HbA1c entre 5,7 e 6,4 %: Risco elevado de desenvolver diabetes.

O diagnóstico do diabetes deve ser feito pelo/a médico/a endocrinologista.

Pré-diabetes sempre evolui para diabetes? Em quanto tempo isso pode acontecer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não, pré-diabetes nem sempre evolui para diabetes. O paciente pode inclusive permanecer nessa situação a vida toda e não chegar a desenvolver diabetes.

O pré-diabetes é um estado intermediário entre a normalidade e o diabetes tipo 2 e indica que a pessoa tem um risco elevado de desenvolver diabetes, o que pode acontecer a qualquer momento.

Não existe um tempo determinado para o pré-diabetes evoluir para diabetes. A evolução vai depender de um tratamento adequado e também de fatores como a genética e a idade. Há casos em que, mesmo tomando todos os cuidados, o paciente acaba desenvolvendo diabetes.

O importante é detectar e tratar o pré-diabetes o mais cedo possível. O tratamento inclui:

  • Mudanças no estilo de vida - reduzem em até 40% o risco do pré-diabetes evoluir para diabetes:

    • Dieta adequada;
    • Perda de peso;
    • Exercício físico regular;
  • Medicamento (metformina) - reduz em 20% o risco do pré-diabetes evoluir para diabetes.

Embora nem sempre a medicação esteja indicada, para pacientes com índice de massa corporal (IMC) acima de 35, a metformina tem se mostrado bastante eficaz no tratamento.

O pré-diabetes é uma condição séria que deve ser tratada, não só para prevenir a evolução para o diabetes mas também para evitar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Cabe ao médico endocrinologista avaliar a condição do paciente e prescrever o tratamento mais adequado.

Saiba mais em: Quais são os sintomas do pré-diabetes?

Diabético pode beber bebida alcoólica?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, pessoas com diabetes podem beber bebida alcoólica, desde que seja com moderação e com muito atenção para que não se aumente o risco de hipoglicemia (diminuição do açúcar no sangue).

A Sociedade Americana de Diabetes recomenda que o consumo diário não ultrapasse 1 dose (1 copo de vinho ou 1 cerveja, por exemplo) para as mulheres e 2 doses para os homens.

O álcool afeta os níveis de glicose no sangue, porque dificulta a regulação pelo fígado da quantidade de açúcar no sangue. Isso ocorre porque quando se ingere álcool o fígado fica mais ocupado com a metabolização do álcool e não consegue regular a glicose paralelamente. Esse processo aumenta o risco de hipoglicemia.

Por isso, se for beber, o paciente diabético deve seguir as seguintes orientações:

  • Não beber álcool com o estômago vazio;
  • Não beber se o nível de glicose no sangue estiver baixo (o consumo de álcool é permitido se a glicemia estiver entre 100 e 140 mg/dL);
  • Beber lentamente e não ultrapassar a quantidade máxima diária;
  • Beber sempre água quando estiver bebendo álcool, para manter a hidratação;
  • Como os sintomas de hipoglicemia e embriagues são muito parecidos, é importante nunca ultrapassar o limite máximo de bebida.

Essas recomendações servem tanto para aqueles pacientes diabéticos com Diabetes tipo 1 ou Diabetes tipo 2 que façam uso de insulina ou não.

Se é diabético e pretende consumir bebida alcoólica, fale com o seu médico de família, clínico geral ou endocrinologista para maiores esclarecimentos.

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Minha glicose estava 106 e agora 114, pode ser diabete?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não é diabetes. Os valores de glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dl significam uma condição chamada Pré-diabetes, ou seja, uma propensão maior para desenvolver a diabetes tipo 2, mas ainda não é a diabetes. Portanto, existe a chance de iniciar um tratamento e mudança de hábitos de vida, com objetivo de evitar a instalação da doença.

Diagnóstico da diabetes

A diabetes é diagnosticada a partir de critérios bem definidos, com base no resultado dos seguintes exames de sangue:

  • Glicemia de jejum acima de 126 mg/dl;
  • Hemoglobina glicosilada acima de 6,5%;
  • Teste de tolerância oral a glicose acima de 200 mg/dl;
  • Teste aleatório de glicose plasmática acima de 200 mg/dl, associado a sintomas típicos de glicose aumentada.

No entanto, mais de um exame deve estar alterado, ou repetidamente alterado, para que seja confirmado esse diagnóstico.

Leia também: Como é feito o diagnóstico do diabetes?

Quais são os sintomas de diabetes?

Os principais sintomas que sugerem a diabetes são: Poliúria, polifagia e polidipsia. Além de dificuldade na cicatrização, emagrecimento sem motivo aparente, cansaço e alterações na visão, principalmente visão turva.

Poliúria - Aumento do volume urinário;

Polifagia - Aumento do apetite, comer exageradamente e mesmo assim não ganhar peso;

Polidipsia - sede excessiva, beber muita água.

No seu caso, visto que os valores da glicose vêm se apresentando acima dos valores ideais e ainda jovem, recomendamos que junto com seu responsável, procure um médico endocrinologista para iniciar um planejamento de medidas preventivas para não desenvolver o diabetes.

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Resultado 132 de glicemia já se pode considerar diabetes?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Um único exame com esse valor não indica diabetes, mas é um sinal de alerta para essa doença, isso é importante e deve ser levado a sério.

Levedo de cerveja é bom para o Diabetes?
Dr. Ivan Ferreira
Dr. Ivan Ferreira
Médico

O levedo de cerveja não é indicado para o tratamento do diabetes. Extraído da cevada, o levedo de cerveja é usado como suplemento alimentar, é rico em vitaminas do complexo B, mas não tem efeitos diretos no tratamento do diabetes.

Para um bom controle do diabetes deve-se:

  • manter o peso saudável e adequado para a altura: Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 20 e 25 Kg/m². Para o cálculo do IMC: peso (Kg) dividido pela altura x altura (metros). Exemplo: Peso: 65 Kg; Altura: 1,70 m;  65 Kg : 1,70 m x 1,70 m = 65 Kg : 2,89 = 22,49 Kg/m²,
  • praticar exercícios físicos regularmente, 5 dias por semana,
  • alimentar-se com uma dieta equilibrada (consultar o endocrinologista ou a nutricionista),
  • não deixar de tomar as medicações prescritas (medicamentos orais e/ou insulinas),
  • manter controladas as taxas de açúcar no sangue (glicemia em jejum entre 70 mg/dl e 110 mg/dl e abaixo de 140 mg/dl 2 horas após a refeição),
  • não fumar,
  • visitar regularmente o médico.

Leia também: Como reduzir o nível de açúcar no sangue?

O tratamento adequado do diabetes evita as complicações futuras da doença. Deve ser realizado pelo clínico geral ou por um endocrinologista e, sempre que possível, contando com a orientação de outros profissionais como a nutricionista, o psicólogo e o preparador físico.

Metformina corta o efeito do anticoncepcional?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não. A metformina não está dentre os medicamentos que cortam ou reduzem o efeito dos anticoncepcionais.

Lembrando que o mais importante é não haver falha no uso dos anticoncepcionais, ou seja, tomar todos os dias, sem esquecimentos, 1x ao dia, no mesmo horário, ou próximo. Ainda, sempre  informar ao médico, quando for necessário acrescentar medicamentos no seu dia a dia, que faz uso de anticoncepcional e qual o nome da substância. O médico saberá avaliar se seus remédios de uso regular podem ou não interferir com outros.

Poucos medicamentos comprovadamente interferem na eficácia dos anticoncepcionais, saiba mais sobre esse assunto no link: Interação dos Anticoncepcionais com outros Remédios

Além dos medicamentos, alguns outros fatores podem alterar a eficácia dos anticoncepcionais, saiba mais nos links abaixo:

Vômito e Diarreia Podem Cortar o Efeito do Anticoncepcional?

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Para mais esclarecimentos e orientações sobre contracepção e interação medicamentosa, deve agendar uma consulta com médico clínico geral, médico de família ou ginecologista.

Benzentacil causa algum efeito colateral em diabéticos?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Benzetacil pode causar efeitos colaterais em qualquer pessoa, mas nada ligado especificamente com o diabetes.

Benzetacil é o nome comercial da injeção de penicilina benzatina, um antibiótico utilizado no tratamento de algumas infecções como sífilis e faringite estreptocóccica, pode ser usada por diabético, não há nenhum efeito colateral diferente na pessoa com diabetes, do que aqueles que ocorrem nas demais pessoas.

Há um efeito colateral do uso da benzetacil, a candidíase, que já ocorre frequentemente em pessoas que apresentam diabetes descompensado, portanto, é importante estar atento a essa doença.

Diabetes e antibióticos

Pessoas que tem diabetes podem tomar antibióticos quando necessário, sob orientação e prescrição médica, inclusive porque o diabetes descompensado pode ser um fator de risco importante para alguns tipos de infecções. Pessoas com diabetes têm um risco maior para infecções e também acabam tendo um maior uso de antibióticos.

Alguns antibióticos da classe das fluoroquinolonas, como o ciprofloxacino, estão relacionados a uma variação importante dos valores da glicemia sanguínea (açúcar no sangue) em diabéticos, aumentando assim o risco de hiperglicemia ou de hipoglicemia, ou seja, aumento ou diminuição dos valores de açúcar no sangue.

Quais os efeitos colaterais mais comuns da benzetacil?

Os efeitos colaterais mais comuns da benzetacil incluem as reações locais decorrentes da aplicação da injeção, como dor no local da picada, vermelhidão e inchaço e outros efeitos gerais, como dor de cabeça, diarreia, náusea e vômitos.

Outros efeitos colaterais menos frequentes são: coceira pelo corpo, erupções na pele, urticária, inchaço por retenção de líquidos, reações anafiláticas, edema de laringe e pressão baixa.

Leia mais em: Tudo sobre benzetacil

Caso tenha diabetes e precise fazer uso de algum antibiótico consulte sempre o seu médico para esclarecer mais dúvidas.

Hemoglobina glicada, o que é?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A hemoglobina glicada (HbA1c) é uma forma de hemoglobina, resultado da reação entre a glicose do sangue e a proteína hemoglobina. Sendo assim, quanto mais açúcar temos no sangue, maior será a formação de HbA1c.

A hemoglobina ligada ao açúcar, tem uma vida média de 90 dias, por isso os seus valores representam a média de glicemia, dos últimos 3 meses. O que justifica por vezes, uma diferença entre esse exame e o exame de glicemia de jejum.

A glicemia de jejum avalia o nível de açúcar no sangue exatamente daquele momento que colheu a amostra de sangue no laboratório. Dependendo de quantas horas de jejum e da última refeição do paciente, esse valor pode ser alto, baixo ou normal. Já os valores de HbA1c não se alteram.

Por isso não é raro um exame de glicemia ser normal, ou baixa, e a hemoglobina glicada alta nos casos de diabetes mal controlado. Isso significa que os últimos meses foram de açúcar alto no sangue, apesar daquele momento a glicemia estar normal ou baixa.

Para que serve o exame de hemoglobina glicada?

A principal função da HbA1c é auxiliar no diagnóstico e acompanhamento da diabetes.

Como os valores demonstram a média de açúcar no sangue, esse valor é mais fidedigno principalmente na análise do controle da diabetes.

Se os resultados da HbA1c e a glicemia de jejum forem muito diferentes, o mais indicado é repetir o exame com a orientação de manter os hábitos de vida e de alimentação antes de coletar o exame de sangue.

Quais são os valores de referência da hemoglobina glicada?

Para fazer o exame de hemoglobina glicada, não é necessário estar em jejum. O exame é feito através da coleta de uma pequena amostra de sangue.

Para diagnóstico do diabetes, os valores de referência são:

  • Valores menores que 5,7%: ausência de diabetes;
  • Valores entre 5,7% e 6,4%: diagnóstico de pré-diabetes;
  • Valores maiores ou iguais a 6,5%: diabetes.

Para o controle do diabetes, os valores de referência são:

  • Valores entre 4 e 6%: controle adequado;
  • Valores entre 6 e 7%: controle moderado da diabetes;
  • Valores maiores de 7%: diabetes mal controlada.

Os valores abaixo de 7% indicam um menor risco de complicações vasculares, enquanto valores superiores a 7%, além de indicar uma descompensação da doença, elevam consideravelmente os riscos de complicações da diabetes.

Quando dosar a hemoglobina glicada?

No acompanhamento do diabetes, com a doença sob controle, o exame deve ser repetido a cada 6 meses, mas nos casos de controle inadequado ou em ajustes de doses, é medida a cada 3 meses.

O rastreio de diabetes em pessoas com baixo risco para a doença, pode ser feito uma vez ao ano.

Para diagnóstico e tratamento do diabetes, é necessário procurar um médico clínico geral, médico de família ou endocrinologista.

Batata Yacon é bom para quem tem diabetes? Quais os riscos do seu consumo?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A batata yacon (Smallanthus sonchifolius) possui propriedades que auxiliam no controle dos níveis de glicose no sangue e na redução de peso, por isso sim, é bom para pessoas diabéticas. Entretanto é importante deixar claro que o alimento sozinho não é capaz de tantos benefícios como alguns descrevem.

A batata é um alimento proveniente dos Andes, e hoje já amplamente produzido no Brasil, rica em um carboidrato chamado inulina, água e potássio. Tem como benefícios a regulação do trânsito intestinal, a menor absorção de glicose pelo intestino e o maior estímulo da flora intestinal, que juntos promovem a saciedade e melhor controle da glicemia.

Seu sabor é levemente adocicado e a consistência semelhante a uma pera. Para que suas propriedades sejam mais bem aproveitadas pelo organismo, ela deve ser consumida em saladas, sucos ou mesmo na forma crua, bem lavada e em condições adequadas de conservação.

Contudo, como dito no início do artigo, em pessoas diabéticas, o tratamento deve ser sempre multidisciplinar. Não basta apenas um dieta equilibrada. A associação de dieta, com atividades físicas regulares e uso correto das medicações prescritas, são essenciais para uma glicemia satisfatória e redução dos riscos de complicações, inerentes à doença.

Batata yacon e controle do diabetes Batata Yacon

O carboidrato denominado inulina, presente na batata yacon, possui um valor calórico muito baixo e absorção lenta. Isto faz com que os níveis de glicose no sangue não se elevem rapidamente, o que ajuda equilibrar a glicemia (concentração de glicose no sangue).

Embora seja benéfica para pessoas com diabetes, o consumo da batata yacon não deve substituir nenhum medicamento e o paciente deve seguir as orientações médicas para controlar a doença.

Chá das folhas de batata yacon e controle do diabetes

O efeito de controle de glicemia por meio da ingestão do chá das folhas de batata yacon ainda não foi comprovado em seres humanos. O chá foi testado em camundongos nos quais teve ação hipoglicemiante (redução do açúcar no sangue) como efeito secundário a um aumento da secreção de insulina pelo pâncreas. Uma outra pesquisa realizada com ratos na China demonstrou que parte dos efeitos de diminuição da glicose sanguínea se deve à redução da absorção de glicose no intestino.

O número de estudos que testaram a ação hipoglicemiante do chá das folhas de batata yacon ainda é bastante reduzido e, além disso não há testes feitos em seres humanos, o que impossibilita afirmação sobre as propriedades da planta.

Riscos do uso das folhas de chá de batata yacon

Pesquisas desenvolvidas na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto mostraram que a ingestão diária de altas doses de chá das folhas de yacon podem provocar efeitos colaterais graves, como lesões renais, com tempo prolongado de uso. Os experimentos que revelaram estes resultados foram efetuados com ratos que ingeriram doses de chá de batata yacon durante 90 dias.

A dose que desencadeou a lesão nos rins dos animais foi equivalente a três xícaras de chá consumidas diariamente por uma pessoa de 70 quilos, aproximadamente.

O que demostra, que embora não terem sido efetuados testes em seres humanos, é preciso ter cautela no uso de chá das folhas de batata yacon uma vez que também ainda não há evidência científicas de seus benefícios.

Se você é diabético, não substitua o medicamento para controle de sua glicemia por alimentos. Para usufruir dos benefícios da batata yacon como hipoglicemiante, este alimento precisa ser inserido em um plano alimentar balanceado.

Procure um/a nutricionista para o planejamento de uma rotina alimentar saudável e segura ao seu caso.

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