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Quem tem asma pode fazer academia?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim, quem tem asma pode fazer academia, desde que a doença esteja bem controlada. Caso contrário, a atividade física poderá ser um desencadeante da asma e o paciente não será capaz de acompanhar o exercício nem irá obter os seus benefícios. 

No entanto, se a asma estiver controlada e houver uma boa prescrição de exercício, o paciente terá um aumento da capacidade cardiorrespiratória que lhe dará reservas para enfrentar melhor as crises.

De fato, a atividade física é recomendada para tratar a asma, mas sabe-se que, por outro lado, ela pode desencadear as crises devido ao broncoespasmo induzido pelo exercício (BIE). A grande maioria dos asmáticos apresentam BIE.

O aumento do ritmo respiratório causado pelo exercício físico leva à perda de água e aumenta a temperatura na parede dos brônquios, o que parece ser a causa desses broncoespasmos.

Ao fazer academia, é importante escolher atividades que são menos propensas a desencadear crises asmáticas, como a natação, por exemplo. Corridas, judô, atletismo e ciclismo são atividades que podem mais facilmente desencadear crises.

Porém, se o paciente for bem orientado pelo médico e pelo professor de educação física, ele poderá praticar esportes sem grandes problemas.

Uma pessoa com asma que faz academia ou pratica exercício físico de forma regular e bem orientada, poderá obter diversos benefícios, como:

  • Maior tolerância ao esforço;
  • Redução do desconforto respiratório e do broncoespasmo;
  • Melhora do sono e da mecânica respiratória;
  • Correção e prevenção de alterações posturais;
  • Prevenção de complicações pulmonares. 

Para diminuir o risco de broncoespasmo induzido pelo exercício, é importante:

  • Controlar a intensidade do exercício físico;
  • Tomar um broncodilatador 15 minutos antes da atividade física;
  • Fazer um aquecimento prévio;
  • Não parar o exercício de forma brusca. 

O pneumologista é o médico que deverá orientar o paciente asmático quanto a fazer academia e praticar atividade física.

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Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
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Clínica médica e Neurologia

Asma não tem cura, mas possui tratamento capaz de controlar a doença. O tratamento inclui medidas não farmacológicas (higiene, controle ambiental, atividade física), vacinas e medicamentos para as crises e para manter a asma controlada.

O controle do ambiente é feito com a interrupção do hábito de fumar em casa, tanto o paciente como os familiares, além de evitar a exposição aos agentes que desencadeiam a asma.

A prática de atividade física regular deve ser estimulada, mas a doença deve estar bem controlada. Se os exercícios não forem bem orientados ou a asma não estiver totalmente sob controle, a atividade física poderá desencadear uma crise.

O tratamento da asma inclui também a vacinação contra a gripe (Influenza) para os pacientes que utilizam corticoide inalatório.

O tratamento farmacológico da asma é composto por 2 tipos de medicamentos: sintomáticos e de controle. A medicação sintomática é usada durante uma crise, enquanto a de controle é de uso contínuo.

Os remédios usados para aliviar os sintomas na crise da asma são os broncodilatadores de ação rápida e corticoides sistêmicos orais ou venosos, dependendo da gravidade. Os medicamentos de manutenção, que devem ser usados continuamente, incluem os broncodilatadores de ação lenta, corticoides inalatórios, entre outros.

Com o tratamento adequado e seguindo todas as recomendações médicas, a frequência e a intensidade das crises diminui e o paciente pode ter uma vida normal, sem limitações.

O pneumologista é o especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da asma.

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Dr. Charles Schwambach
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Médico

Na verdade a confusão maior é apenas de nomenclatura, existe uma doença médico chamada Asma (que engloba tudo o que você citou anteriormente - crises de falta de ar, tosse seca e chio no peito), também existe uma doença chamada Bronquite (mas ela tem características diferentes daquelas que normalmente são usadas para defini-la - tosse crônica produtiva, acompanhada ou não por falta de ar). O inalador deve ser usado conforme a receita do médico.

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Dra. Nicole Geovana
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Medicina de Família e Comunidade

Sim, bronquite tem cura.

Como, na maioria das vezes, a bronquite é causada por vírus, o tratamento é realizado combatendo os sintomas. Isso é feito com uso de analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar a irritação e diminuir a tosse.

Na bronquite aguda, não é indicado o uso de antibióticos pois estes não terão efeito na eliminação dos vírus.

No caso da bronquite crônica, a cura e o tratamento serão dependentes da doença de base que deu origem ao processo crônico inflamatório. O tratamento poderá incluir uso de broncodilatadores, corticóides, oxigênio além de outras medicações que serão ponderadas dependente da gravidade da doença em questão.

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Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
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As crises de asma não tem uma causa bem estabelecida, mas sabemos que se trata de uma combinação de fatores ambientais e genéticos específicos para cada pessoa. Em geral, a asma está relacionada com uma resposta alérgica a agentes externos como ácaros, vírus, poeira, pelos de animais, pólen, mofo, entre outros.

Causas mais comuns de crise de asma

Dentre os fatores mais comuns que deflagram uma crise de asma podemos destacar:

  • Infecções (gripes, resfriados, sinusites),
  • Mudança no tempo,
  • Odores fortes,
  • Fumaça,
  • Esforço físico,
  • Ansiedade, grandes emoções,
  • Medicamentos,
  • Refluxo gastroesofágico,
  • Alterações hormonais.

A asma é uma doença inflamatória, geralmente de causa alérgica, que atinge as vias aéreas. As crises de asma provocam uma espécie de "estreitamento" dos brônquios e bronquíolos, reduzindo a passagem de ar pelas vias respiratórias e com isso a dificuldade para respirar.

Sintomas da asma

Os principais sintomas da asma incluem tosse após esforço físico ou que piora à noite, chiado no peito, falta de ar, respiração curta e cansaço.

Em caso de crise de asma, a pessoa deve ser avaliada por um médico em um serviço de urgência e seguir o tratamento recomendado para controlar a doença.

O pneumologista é o médico indicado para diagnosticar e tratar a asma.

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Ter bronquite na gravidez prejudica o bebê? Como tratar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
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Clínica médica e Neurologia

Ter bronquite na gravidez pode prejudicar o bebê caso a bronquite seja grave, ou não receba o acompanhamento e tratamento adequados.

Isso porque numa crise severa de bronquite ou asma, a passagem de ar para os pulmões fica comprometida, devido ao edema nos brônquios, causando uma diminuição da quantidade de oxigênio no sangue da gestante e, consequentemente, do bebê.

Essa falta de oxigênio ocasionada por crises de bronquite, se forem recorrentes ou não receberem o tratamento precocemente, podem originar problemas para o bebê, como:

  • Baixo peso ao nascimento;
  • Aumento do risco de parto prematuro;
  • Atraso no desenvolvimento;
  • Morte do bebê antes ou durante o parto.

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Como tratar bronquite na gravidez?

O tratamento da bronquite na gestação não é muito diferente do tratamento convencional da doença, sendo feito através da inalação de medicamentos broncodilatadores e corticosteroides.

Os corticosteroides inalatórios normalmente são a primeira escolha nesses casos.

Já os corticosteroides sistêmicos, tomados via oral, devem ser evitados pelas gestantes, sobretudo no 1º trimestre de gravidez, pois podem aumentar o risco de malformações no feto.

Os outros remédios citados são considerados seguros para tratar a bronquite em grávidas, desde que utilizados nas doses corretas e sob orientação médica, de preferência um pneumologista.

O mais importante é que a gestante mantenha um acompanhamento pré-natal adequado, seguindo as orientações médicas e consultas periódicas, para manter sua doença sob controle e uma gestação saudável.

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Dor no peito: o que pode ser e o que fazer? Como saber se é Infarto?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor no peito preocupa a todos, pelo medo de ser um sinal de infarto no coração (infarto agudo do miocárdio). E embora essa não seja a causa mais comum de dor torácica, é uma das causas que mais oferece risco de vida, por isso deve mesmo ser sempre investigada.

Hoje existem protocolos bem estruturados de atendimento nas emergências médicas, com excelentes resultados quando a doença é tratada a tempo.

Na suspeita de um infarto agudo do miocárdio, procure um serviço de emergência imediatamente.

Como saber se a dor no peito é infarto?

Os sintomas característicos de infarto agudo do miocárdio (IAM) são:

  • Dor ou desconforto no peito, de início súbito,
  • Localizada no lado esquerdo do peito (ou no meio do peito),
  • Tipo aperto, pressão ou desconforto, contínua,
  • A dor pode ser irradiada para o braço esquerdo, pescoço, mandíbula ou dorso (do mesmo lado),
  • Sintomas associados: Suor frio, tontura, náuseas, vômitos, fraqueza, mal-estar e falta de ar.

Vale ressaltar que portadores de diabetes podem não apresentar a dor no peito, mas apenas os sintomas de mal estar, suor frio, náuseas e vômitos. Por isso, em caso de diabetes, com esses sintomas, procure imediatamente um serviço de emergência para avaliação médica cardiológica.

Tipos de dores no peito

Na avaliação da dor no peito, a descrição da sua localização, pode auxiliar na pesquisa da causa desse problema. Entenda com a tabela abaixo, os principais diagnósticos, para cada tipo de dor torácica.

Tipos de dor O que pode ser?
Dor no peito à esquerda

Infarto agudo do coração, Dor muscular, Pneumonia, Asma, Pneumotórax, Derrame pericárdico, Gases.

Dor no meio do peito Refluxo gástrico, Espasmo esofagiano, Infarto agudo do miocárdio, Pericardite, Endocardite, Derrame pericárdico, Dissecção de Aorta, Hérnia de hiato, Asma, Ansiedade, Gases.
Dor no peito à direita Dor muscular, Pneumonia, Pneumotórax, Derrame pericárdico, Embolia, Pedras na vesícula, Gases.
Dor no peito que piora com a respiração profunda Pneumonia, Derrame pleural, Pneumotórax, Embolia pulmonar, Pericardite.
21 causas de dores no peito diferentes de infarto 1. Angina

A angina é considerada por alguns como o "princípio de infarto". De fato, a angina se caracteriza pela dor no meio do peito, tipo aperto, desconforto ou pressão, que pode ser irradiada para o braço esquerdo, pescoço, mandíbula ou dorso, e assim como no infarto, é causada pela falta de sangue em uma área do miocárdio (músculo do coração).

A grande diferença, é que a falta de sangue não é completa, a obstrução é parcial, portanto, o fluxo não é totalmente interrompido fazendo com que a dor dure menos de 15 a 20 minutos. A dor não é contínua, ela não dura mais de 20 minutos.

Quando a dor se mantém por mais de 20 minutos já caracteriza uma angina "instável" ou infarto.

No caso de angina, procure imediatamente um serviço de emergência médica. O tratamento é realizado com medicamentos sublinguais (para efeito mais rápido), com intuito de dilatar os vasos do coração, restituindo a circulação.

2. Endocardite

A endocardite é uma infecção no endocárdio (camada mais interna do coração). Os sintomas mais comuns são a febre, suor noturno, perda de peso, tosse e mal-estar.

Devido a tosse frequente, não é raro a presença de dor ou desconforto no peito. Entretanto não é um sintoma específico para essa doença. Contudo, por se tratar de uma doença grave com elevada taxa de mortalidade, deve entrar no grupo de causas possíveis a ser investigada.

O tratamento é feito com antibioticoterapia intravenoso, em ambiente hospitalar.

3. Pericardite

A pericardite é a infecção no pericárdio (uma espécie de "bolsa" que recobre o coração). A doença pode ser causada por uma infecção (bacteriana, fúngica ou viral), por trauma, uso crônico de medicamentos, doenças autoimunes ou pela presença de células neoplásicas (tumores).

Os sintomas característicos são a dor torácica no lado esquerdo do peito, que se irradia para o pescoço ou dorso, que melhora quando está sentado e piora quando se deita (decúbito dorsal).

O tratamento depende da gravidade do quadro e do agente causador dessa infecção. Sempre em ambiente hospitalar, pode ser tratado apenas com antibióticos venosos, ou associado a cirurgia.

4. Derrame pericárdico

O derrame pericárdico é o acúmulo de líquido no pericárdio. Os sintomas mais frequentes são a dor no peito do lado esquerdo, ou mais ao centro, tipo pressão ou aperto, associado a febre baixa, tosse e cansaço extremo.

O tratamento depende da causa do problema, do volume de líquido encontrado e do quadro clínico. Podendo ser conservador, com medicamentos, tratamento da causa e acompanhamento. Ou cirúrgico de urgência para os casos com falta de ar intensa e queda da pressão arterial.

5. Dissecção de aorta

A dissecção de aorta é uma emergência médica, uma das doenças que mais mata, se não tratada imediatamente. Chama-se dissecção, quando uma das camadas dos vasos se rompe, causando um extravasamento de sangue entre os folhetos do vaso.

Com o aumento da pressão entre essas paredes dos vasos, acontece uma ruptura do vaso, e sendo a aorta o maior vaso do corpo humano, o sangramento costuma ser fatal.

Os sintomas inicialmente são leves e inespecíficos, com dor entre os ombros, no meio do peito, sensação de peso no peito, dor no abdômen, fraqueza e ou mal-estar. O diagnóstico pode ser feito no exame clínico nos casos de aneurisma de grande volume na cavidade abdominal, ou por exames de imagem se for na região do tórax.

O tratamento é baseado no tamanho da dissecação, queixas e condições clínicas da pessoa.

6. Pneumonia

A pneumonia é a infecção do tecido pulmonar, geralmente decorrente de uma gripe mal curada. O principal sintoma é de dor no peito, em aperto ou pontadas, do lado acometido, que piora com a respiração profunda. Apresenta ainda, tosse produtiva, com secreção amarelada ou esverdeada, febre alta, falta de ar, fadiga e inapetência.

O tratamento é realizado com antibióticos. O médico da família, clínico geral ou pneumologista são os profissionais responsáveis pela confirmação desse diagnóstico e iniciar o devido tratamento.

7. Crise de asma (doenças crônicas do pulmão)

O processo de inflamação ou de fibrose encontrado nos problemas crônicos do pulmão, como a crise de asma, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), dificultam a passagem de ar devido ao edema, causando como sintomas: a dor no peito, ou desconforto tipo pressão, mais comum no meio do peito ou difusa, com dificuldade de respirar, sibilos ("chiado") e tosse seca.

A crise de asma pode evoluir para o óbito se não for devidamente tratada. O tratamento se baseia em medicamentos dilatadores para os brônquios, corticoides, nebulizações e oxigênio.

Na suspeita de crise de asma, procure imediatamente um serviço de emergência médica.

8. Pneumotórax

O pneumotórax é o acúmulo de ar entre as pleuras do pulmão (membranas que recobrem os pulmões). O afastamento das pleuras, que costumam ser "coladas", causa dor intensa tipo pontadas ou "agulhadas", que piora muito com a respiração profunda.

O tratamento depende do volume de ar encontrado e do quadro clínico. Nos casos mais leves, de pequena quantidade de ar, o tratamento é tratar a causa do problema e acompanhamento. Mas nos casos de grande quantidade de ar, impedindo uma boa ventilação, a drenagem torácica deverá ser indicada.

9. Derrame pleural

O derrame pleural é o acúmulo de líquido entre as pleuras dos pulmões (membranas que recobrem os pulmões). Pode ser originado de traumas, infecções ou doenças autoimunes.

A separação das pleuras pelo líquido acumulado, causa dor no peito, no lado acometido, que piora com a respiração profunda. Pode haver também, febre, falta de ar e cansaço associados.

O tratamento depende da causa e do volume de líquido acumulado. No caso de comprometimento da respiração, está indicado drenagem torácica, para restabelecer a expansão dos pulmões, e possibilita coleta do material para análise.

10. Trauma

No trauma torácico, pode haver contusão ou fratura de costela(s). As fraturas resultam em dor intensa no local do trauma, dificuldade de respirar e de falar devido à dor, pôr 5 a 7 dias em média. O tratamento é repouso absoluto, para consolidação da lesão, e analgésicos potentes.

No trauma grave, com mais de 8 costelas fraturadas ("tórax instável"), a dificuldade respiratória pode evoluir para parada respiratória, o que pode ser fatal. Nesses casos o tratamento exige internação hospitalar, com monitorização, vigilância respiratória e quando necessário, intubação orotraqueal para assegurar uma boa oxigenação ao organismo, até sua consolidação.

11. Tuberculose pulmonar

A tuberculose pulmonar é uma doença endêmica no nosso país, altamente contagiosa, causada pela bactéria M. tuberculosis. Os sintomas típicos são de tosse seca ou produtiva, sudorese noturna, febre vespertina, cansaço e fraqueza.

A tosse é contínua, com duração de mais de 3 semanas, fato que acaba por desencadear a dor no peito, do lado comprometido, do tipo pressão ou pontadas.

O tratamento é baseado em medicamentos antibióticos específicos e orientações gerais. Esses medicamentos são oferecidos gratuitamente pelo Ministério da saúde, nos postos de saúde da cidade, aonde deve realizar também o acompanhamento solicitado pela equipe.

12. Embolia pulmonar

A embolia pulmonar é uma obstrução súbita de artérias do pulmão, impedindo o fluxo de sangue nessa região, com consequente isquemia ou infarto pulmonar. A causa mais comum é a formação de um coágulo nas veias da perna, que caem na circulação e chegam aos pulmões, aonde o calibre de veia é menor, impedindo a sua passagem.

É mais uma emergência médica, com alta taxa de mortalidade se não tratada dentro das primeiras horas.

O tratamento é realizado com medicamentos anticoagulantes, para dissolver esse coágulo (ou êmbolo), restabelecendo o mais rápido possível, o fluxo de sangue naquela região. Quanto antes for recanalizado o vaso, menor a chance de sequelas.

13. Excesso de gases

Os sintomas de dores no peito devido a excesso de gases, são dores do tipo cólica ou em "pontadas", mais intensas na região abaixo das costelas. Tem como principal característica, a melhora da dor com a mudança de posição e ou com a eliminação de gases.

As dores por excesso de gases costumam estar associadas ao sedentarismo, alimentação gordurosa ou consumo excessivo de bebidas gaseificadas, como os refrigerantes e a água com gás.

Para evitar a formação excessiva de gases, é importante manter hábitos de vida saudáveis, como a prática regular de atividades físicas, alimentação saudável e preferir o consumo de água e sucos naturais. O uso de chás naturais e massagem auxiliam na melhora dos sintomas.

Nos casos de dor refratária, podem ser utilizados os medicamentos à base de simeticona (dimeticona), capazes de unir as bolhas de gás e acelerar a sua eliminação.

14. Refluxo gástrico / azia

A doença do refluxo se caracteriza pelo retorno de uma parte do conteúdo do estômago para o esôfago, que origina a queimação no meio do peito, com sensação de peso ou "aperto" na região.

Isso acontece porque o conteúdo gástrico já foi misturado e contém uma quantidade de suco gástrico, um líquido ácido produzido no estômago para auxiliar a digestão dos alimentos.

Porém a parede do esôfago não é preparada para receber um conteúdo ácido, sendo assim, esse refluxo gera uma irritação na mucosa esofagiana, desencadeando os sintomas.

O refluxo é popularmente conhecido por azia.

Para reduzir o refluxo, é necessário comer mais vezes em menor quantidade, evitar beber líquidos junto com a comida, e evitar se deitar logo após as refeições.

O tratamento específico para cada caso, deverá ser definido por um médico gastroenterologista, após a identificação da causa do refluxo.

15. Espasmo esofagiano

Os distúrbios esofagianos alteram a sua motilidade, gerando contrações fortes, que chamamos de espasmos. A causa mais comum é a doença do refluxo, mas os espasmos podem ser desencadeados também por tabagismo, situações de estresse, alimentos ácidos, entre outros.

O sintoma de espasmo esofagiano é uma dor no meio do peito, tipo aperto ou pressão, de moderada a forte intensidade, intermitente, que piora após as refeições ou em situações de estresse importante ou crise de pânico.

O tratamento dependerá da causa do problema e da gravidade dos sintomas.

16. Tumor de esôfago

Nos casos de tumores, os sintomas são causados principalmente pela compressão de estruturas próximas. As queixas mais comuns são de dor no meio do peito, dificuldade de engolir, rouquidão e ou tosse.

Com a evolução da doença podem apresentar ainda, emagrecimento sem causa aparente, mal-estar, inapetência, febre baixa e sudorese.

Nesses casos, deve procurar seu médico da família e ou clínico geral para iniciar uma investigação ampla e assim possibilitar o tratamento mais indicado.

17. Gastrite

A gastrite é uma inflamação na mucosa do estômago, causada por diversas situações, como o uso crônico de medicamentos anti-inflamatórios, alimentação inadequada, infecção pela H.Pylori ou estresse contínuo.

A inflamação origina os sintomas de dor no meio do peito, dor abdominal, náuseas, má digestão, falta de apetite e perda de peso nos casos mais avançados.

A dor típica da gastrite é uma dor em queimação, conhecida popularmente como azia, que piora após as refeições ou com jejum prolongado, no meio do peito.

O tratamento se baseia na orientação alimentar, redução de fatores de risco, como tabagismo e alcoolismo, e medicamentos que reduzem a acidez do estômago, para restabelecer a mucosa gástrica, os inibidores de bomba de prótons.

Nos casos de infecção pela bactéria H.Pylori, é necessário o uso de antibióticos

18. Hérnia de hiato

A hérnia de hiato é a passagem de parte do estômago para o tórax, através do diafragma, o que causa grande desconforto ou dor no meio do peito, do tipo aperto ou pressão.

O tratamento depende da gravidade, tamanho da hérnia e condições de saúde de cada pessoa. A doença é mais comum no idoso, e por isso as opções devem ser bem avaliadas. Uma opção é a orientação alimentar e acompanhamento. Nos casos que não melhoram ou com muitas queixas, pode ser indicada a cirurgia para a correção da hérnia.

19. Pedras na vesícula

A vesícula é o órgão responsável por armazenar a bile e liberar para o intestino na presença de alimentos, com o objetivo de auxiliar na digestão. A presença de pedras pequenas na vesícula não interfere nesse processo, pois são eliminadas junto com as fezes sem que a gente perceba.

No entanto, as pedras grande ficam impactadas no seu interior e causam dor tipo cólica, do lado direito do abdômen, que se irradia para a região torácica à direita, quando se contrai para enviar a bile para os intestinos.

Esse é o motivo da dor se agravar logo após as refeições, e principalmente nas refeições mais gordurosas, quando é necessário enviar maior quantidade de bile para a digestão.

O tratamento se inicia com orientações alimentares, mas pode evoluir para cirurgia nos casos de dor crônica, inflamação aguda ou complicações graves, como a pancreatite por cálculos biliares.

O mais adequado é que trate adequadamente com as orientações dietéticas, para evitar as complicações que podem ser fatais.

20. Crises de ansiedade

A dor no peito causada por ansiedade, costuma se localizar no meio do peito, do tipo aperto ou pressão, por vezes referida como "angústia no peito". Além disso, costuma estar associada a outros sintomas como: falta de ar, palpitação, formigamento no rosto ou nos braços, "bolo na garganta", pelo espasmo esofagiano, náuseas ou vômitos.

Isso acontece, porque durante uma crise de ansiedade ou pânico, o cérebro funciona da mesma maneira do que em uma situação de perigo real, preparando o organismo para a reação de fuga. Com isso aumenta os batimentos cardíacos, contrai a musculatura, aumenta a pressão arterial, reduz o calibre dos vasos, entre outras modificações, que originam todos esses sintomas.

No entanto, a única maneira de diferenciar com exatidão uma crise de ansiedade e o infarto do coração, é através do exame médico e exames complementares. Não existe um exame que confirme a ansiedade, trata-se de um diagnóstico de "exclusão".

No caso de dor no peito com os sintomas acima citados, o mais recomendado é que procure um atendimento médico de emergência, para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento necessário.

21. Dor muscular

A dor muscular ou contratura muscular é uma das causas mais comuns de dor no peito. Pode ser decorrente de uso excessivo da musculatura, como em frequentadores assíduos de academia, por trauma, posturas ou movimentos repetidos, entre outras situações.

A dor muscular se caracteriza por piorar com o movimento e ou palpação, e melhorar com repouso e uso de medicamentos relaxantes musculares.

O tratamento irá depender da intensidade da dor, basta manter-se em repouso de 1 a 2 dias, ou associar o uso de anti-inflamatórios e analgésicos comuns.

Quando deve procurar uma emergência / urgência?

Em caso de dor no peito, procure atendimento médico com urgência se:

  • A dor no peito tiver início súbito e vier acompanhada de sintomas como suor frio, mal-estar, dificuldade em respirar, batimentos cardíacos aumentados, náuseas e/ou vômitos;
  • A dor no peito se espalhar para mandíbula, braço esquerdo ou costas;
  • A dor no peito for forte e não melhorar após 20 minutos;
  • É portador de angina e o desconforto no peito se torna mais intenso subitamente ao praticar atividades leves ou dura mais tempo que o habitual;
  • Os sintomas de angina surgirem enquanto você estiver em repouso;
  • História prévia de ataque cardíaco ou embolia pulmonar;
  • Dor no peito associado a tosse com catarro verde e ou amarelado.
  • A dor no peito tiver início súbito e vier acompanhada de dificuldade para respirar, especialmente após viagem longa, permanecer muito tempo sentado (a), acamado(a) ou imobilizado(a) por cirurgia, por exemplo.

Em caso de dor no peito, verifique a ocorrência de outros sinais e sintomas procure um serviço de urgência, visto que as doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte na população, e se iniciam com queixa de dor no peito.

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O que são eosinófilos? O que pode alterar os seus valores?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os eosinófilos são células de defesa do organismo, também conhecidos por glóbulos brancos, ou leucócitos. O seu valor é encontrado dentro do hemograma, na contagem de série branca (leucograma).

Os leucócitos são divididos em 5 tipos de células: os neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos. Cada uma delas exerce uma função no sistema imunológico. Os eosinófilos têm como principal função, combater germes e parasitas, auxiliar e mediar as reações inflamatórias.

A contagem normal de eosinófilos no sangue, varia de 50 – 500 células/microlitro. No entanto, esse valor deve ser analisado em conjunto com os sintomas e exame clínico. Isoladamente, não tem um significado exato.

Eosinófilos altos - o que pode ser?

O aumento dos eosinófilos chama-se eosinofilia e ocorre, principalmente, nos casos de alergia, asma e verminoses. Com menor frequência, outras situações também podem cursar com esse aumento. Sendo assim, as principais causas de eosinofilia são:

  • Alergias (rinite alérgica, dermatite, urticária)
  • Verminoses (ascaridíase, ancilostomíase, oxiuríase)
  • Asma
  • Doenças auto-imunes (lúpus, artrite reumatoide)
  • Linfoma, Leucemias
  • Doença de Crohn, retocolite ulcerativa
  • Uso de certos medicamentos (anfotericina B, alopurinol, anticonvulsivantes)
Eosinófilos baixos - o que pode ser?

A redução dos eosinófilos é menos comum, chamada de eosinopenia. As causas mais frequentes incluem:

  • Estresse,
  • Uso crônico de corticoides (oral ou venoso),
  • Gravidez,
  • Infecção bacteriana ou viral,
  • Síndrome de Cushing,
  • Febre alta.
Como tratar?

O tratamento varia de acordo com a causa dessa alteração, e nem sempre será preciso um tratamento específico.

Por exemplo, na rinite alérgica e pessoas asmáticas, a eosinofilia leve é um achado comum devido às constantes ativações alérgicas, mas não representa um sinal de risco ou gravidade. Na febre alta, a redução dos eosinófilos é passageira, quando a doença que causa a febre for tratada, o valor se normaliza.

Em contrapartida, nos casos de linfoma ou leucemia, a alteração será importante com um valor muito elevado, podendo ultrapassar o valor de 2.000 células / microlitro. Nesse caso, é preciso procurar um atendimento médico com urgência.

Ainda, se perceber uma alteração dos leucócitos com ou sem aumento de eosinófilos, associado a febre alta (acima de 38,5o), manchas no corpo ou perda de peso sem motivo aparente, procure imediatamente uma avaliação médica.

Saiba mais sobre esse assunto, nos seguintes artigos:

Referências:

Peter F Weller, et al.; Eosinophil biology and causes of eosinophilia. UpToDate: Aug 13, 2020.

Thomas D Coates, et al.; Approach to the patient with neutrophilia. UpToDate: Jan 20, 2020.