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O que é cervicite crônica com acantose?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

Cervicite crônica com acantose é um diagnóstico histológico, ou seja, na análise de um pequeno fragmento retirado do colo do útero, observa-se sinais de uma inflamação crônica da endocervix (camada interna do colo do útero), associados a um espessamento do epitélio (acantose), provavelmente em resposta à inflamação.

A cervicite crônica pode ser causada por vários microorganismos diferentes. Dentre as DST's, podem ser causas de cervicite crônica gonorreia, herpes, clamídia, HPV e outras infecções causadas por bactérias.

A cervicite pode acontecer logo após o parto e em mulheres que tomam a pílula. Algumas mulheres também podem desenvolver a cervicite por serem alérgicas a alguma substância presente no preservativo, no absorvente interno ou nos espermicidas.

Se o médico ginecologista determinar que há associação da cervicite crônica com infecção por microorganismos, pode ser necessário o uso de antibióticos. É possível que seja necessária uma cauterização do colo do útero, procedimento feito ambulatorialmente, com anestesia local.

A cervicite pode não cursar com sintomas em grande parte das pacientes. Sendo assim, para diagnosticar e tratar as cervicites, é importante consultar um ginecologista anualmente, mesmo na ausência de sintomas.

É normal sangrar depois de uma cauterização no útero?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim. É normal sangrar depois da cauterização do útero.

Em geral, após o procedimento o/a ginecologista coloca um tampão para estancar o sangramento. Esse tampão deve ser retirado após o período indicado pelo/a médico/a. Após a retirada desse tampão, a mulher pode continuar a apresentar sangramento que tende a parar.

Caso esse sangramento seja contínuo e em muita quantidade, a mulher deve voltar ao consultório médico para uma reavaliação.

A cauterização no útero é um procedimento realizado para tratar lesões pré-cancerígenas ou infecciosas e destruir células anormais no colo do útero.

A mulher que vai realizar ou já realizou o procedimento deve perguntar ao/à médico/a dúvidas sobre a cauterização, suas consequências e os cuidados que se deve ter após a realização.

O mais importante é realizar o acompanhamento das lesões após o procedimento com a realização do exame preventivo de rotina. Com ele, será possível avaliar se as lesões foram devidamente tratadas e se há necessidade de um novo procedimento.

Como se pega o herpes labial?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O herpes labial se transmite pelo contato direto com a lesão de uma pessoa infectada. Ele é causado pelo vírus Herpes simplex tipo 1 e provoca o aparecimento de vermelhidão, dor em "ferroadas", coceira e formação de vesículas (bolhas), que são as lesões típicas do herpes.

O líquido que está dentro dessas bolhas contêm grande quantidade de vírus vivo, e por isso é altamente contagioso.

Depois de penetrar no corpo, o vírus do herpes labial segue o trajeto de um nervo, onde fica inativo durante a maior parte do tempo. Contudo, quando por alguma razão a imunidade fica baixa, o vírus volta a se multiplicar e a doença se manifesta.

Dentre os fatores que favorecem o aparecimento do herpes labial estão: cansaço físico, exposição prolongada ao sol, estresse, febre, gripe e infecções.

Vale lembrar que a transmissão do herpes labial só ocorre durante as crises, durante o período de manifestação das lesões. Durante o período de latência, isto é, enquanto não há lesões visíveis, a pessoa portadora do vírus não transmite a doença, e o contato direto não eleva ao risco de contaminação.

Como prevenir o herpes labial?

Para não pegar herpes labial, é importante evitar qualquer tipo de contato com as lesões, inclusive o beijo e a atividade sexual. Portanto, a melhor forma de evitar o contágio do vírus é não beijar e não receber beijos de pessoas que estejam manifestando os sintomas.

Para evitar transmissão do herpes labial, lavar sempre as mãos, após contato com a ferida.

Como é o tratamento do herpes labial?

O tratamento do herpes labial inclui o uso de pomadas e comprimidos antivirais, capaz de reduzir ou eliminar os sintomas. Porém, o vírus continua sempre vivo dentro dos nervos do indivíduo, e as lesões podem reaparecer em momentos de estresse e baixa imunidade.

Isso pode ocorrer em semanas, meses ou anos após a primeira manifestação.

Para saber qual é o tipo de tratamento mais adequado para cada caso, é fundamental procurar o clínico geral, médico de família ou dermatologista.

Para saber mais sobre herpes labial, você pode ler:

Referências

Cole, S. Herpes Simplex Virus: Epidemiology, Diagnosis, and Treatment. Nursing Clinics of North America, 55(3):337-345, 2020.

Sociedade Brasileira de Estomatologia e Patologia Oral.

Sociedade Brasileira de Infectologia.

Qual o tratamento para gonorreia?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O tratamento para gonorreia é feito com medicamentos antibióticos, como a azitromicina, preferencialmente em doses únicas assistidas pelo médico para garantir que o tratamento seja realizado devidamente e as bactérias não adquiram resistência aos antibióticos.

Caso a pessoa possua parceiro/a fixo/a, é importante que o tratamento da gonorreia seja feito por ambos/ambas ao mesmo tempo para evitar nova infecção.

Durante o tratamento da gonorreia, também é importante que o casal ou a pessoa infectada não tenha relações sexuais.

Na gravidez, o tratamento da gonorreia deve ser iniciado o quanto antes pela gestante, pois a infecção aumenta as chances de abortamento espontâneo, parto prematuro e cegueira no bebê.

Como prevenir a gonorreia e quais são seus sintomas?

A melhor forma de prevenir a gonorreia é através do uso de preservativo em todo e qualquer tipo de relação sexual, já que esse é o principal meio de transmissão da doença.

Saiba mais em: Só se pega gonorreia ao fazer sexo ou há outras maneiras?

Em caso de contágio, os sintomas geralmente aparecem após o período de incubação da bactéria, que é de 2 a 8 dias. Depois, a pessoa sente dor e ardência para urinar e surge um corrimento amarelado ou esverdeado que pode vir acompanhado de sangue.

Vale lembrar que a presença de corrimento em mulheres não significa necessariamente que ela esteja com gonorreia ou outra IST (Infecção Sexualmente Transmissível). Os corrimentos podem ter outras causas e são relativamente frequentes no sexo feminino.

Veja também: Corrimento Vaginal é Normal?

Se não for devidamente tratada, a gonorreia pode causar infertilidade, gravidez ectópica, artrite, meningite bacteriana, além de complicações ósseas e cardíacas.

O diagnóstico é feito mediante o exame clínico do/a, os sinais e sintomas, além de exames laboratoriais. Recomenda-se que pessoas sexualmente ativas façam periodicamente um autoexame e observem os seus órgãos genitais. Na presença de qualquer alteração ou cheiro diferente, consulte o/a médico/a de família, ginecologista, urologista.

Recebi sexo oral de garota de programa sem proteção. Devo me preocupar com DST?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Se recebeu sexo oral sem proteção, deve agendar uma consulta médica o quanto antes para ser examinado/a e assim poder receber as devidas orientações.

Devido ao risco de ter contraído uma DST (doenças sexualmente transmissíveis), mesmo que não tenha sintomas, o mais adequado é que passe por uma consulta. Algumas DSTs podem ficar anos sem manifestar sintomas, como a AIDS, por exemplo, embora o sexo oral ofereça menos riscos para a transmissão do HIV.

O risco de contrair uma DST pelo sexo oral é maior para quem faz do que para quem recebe, pois fica exposto ao sêmen ou ao fluido vaginal. 

Porém, isso não significa que quem recebe o sexo oral não corra riscos. Se a parceira ou parceiro tiver herpes labial, por exemplo, quem recebe por ser infectado.

A transmissão de DST também depende da presença de feridas na boca de quem pratica, como infecções ou inflamações na gengiva, aftas, ferimentos provocados pelo uso de escova de dente ou fio dental, entre outras.

Em todo caso, o mais indicado é procurar um médico para fazer os exames adequados a essa situação e após a avaliação médica poderá ser melhor informado sobre os próximos passos.

No caso de confirmação de DST, provavelmente será encaminhado para um/a médico/a infectologista para tratamento e acompanhamento.

Leia também: Relação sexual sem proteção: quais os riscos?

Resultado de exame preventivo com Gardnerella e Candida: deve-se tratar só a mulher ou o casal?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O tratamento da gardnerella e da candidíase, a princípio não precisa incluir o casal.

Gardnerella

A bactéria gardnerella é normalmente encontrada na flora vaginal da mulher, assim como o fungo candida, sem que causem qualquer alteração no epitélio ou doenças. Entretanto, se alcançarem quantidades maiores que o habitual, passam a causar reações e os sintomas.

Portanto, o resultado de preventivo com a presença desses germes, só indica necessidade de tratamento, se houver quantidades aumentadas, e presença de sinais e sintomas na mulher, como coceira, corrimento ou ardência ao urinar. Nesses casos, a mulher deverá ser tratada.

No homem, a gardnerella pode causar uretrite e balanite (inflamação do prepúcio e da glande). Quando a contaminação acontece no homem, causando sintomas, a gardnerella é considerada uma DST (Doença Sexualmente Transmissível) e precisa de tratamento também.

Outra medida importante durante o tratamento, deve ser a interrupção de relações sexuais, para que o tratamento seja efetivo.

Candidíase

A candidíase não é considerada uma doença sexualmente transmissível e o tratamento do parceiro só é necessário se ele apresentar sintomas ou se a mulher apresentar episódios de candidíase recorrente.

Para mais esclarecimentos, converse com o médico de família, ou ginecologista para a mulher e urologista para os hoemns.

Saiba um pouco mais sobre o assunto nos artigos abaixo:

Quais os sintomas da gonorreia?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Os sintomas da gonorreia incluem ardência e dificuldade para urinar, podendo ainda ser observado um corrimento amarelado ou esverdeado saindo pelo canal da uretra (homem) ou pela vagina (mulher). Os sinais e sintomas manifestam-se entre 2 e 8 dias depois da relação sexual. No entanto, nos homens, podem levar até 1 mês para aparecer.

A gonorreia pode infectar o pênis, o colo uterino, o canal anal, a garganta e os olhos. Se não for devidamente tratada, pode causar diversos danos à saúde, como infertilidade, dor nas relações sexuais, gravidez nas trompas, entre outros.

O fato de muitas pessoas com gonorreia não apresentar sintomas faz com que não tomem conhecimento da doença e não procurem tratamento. Isso aumenta o risco de complicações e a possibilidade de transmitir a infecção para outra pessoa.

Quais os sintomas da gonorreia na mulher?

Nas mulheres, os sinais e sintomas da gonorreia são marcados por coceira na vagina, presença de corrimento amarelado ou esverdeado, dor ou ardência ao urinar, dor no baixo ventre e dor ou sangramento durante a relação sexual. Pode haver ainda dor de garganta, febre e sangramento uterino anormal

Quais os sintomas da gonorreia no homem?

Nos homens, a gonorreia pode causar dor, ardência ou calor ao urinar, corrimento ou pus no pênis, aumento do número de micções, urgência urinária, uretra vermelha ou inflamada, testículos sensíveis ou inflamados e dor de garganta (faringite gonocócica).

Como ocorre a transmissão da gonorreia?

A gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível (IST). A doença é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae e pode ser transmitida por qualquer tipo de atividade sexual. Pode ser contraída por contato com a boca, garganta, olhos, uretra, vagina, pênis ou ânus.

As bactérias proliferam-se em áreas quentes e úmidas do corpo, incluindo a uretra, o canal que transporta a urina para fora do corpo. Nas mulheres, as bactérias podem ser encontradas no aparelho reprodutivo, incluindo trompas de Falópio, útero e colo do útero.

A transmissão da gonorreia ocorre principalmente através de relações sexuais sem proteção. A gonorreia também pode ser transmitida para o bebê durante a gravidez ou no momento do parto.

É muito comum a pessoa estar doente e não manifestar sintomas, pelo que é necessário usar preservativo em todas as relações sexuais para não transmitir a doença.

Qual é o tratamento para gonorreia?

O tratamento da gonorreia é feito com medicamentos antibióticos. É importante que o casal faça o tratamento, mesmo que o parceiro ou a parceira não apresente sintomas da doença. Durante o tratamento, o casal deve usar preservativos.

Existem muitos antibióticos diferentes que podem ser usados para tratar gonorreia. Os medicamentos podem ser administrados em doses orais altas e únicas ou doses menores, durante 7 dias. A pessoa pode receber a primeira dose de antibiótico por injeção e depois tomar a medicação em comprimidos.

Os casos mais graves de doença inflamatória pélvica (DIP) podem exigir hospitalização, com antibióticos administrados por via endovenosa.

Aproximadamente metade das mulheres com gonorreia também está infectada com clamídia. O tratamento de ambas infecções é feito em simultâneo.

Quais as possíveis complicações da gonorreia? Complicações da gonorreia em mulheres

Infecções que se espalham para as trompas podem causar cicatrizes, o que pode levar a problemas para engravidar mais tarde. Também podem provocar dor pélvica crônica, doença inflamatória pélvica (DIP), infertilidade e gravidez ectópica.

Episódios recorrentes aumentam o risco de infertilidade devido aos danos nas trompas de Falópio. Mulheres com gonorreia podem apresentar ainda abscessos no útero e no abdômen.

Gestantes com gonorreia grave podem transmitir a doença para o bebê ainda no útero ou durante o parto. Também podem ocorrer complicações na gravidez, como infecções e parto prematuro.

Complicações da gonorreia em homens

Nos homens, as complicações da gonorreia podem incluir cicatrizes ou estreitamento da uretra e acúmulo de pus (abscesso) ao redor da mesma.

Complicações da gonorreia em homens e mulheres

Tanto no homem como na mulher, a gonorreia pode causar infecções nas articulações, infecção da válvula cardíaca e meningite.

Na presença desses sintomas, consulte o/a médico/a clínico/a geral, médico/a de família, ginecologista ou urologista.

O que é HTLV? Quer dizer que tenho AIDS?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

HTLV é a sigla para Vírus T-Linfotrópico Humano. Embora a infecção pelo vírus HTLV também ocorra pela via sexual, pois se trata de uma DST, a sua presença não indica que a pessoa tenha AIDS ou esteja infectada pelo HIV, uma vez que são doenças diferentes.

Existem 2 tipos de HTLV: HTLV-1 e HTLV-2. O tipo 1 está associado a doenças neurológicas e leucemia, enquanto que o tipo 2 é pouco comum e provavelmente não provoca nenhuma doença.

Assim como o HIV, o Vírus T-Linfotrópico Humano ataca os linfócitos T, um tipo de glóbulo branco que atua nas defesas do organismo.

A transmissão do HTLV ocorre por meio de relações sexuais desprotegidas com uma pessoa infectada, compartilhamento de seringas e agulhas para uso de drogas, ou ainda da mãe para o bebê, sobretudo através da amamentação.

Os sintomas mais frequentes do HTLV são as dores nas pernas e na coluna lombar, além da dificuldade para urinar e defecar.

A grande maioria das pessoas que apresentam o vírus HTLV não apresentam sintomas, apenas 10% dos infectados por esse vírus manifestam sintomas ou doenças relacionadas.

Cerca de 1% dos portadores do vírus podem desenvolver manifestações graves, como câncer, problemas articulares, doenças no sangue e no sistema urinário, além de doenças neurológicas, oftalmológicas e dermatológicas.

O tratamento da infecção por HTLV não é necessário nos casos em que não há manifestação de sintomas, já que as chances da pessoa desenvolver alguma doença associada são baixas. Casos sintomáticos devem ser tratados após avaliação médica.

Saiba mais em:

Que doenças podem ser transmitidas da mãe para o bebê durante a gravidez e amamentação?

Quais são os tipos de DST e seus sintomas?