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Remédios que ajudam e pioram a gastrite
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

O ácido do estômago é necessário para a digestão, mas quando você tem gastrite ele aumenta a inflamação e pode ser o responsável pelas lesões no estômago. Por isso, os remédios indicados para a gastrite agem diminuindo o ácido do estômago. Eles ajudam na recuperação das lesões e a diminuir a inflamação, aliviando os sintomas.

Por outro lado, o uso de medicamentos que aumentam o ácido do estômago pode piorar ou até causar a gastrite. Tomar muitos comprimidos diariamente também pode ter o mesmo efeito.

Remédios para alívio dos sintomas da gastrite

Os remédios mais importantes para o tratamento são os que diminuem a produção de ácido do estômago. São exemplos o omeprazol, o pantoprazol ou o lansoprazol (inibidores da bomba de prótons). O alívio dos sintomas começa assim que você iniciar o tratamento.

São medicamentos considerados seguros, mas que raramente podem causar problemas nos rins (omeprazol), hepatite (omeprazol e lansoprazol) e distúrbios visuais (pantoprazol e omeprazol). Eles também aumentam o risco de ter pneumonia.

É importante que sejam usados apenas durante o tempo indicado pelo médico, para evitar que causem problemas de saúde. Além disso, para parar de tomar é necessário diminuir a dose lentamente. Não ter esse cuidado pode causar a piora dos sintomas.

O uso prolongado pode causar problemas relacionados com a diminuição de absorção de cálcio e vitamina B12, principalmente em idosos. Você pode ter maior fragilidade dos ossos e anemia, por exemplo.

Veja quais são os sintomas mais comuns da gastrite e quais são os remédios usados para tratá-los:

Sintomas

Remédios

Dor na parte superior da barriga

Diminuidores da produção de ácido

Antiácidos

Sentir-se inchado ou cheio após comer

uma pequena quantidade de comida

Antiflatulentos (para gases)

Náusea ou vômito Antieméticos

Exemplos desses medicamentos são:

  • Ranitidina (Label): para diminuir a produção de ácido
  • Hidróxido de magnésio, hidróxido de alumínio, bicarbonato de sódio, carbonato de cálcio (Mylanta Plus, Maalox, Leite de Magnésia de Phillips e Sal de Frutas Eno são alguns exemplos): antiácidos
  • Dimeticona ou simeticona (Luftal é um exemplo): para gases
  • Metoclopramida, dimenidrinato, bromoprida, domperidona (Plasil, Dramin, Digesan, Motilium são alguns exemplos): para enjoo e náuseas

Os antiácidos e os medicamentos para gases não precisam de receita para serem comprados.

Os remédios para náuseas / enjoo e os antiácidos podem diminuir ou aumentar o efeito de outros medicamentos. Medicamentos para náuseas podem estar contra-indicados se você tem algumas doenças (glaucoma e prolactina alta são alguns exemplos). Por isso, não utilize por muito tempo sem o conhecimento do seu médico.

Alguns efeitos indesejados dos antiácidos são:

  • Prender o intestino (hidróxido de alumínio)
  • Soltar o intestino (hidróxido de magnésio)
Por que antibióticos são usados para gastrite?

A gastrite pode ser causada por uma infecção. O agente infeccioso mais comum que pode causar gastrite é a bactéria Helicobacter pylori. O tratamento se baseia em antibióticos para acabar com a infecção e outros medicamentos que controlam os sintomas.

Somente o médico pode dizer qual o melhor antibiótico para o seu caso. Ele vai avaliar os exames e algumas características suas para escolher o medicamento que tenha o efeito desejado e que não traga outros problemas para sua saúde.

Alguns exemplos de medicamentos prescritos são:

  • Claritromicina associada a amoxicilina e a algum medicamento para diminuir o ácido do estômago (omeprazol ou pantoprazol são exemplos). Normalmente os medicamentos são tomados 2 vezes ao dia, por 14 dias.
  • O metronidazol é o medicamento que substitui a amoxicilina nos casos de alergia à penicilina.
  • Outros antibióticos também podem ser prescritos, como o levofloxacino, o tinidazol ou metronidazol.

O diagnóstico e tratamento adequados são muito importantes, porque a bactéria também pode causar úlceras (feridas no estômago) e câncer de estômago.

Os medicamentos devem ser tomados no horário certo e pelo período indicado, conforme a receita, para garantir que a infecção acabe.

Os probióticos podem ajudar a controlar a infecção e reduzir os efeitos negativos do uso dos antibióticos. Alguns alimentos que contêm probióticos são os iogurtes, queijos como o gouda e cottage e conservas de legumes (como os picles).

A gastrite também pode ser causada por outras bactérias, vírus, parasitas e fungos. O agente causador da doença precisa ser identificado para iniciar o tratamento adequado.

Remédios que pioram a gastrite

Você pode ter gastrite ou sentir que ela piora por usar certos medicamentos. Os anti-inflamatórios como o ibuprofeno, naproxeno, cetoprofeno, diclofenaco, nimesulida e o AAS, são os mais comuns. Por isso, você precisa evitar tomar esses medicamentos quando tem gastrite.

Quando o problema é o uso prolongado dos anti-inflamatórios, dependendo do motivo para o qual você os utiliza pode ser necessário substitui-los por outros métodos terapêuticos.

Você pode querer ler também:

Alimentos que quem tem gastrite deve comer

Quem tem gastrite deve evitar comer o quê?

Quem tem gastrite pode comer chocolate?

Gastrite crônica tem cura? Qual o tratamento?

Gastrite pode evoluir para câncer?

Referências:

Thomson ABR, Sauve MD, Kassam N, Kamitakahara H. Safety of the long-term use of proton pump inhibitors. World J Gastroenterol. 2010; 16(19): 2323-30

UpToDate

Principais tipos e como tratar a gastrite: infecciosa, autoimune e erosiva
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A gastrite é a inflamação da mucosa que reveste o estômago internamente. Existem diferentes tipos de gastrite, as principais são: gastrite infecciosa, gastrite autoimune e gastrite erosiva.

Além destes principais tipos, as gastrites também podem ser diferenciadas em duas formas: aguda e crônica.

  • Gastrite aguda: é a inflamação do estômago transitória, que apresenta lesões e alterações na mucosa gástrica reversíveis.
  • Gastrite crônica: é aquela que existe há mais tempo, por isso ocasiona lesões gástricas que não podem mais ser revertidas, como a atrofia da mucosa do estômago.

Vejamos as diferenças entre os principais tipos de gastrites.

Gastrite infecciosa

A presença de uma agente infeccioso pode causar tanto uma gastrite aguda quanto uma gastrite crônica. A principal causa de gastrite infecciosa é a bactéria Helicobacter pylori.

Algumas pessoas podem apresentar esta bactéria no estômago e não apresentar nenhum sintoma. No entanto, outras podem apresentar sintomas de dor, desconforto gástrico, azia e náuseas, caracterizando a gastrite.

Geralmente a gastrite causada pela H. pylori se inicia como uma gastrite aguda. Se não for tratada pode levar ao desenvolvimento de uma gastrite crônica, com persistência dos sintomas no decorrer do tempo.

Tratamento da gastrite infecciosa

O tratamento da gastrite infecciosa causada pelo Helicobacter pylori consiste no uso de medicamentos como o omeprazol, pantoprazol e outros, e também de antibióticos que visam erradicar a bactéria.

Gastrite autoimune

É uma forma de gastrite mais rara do que a gastrite infecciosa, mas sua incidência tem vindo a aumentar.

É causada por uma reação do sistema imune do próprio individuo contra células da mucosa do estômago.

A gastrite autoimune prejudica a absorção de nutrientes podendo levar ao desenvolvimento de anemia perniciosa, deficit de vitamina b12 e magnésio. Além disso, a gastrite autoimune também aumenta o risco de desenvolvimento de câncer do estômago.

Tratamento da gastrite autoimune

O tratamento é feito com medicamentos que aliviam os sintomas de desconforto estomacal, como antiácidos, e de suplementos vitamínicos como o ferro e a vitamina B12.

Gastrite erosiva

A gastrite erosiva é uma forma de gastrite aguda, que pode ser assintomática ou levar a sintomas de dor estomacal, azia e náuseas.

Pode ser causada pelo uso abusivo de medicamentos anti-inflamatórios, álcool ou por estresse persistente.

Tratamento da gastrite erosiva

O tratamento inclui a suspensão da causa da gastrite, portanto, pode ser necessário suspender o uso de anti-inflamatórios, ou do álcool, ou ainda reduzir os níveis de estresse.

Medicamentos antiácidos e do grupo dos inibidores de bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol, etc) também podem ser utilizados no tratamento.

Na presença de sintomas sugestivos de gastrite é importante consultar um médico para uma avaliação, diagnóstico do tipo de gastrite e realização do tratamento adequado.

Leia também:

Referências bibliográficas

Mark Feldman. Gastritis: Etiology and diagnosis. Uptodate. 2020

Pamela J Jensen. Acute and chronic gastritis due to Helicobacter pylori. Uptodate. 2020

Aftas podem ser por causa da gastrite nervosa que tenho?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim. Aftas podem estar associadas com problemas estomacais ou esofágicos, como dispepsia, refluxo gastroesofágico ou presença da bactéria Helicobacter pylori no estômago, além disso, as aftas estão muito relacionadas a estresse intenso e a gastrite nervosa é desencadeada por sintomas de estresse emocional, portanto é possível haver uma relação entre uma coisa e outra.

O que causa as aftas?

A etiologia das aftas não está ainda muito bem estabelecida, mas sabe-se que alguns fatores que desencadeiam queda da imunidade podem contribuir para o seu aparecimento. Alguns fatores que já foram associados ao aparecimento de lesões aftosas são:

  • Estresse;
  • Trauma local (por exemplo, mordida sem querer na boca);
  • Alterações hormonais do ciclo menstrual;
  • Predisposição genética;
  • Dieta (alguns alimentos parecem se associar com o aparecimento de aftas como o abacaxi, chocolate e nozes);
  • Doenças que afetam o sistema imunológico;
  • Medicamentos imunossupressores.

A investigação na área sugere que a carência de alguns nutrientes como vitamina B12, vitamina C, zinco e ferro podem aumentar o risco do aparecimento de aftas.

Atualmente, também estuda-se a relação entre agentes microbiológicos como bactérias e vírus específicos que possam estar relacionados com as aftas.

O que são aftas?

As aftas são lesões em forma de úlceras esbranquiçadas e dolorosas que acometem a cavidade bucal. Podem causar dor intensa ou sensação de queimação, são benignas e não apresentam infecção, mas devido à dor que provocam podem ocasionar problemas na fala, na mastigação e na deglutição.

Caso apresente sintomas de afta persistentemente consulte um médico de família ou clínico geral para uma avaliação.

Posso tomar Torsilax, tenho úlcera, gastrite e hérnia?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não é aconselhável o uso Torsilax® em portadores de doenças gástricas como a úlcera e a gastrite.

O Torsilax® é um medicamento composto por relaxante muscular, anti-inflamatório (diclofenaco) e analgésicos. A medicação é indicada para doenças reumáticas, especialmente associadas a sintomas de inflamação local, como edema, calor e dor.

Entretanto, os anti-inflamatórios como o diclofenaco, são medicamentos que possuem como efeitos colaterais, a irritação na parede do estômago (mucosa gástrica), com isso aumentam consideravelmente o risco de desenvolver úlceras ou gastrite medicamentosa.

Sendo assim, o medicamento não é recomendado para pessoas que já tenham história prévia de úlcera gástrica, gastrite ou qualquer outra doenças do trato gastrointestinal. O seu uso pode causar reativação da doença, perfuração da úlcera e ou sangramentos (hemorragia digestiva).

O sangramento digestivo, por sua vez, é uma doença grave, que dependendo da sua intensidade e demora no tratamento, pode levar ao óbito.

Portanto, antes de iniciar o uso de anti-inflamatórios, deve conversar e informar ao seu médico as doenças prévias e principalmente a história de úlcera gástrica, para que seja avaliado o real benefício de seu uso.

Se for preciso, o médico poderá considerar a associação de medicamentos protetores gástricos, reduzindo os riscos de complicações.

Leia também: Alguns remédios podem causar úlceras? O que fazer para evitar?

Contraindicações para o uso de Torsilax®

Existem contraindicações absolutas e relativas para o uso de Torsilax®, as principais contraindicações são:

  • Alergia a qualquer um dos componentes de sua fórmula;
  • Casos de insuficiência cardíaca;
  • Casos de insuficiência hepática ou renal grave;
  • Hipertensão arterial grave sem controle adequado;
  • Hipersensibilidade aos anti-inflamatórios (ex.: ácido acetilsalicílico);
  • História pregressa de doença gástrica.

Sabemos que cada caso deve ser avaliado individualmente. Por isso recomendamos que retorne ao seu médico assistente ou procure um médico gastroenterologista para avaliar e traçar a conduta mais adequada ao seu caso.

Pode lhe interessar também: Úlcera gástrica tem cura? Qual o tratamento?

Dor no peito: o que pode ser e o que fazer? Como saber se é Infarto?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor no peito preocupa a todos, pelo medo de ser um sinal de infarto no coração (infarto agudo do miocárdio). E embora essa não seja a causa mais comum de dor torácica, é uma das causas que mais oferece risco de vida, por isso deve mesmo ser sempre investigada.

Hoje existem protocolos bem estruturados de atendimento nas emergências médicas, com excelentes resultados quando a doença é tratada a tempo.

Na suspeita de um infarto agudo do miocárdio, procure um serviço de emergência imediatamente.

Como saber se a dor no peito é infarto?

Os sintomas característicos de infarto agudo do miocárdio (IAM) são:

  • Dor ou desconforto no peito, de início súbito,
  • Localizada no lado esquerdo do peito (ou no meio do peito),
  • Tipo aperto, pressão ou desconforto, contínua,
  • A dor pode ser irradiada para o braço esquerdo, pescoço, mandíbula ou dorso (do mesmo lado),
  • Sintomas associados: Suor frio, tontura, náuseas, vômitos, fraqueza, mal-estar e falta de ar.

Vale ressaltar que portadores de diabetes podem não apresentar a dor no peito, mas apenas os sintomas de mal estar, suor frio, náuseas e vômitos. Por isso, em caso de diabetes, com esses sintomas, procure imediatamente um serviço de emergência para avaliação médica cardiológica.

Tipos de dores no peito

Na avaliação da dor no peito, a descrição da sua localização, pode auxiliar na pesquisa da causa desse problema. Entenda com a tabela abaixo, os principais diagnósticos, para cada tipo de dor torácica.

Tipos de dor O que pode ser?
Dor no peito à esquerda

Infarto agudo do coração, Dor muscular, Pneumonia, Asma, Pneumotórax, Derrame pericárdico, Gases.

Dor no meio do peito Refluxo gástrico, Espasmo esofagiano, Infarto agudo do miocárdio, Pericardite, Endocardite, Derrame pericárdico, Dissecção de Aorta, Hérnia de hiato, Asma, Ansiedade, Gases.
Dor no peito à direita Dor muscular, Pneumonia, Pneumotórax, Derrame pericárdico, Embolia, Pedras na vesícula, Gases.
Dor no peito que piora com a respiração profunda Pneumonia, Derrame pleural, Pneumotórax, Embolia pulmonar, Pericardite.
21 causas de dores no peito diferentes de infarto 1. Angina

A angina é considerada por alguns como o "princípio de infarto". De fato, a angina se caracteriza pela dor no meio do peito, tipo aperto, desconforto ou pressão, que pode ser irradiada para o braço esquerdo, pescoço, mandíbula ou dorso, e assim como no infarto, é causada pela falta de sangue em uma área do miocárdio (músculo do coração).

A grande diferença, é que a falta de sangue não é completa, a obstrução é parcial, portanto, o fluxo não é totalmente interrompido fazendo com que a dor dure menos de 15 a 20 minutos. A dor não é contínua, ela não dura mais de 20 minutos.

Quando a dor se mantém por mais de 20 minutos já caracteriza uma angina "instável" ou infarto.

No caso de angina, procure imediatamente um serviço de emergência médica. O tratamento é realizado com medicamentos sublinguais (para efeito mais rápido), com intuito de dilatar os vasos do coração, restituindo a circulação.

2. Endocardite

A endocardite é uma infecção no endocárdio (camada mais interna do coração). Os sintomas mais comuns são a febre, suor noturno, perda de peso, tosse e mal-estar.

Devido a tosse frequente, não é raro a presença de dor ou desconforto no peito. Entretanto não é um sintoma específico para essa doença. Contudo, por se tratar de uma doença grave com elevada taxa de mortalidade, deve entrar no grupo de causas possíveis a ser investigada.

O tratamento é feito com antibioticoterapia intravenoso, em ambiente hospitalar.

3. Pericardite

A pericardite é a infecção no pericárdio (uma espécie de "bolsa" que recobre o coração). A doença pode ser causada por uma infecção (bacteriana, fúngica ou viral), por trauma, uso crônico de medicamentos, doenças autoimunes ou pela presença de células neoplásicas (tumores).

Os sintomas característicos são a dor torácica no lado esquerdo do peito, que se irradia para o pescoço ou dorso, que melhora quando está sentado e piora quando se deita (decúbito dorsal).

O tratamento depende da gravidade do quadro e do agente causador dessa infecção. Sempre em ambiente hospitalar, pode ser tratado apenas com antibióticos venosos, ou associado a cirurgia.

4. Derrame pericárdico

O derrame pericárdico é o acúmulo de líquido no pericárdio. Os sintomas mais frequentes são a dor no peito do lado esquerdo, ou mais ao centro, tipo pressão ou aperto, associado a febre baixa, tosse e cansaço extremo.

O tratamento depende da causa do problema, do volume de líquido encontrado e do quadro clínico. Podendo ser conservador, com medicamentos, tratamento da causa e acompanhamento. Ou cirúrgico de urgência para os casos com falta de ar intensa e queda da pressão arterial.

5. Dissecção de aorta

A dissecção de aorta é uma emergência médica, uma das doenças que mais mata, se não tratada imediatamente. Chama-se dissecção, quando uma das camadas dos vasos se rompe, causando um extravasamento de sangue entre os folhetos do vaso.

Com o aumento da pressão entre essas paredes dos vasos, acontece uma ruptura do vaso, e sendo a aorta o maior vaso do corpo humano, o sangramento costuma ser fatal.

Os sintomas inicialmente são leves e inespecíficos, com dor entre os ombros, no meio do peito, sensação de peso no peito, dor no abdômen, fraqueza e ou mal-estar. O diagnóstico pode ser feito no exame clínico nos casos de aneurisma de grande volume na cavidade abdominal, ou por exames de imagem se for na região do tórax.

O tratamento é baseado no tamanho da dissecação, queixas e condições clínicas da pessoa.

6. Pneumonia

A pneumonia é a infecção do tecido pulmonar, geralmente decorrente de uma gripe mal curada. O principal sintoma é de dor no peito, em aperto ou pontadas, do lado acometido, que piora com a respiração profunda. Apresenta ainda, tosse produtiva, com secreção amarelada ou esverdeada, febre alta, falta de ar, fadiga e inapetência.

O tratamento é realizado com antibióticos. O médico da família, clínico geral ou pneumologista são os profissionais responsáveis pela confirmação desse diagnóstico e iniciar o devido tratamento.

7. Crise de asma (doenças crônicas do pulmão)

O processo de inflamação ou de fibrose encontrado nos problemas crônicos do pulmão, como a crise de asma, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), dificultam a passagem de ar devido ao edema, causando como sintomas: a dor no peito, ou desconforto tipo pressão, mais comum no meio do peito ou difusa, com dificuldade de respirar, sibilos ("chiado") e tosse seca.

A crise de asma pode evoluir para o óbito se não for devidamente tratada. O tratamento se baseia em medicamentos dilatadores para os brônquios, corticoides, nebulizações e oxigênio.

Na suspeita de crise de asma, procure imediatamente um serviço de emergência médica.

8. Pneumotórax

O pneumotórax é o acúmulo de ar entre as pleuras do pulmão (membranas que recobrem os pulmões). O afastamento das pleuras, que costumam ser "coladas", causa dor intensa tipo pontadas ou "agulhadas", que piora muito com a respiração profunda.

O tratamento depende do volume de ar encontrado e do quadro clínico. Nos casos mais leves, de pequena quantidade de ar, o tratamento é tratar a causa do problema e acompanhamento. Mas nos casos de grande quantidade de ar, impedindo uma boa ventilação, a drenagem torácica deverá ser indicada.

9. Derrame pleural

O derrame pleural é o acúmulo de líquido entre as pleuras dos pulmões (membranas que recobrem os pulmões). Pode ser originado de traumas, infecções ou doenças autoimunes.

A separação das pleuras pelo líquido acumulado, causa dor no peito, no lado acometido, que piora com a respiração profunda. Pode haver também, febre, falta de ar e cansaço associados.

O tratamento depende da causa e do volume de líquido acumulado. No caso de comprometimento da respiração, está indicado drenagem torácica, para restabelecer a expansão dos pulmões, e possibilita coleta do material para análise.

10. Trauma

No trauma torácico, pode haver contusão ou fratura de costela(s). As fraturas resultam em dor intensa no local do trauma, dificuldade de respirar e de falar devido à dor, pôr 5 a 7 dias em média. O tratamento é repouso absoluto, para consolidação da lesão, e analgésicos potentes.

No trauma grave, com mais de 8 costelas fraturadas ("tórax instável"), a dificuldade respiratória pode evoluir para parada respiratória, o que pode ser fatal. Nesses casos o tratamento exige internação hospitalar, com monitorização, vigilância respiratória e quando necessário, intubação orotraqueal para assegurar uma boa oxigenação ao organismo, até sua consolidação.

11. Tuberculose pulmonar

A tuberculose pulmonar é uma doença endêmica no nosso país, altamente contagiosa, causada pela bactéria M. tuberculosis. Os sintomas típicos são de tosse seca ou produtiva, sudorese noturna, febre vespertina, cansaço e fraqueza.

A tosse é contínua, com duração de mais de 3 semanas, fato que acaba por desencadear a dor no peito, do lado comprometido, do tipo pressão ou pontadas.

O tratamento é baseado em medicamentos antibióticos específicos e orientações gerais. Esses medicamentos são oferecidos gratuitamente pelo Ministério da saúde, nos postos de saúde da cidade, aonde deve realizar também o acompanhamento solicitado pela equipe.

12. Embolia pulmonar

A embolia pulmonar é uma obstrução súbita de artérias do pulmão, impedindo o fluxo de sangue nessa região, com consequente isquemia ou infarto pulmonar. A causa mais comum é a formação de um coágulo nas veias da perna, que caem na circulação e chegam aos pulmões, aonde o calibre de veia é menor, impedindo a sua passagem.

É mais uma emergência médica, com alta taxa de mortalidade se não tratada dentro das primeiras horas.

O tratamento é realizado com medicamentos anticoagulantes, para dissolver esse coágulo (ou êmbolo), restabelecendo o mais rápido possível, o fluxo de sangue naquela região. Quanto antes for recanalizado o vaso, menor a chance de sequelas.

13. Excesso de gases

Os sintomas de dores no peito devido a excesso de gases, são dores do tipo cólica ou em "pontadas", mais intensas na região abaixo das costelas. Tem como principal característica, a melhora da dor com a mudança de posição e ou com a eliminação de gases.

As dores por excesso de gases costumam estar associadas ao sedentarismo, alimentação gordurosa ou consumo excessivo de bebidas gaseificadas, como os refrigerantes e a água com gás.

Para evitar a formação excessiva de gases, é importante manter hábitos de vida saudáveis, como a prática regular de atividades físicas, alimentação saudável e preferir o consumo de água e sucos naturais. O uso de chás naturais e massagem auxiliam na melhora dos sintomas.

Nos casos de dor refratária, podem ser utilizados os medicamentos à base de simeticona (dimeticona), capazes de unir as bolhas de gás e acelerar a sua eliminação.

14. Refluxo gástrico / azia

A doença do refluxo se caracteriza pelo retorno de uma parte do conteúdo do estômago para o esôfago, que origina a queimação no meio do peito, com sensação de peso ou "aperto" na região.

Isso acontece porque o conteúdo gástrico já foi misturado e contém uma quantidade de suco gástrico, um líquido ácido produzido no estômago para auxiliar a digestão dos alimentos.

Porém a parede do esôfago não é preparada para receber um conteúdo ácido, sendo assim, esse refluxo gera uma irritação na mucosa esofagiana, desencadeando os sintomas.

O refluxo é popularmente conhecido por azia.

Para reduzir o refluxo, é necessário comer mais vezes em menor quantidade, evitar beber líquidos junto com a comida, e evitar se deitar logo após as refeições.

O tratamento específico para cada caso, deverá ser definido por um médico gastroenterologista, após a identificação da causa do refluxo.

15. Espasmo esofagiano

Os distúrbios esofagianos alteram a sua motilidade, gerando contrações fortes, que chamamos de espasmos. A causa mais comum é a doença do refluxo, mas os espasmos podem ser desencadeados também por tabagismo, situações de estresse, alimentos ácidos, entre outros.

O sintoma de espasmo esofagiano é uma dor no meio do peito, tipo aperto ou pressão, de moderada a forte intensidade, intermitente, que piora após as refeições ou em situações de estresse importante ou crise de pânico.

O tratamento dependerá da causa do problema e da gravidade dos sintomas.

16. Tumor de esôfago

Nos casos de tumores, os sintomas são causados principalmente pela compressão de estruturas próximas. As queixas mais comuns são de dor no meio do peito, dificuldade de engolir, rouquidão e ou tosse.

Com a evolução da doença podem apresentar ainda, emagrecimento sem causa aparente, mal-estar, inapetência, febre baixa e sudorese.

Nesses casos, deve procurar seu médico da família e ou clínico geral para iniciar uma investigação ampla e assim possibilitar o tratamento mais indicado.

17. Gastrite

A gastrite é uma inflamação na mucosa do estômago, causada por diversas situações, como o uso crônico de medicamentos anti-inflamatórios, alimentação inadequada, infecção pela H.Pylori ou estresse contínuo.

A inflamação origina os sintomas de dor no meio do peito, dor abdominal, náuseas, má digestão, falta de apetite e perda de peso nos casos mais avançados.

A dor típica da gastrite é uma dor em queimação, conhecida popularmente como azia, que piora após as refeições ou com jejum prolongado, no meio do peito.

O tratamento se baseia na orientação alimentar, redução de fatores de risco, como tabagismo e alcoolismo, e medicamentos que reduzem a acidez do estômago, para restabelecer a mucosa gástrica, os inibidores de bomba de prótons.

Nos casos de infecção pela bactéria H.Pylori, é necessário o uso de antibióticos

18. Hérnia de hiato

A hérnia de hiato é a passagem de parte do estômago para o tórax, através do diafragma, o que causa grande desconforto ou dor no meio do peito, do tipo aperto ou pressão.

O tratamento depende da gravidade, tamanho da hérnia e condições de saúde de cada pessoa. A doença é mais comum no idoso, e por isso as opções devem ser bem avaliadas. Uma opção é a orientação alimentar e acompanhamento. Nos casos que não melhoram ou com muitas queixas, pode ser indicada a cirurgia para a correção da hérnia.

19. Pedras na vesícula

A vesícula é o órgão responsável por armazenar a bile e liberar para o intestino na presença de alimentos, com o objetivo de auxiliar na digestão. A presença de pedras pequenas na vesícula não interfere nesse processo, pois são eliminadas junto com as fezes sem que a gente perceba.

No entanto, as pedras grande ficam impactadas no seu interior e causam dor tipo cólica, do lado direito do abdômen, que se irradia para a região torácica à direita, quando se contrai para enviar a bile para os intestinos.

Esse é o motivo da dor se agravar logo após as refeições, e principalmente nas refeições mais gordurosas, quando é necessário enviar maior quantidade de bile para a digestão.

O tratamento se inicia com orientações alimentares, mas pode evoluir para cirurgia nos casos de dor crônica, inflamação aguda ou complicações graves, como a pancreatite por cálculos biliares.

O mais adequado é que trate adequadamente com as orientações dietéticas, para evitar as complicações que podem ser fatais.

20. Crises de ansiedade

A dor no peito causada por ansiedade, costuma se localizar no meio do peito, do tipo aperto ou pressão, por vezes referida como "angústia no peito". Além disso, costuma estar associada a outros sintomas como: falta de ar, palpitação, formigamento no rosto ou nos braços, "bolo na garganta", pelo espasmo esofagiano, náuseas ou vômitos.

Isso acontece, porque durante uma crise de ansiedade ou pânico, o cérebro funciona da mesma maneira do que em uma situação de perigo real, preparando o organismo para a reação de fuga. Com isso aumenta os batimentos cardíacos, contrai a musculatura, aumenta a pressão arterial, reduz o calibre dos vasos, entre outras modificações, que originam todos esses sintomas.

No entanto, a única maneira de diferenciar com exatidão uma crise de ansiedade e o infarto do coração, é através do exame médico e exames complementares. Não existe um exame que confirme a ansiedade, trata-se de um diagnóstico de "exclusão".

No caso de dor no peito com os sintomas acima citados, o mais recomendado é que procure um atendimento médico de emergência, para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento necessário.

21. Dor muscular

A dor muscular ou contratura muscular é uma das causas mais comuns de dor no peito. Pode ser decorrente de uso excessivo da musculatura, como em frequentadores assíduos de academia, por trauma, posturas ou movimentos repetidos, entre outras situações.

A dor muscular se caracteriza por piorar com o movimento e ou palpação, e melhorar com repouso e uso de medicamentos relaxantes musculares.

O tratamento irá depender da intensidade da dor, basta manter-se em repouso de 1 a 2 dias, ou associar o uso de anti-inflamatórios e analgésicos comuns.

Quando deve procurar uma emergência / urgência?

Em caso de dor no peito, procure atendimento médico com urgência se:

  • A dor no peito tiver início súbito e vier acompanhada de sintomas como suor frio, mal-estar, dificuldade em respirar, batimentos cardíacos aumentados, náuseas e/ou vômitos;
  • A dor no peito se espalhar para mandíbula, braço esquerdo ou costas;
  • A dor no peito for forte e não melhorar após 20 minutos;
  • É portador de angina e o desconforto no peito se torna mais intenso subitamente ao praticar atividades leves ou dura mais tempo que o habitual;
  • Os sintomas de angina surgirem enquanto você estiver em repouso;
  • História prévia de ataque cardíaco ou embolia pulmonar;
  • Dor no peito associado a tosse com catarro verde e ou amarelado.
  • A dor no peito tiver início súbito e vier acompanhada de dificuldade para respirar, especialmente após viagem longa, permanecer muito tempo sentado (a), acamado(a) ou imobilizado(a) por cirurgia, por exemplo.

Em caso de dor no peito, verifique a ocorrência de outros sinais e sintomas procure um serviço de urgência, visto que as doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte na população, e se iniciam com queixa de dor no peito.

Pode lhe interessar também: O que fazer no caso de dor no peito?

Dor na barriga do lado direito. O que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor na barriga do lado direito é uma queixa bastante frequente e na maioria das vezes está relacionada a situações simples, como o excesso de gases ou prisão de ventre.

No entanto, algumas vezes pode representar um problema mais grave como uma hepatite, apendicite ou um tumor.

Sendo assim, é importante ter atenção aos sintomas, e se a dor piorar ou vir associada a outros sintomas como febre alta, vômitos ou perda de peso, o ideal é que procure um clínico geral ou gastroenterologista para avaliação médica.

O que causa dor do lado direito da barriga?

As causas mais relacionadas à dor na barriga no lado direito são:

  • Gases: Dor de intensidade variada, do tipo cólicas (dor que vai e vem), ou do tipo pontadas, associada a "barulhos" na barriga e história de má alimentação;
  • Prisão de ventre: Dor tipo cólica, mais localizada, inchaço na barriga, dificuldade de evacuar, com ou sem massa palpável na barriga (fezes endurecidas);
  • Hepatite aguda: Dor forte do lado direito do abdome, próximo das costelas, associado a náuseas, vômitos, febre e icterícia (coloração amarelada da pele e olhos);
Coloração amarelada na pele e nos olhos (Icterícia).
  • Pedras na vesícula (Colecistite ou colelitíase): Dor tipo cólica, de forte intensidade, do lado direito da barriga, associada a náuseas e vômitos, que piora após uma alimentação gordurosa;
  • Apendicite aguda: Dor na barriga, que pode ter início no umbigo e mais leve, que depois se mantém fixa na região mais baixa da barriga, à direita, associada a febre, náuseas e vômitos;
  • Endometriose: Dor na barriga, que pode se localizar em diversas regiões, não só a direita, associada ao ciclo menstrual, quando os hormônios agem para a realização da ovulação;
  • Gravidez ectópica à direita - Mulher em idade reprodutiva como dor intensa no baixo ventre, apenas de um lado (direito ou esquerdo), suor frio, mal-estar, náuseas e vômitos, com história de atraso menstrual, sugere a gravidez nas trompas;
  • Tumor - Dor localizada, febre baixa e perda de peso. Os tumores em geral, são doenças silenciosas, que quando desenvolvem sintomas já estão em estágios avançados, dificultando um tratamento adequado.

Além destas, situações como cólicas menstruais, infecção urinária, pedra nos rins, gastroenterite, obstrução intestinal (fecaloma), vermes ou ansiedade podem causar uma dor localizada à direita.

O mais importante, deve ser compreender os sinais de perigo que indicam a necessidade de procurar um atendimento de urgência. Para outros casos, procure o seu médico de família ou gastroenterologista, que deverá iniciar uma avaliação mais criteriosa.

Quando devo procurar uma emergência?

Os sinais de risco, que indicam a necessidade de procurar uma emergência imediatamente, são:

  • Febre alta (maior que 38,5º),
  • Náuseas e vômitos que não melhoram com a medicação habitual,
  • Piora da diarreia,
  • Sinais de desidratação (muita sede, boca seca, urina pouco),
  • Presença de sangue na urina ou nas fezes,
  • Coloração amarelada na pele ou nos olhos (parte branca) ou
  • Confusão mental ou desorientação.

Referência:

FBG - Federação Brasileira de gastroenterologia.

Queimação no estômago: medidas caseiras e remédios para aliviar a azia
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Para aliviar a queimação de estômago, você pode utilizar medidas caseiras, como chás naturais e hábitos de vida mais saudáveis. Para os casos de dor intensa ou não responder as medidas naturais, é preciso iniciar medicamentos, como o omeprazol e pantoprazol.

As plantas medicinais que descreveremos, foram testadas cientificamente e aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Isto significa que o seu consumo é seguro e que pode prepará-las em casa, seguindo a dosagem máxima recomendada.

Os medicamentos devem ser orientados pelo médico que o acompanha, definindo a melhor dose e tempo de uso, caso a caso. Tanto o tratamento natural quanto os medicamentos, têm o objetivo de reduzir a produção de ácido gástrico no estômago, acelerar o seu esvaziamento e proteger a parede deste órgão.

1. Chás para queimação de estômago Alcachofra (Cynara scolymus L.)

O uso das folhas de alcachofra ameniza a sensação de queimação no estômago, dor, desconforto abdominal, gases e náuseas. Além das folhas secas e moídas, adequadas para fazer o chá, a alcachofra pode ser encontrada em cápsulas e comprimidos.

Como fazer: A alcachofra deve ser administrada por via oral. Se você preferir o chá, pode tomar de 1 a 2 g da folha seca por dia em 150 ml de água. Para tomar duas vezes ao dia: ferva 150ml de água em fervura e adicione 1 g de folhas de alcachofra. Para ingerir quatro vezes ao dia faça o mesmo procedimento colocando na água até 0,5g da planta.

Já os comprimidos ou cápsulas, podem ser ingeridos de duas a quatro vezes ao dia. Ao optar pelos comprimidos ou cápsulas, siga as instruções do fabricante.

Contraindicações: Mulheres grávidas ou amamentando e pessoas com obstrução do ducto biliar, não podem usar alcachofra em nenhuma das suas formas (chá, cápsulas ou comprimidos).

Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia e Maytenus aquifolia)

As folhas da espinheira santa funcionam no tratamento da queimação do estômago, como protetoras da mucosa gástrica e antiácido. Entretanto, é indicado apenas em casos em que não há presença de úlcera gástrica.

Como fazer: O chá de espinheira-santa deve ser feito com 3g de folhas secas em 150 ml de água quente. Deve ser tomado logo depois do preparo, de três a quatro vezes ao dia. Nos casos das cápsulas ou comprimidos se deve tomar 860mg de duas a três vezes ao dia, entretanto, não deixe de ler as orientações do fabricante.

Contraindicações: Não deve ser usado na gravidez e durante a amamentação, pois há indícios que o uso de espinheira-santa causa redução do leite materno. Crianças com menos de seis anos também não devem usar a planta.

Gengibre (Zingiber officinale)

O gengibre é indicado para queimação no estômago, azia e vômitos. A parte da planta utilizada é o caule subterrâneo chamado rizoma. Pode ser encontrado em forma de cápsulas ou comprimidos, em pó e em rizomas, que é a forma mais facilmente encontrada.

Rizoma: caule subterrâneo do gengibre utilizado para fazer chás.

Como fazer: Corte o rizoma do gengibre em pedaços de 0,5 a 1 g, junte 150 ml de água em uma panela com tampa e leve ao fogo. Ferva por cinco minutos. A seguir, desligue o fogo e aguarde de 3 a 5 minutos. Após esse tempo o chá estará pronto para beber.

O gengibre em pó deve ser usado na dose de uma colher de chá rasa para uma xícara de 150ml de água. Você dever ferver a mistura da água com o pó de gengibre durante 1 minuto em uma panela tampada. A seguir, apague o fogo e deixe em infusão por 5 minutos. Recomenda-se beber de 3 a 4 xícaras de chá por dia.

Ao usar cápsulas ou comprimidos de gengibre, siga as recomendações dos fabricantes. A dose máxima deve ser de 4g do rizoma por dia para fazer o chá.

Contraindicações: O gengibre é contraindicado para pessoas com pressão alta e cálculos biliares e menores de 12 anos. Pessoas que tomam anticoagulantes ou que apresentam distúrbios da coagulação sanguínea devem consultar o seu médico antes de usar gengibre.

2. Remédios para queimação de estômago Omeprazol, pantoprazol

Alguns dos medicamentos inibidores da produção de ácido clorídrico no estômago são indicados em doenças que provocam o aumento da secreção gástrica como, por exemplo, o refluxo. Nestes casos, os remédios mais usados são o omeprazol, pantoprazol, esoprazol e rabeprazol.

Efeitos colaterais: Náuseas, diarreia, dor de cabeça, dor abdominal, prisão de ventre, flatulência, erupções cutâneas.

Ranitidina, cimetidina

Existem também os medicamentos que inibem a secreção de ácidos no estômago induzidas pela histamina e gastrina, substâncias que provocam o aumento dos ácidos estomacais. A cimetidina, nizatidina e famotidina são os mais usados.

Efeitos colaterais: Cansaço, sonolência, dor de cabeça, dor muscular, diarreia e prisão de ventre.

Metoclopramida, domperidona

A queimação e dor no estômago, especialmente quando acompanhadas de sensação de estufamento e de dificuldade de digestão, pode ocorrer quando o estômago se encontra muito cheio.

Nestas situações, os medicamentos usados têm o objetivo de estimular a motilidade intestinal e promover o esvaziamento do estômago de forma mais rápida. Estes medicamentos são a metoclopramida, domperidona e cisaprida.

Efeitos colaterais: Fraqueza, sonolência ou agitação, queda da pressão arterial, sonolência e diarreia. Já o uso de domperidona e cisaprida, embora seja raro, pode causar diarreia ou prisão de ventre.

Sucralfato e os sais de bismuto

Os protetores gástricos são um grupo de medicamentos que formam uma barreira de proteção contra a ação dos ácidos no estômago e no esôfago. Esta proteção evita que a sensação de queimação no estômago ocorra. Os mais utilizados são o sucralfato e os sais de bismuto.

Efeitos colaterais: Prisão de ventre, boca seca, náuseas, vômitos, dor de cabeça e irritação de pele. Os sais de bismuto apresentam como efeitos colaterais: dor de cabeça, tontura, náuseas, vômitos, diarreia e fezes escuras.

Hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio e bicarbonato de sódio

Embora sejam bastante populares, os antiácidos são pouco indicados para aliviar a queimação devido à sua ineficácia e ao risco de efeito rebote, ou seja, a pessoa melhora rapidamente quando ingere o medicamento e a seguir a queimação retorna de forma mais intensa.

Os antiácidos mais utilizados para inibir a ação ácido clorídrico do estômago são o hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio e bicarbonato de sódio.

Efeitos colaterais: Prisão de ventre e diarreia.

Quando devo procurar atendimento de emergência?

Alguns sintomas servem de alerta de que algo mais grave pode estar acontecendo no seu organismo. Estes sintomas incluem:

  • Permanência da queimação e dor de estômago por mais de 2 semanas,
  • Febre,
  • Vômitos com sangue,
  • Perda de peso.

Na presença de qualquer um destes sinais de alerta, procure um atendimento médico em uma emergência hospitalar.

Para saber mais sobre queimação no estômago, você pode ler:

Como tratar queimação no estômago?

Um copo de água ou leite alivia a azia?

Senti uma dor muito forte com queimação no estômago...

Referências:

  • Angência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. Brasília: ANVISA, 2016.
  • Ganguly, S.; Roy, S. Medicinal Plants and Herbs: A Review. International Journal of Pharmacy & Life Sciences, 6(3):4288-4290, 2019.
  • Federação Brasileira de Gastroenterologia
Quais os benefícios da couve para a saúde?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A couve é um alimento muito nutritivo e, por este motivo, traz diversos benefícios à saúde. É rica em proteínas, cálcio, ferro, vitamina C, betacaroteno e fibras. Por ser um vegetal crucífero, possui altas concentrações de vitaminas e minerais que são essenciais para o bom funcionamento do nosso organismo.

1. Promove uma melhor digestão e funcionamento intestinal Folhas de couve

O consumo de couve auxilia na manutenção da saúde do estômago. O fitoterápico chamado sulforafano, presente nos vegetais crucíferos, protege o estômago e impede a proliferação e a infecção por bactérias Helicobacter pylori, responsáveis pelo desenvolvimento de gastrite, úlcera péptica e câncer de estômago.

As fibras presentes nas folhas de couve ajudam a manter o volume de água nos intestinos e a formar o bolo fecal. Deste modo, favorecem a motilidade, promovem a regularidade e o bom funcionamento intestinal.

2. Auxilia na redução do colesterol

As fibras, presentes em alta concentração nas folhas de couve, auxiliam no controle e redução do colesterol. Na medida em que estas fibras passam pelo intestino, a gordura ingerida com a alimentação é absorvida e, posteriormente, eliminada nas fezes.

A redução do colesterol ocorre também pela alta capacidade de ligação aos ácidos biliares no trato digestivo. Vale destacar que os ácidos biliares são constituídos a partir do colesterol e que a ligação adicional de colesterol aos ácidos biliares e a sua excreção provocam, portanto, uma redução efetiva dos níveis de colesterol no sangue.

Estudos demonstraram que as folhas de couve cozidas no vapor têm maior capacidade de se ligar aos ácidos biliares do que outros vegetais crucíferos como brócolis, repolho, couve de Bruxelas, mostarda e couve-flor.

3. Ajuda no controle da diabetes

Por ser rica em fibras, a ingestão regular de couve em um plano alimentar saudável pode auxiliar no controle dos níveis de insulina e, por consequência, no controle da diabetes. Estudos verificaram que pessoas portadoras de diabetes tipo 1 que consomem uma alimentação rica em fibras possuem reduzidos níveis de glicose.

Para quem tem diabetes tipo 2, a alimentação com alto teor de fibras tem a capacidade de reduzir os níveis de lipídios e de melhorar a concentração de insulina no sangue.

4. Atua na prevenção de câncer

Os glucosinolatos, compostos encontrados nos vegetais crucíferos (couve, couve de Bruxelas, brócolis, mostarda e couve-flor), têm sido estudados quanto ao seu poder de impedir a proliferação de câncer de pulmão, mama, próstata e colorretal em diferentes estágios.

Estas substâncias também estão sendo estudadas para o combate ao câncer de pele, esôfago e pâncreas. Entretanto, os resultados das pesquisas para estes tipos de câncer ainda são preliminares e necessitam ser mais bem estudadas.

5. Fortalece os ossos e protege as células nervosas

Por ser rica em vitamina K, a couve tem atuação importante para o aumento da massa óssea a para contenção de lesões dos neurônios.

A vitamina k atua como um importante modificador de proteínas da matriz óssea. Esta ação faz com que a absorção de cálcio aumente e a sua eliminação por meio da urina seja reduzida, o que propicia o aumento da massa óssea.

Além disso, a vitamina K é importante para pessoas com doença de Alzheimer uma vez que ela limita as lesões dos neurônios.

6. Benéfico para mulheres grávidas

A couve é rica em ácido fólico que tem como principal função a produção de novas células. Além de auxiliar na manutenção da saúde do sistema nervoso, o ácido fólico ajuda a fechar o tubo neural dos bebês durante a gestação. Alguns estudos demonstraram também que a vitamina K pode reduzir o risco de lábio leporino e distúrbios cardíacos em bebês.

Uma alimentação saudável é chave para a sua saúde. Priorize alimentos naturais como frutas, legumes, verduras e carnes magras e não faça dietas radicais sem orientação nutricional.