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Dor na barriga do lado direito. O que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor na barriga do lado direito é uma queixa bastante frequente e na maioria das vezes está relacionada a situações simples, como o excesso de gases ou prisão de ventre.

No entanto, algumas vezes pode representar um problema mais grave como uma hepatite, apendicite ou um tumor.

Sendo assim, é importante ter atenção aos sintomas, e se a dor piorar ou vir associada a outros sintomas como febre alta, vômitos ou perda de peso, o ideal é que procure um clínico geral ou gastroenterologista para avaliação médica.

O que causa dor do lado direito da barriga?

As causas mais relacionadas à dor na barriga no lado direito são:

  • Gases: Dor de intensidade variada, do tipo cólicas (dor que vai e vem), ou do tipo pontadas, associada a "barulhos" na barriga e história de má alimentação;
  • Prisão de ventre: Dor tipo cólica, mais localizada, inchaço na barriga, dificuldade de evacuar, com ou sem massa palpável na barriga (fezes endurecidas);
  • Hepatite aguda: Dor forte do lado direito do abdome, próximo das costelas, associado a náuseas, vômitos, febre e icterícia (coloração amarelada da pele e olhos);
  • Pedras na vesícula (Colecistite ou colelitíase): Dor tipo cólica, de forte intensidade, do lado direito da barriga, associada a náuseas e vômitos, que piora após uma alimentação gordurosa;
  • Apendicite aguda: Dor na barriga, que pode ter início no umbigo e mais leve, que depois se mantém fixa na região mais baixa da barriga, à direita, associada a febre, náuseas e vômitos;
  • Endometriose: Dor na barriga, que pode se localizar em diversas regiões, não só a direita, associada ao ciclo menstrual, quando os hormônios agem para a realização da ovulação;
  • Gravidez ectópica à direita - Mulher em idade reprodutiva como dor intensa no baixo ventre, apenas de um lado (direito ou esquerdo), suor frio, mal-estar, náuseas e vômitos, com história de atraso menstrual, sugere a gravidez nas trompas;
  • Tumor - Dor localizada, febre baixa e perda de peso. Os tumores em geral, são doenças silenciosas, que quando desenvolvem sintomas já estão em estágios avançados, dificultando um tratamento adequado.

Além destas, situações como cólicas menstruais, infecção urinária, pedra nos rins, gastroenterite, obstrução intestinal (fecaloma), vermes ou ansiedade podem causar uma dor localizada à direita.

O mais importante, deve ser compreender os sinais de perigo que indicam a necessidade de procurar um atendimento de urgência. Para outros casos, procure o seu médico de família ou gastroenterologista, que deverá iniciar uma avaliação mais criteriosa.

Quando devo procurar uma emergência?

Os sinais de risco, que indicam a necessidade de procurar uma emergência imediatamente, são:

  • Febre alta (maior que 38,5º),
  • Náuseas e vômitos que não melhoram com a medicação habitual,
  • Piora da diarreia,
  • Sinais de desidratação (muita sede, boca seca, urina pouco),
  • Presença de sangue na urina ou nas fezes,
  • Coloração amarelada na pele ou nos olhos (parte branca) ou
  • Confusão mental ou desorientação.

Referência:

FBG - Federação Brasileira de gastroenterologia.

Qual o risco de morte na cirurgia de vesícula?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Sempre existe um risco de morte quando uma cirurgia é realizada. No caso da cirurgia de retirada de vesícula, por envolver o abdômen, o risco de morte é considerado maior. Ainda assim, para pessoas sem problemas de saúde submetidas a uma cirurgia que não abre o abdômen (como a laparoscopia), o risco de morte é muito baixo.

O risco de morte durante e após a cirurgia de vesícula é maior para idosos ou em cirurgias de emergência. Também é mais alto quanto pior a condição de saúde da pessoa. Alguns problemas de saúde que aumentam o risco de morte devido à cirurgia são:

  • Problemas cardíacos;
  • Ter tido algum tipo de isquemia, incluindo acidente vascular cerebral;
  • Desnutrição;
  • Problemas nos pulmões, fígado e rins;
  • Imunidade baixa;
  • Diabetes;
  • Problemas mentais, como demência;
  • Obesidade.

A maioria das cirurgias para retirada da vesícula são realizadas por laparoscopia. Este tipo de cirurgia é mais seguro que a cirurgia em que o abdômen precisa ser aberto (laparotomia). A cirurgia laparoscópica também causa menor mal-estar pós-cirúrgico. Além disso, a pessoa fica menos tempo internada no hospital e se recupera mais rápido.

Leia também:

Referências:

Lindenmeyer CC. Cálculos Biliares. Tratamento. Manual MSD.

Mohabir PK, Coombs AV. Cirugia. Risco Cirúrgico. Manual MSD.

Hajibandeh S, HajibandehS, Antoniou GA, Stavros A Antoniou SA. Meta-analysis of mortality risk in octogenarians undergoing emergency general surgery operations. Surgery. 2021;169(6):1407-16.

Barriga borbulhando é diarreia?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

A diarreia pode ser uma causa da barriga borbulhando. Entretanto, o barulho da barriga também pode ser sinal de excesso de gases. As principais causas do aumento dos gases são:

  • Uso de medicamentos, como a acarbose ou o orlistate;

  • Intolerância à lactose, que é o açúcar do leite e derivados (que também pode ser um composto presente em pequenas quantidades nos medicamentos);

  • Cirurgia no estômago (gastrectomia);

  • Crescimento exagerado das bactérias intestinais;

  • Problemas intestinais, como a doença de Crohn;

  • Prática de esportes de resistência, como corridas de longa distância.

Como existem várias causas para o aparecimento de barulhos na barriga, é difícil identificar exatamente o que está acontecendo sem a ajuda de um médico. Tenha atenção se o barulho na barriga incomodar muito, for duradouro e principalmente se for acompanhado de sintomas como diarreia e dor. Nesse caso, procure um médico de família, um clínico geral ou um gastroenterologista.

Leia mais sobre barulhos na barriga em:

Referências:

Kumar RV, Sinha VR. Newer insights into the drug delivery approaches of α-glucosidase inhibitors. Expert Opin Drug Deliv. 2012; 9(4): 403-16.

Orlistate. Bula do medicamento

Ponte PRL, Medeiros PHQS, Havt A, Caetano JA, Cid DAC et al. Clinical evaluation, biochemistry and genetic polymorphism analysis for the diagnosis of lactose intolerance in a population from northeastern Brazil. Clinics (Sao Paulo). 2016; 71(2): 82-9.

Int J Environ Res Public Health. 2022; 19(15): 9363.

Smarkusz-Zarzecka J, Ostrowska L, Leszczyńska J, Cwalina U. Effect of a Multi-Strain Probiotic Supplement on Gastrointestinal Symptoms and Serum Biochemical Parameters of Long-Distance Runners: A Randomized Controlled Trial.

Paik CN, Choi MG, Lim CH, Park JM, Chung WC et al. The role of small intestinal bacterial overgrowth in postgastrectomy patients. Neurogastroenterol Motil. 2011; 23(5): e191-6.

Simeticona. Bula do medicamento.

Qual o tratamento para a cirrose?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

A cirrose hepática é irreversível, sendo assim, o tratamento da cirrose tem o objetivo de diminuir os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. O único tratamento para cirrose que é potencialmente curativo é o transplante hepático, que é recomendado para apenas alguns pacientes selecionados, pois não é isento de riscos potencialmente graves.

Há tratamentos específicos, dependendo da doença ou condição que levou a cirrose, por isso é importante a avaliação médica para determiná-los.

De maneira geral, é recomendado para todos os pacientes com cirrose: parar de ingerir álcool; dieta balanceada, com 1 a 2 gramas de proteína, por quilo, por dia, e pode ser necessário uso de suplementos vitamínicos e de aminoácidos. Além disso, pode ser necessário o uso de diuréticos e propranolol, para controle das complicações.

É fundamental o seguimento regular por médico gastroenterologista ou hepatologista para o tratamento adequado.

Quais os alimentos que causam gases? Conheça também os que não causam
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os alimentos que mais causam gases são aqueles que dão mais trabalho ao intestino para serem digeridos como as leguminosas (feijão, lentilha e grão-de-bico), carne de porco, alho, alho-poró e frutas ricas em açúcar como a banana e a pera.

Vale lembrar, que a alimentação é o principal fator para a formação de excesso de gases, porém não é a única causa. O sedentarismo e o consumo de bebidas gaseificadas também contribuem para esses sintomas.

Para diminuir a produção de gases intestinais é preciso equilibrar os alimentos ingeridos, e não eliminar alimentos da sua dieta, porque cada um desempenha um papel importante no funcionamento do nosso corpo.

Alimentos que aumentam a produção de gases

Os principais alimentos responsáveis pela produção de excesso de gases, que causam desconforto abdominal e mal-estar são:

  • Leguminosas: Feijão, lentilha, grão de bico, ervilha
  • Legumes: Repolho, couve-flor, brócolis, pepino, beterraba, pimentão-verde e cenoura
  • Alho, Alho-poró, Cebola
  • Carne de porco
  • Carboidratos: Arroz integral, batata, batata-doce
  • Leite e derivados
  • Ovos
  • Pipoca, Milho
  • Aveia, Farinha de trigo, mel
  • Frutas: Abacate, Maça, Pera, Manga, Cereja, Melancia, Banana e Uva.

Além dos alimentos citados, os adoçantes, refrigerantes, bebidas gaseificadas, café e cerveja também provocam formação de grande quantidade de gases intestinais. Evite o consumo excessivo dessas bebidas ou beber diariamente.

O amendoim, nozes e algumas sementes, pode causar gases apenas quando ingeridas em grandes quantidades, ou em pessoas que desenvolvam algum grau de alergia.

Alimentos que produzem menos gases

Alguns alimentos não causam formação de gases durante a digestão, pelo menos quando consumidos de forma adequada, sem excesso, são eles:

  • Alface
  • Tomate
  • Condimentos como hortelã, cominho, orégano, salsa e anis estrelado
  • Frutas: Abacaxi e mamão.
Como eliminar os gases?

A recomendação para evitar a produção aumentada de gases, e também na sua eliminação se baseia em:

Dieta balanceada

Os nutricionistas orientam que cada refeição tenha um pouco de cada nutriente, para ajudar na digestão e no bom funcionamento do organismo. Procurar comer um carboidrato, como o arroz, ou a batata; uma proteína, como as carnes ou tofu, legumes e verduras a vontade.

Evitar elementos gordurosos ou cozinhar com muito óleo, porque dificultam na digestão é uma das principais causas de formação exagerada de gases, visto que as bactérias precisam de muita fermentação para quebrar esses alimentos.

Prática de atividade física

Praticar atividades físicas regularmente, ajuda na digestão pela melhor circulação e aumento do metabolismo do corpo. A atividade deve ser praticada de 3 a 4 vezes por semana, pelo menos 30 minutos.

Massagem

A massagem circular na barriga é uma prática antiga, mas que funciona para os casos de cólicas e dor abdominal causada por excesso de gases, porque ajuda de forma mecânica na eliminação desses gases.

Deve ser feita em círculos, começando do lado inferior direito da barriga, empurrando com pressão leve em direção ao umbigo, e depois circulando a barriga até o canto inferior esquerdo da barriga, região onde se encontra a porção final do intestino.

Medicamentos

O medicamento só deve ser usado quando o desconforto é grane e as medidas não medicamentosas não mostraram resultado. O mais utilizado é o Luftal®. A dose e formas de uso devem ser definidas de acordo com cada caso, idade e peso. O médico de família poderá orientar.

Dicas gerais

Importante também procurar fazer as refeições em ambientes calmos, mastigar bastante a comida e evitar beber e conversar enquanto come.

Outra dica valiosa é aumentar o consumo de água. Beber um litro e meio a 2 litros de água por dia ajuda não só no processo de digestão, mas na hidratação, no funcionamento renal, sistema imunológico, entre outros.

O médico nutrólogo ou o nutricionista, podem orientar quanto a dieta balanceada para cada caso e esclarecer as demais dúvidas que possam surgir sobre o processo digestivo.

Leia também:

Excesso de gases: o que pode ser e como tratar?

Como aliviar os gases na gravidez?

Referências:

  • Diane Abraczinskas, MD. et al.; Overview of intestinal gas and bloating. UpTodate, Dec.6, 2018.
  • Arnold Wald, MD. et al.; Treatment of irritable bowel syndrome in adults. UpToDate. Oct 23, 2019.
Dispepsia tem cura? Qual é o tratamento?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Dispepsia tem cura, embora seja uma doença crônica e recorrente. Isso significa que, mesmo com tratamento, os sintomas podem voltar a aparecer.

Qual é o tratamento da dispepsia?

O tratamento da dispepsia funcional inclui a eliminação do Helicobacter pylori (quando se confirma a infecção pela bactéria), uso de medicamentos para aliviar os sintomas, cuidados com a alimentação e mudanças no estilo de vida.

A presença do Helicobacter pylori é confirmado através da biópsia colhida no exame de endoscopia digestiva alta, e sendo confirmado, deve ser tratado com medicamentos antibióticos específicos

Os medicamentos usados para tratar a dispepsia reduzem a acidez estomacal ou estimulam o esvaziamento do estômago, o que costuma ser muito eficaz no alívio dos sintomas.

Os cuidados com a alimentação incluem se alimentar várias vezes ao dia, com pequenas porções, não pular refeições, comer devagar e em ambiente tranquilo,evitar bebidas e alimentos que possam agravar os sintomas, como menta, hortelã, tomate, comidas apimentadas, chocolate, bebidas quentes, café e bebidas alcoólicas.

Já as mudanças no estilo de vida incluem praticar atividade física regularmente, perder peso, não fumar, evitar o excesso de álcool, controlar o estresse e a ansiedade.

Entretanto, o tratamento nem sempre alcança a cura completa, algumas vezes tem como objetivo apenas manter os sintomas sob controle, diminuindo a frequência e a intensidade dos mesmos.

O médico gastroenterologista é o especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da dispepsia funcional.

Saiba mais em: O que é dispepsia?

Queimação no estômago: medidas caseiras e remédios para aliviar a azia
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Para aliviar a queimação de estômago, você pode utilizar medidas caseiras, como chás naturais e hábitos de vida mais saudáveis. Para os casos de dor intensa ou não responder as medidas naturais, é preciso iniciar medicamentos, como o omeprazol e pantoprazol.

As plantas medicinais que descreveremos, foram testadas cientificamente e aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Isto significa que o seu consumo é seguro e que pode prepará-las em casa, seguindo a dosagem máxima recomendada.

Os medicamentos devem ser orientados pelo médico que o acompanha, definindo a melhor dose e tempo de uso, caso a caso. Tanto o tratamento natural quanto os medicamentos, têm o objetivo de reduzir a produção de ácido gástrico no estômago, acelerar o seu esvaziamento e proteger a parede deste órgão.

1. Chás para queimação de estômago Alcachofra (Cynara scolymus L.)

O uso das folhas de alcachofra ameniza a sensação de queimação no estômago, dor, desconforto abdominal, gases e náuseas. Além das folhas secas e moídas, adequadas para fazer o chá, a alcachofra pode ser encontrada em cápsulas e comprimidos.

Como fazer: A alcachofra deve ser administrada por via oral. Se você preferir o chá, pode tomar de 1 a 2 g da folha seca por dia em 150 ml de água. Para tomar duas vezes ao dia: ferva 150ml de água em fervura e adicione 1 g de folhas de alcachofra. Para ingerir quatro vezes ao dia faça o mesmo procedimento colocando na água até 0,5g da planta.

Já os comprimidos ou cápsulas, podem ser ingeridos de duas a quatro vezes ao dia. Ao optar pelos comprimidos ou cápsulas, siga as instruções do fabricante.

Contraindicações: Mulheres grávidas ou amamentando e pessoas com obstrução do ducto biliar, não podem usar alcachofra em nenhuma das suas formas (chá, cápsulas ou comprimidos).

Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia e Maytenus aquifolia)

As folhas da espinheira santa funcionam no tratamento da queimação do estômago, como protetoras da mucosa gástrica e antiácido. Entretanto, é indicado apenas em casos em que não há presença de úlcera gástrica.

Como fazer: O chá de espinheira-santa deve ser feito com 3g de folhas secas em 150 ml de água quente. Deve ser tomado logo depois do preparo, de três a quatro vezes ao dia. Nos casos das cápsulas ou comprimidos se deve tomar 860mg de duas a três vezes ao dia, entretanto, não deixe de ler as orientações do fabricante.

Contraindicações: Não deve ser usado na gravidez e durante a amamentação, pois há indícios que o uso de espinheira-santa causa redução do leite materno. Crianças com menos de seis anos também não devem usar a planta.

Gengibre (Zingiber officinale)

O gengibre é indicado para queimação no estômago, azia e vômitos. A parte da planta utilizada é o caule subterrâneo chamado rizoma. Pode ser encontrado em forma de cápsulas ou comprimidos, em pó e em rizomas, que é a forma mais facilmente encontrada.

Rizoma: caule subterrâneo do gengibre utilizado para fazer chás.

Como fazer: Corte o rizoma do gengibre em pedaços de 0,5 a 1 g, junte 150 ml de água em uma panela com tampa e leve ao fogo. Ferva por cinco minutos. A seguir, desligue o fogo e aguarde de 3 a 5 minutos. Após esse tempo o chá estará pronto para beber.

O gengibre em pó deve ser usado na dose de uma colher de chá rasa para uma xícara de 150ml de água. Você dever ferver a mistura da água com o pó de gengibre durante 1 minuto em uma panela tampada. A seguir, apague o fogo e deixe em infusão por 5 minutos. Recomenda-se beber de 3 a 4 xícaras de chá por dia.

Ao usar cápsulas ou comprimidos de gengibre, siga as recomendações dos fabricantes. A dose máxima deve ser de 4g do rizoma por dia para fazer o chá.

Contraindicações: O gengibre é contraindicado para pessoas com pressão alta e cálculos biliares e menores de 12 anos. Pessoas que tomam anticoagulantes ou que apresentam distúrbios da coagulação sanguínea devem consultar o seu médico antes de usar gengibre.

2. Remédios para queimação de estômago Omeprazol, pantoprazol

Alguns dos medicamentos inibidores da produção de ácido clorídrico no estômago são indicados em doenças que provocam o aumento da secreção gástrica como, por exemplo, o refluxo. Nestes casos, os remédios mais usados são o omeprazol, pantoprazol, esoprazol e rabeprazol.

Efeitos colaterais: Náuseas, diarreia, dor de cabeça, dor abdominal, prisão de ventre, flatulência, erupções cutâneas.

Ranitidina, cimetidina

Existem também os medicamentos que inibem a secreção de ácidos no estômago induzidas pela histamina e gastrina, substâncias que provocam o aumento dos ácidos estomacais. A cimetidina, nizatidina e famotidina são os mais usados.

Efeitos colaterais: Cansaço, sonolência, dor de cabeça, dor muscular, diarreia e prisão de ventre.

Metoclopramida, domperidona

A queimação e dor no estômago, especialmente quando acompanhadas de sensação de estufamento e de dificuldade de digestão, pode ocorrer quando o estômago se encontra muito cheio.

Nestas situações, os medicamentos usados têm o objetivo de estimular a motilidade intestinal e promover o esvaziamento do estômago de forma mais rápida. Estes medicamentos são a metoclopramida, domperidona e cisaprida.

Efeitos colaterais: Fraqueza, sonolência ou agitação, queda da pressão arterial, sonolência e diarreia. Já o uso de domperidona e cisaprida, embora seja raro, pode causar diarreia ou prisão de ventre.

Sucralfato e os sais de bismuto

Os protetores gástricos são um grupo de medicamentos que formam uma barreira de proteção contra a ação dos ácidos no estômago e no esôfago. Esta proteção evita que a sensação de queimação no estômago ocorra. Os mais utilizados são o sucralfato e os sais de bismuto.

Efeitos colaterais: Prisão de ventre, boca seca, náuseas, vômitos, dor de cabeça e irritação de pele. Os sais de bismuto apresentam como efeitos colaterais: dor de cabeça, tontura, náuseas, vômitos, diarreia e fezes escuras.

Hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio e bicarbonato de sódio

Embora sejam bastante populares, os antiácidos são pouco indicados para aliviar a queimação devido à sua ineficácia e ao risco de efeito rebote, ou seja, a pessoa melhora rapidamente quando ingere o medicamento e a seguir a queimação retorna de forma mais intensa.

Os antiácidos mais utilizados para inibir a ação ácido clorídrico do estômago são o hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio e bicarbonato de sódio.

Efeitos colaterais: Prisão de ventre e diarreia.

Quando devo procurar atendimento de emergência?

Alguns sintomas servem de alerta de que algo mais grave pode estar acontecendo no seu organismo. Estes sintomas incluem:

  • Permanência da queimação e dor de estômago por mais de 2 semanas,
  • Febre,
  • Vômitos com sangue,
  • Perda de peso.

Na presença de qualquer um destes sinais de alerta, procure um atendimento médico em uma emergência hospitalar.

Para saber mais sobre queimação no estômago, você pode ler:

Como tratar queimação no estômago?

Um copo de água ou leite alivia a azia?

Senti uma dor muito forte com queimação no estômago...

Referências:

  • Angência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. Brasília: ANVISA, 2016.
  • Ganguly, S.; Roy, S. Medicinal Plants and Herbs: A Review. International Journal of Pharmacy & Life Sciences, 6(3):4288-4290, 2019.
  • Federação Brasileira de Gastroenterologia
LDL e HDL altos ou baixos: o que significa?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O colesterol LDL alto significa maior risco de doenças cardiovasculares, como o infarto e o derrame cerebral. O LDL baixo, também não é adequado, porque participa de funções essenciais do organismo.

O HDL alto representa um fator de proteção para o organismo, enquanto o HDL baixo, aumenta o risco de doenças vasculares, já que uma das suas funções é retirar da parede das artérias, as placas de gordura.

Quais os valores normais de LDL e HDL?

Os valores de referência variam de acordo com alguns critérios. Para homens é um pouco diferente dos valores para as mulheres, variam com a idade e principalmente, com a quantidade de fatores de risco que a pessoa apresente.

Quanto mais risco, menor deve ser o valor do colesterol ruim. Mas, em geral, podemos dizer que os valores adotados como adequados, mundialmente, são:

Valores normais de LDL e HDL
LDL HDL
ótimo abaixo de 100 mg/dl acima de 40 ou 50 mg/dl
normal 101 - 130 mg/dl 41 - 60 mg/dl
alto 130 - 190 mg/dl acima de 60 mg/dl
muito alto acima de 190 mg/dl acima de 60 mg/dl
O que é LDL e HDL?

O LDL e HDL são tipos de colesterol que recebem o nome de acordo com a lipoproteina que o carreia pelo sangue. Por ser uma substância gordurosa, o colesterol não consegue transitar sem a ajuda dessas lipoproteínas pela circulação sanguínea.

Produzidas no fígado, as lipoproteínas são classificadas de acordo com a sua densidade, em:

  • Lipoproteínas de baixa densidade - LDL
  • Lipoproteínas de alta densidade - HDL
  • Lipoproteínas de muito baixa densidade - VLDL
  • Lipoproteínas de densidade intermediária - IDL

As proteínas mais leves (LDL ou VLDL), conseguem se depositar mais facilmente nas artérias. A proteína de maior peso (HDL), além de não se depositar, quando passa pela artéria, carrega aquelas placas aderidas na parede, e leva até o fígado para ser eliminada.

Por isso o LDL e VLDL são considerados os tipos de colesterol ruim, com maior propensão a se acumular dentro da artéria e causar as placas de gordura que impedem o fluxo normal de sangue. O HDL, considerado o "bom colesterol", limpa as artérias quando passa.

O que é colesterol não-HDL?

O colesterol não-HDL é a soma de colesterol ruim, aquelas frações que não são o HDL.

Os exames de sangue que avaliam o colesterol, podem descrever apenas como HDL e Não-HDL (LDL + VLDL + IDL). O valor de colesterol não-HDL considerado ótimo é abaixo de 130.

O mais importante é saber que os valores de colesterol não-HDL, ou colesterol ruim, acima dos valores normais, são prejudiciais à saúde. Aumentam o risco de doenças cardiovasculares que representam a principal causa de morte súbita na população, o infarto do coração e o derrame cerebral (AVC).

Por isso é fundamental cuidar da saúde, adotar estilos de vida saudáveis e realizar o check-up com exames de rotina, pelo menos uma vez por ano, ou menos, de acordo com o que o seu médico da família orientar.

Depósito de gordura (colesterol não-HDL) na parede de um vaso sanguíneo. Como reduzir as taxas de LDL e aumentar as taxas de HDL?

Adotando medidas adequadas de alimentação, atividade física regular, hábitos de vida saudável, como não fumar, não beber e tomar regularmente as suas medicações, é possível reduzir as taxas de LDL e aumentar o HDL.

Sempre que possível, mantenha acompanhamento com os profissionais da área, nutricionista, nutrólogo, e educador físico. As tarefas bem orientadas por esses profissionais, tornam a atividade mais prazerosa e os resultados são mais eficazes

Algumas dicas para ajudar na redução de colesterol ruim e aumentar o colesterol bom:

  • Adotar um plano alimentar pobre em açúcares e gorduras;
  • Aumentar o consumo de vegetais e frutas;
  • Trocar cereais refinados por cereais integrais;
  • Reduzir o consumo de carne vermelha e aumentar o consumo de peixes e carnes brancas sem a pele e retirando a gordura visível;
  • Ingerir oleaginosas, sementes e leguminosas;
  • Evitar uso de óleo e manteiga trocando-os, sempre que possível, por azeite ou óleos vegetais em pouca quantidade;
  • Praticar atividade física, pelo menos, 4 vezes por semana;
  • Evitar hábitos como: fumar, consumir bebida alcoólica em excesso, sedentarismo.

O hábito de fumar cigarro, reduz o HDL e aumenta o LDL, aumentando diretamente o risco de doenças cardiovasculares.

O uso de medicamentos para regular as taxas de colesterol deve ser efetuado sob orientação médica após consulta e avaliação de exames laboratoriais e/ou de imagem.

Referências:

  • SBC - Sociedade Brasileira de Cardiologia