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Como saber se é dor muscular ou no rim?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

As dores musculares, por serem problemas nos músculos, se modificam com a mudança de posição, movimentação do corpo e/ou palpação no exame. A dor nos rins não se altera com nenhum movimento.

Além disso, as doenças musculares são dores intermitentes, localizadas. As dores nos rins quando se iniciam são constantes, nada melhora, tem irradiação para a barriga, virilha ou genitais e costumam apresentar alterações na urina, como dificuldade em urinar, presença de sangue ou urina amarronzada.

Na presença de dor em região lombar, mesmo que intermitente, sangue na urina, dificuldade de urinar ou massa palpável na barriga, procure um médico da família, urologista e/ou clínico geral para avaliação.

Causas de dor nos rins

As principais causas de dor nos rins são a presença de pedra nos rins e a infecção urinária. Outras causas menos frequentes são: câncer, cisto renal, trombose de veia renal e trauma renal.

Vale ressaltar que o baixo consumo de água é um dos fatores que mais contribui para a formação de pedras nos rins, especialmente pessoas que já tem história de cálculo renal na família.

Por isso, para o bom funcionamento renal, é fundamental beber bastante água durante o dia, pelo menos 1 litro e meio a 2 litros. O médico urologista é o responsável por avaliar e orientar quanto às doenças renais.

1. Pedra nos rins

Os rins produzem a urina, que segue através do ureter até a bexiga, onde fica armazenada e depois é expelida como xixi.

Pessoas com pedras nos rins, em algum momento da vida, terão um cálculo passando pelo ureter, para ser eliminado na urina. O problema ocorre quando esse cálculo não é pequeno o suficiente e fica preso nesse canal, impedindo também a passagem da urina.

Essa obstrução causa os sintomas de dor intensa na região lombar, apenas do lado acometido, náuseas, vômitos, suor frio e presença de sangue na urina.

O tratamento é feito com medicamentos potentes para dor, hidratação, antibiótico e cirurgia para desobstruir o canal.

Saiba mais: O que causa pedra nos rins?

2. Infecção urinária

A infecção na urina costuma se iniciar na uretra e bexiga, embora possa acometer todo o sistema urinário, conhecido popularmente por cistite.

Os sintomas são de aumento da frequência urinária, urina muitas vezes, mas em pequenas quantidades, ardência ao urinar e dor na barriga.

O tratamento da cistite é simples, com aumento da ingesta de água, antisséptico da via urinária e antibióticos orais por 1 a 2 semanas.

No entanto, a cistite pode evoluir com piora, quando as bactérias alcançam o sistema urinário mais alto (reteres e rins), causando uma pielonefrite. O quadro é mais frequente em crianças pequenas, idosos, pessoas acamadas ou com imunidade muito baixa.

Nos casos de pielonefrite o tratamento deve ser imediato, em ambiente hospitalar, com hidratação e antibióticos pela veia, para evitar complicações como sepse e insuficiência renal.

3. Câncer

No Brasil, a incidência de câncer renal tem aumentado, segundo a estatística do Instituto Nacional de Câncer (INCA), desde o ano de 1990. Hoje está entre os 10 tipos de tumores mais frequentes na população.

Os sintomas são de dor na região lombar, sangue na urina e massa palpável no abdômen. Pode haver queixa de falta de apetite e perda de peso, mas nos casos já avançados.

O tratamento definitivo e curável, é a cirurgia com remoção do tumor. Pode ser necessário tratamento complementar com imunoterapia, dependendo do tamanho e tempo de doença. O médico oncologista é o responsável por determinar os tratamentos adjuvantes.

4. Cisto renal

Cisto renal é uma espécie de "bolsa cheia de líquido", que aparece nos rins, geralmente em exames realizados aleatoriamente. Na maioria das vezes não causa sintomas, indicando apenas acompanhamento.

Nos casos de infecção, formação de cálculos no interior ou sangramento, pode haver dor na região lombar, do lado acometido, associado a náuseas, mal-estar e febre. O tratamento indicado será de antibioticoterapia oral e/ou cirurgia para remoção do cisto.

Leia também: Cisto no rim: O que é e quais são os sintomas?

5. Trombose de veia renal

A trombose de veia renal é a obstrução da veia renal principal. É uma doença rara, desencadeada por doenças auto-imunes, distúrbios de coagulação, complicação gestacional, entre outras.

Os sintomas são de dor na região lombar, diminuição do volume de urina, mal-estar, náuseas, vômitos e presença de sangue na urina.

O diagnóstico não é simples, porque o quadro é bem semelhante à cólica renal. Por isso, são necessários exames de imagem mais específicos, como venografia ou angiografia, para definir essa doença.

O tratamento se baseia em resolver o problema que está causando essa obstrução, associado a anticoagulação. A cirurgia é indicada apenas nos casos mais graves e que não respondem ao medicamento.

6. Trauma renal

O rim é um órgãos mais comprometidos nos traumas "fechados", como acidentes de carro e de grande impacto. Os sintomas serão de dor na região lombar, ou na barriga difusamente, mal-estar e pode haver sangue na urina.

O diagnóstico é feito através do exame físico e exames de imagem, como ultrassonografia e tomografia de abdômen.

O tratamento depende da gravidade do trauma. Na lesão leve, é indicado apenas o acompanhamento. Nas lesões mais graves, com formação de hematoma, dor e sinal de infecção, pode ser preciso intervenção cirúrgica.

Sintomas de dor nos rins

Os sintomas relacionados a problemas nos rins são:

  • Dor lombar (de um dos lados)
  • Dor ou ardência ao urinar
  • Coloração avermelhada ou amarronzada na urina
  • Menor quantidade de urina
  • Náuseas, vômitos e mal-estar

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Dor nos rins durante a gravidez é normal?

Qual o tratamento do botulismo?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

tratamento do botulismo deve ser instituído imediatamente na suspeita diagnóstica e é feito com um antídoto (anti-toxina) específico. É importante salientar que o antídoto só neutraliza a toxina circulante, ou seja, aquelas toxinas que já se ligaram aos nervos não podem ser neutralizadas e permanecem ligadas aos nervos por longo período. 

Assim sendo, é imprescindível a internação de emergência, idealmente em unidade de terapia intensiva, pois pode ser necessário suporte respiratório por tempo prolongado.

No entanto, é importante focar na prevenção, visto que a doença leva a complicações potencialmente letais. Para prevenir o botulismo, são necessários alguns cuidados:

  • Não consumir alimentos enlatados, em vidros ou embalados à vácuo que apresentem irregularidades na embalagem (lata enferrujada ou estufada) ou água turva;
  • O preparo de conservas caseiras caseiras deve obedecer cuidados rigorosos de higiene para evitar a contaminação pelo bacilo produtor da toxina botulínica;
  • Como a toxina é destruída pelo calor, é importante ferver alimentos enlatados, especialmente o palmito, ou as conservas antes de consumi-los;
  • Só consumir mel de companhias confiáveis, pois este pode ser um reservatório do bacilo.
Verdades e mitos sobre pneumonia
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Existem muitas dúvidas quanto à pneumonia e ditos populares, que podem confundir e atrapalhar no diagnóstico e tratamento da doença.

A pneumonia é uma doença muito comum, que pode deixar sequelas se não for tratada a tempo. Por isso é importante entender os sinais e sintomas da doença, aqueles que devem ser valorizados e os principais cuidados que devem ser seguidos.

Verdades sobre a pneumonia1. A pneumonia pega.

Verdade. Alguns tipos de pneumonia podem ser transmitidos, principalmente nos casos de pneumonia viral, quando o germe é facilmente propagado pelo ar.

No entanto, é importante entender que transmitir o vírus, não quer dizer que a pessoa irá desenvolver também uma doença. Geralmente a transmissão desencadeia um episódio de gripe ou resfriado, a não ser que a imunidade da pessoa esteja comprometida.

2. Pneumonia pode não ter febre.

Verdade. Pessoas com baixa imunidade podem não ter febre, por não acelerar o metabolismo e produzir anticorpos suficientes para elevar a temperatura do corpo.

São exemplos de baixa imunidade, mulheres grávidas, idosos, crianças pequenas, portadores de doenças autoimunes, pacientes com HIV, uso crônico de imunossupressores ou corticoides.

3. Pneumonia tem tratamento.

Verdade. A pneumonia tem tratamento, e o tratamento deve ser direcionado ao agente causador da infecção.

A pneumonia pode ser causada por diferentes agentes, bactérias, vírus, fungos e parasitas. Para cada germe existem medicamentos mais apropriados. De acordo com as características da doença, história clínica e exames laboratoriais, o médico é capaz de suspeitar do provável agente e conduzir o tratamento.

Nos casos duvidosos ou mais graves, embora seja iniciado o tratamento da mesma forma, é solicitado exames para identificar o micro-organismo.

O tratamento pode ser domiciliar, nos casos mais leves, com orientações de alimentação, hidratação, cuidados gerais e o antibiótico oral. Nos casos mais graves, o tratamento deve ser realizado internado, com o antibiótico administrado pela veia.

4. Pneumonia tem cura.

Verdade. A pneumonia deve ser tratada corretamente e acompanhada de perto, visto que é uma doença comum e a medicação cura após eliminar o germe. Entretanto, pode evoluir com maior gravidade, inclusive com risco de morte, nos casos de baixa imunidade ou quando demora a iniciar o tratamento.

Sendo assim, nos casos de febre por mais de 48h, piora dos sintomas ou falta de ar intensa, é preciso retornar ao atendimento médico, para reavaliação.

5. O antibiótico é o principal tratamento para curar uma pneumonia.

Verdade. Sendo feito o correto diagnóstico e escolha do antibiótico direcionado para o germe que está causando a infecção, sim, o antibiótico é o principal tratamento e suficiente para atingir a cura.

A boa alimentação, hidratação e repouso, contribuem para a resposta mais rápida no combate à doença, ajudam a evitar maiores complicações, mas não são capazes eliminar o micro-organismo sem o antibiótico.

6. Existe pneumonia silenciosa?

Sim, verdade. Existe uma pneumonia que podemos chamar de "silenciosa" porque não apresenta os sinais e sintomas esperados para uma infecção pulmonar.

Isso pode acontecer em situações de imunidade extremamente baixa, como nos casos de tratamento para câncer (uso de quimioterapia), idosos acamados e pacientes com AIDS em estágio avançado.

As condições de baixa imunidade, não permitem que o organismo desenvolva os sinais e sintomas de defesa típicos, como a tosse, febre ou dor no peito, retardando o diagnóstico e tratamento.

Os sintomas costumam ser inespecíficos, como um desânimo, mal-estar, falta de apetite e apatia.

7. Tabagistas tem mais pneumonia.

Verdade. Fumantes tem duas vezes mais chance de desenvolver pneumonia quando entram em contato com vírus e bactérias, do que não fumantes. Porque o pulmão e as barreiras do organismo são danificados pelas substâncias contidas no cigarro, deixando o organismo mais enfraquecido e propenso às infecções pulmonares.

Não só para pneumonia, mas os tabagistas têm maior risco também de desenvolver doenças cardiovasculares, câncer e doenças crônicas.

O tabagismo é uma doença, causada pela dependência da nicotina, portanto deve ser tratada por um médico pneumologista.

Mitos sobre a pneumonia1. Existe "princípio de pneumonia".

Não. Mito. O termo "princípio de pneumonia" é um termo popularmente utilizado, porém não é aceito no meio médico porque o quadro de pneumonia significa uma infecção do trato respiratório.

Se existe uma infecção do tecido, o termo correto é a pneumonia. Não havendo a pneumonia, o termo designado deve o do local acometido, no caso de inflamação na traqueia, chama-se traqueíte, nos brônquios, bronquite, nos seios da face, sinusite, e sendo apenas resfriado, ou gripe, já possuem suas denominações.

2. Toda pneumonia tem os mesmos sintomas.

Não. É um Mito. Nem toda pneumonia é igual ou apresenta os mesmos sintomas. Sabemos que existem sintomas mais comuns, mas cada organismo pode responder de uma forma e com uma intensidade diferente.

A tosse é um desses exemplos, pois trata-se de um sintoma comum a quase todos os casos, que pode se apresentar como tosse seca ou tosse produtiva, com catarro amarelado ou esverdeado. Existem ainda casos de tosse com pequena quantidade de sangue, como na pneumonia tuberculosa.

A febre, costuma ser alta, mas em pessoas com baixa imunidade pode ser discreta ou nem aparecer. A dor no peito, varia com a condição física de cada pessoa. E o cansaço, pode ser descrito como "dor nas juntas", mal-estar, fadiga, ou nem ser notado.

Os sintomas podem variar também conforme as medicações em uso. Basta lembrar que muitas pessoas têm por hábito, fazer uso de "xaropes" para a tosse assim que começa uma tosse seca. Essas medicações além de não tratar, podem mascarar sinais e sintomas importantes para se detectar a doença mais rapidamente.

Motivo pelo qual os médicos pedem para não usar antitussígenos por conta própria.

3. A pneumonia começa com a gripe.

Mito. É verdade que na grande maioria das vezes a pneumonia é originada por vírus ou bactérias de um gripe mal curada, porém existem outras causas de pneumonia.

Uma delas é a pneumonia aspirativa, quando a pessoa tem uma alteração do nível de consciência, permitindo a entrada de substâncias tóxicas, geralmente vindas do estômago, para o pulmão. Isso costuma acontecer nas crises convulsivas, em pacientes com demência avançada e engasgos frequentes, casos de coma alcoólico ou doença neurodegenerativa.

Outra situação é a inalação de substância químicas como em uma situação de incêndio, chamada pneumonia química. Nesses casos não tem relação alguma com gripe ou resfriado.

Na suspeita de pneumonia, procure sempre um atendimento médico para avaliação.

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Como baixar a febre sem usar remédios
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A febre é um sinal de defesa do organismo, mostrando que algo não está normal. No entanto, nem sempre é preciso fazer uso de medicamentos para resolver esse sintoma.

Ao mesmo tempo, apesar de ser importante permitir que o corpo desenvolva o seu sistema de defesa, não interferindo com medicações a todo tempo, no caso de temperaturas muito elevadas e que causem desconforto à pessoa, a medicação deve ser considerada. Especialmente em crianças pequenas, para evitar casos de convulsão febril.

Vale lembrar que a temperatura axilar só é considerada febre, quando acima de 37,8º.

1. Banho morno

O banho morna é a melhor maneira de baixar a febre, sem causar mal-estar. O ideal é que a temperatura esteja morna, e não fria, para reduzir a febre lentamente, sem causar prejuízo ao organismo.

Em crianças, a opção de colocar em uma banheira, com brinquedos, ajuda bastante na aceitação.

2. Compressas na temperatura ambiente

As compressas têm um efeito semelhante ao banho, porém menos eficaz talvez, pela menor superfície corporal em contato com a água, mas também é bastante útil.

As compressas frescas devem ser constantemente trocadas. Podem ser colocadas na testa, nas axilas, virilhas e tronco.

Não é recomendado o uso de compressas geladas ou álcool, porque pode piorar o quadro além de causar queimaduras na pele de crianças pequenas.

3. Menos roupa

É normal que devido à sensação de frio gerada pela febre, a pessoa busque opções quentes de cobertas ou casacos, retendo o calor.

Diminuir a quantidade de roupa e procurar usar tecidos frescos e que possibilitam a transpiração do corpo, é fundamental para ajudar a diminuir a febre.

4. Beber líquidos frescos

A febre, principalmente em crianças pequenas e idosos, pode levar a um quadro de desidratação rapidamente. Por isso mantenha-se hidratado, mesmo que não sinta sede. Beba bastante líquido e de preferência mais fresco ou temperatura ambiente, para auxiliar no equilíbrio da temperatura do corpo.

No caso de crianças, oferece líquido, especialmente água, aos poucos, observando a urina, para evitar a desidratação. Se o xixi se tornar muito amarelado ou se a criança urinar pouco, procure um serviço de emergência.

5. Alimentação adequada

A alimentação promove uma melhor resposta de defesa do organismo, porque fornece mais substratos para isso. Com o organismo forte e bem preparado, o sistema imunológico é capaz de combater o problema com menos gasto energético.

Embora seja comum a falta de apetite nessas situações, manter a boa alimentação, mesmo que em menor quantidade, ajuda a reduzir a febre porque revigora o corpo, permitindo que resolva o problema o mais breve possível.

6. Repouso

A ação exacerbada do sistema imunológico, gera além da febre, outros sinais e sintomas como coração acelerado, aumento da frequência respiratória, falta de apetite, mal-estar, dor no corpo e cansaço, pelo alto gasto energético do organismo.

O repouso, a hidratação adequada e alimentação saudável, são determinantes para a melhor resposta do corpo e sua rápida recuperação.

A necessidade de sono deve ser respeitada, não faz mal algum dormir ou deixar a criança dormir, com ou sem febre. Faz parte da recuperação natural do organismo e ajuda na rápida recuperação.

Quando a febre é sinal de emergência?

Alguns sinais e sintomas são sugestivos de maior gravidade, devendo ser avaliados imediatamente em serviço de urgência. São eles:

  • Febre alta (acima de 39,5º),
  • Febre que não baixa ou que dura mais de 3 dias,
  • Recusa alimentar ou dificuldade de beber água, seja por náuseas ou vômitos,
  • Diminuição da urina (ou urina muito concentrada - amarela),
  • Dificuldade respiratória,
  • Lábios, unhas roxas,
  • Desorientação ou confusão mental,
  • Convulsão febril.

Nesses casos não demore em procurar um pronto-socorro para avaliação, especialmente no caso de crianças pequenas, que podem evoluir com desidratação grave rapidamente.

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10 sintomas de endocardite
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os sintomas da endocardite variam de acordo com o tipo e a gravidade da doença.

Na forma aguda da endocardite os sintomas surgem rapidamente e são mais intensos, e na forma subaguda, os sintomas acontecem gradativamente.

Entretanto, podemos dizer que os sintomas mais comuns, em ambas as formas são a febre, sudorese noturna e dor no peito.

1. Febre e calafrios

A febre é o sintoma mais comum. Na endocardite aguda a febre é alta e pode ultrapassar os 39,4°C. Na endocardite subaguda a febre costuma ser mais branda, em torno de 37,2 °C a 38,3 °C e intermitente (febre que vai e volta). Em ambos os casos, a febre costuma aparecer ao fim da tarde ou durante a noite.

2. Sudorese noturna

A sudorese noturna é a presença de um suor exagerado que acontece durante o sono e ocorre por várias noites seguidas. É um sinal da presença de bactérias no sangue (bacteremia).

3. Dor no peito, tosse persistente

A dor no peito é um outro sintoma bastante comum na endocardite. Pode vir acompanhado de tosse persistente, que começa sem um motivo aparente e não passa com facilidade.

4. Falta de ar

Na endocardite, a sensação de dor no peito e a tosse podem vir acompanhadas de sensação de "falta de ar". Apesar de não parecer e nem alterar as medidas de oxigênio no sangue, a pessoa sente dificuldade de encher o peito de ar, sente a sua respiração restrita.

5. Fraqueza

Pessoas com endocardite podem apresentar sensação de fraqueza excessiva mesmo quando fazem pequenos esforços. Tarefas simples do dia a dia são capazes de provocar cansaço e desconforto.

6. Perda de peso

Em muitos pacientes a endocardite provoca a perda de peso e falta de apetite devido, especialmente, à infecção por bactérias

7. Dor nos músculos e articulações

É um sintoma comum da endocardite provocada por bactérias e ocorre devido a uma resposta do organismo à infecção.

8. Sopro no coração

O sopro cardíaco é uma alteração que causa o surgimento de um som adicional durante os batimentos cardíacos, como se fosse mesmo um sopro. Este som é produzido quando a corrente sanguínea passa pelas estruturas do coração com essa doença.

A percepção do sopro só pode ser identificada pelo exame físico do paciente, com o uso de um estetoscópio.

9. Manchas e nódulos

A endocardite infecciosa pode causar manchas (manchas de Roth) nos olhos e nas retinas. Estas manchas têm uma forma oval com o centro esbranquiçado e bordas avermelhadas, que indicam hemorragia.

Pequenas manchas avermelhadas ou arroxeadas (petéquias), muito semelhante às sardas, podem aparecer na pele e na parte branca dos olhos.

Os nódulos de Osler, nódulos macios e dolorosos que se formam nas pontas dos dedos das mãos e dos pés, embora não sejam tão comuns quanto outros sinais, quando aparecem em um quadro de febre a esclarecer, dor no peito e falta de ar, sugere fortemente a endocardite.

10. Hemorragias embaixo das unhas

As hemorragias que aparecem sob as unhas (hemorragias subungueais ou hemorragia em estilhaços) são pequenas estrias avermelhadas localizadas nos dedos das mãos e dos pés. Ocorrem com frequência em pacientes com endocardite, especialmente nos idosos.

O que é endocardite?

A endocardite infecciosa é uma inflamação na membrana que reveste a parte interna do coração (endocárdio) e nas válvulas cardíacas. A endocardite pode ser causada por bactérias ou por outros germes, como vírus e fungos. Quando a inflamação é causada por bactérias, chamamos de endocardite bacteriana.

O germe se aloja dentro do coração e se multiplica formando um coágulo "infeccioso" que recebe o nome de vegetação, característica da endocardite.

O que devo fazer e como é feito o tratamento?

A endocardite é uma doença grave, por isso, se apresentar sintomas que suspeite desta doença, procure imediatamente um atendimento para avaliação e tratamento.

O paciente deve ser internado para a administração de antibióticos pela veia, hidratação venosa e monitorização. A duração deste tratamento dura em torno de 4 a 6 semanas, dependendo da resposta clínica e melhora dos exames de sangue.

O objetivo principal do tratamento da endocardite é evitar lesões nas válvulas cardíacas e possíveis complicações da doença como:

  • Sepse (infecção generalizada);
  • Insuficiência cardíaca (doença que impede o coração de bombear adequadamente o sangue);
  • Embolia (quando um coágulo infectado se desprende da válvula do coração e vai, pela corrente sanguínea para os pulmões, cérebro ou artérias coronárias) e
  • Abscesso (formação de coleção de pus).

Nos casos mais graves em que os fungos ou as bactérias presentes no coração causam danos às válvulas cardíacas, pode ser preciso uma cirurgia para corrigir o dano e melhorar a função do coração.

Referências:

American Heart Association. Infective endocarditis.

Pericardite
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A pericardite é uma inflamação nas membranas que envolvem e protegem o coração, chamada pericárdio. Estas membranas, são separadas entre si por um pouco de líquido que atua como lubrificante.

Na pericardite, a quantidade desse líquido pode aumentar significativamente. Nestes casos se diz, popularmente, que a pessoa com pericardite está com “água no coração” (derrame pericárdico).

A pericardite pode ser classificada como aguda ou crônica.

  • Pericardite aguda: a doença se instala rapidamente e tem duração entre uma e três semanas. Após este período, a pericardite pode desaparecer por quatro a seis semanas e se tornar recorrente (doença vai e volta);
  • Pericardite crônica: se inicia lentamente e se desenvolve por longos períodos. É comum que a pessoa não tenha sintomas até que aumente muito a quantidade de líquido no pericárdio, o que compromete o funcionamento do coração.
A primeira imagem mostra o coração e o saco pericárdico em condições normais. A segunda imagem, com as setas, indica o aumento do líquido dentro do pericárdio, levando a compressão do coração. Quais os sintomas da pericardite?

Os sintomas da pericardite têm início súbito e incluem:

  • Febre acima de 38ºC;
  • Dor no peito, sintoma mais característico da pericardite. A dor surge subitamente e leva algum tempo para desaparecer, podendo ainda irradiar do peito para os ombros e pescoço, o que faz com que a pessoa pense que está tendo um infarto;
  • Sensação de peso ou aperto no peito são comuns na ausência de dor;
  • Dificuldade respiratória, especialmente quando a pessoa está deitada;
  • Tosse seca;
  • Sensação de fraqueza e cansaço sem motivo aparente; e
  • Palpitações.

O diagnóstico da pericardite pode ser feito por um médico de família, clínico geral ou cardiologista através de entrevista, exame físico e exames complementares como exame de sangue e de imagem (raio-X, ressonância magnética, ecocardiograma e/ou tomografia computadorizada).

A pericardite é uma doença grave?

A pericardite pode se tornar uma doença grave quando não é tratada rápida e adequadamente.

Esta doença pode provocar um derrame pericárdico, que é o aumento da quantidade de líquido dentro pericárdio (bolsa que envolve o coração), O volume de líquido aumentado comprime o coração e impede o batimento cardíaco normal, resultando em um baixo fluxo de sangue para todo o organismo.

Esta condição é chamada de tamponamento cardíaco.

O tratamento, tanto do derrame pericárdico como do tamponamento cardíaco, consiste em retirar o excesso do líquido do pericárdio para que o coração volte a funcionar normalmente. É feito através de um procedimento cirúrgico no hospital.

Como é feito o tratamento?

O tratamento da pericardite varia de acordo com a sua causa e gravidade.

Nos casos em que a doença é provocada por vírus são utilizados medicamentos analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios e antifúngicos. A pessoa pode cumprir o tratamento em casa e deve manter-se em repouso.

Os antibióticos são utilizados em pessoas com pericardite causada por bactérias (pericardite bacteriana).

Se houver acúmulo de líquido no saco pericárdico (derrame pericárdico), os diuréticos podem ser utilizados para ajudar a eliminá-lo.

Nos casos graves com complicações como tamponamento cardíaco, o tratamento é cirúrgico e feito em ambiente hospitalar.

Em caso de dor intensa no peito e dificuldade para respirar, procure um hospital o quanto antes.

Saiba o que pode causar esta doença no artigo: Quais as causas da pericardite?

Referência:

Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz Brasileira de Miocardites e Pericardites.