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Glicose abaixo de 70 é normal? O que fazer?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O valor de glicose abaixo de 70 indica uma situação de hipoglicemia, ou seja, que a glicose está mais baixa que o ideal para o adequado funcionamento do organismo. Portanto, valores abaixo de 70 não são considerados normais.

Durante uma crise de hipoglicemia a pessoa pode sentir alguns sintomas, como:

  • Tremores;
  • Suores frios;
  • Palpitações;
  • Palidez;
  • Sensação de fraqueza;
  • Tremores;
  • Irritabilidade;
  • Sonolência.

Nas situações em que o valor de glicose é inferior a 70, ou quando existem sintomas sugestivos de hipoglicemia, o que se deve fazer é:

  1. Ingerir cerca de 15 g de algum tipo de carboidrato de rápida absorção (água com açúcar, fruta ou suco de fruta natural, por exemplo);
  2. Aguardar alguns minutos e medir novamente o açúcar no sangue.
  3. Caso a glicose se mantenha em valores abaixo de 70 deve-se ingerir novamente carboidratos de rápida absorção até os valores normalizarem.
  4. Quando os valores estiverem normais deve-se comer algum lanche com carboidratos de absorção lenta (bolachas, pão ou leite, por exemplo).

Vale ressaltar que caso a glicose seja inferior a 45 ou caso a pessoa esteja apresentando sintomas de maior gravidade, como convulsões ou perda de consciência, é necessário entrar em contato imediatamente com o serviço de urgência (SAMU) ou ir rapidamente para o hospital.

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Dor atrás dos olhos: o que pode ser e o que devo fazer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor atrás dos olhos é bastante comum nos casos de viroses, sinusite, enxaqueca e nos problemas diretamente relacionados com os olhos, como o glaucoma, esclerite e neurite óptica.

O tratamento varia de acordo com a causa, e pode incluir o uso de analgésicos comuns, anti-inflamatórios e/ou antibióticos. Contudo, algumas doenças oculares, como o glaucoma, precisa de um tratamento ainda mais específico, com urgência, para evitar danos irrecuperáveis, como a cegueira.

Por isso, no caso de dor atrás dos olhos que não melhore com uso de analgésicos, ou que venha associado a febre alta, dor intensa ou qualquer dificuldade visual, procure imediatamente um serviço de emergência médica.

1. Resfriado, gripe ou febre

Os resfriados e a gripe por influenza, por exemplo, são condições que vêm acompanhadas de dor intensa atrás dos olhos. Principalmente quando a pessoa apresenta febre.

Nestes casos, além da dor atrás dos olhos e febre a pessoa pode sentir dor no corpo, cansaço, falta de apetite e fraqueza.

O tratamento inclui, repouso, aumentar a ingesta de água, alimentar-se bem, e no caso de febre, fazer uso de antitérmicos e/ou analgésicos para aliviar os sintomas. Caso os sintomas permaneçam, procure um médico de família.

2. Dengue e chikungunya

A dengue e a chikungunya são doenças infecciosas, transmitidas por mosquitos, que apresentam clinica bastante semelhante. Os sintomas mais frequentes incluem dor atrás dos olhos, dor ao movimentar os olhos, febre alta > 38.5oC, dor de cabeça, dor muscular intensa, falta de apetite, fraqueza, manchas vermelhas no corpo e mal-estar.

Por vezes, apresentam ainda inchaço nas articulações e coceira no corpo.

O tratamento é feito de acordo com os sintomas com uso de analgésicos e antitérmicos. É recomendado repouso e ingestão de líquidos (pelos menos 2 litros de água ao dia).

Se ainda assim mantiver dor, ou apresentar um desses sintomas: dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramentos de mucosas e outras hemorragias, procure um serviço de emergência, para avaliação médica criteriosa.

3. Sinusite

A sinusite é uma inflamação na mucosa dos seios da face, onde acontece o acúmulo de secreção, o que dá origem a dor atrás dos olhos, em "pressão", que piora ao abaixar a cabeça.

Os sintomas mais comuns de sinusite são a dor atrás dos dois olhos ou de apenas um deles, dor de cabeça em pressão, sensação de pressão no rosto, tosse, febre, secreção nasal e nariz entupido e cansaço.

Para aliviar os sintomas é recomendado aumentar a ingesta de água, com pelo menos 2 litros de água por dia, lavar o nariz com soro fisiológico, fazer compressas quentes no rosto e dormir com a cabeceira elevada, para ajudar a drenar as secreções.

Evite permanecer em ambiente fechados com ar-condicionado, pois estes ambientes ressecam as mucosas e dificultam a eliminação de secreções.

O tratamento da sinusite pode envolver ainda o uso de sprays nasais, descongestionantes orais, corticoides e antibióticos. Estes medicamentos são indicados pelo médico de família, clínico geral ou otorrinolaringologista, após a avaliação.

4. Enxaqueca

A enxaqueca é uma dor de cabeça intensa que, durante uma crise, pode incapacitar a pessoa de realizar suas atividades simples, de vida diária. A dor é tipo latejate ou pulsátil, que piora com a luz e/ou barulho e melhora após repouso e permanecer em ambiente escuro. As náuseas, vômitos e tontura, geralmente estão associados.

Se você tem enxaqueca, evite pular refeições (jejum prolongado), não consuma álcool e prefira bebidas sem cafeína, pratique atividade física regularmente, mantenha uma rotina de sono procurando deitar-se e levantar-se em horários regulares e reserve tempo para atividades que tragam prazer e relaxamento.

O tratamento da enxaqueca depende da intensidade, da dor, as suas características e da frequência das crises. Pode ser feito com anallgésicos específicos, corticoide, antidepressivos e sintomáticos, como medicametno para evitar os vômitos. O neurologista deve ser consultado.

5. Glaucoma agudo

O glaucoma é uma doença ocular provocada pelo aumento súbito da pressão dentro do olho (pressão intraocular).

A dor intensa atrás dos olhos é um sintoma típico de uma crise de glaucoma agudo. Além desta dor intensa, o paciente pode apresentar vermelhidão e inchaço dos olhos, visão embaçada, lacrimejamento, náuseas, vômitos, tonturas e dor de cabeça.

A crise de glaucoma agudo é uma emergência médica, pois pode levar à perda da visão. Por este motivo, nestes casos procure um serviço de emergência hospitalar o mais rapidamente possível.

6. Esclerite

A esclerite é uma inflamação grave e destrutiva da parte branca que cobre o olho, chamada de esclerótica. É considerada grave porque pode afetar a visão e provocar a sua perda gradativa.

Geralmente, os dois olhos são afetados e os principais sintomas são dor intensa e profunda atrás dos olhos, vermelhidão, lacrimejamento e sensibilidade à luz.

O tratamento inicia-se com o uso de corticosteroides orais, entretanto, podem ser necessários os imunossupressores ou até mesmo procedimento cirúrgico para repara a lesão na esclerótica. O oftalmologista é o médico indicado para avaliar o caso e definir o tratamento mais adequado.

7. Neurite ótica

A neurite ótica é a inflamação aguda do nervo ótico. Os sintomas, geralmente, ocorrem em um dos olhos e incluem: dor atrás do olho inflamado, que piora ou movimentá-lo, redução da visão das cores, perda parcial ou total da visão.

O tratamento da neurite ótica é feito de acordo com a sua causa e, normalmente, envolve o uso de corticosteroides. Uma avaliação com médico de família ou oftalmologista são indispensáveis para definir o tratamento.

Quando devo procurar um médico?
  • Dor intensa e contínua em um ou ambos os olhos,
  • Dor que persiste há mais de 2 dias,
  • Febre alta (acima de 38º),
  • Redução da visão,
  • Visão embaçada,
  • Visão dupla,
  • Dificuldade de perceber as cores,
  • Vermelhidão, lacrimejamento e inchaço nos olhos.

Na presença destes sintomas busque um médico de família ou uma emergência o quanto antes. Não use nenhum medicamento ou colírio sem indicação médica.

Pode lhe interessar:

Glaucoma tem cura? Qual o tratamento?

Referências

  • American Academy of Ophthalmology. Important coronavirus updates for ophthalmologists.
  • Chandra S.; Flanagan, D.; Hingorani, M. et al. Covid-19 and ophthalmology: a brief summary of the literature. Eye. 2020.
  • Cheema M. et al. Keratoconjunctivitis as the initial medical presentation of the novel coronavirus disease 2019. (COVID-19). Canadian Ophthalmological Society.
  • Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
Nistatina serve para mão-pé-boca?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

A nistatina não serve para tratar a doença de mão-pé-boca. Isso porque a nistatina é indicada para tratar doenças causadas por fungos, enquanto a doença de mão-pé-boca é causada por vírus.

É importante procurar um médico se existir suspeita de doença de mão-pé-boca. Ela pode causar febre alta e, em alguns casos, problemas mais graves, como meningite.

Não existe nenhum medicamento ou tratamento específico para a doença de mão-pé-boca. Mas é indicado tratar os sintomas, principalmente os bucais:

  • Cuidar da higiene bucal, escovando os dentes com uma escova macia;
  • Fazer bochechos com água e sal;
  • Preferir alimentação leve, evitando comidas ácidas ou muito salgadas.

Existem vacinas sendo desenvolvidas, 3 delas já são usadas na China.

Você pode querer ler também:

Referências:

Nistatina. Bula do medicamento.Tesini BL. Doença da mão-pé-boca (DMPB). Manual MSD

Açúcar demerara é bom para a saúde? Engorda?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Nenhum tipo de açúcar (mascavo, demerara, cristal, refinado) é benéfico para a saúde. Embora passe por um processo de refinamento leve no qual não são utilizados aditivos químicos, o uso sem moderação de açúcar demerara pode sim levar ao aumento de peso.

Consumo de açúcar demerara e saúde Cristais de açúcar demerara

Quando comparamos o açúcar demerara ao açúcar branco, podemos dizer que o açúcar demerara é menos prejudicial à saúde. Os principais motivos para isto são:

Não contém aditivos químicos

Quanto mais branco for açúcar, mais aditivos químicos foram adicionados ao seu processo de produção. As toxinas ingeridas diariamente com os alimentos, entre elas os aditivos químicos, causam danos à saúde. Deste modo, o consumo moderado de açúcares mais escuros reduz os danos provocados ao organismo.

Possui minerais e vitaminas

Por passar por refinamento leve, algumas vitaminas e minerais presentes no açúcar demerara são preservados. Os minerais presentes em maior concentração em 100 g açúcar demerara são: potássio (346 mg), cálcio (85 mg), ferro (42 mg), o magnésio (29 mg) e o fósforo (22 mg).

Entre as vitaminas, apesar de se apresentarem em baixas quantidades, encontra-se: vitamina B1 (0,01 mg), vitamina B2 (0,01 mg) e vitamina B3 (0,03 mg). Estas concentrações de vitaminas estão presentes em 100 g açúcar demerara.

Açúcar demerara e ganho de peso

Pessoas que desejam emagrecer e preservar sua saúde não devem ingerir nenhum tipo de açúcar e nem alimentos doces. Mesmo sendo menos prejudicial, o açúcar demerara é bastante calórico. Em 100 g de demerara encontramos um total de 377 Kcal.

O consumo de açúcar estimula o aumento dos níveis sanguíneos de glicose (glicemia). Este aumento, além de ampliar o risco para o desenvolvimento de diabetes, estimula a produção de gordura pelo corpo.

Se você não consegue se manter sem consumir açúcar, o demerara é uma opção melhor para o seu organismo. Entretanto, atente sempre para as quantidades de açúcar que você ingere e procure consumir sempre menos.

O que é o açúcar demerara?

O açúcar demerara é produzido a partir do suco de cana-de-açúcar. No processo de fabricação, este suco é fervido e evaporado o que faz com que a maior quantidade de água seja retirada e fique somente os grãos de açúcar.

Por passar por uma etapa de refinamento leve e sem aditivos químicos, o açúcar demerara é composto por cristais de coloração marrom-claro e alguns de seus nutrientes são preservados. Seu sabor é delicado e mais suave que o sabor do açúcar mascavo.

O açúcar demerara, assim como o açúcar mascavo, são boas alternativas ao uso de açúcar cristal ou refinado. O açúcar demerara é também uma boa opção para quem não consegue se adaptar ao açúcar mascavo.

Pessoas diabéticas ou que apresentam resistência à insulina devem evitar consumir qualquer tipo de açúcar.

Grávida pode tomar energético?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Não é recomendado beber energético durante a gravidez. Isso porque as bebidas energéticas têm composições muito variáveis, mas que normalmente incluem:

  • Cafeína;
  • Taurina;
  • Vitaminas;
  • Aromatizantes;
  • Corantes.

O consumo de algumas destas substâncias não é recomendado durante a gravidez. Por exemplo, o consumo de cafeína durante a gestação pode levar a complicações e perda gestacional, além de restrição de crescimento e baixo peso do bebê ao nascer.

Além disso, as bebidas energéticas podem conter açúcar. O consumo de uma elevada quantidade de açúcar pode levar ao aumento do peso da gestante, diabetes gestacional, além de alterações de paladar e do metabolismo do bebê, aumentando o risco de obesidade.

Se quiser saber mais sobre o que pode e o que não pode tomar durante a gravidez, leia também:

Referências:

ABIR. Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas. Energéticos. Saiba mais sobre os energéticos.

Goran MI, Plows JF, Ventura EE. Effects of consuming sugars and alternative sweeteners during pregnancy on maternal and child health: evidence for a secondhand sugar effect. Proc Nutr Soc. 2019; 78(3): 262-71.

Qian J, Chen Q, Ward SM, Duan E, Zhang Y. Impacts of Caffeine during Pregnancy. Trends Endocrinol Metab. 2020; 31(3): 218–27.

Por que o olho treme? Pode ser grave?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

As causas de tremor no olho são diversas sendo as mais frequentes, o cansaço e estresse. O uso excessivo dos smartphones, problemas oculares, neurológicos e nutricionais, também podem dar origem a esse sintoma.

Na maioria das vezes não é grave e ocorre devido a espasmos ou contrações musculares involuntárias nessa região. A sensação de “olho pulando” ou de “tremedeira no olho” se chama mioclonia ou mioquimia e pode afetar um dos olhos, os dois, ou as pálpebras (dobra fina e músculos que cobrem os olhos).

O tremor dura em média dois ou três dias e depois desaparece espontanemanete. Entretanto, alguns casos duram mais tempo e se torna bastante incômodo. Nestas situações, é importante que procure um médico de família ou oftalmologista para investigar a causa.

1. Cansaço

O cansaço, ou tensão ocular, ocorrem principalmente devido ao excesso de trabalho, sono ruim, uso e exposição excessiva à luz emitida por smartphones, computadores e utilização de óculos com grau inadequado, o que não permite o descanso necessário da musculatura dos olhos.

A repetição destas situações e hábitos exigem que os músculos dos olhos trabalhem e se esforcem mais para focar os objetos, o que desencadeia o cansaço visual que faz o olho tremer.

2. Estresse excessivo e ansiedade

O excesso de estresse e a ansiedade são as causas mais comuns de tremor nos olhos, devido à produção aumentada de cortisol. O cortisol é um hormônio que estimula provoca a contração dos músculos das pálpebras e da musculatura em torno dos olhos (músculos orbiculares) que causa o tremor do olho.

3. Olhos secos

Para lubrificar os olhos ressecados os músculos da área ocular precisam se contrair com maior frequência, o que pode ocasionar as pálpebras tremendo. A poluição do ar, vento, fumaça, ar-condicionado, uso de lentes de contato por tempo prolongado, e telas de aparelhos eletrônicos podem provocar o ressecamento.

Pessoas idosas têm uma tendência maior a ter ressecamento e, por consequência, tremor nos olhos devido à redução da ação das glândulas que lubrificam os olhos (glândulas lacrimais). Nestes casos, o uso colírios lubrificantes de acordo com a orientação de um oftalmologista, médico de família ou clínico geral pode ser necessário.

4. Uveíte, ceratite

Doenças oculares como alergias, inflamações (uveíte, ceratite), e cílios virados para dentro, costumam ter como sintomas o tremor ocular, ainda, lacrimejamento, coceira, inchaço e vermelhidão. O profissional indicado para avaliar estes distúrbios oculares e indicar o tratamento mais efetivo, é o oftalmologista.

5. Blefaroespasmo

O blefaroespasmo é uma doença rara e que ocorre pela contração contínua da musculatura em torno dos olhos em que a pessoa sente o olho tremer constantemente. A sua causa ainda não é conhecida. Os sintomas são um tremor constante das pálpebras e contração, que provoca o fechamento dos olhos. Nos casos mais graves, a pessoa não consegue abrir os olhos. O cansaço, a luz intensa e a ansiedade podem piorar o tremor.

Nestes casos, o tratamento é feito com aplicação de toxina botulínica tipo A (Botox® ou Dysport®) para paralisar a musculatura ocular e, deste modo, cessar o tremor e contração dos olhos. Os ansiolíticos também podem ser úteis ao tratamento. Quando a toxina botulínica não funciona, pode ser necessário indicar uma cirurgia, embora seja raro.

Medidas simples como uso de óculos escuros, massagem na face, cobrir os olhos, bocejar ou cantar podem aliviar temporariamente os espasmos. Procure um oftalmologista caso perceba um tremor mais intenso nas pálpebras que chega a fechar os seus olhos.

6. Dormir pouco ou ter sono superficial

A dificuldade de dormir e um sono de qualidade ruim, geralmente superficial e que não provoca a regeneração do corpo, sobrecarrega aos músculos dos olhos e, por este motivo ocorre o tremor.

7. Consumo de café, bebidas alcoólicas, chás estimulantes e refrigerantes

Bebidas como café, bebidas alcoólicas, chá preto, chá verde e refrigerantes de cola ou guaraná são estimulantes do sistema nervoso central e tendem a provocar tremor nas pálpebras quando ingeridas em excesso. O café e o álcool também provocam desidratação do organismo, o que contribui para ressecamento dos olhos e pode desencadear a sensação de olho tremendo.

8. Problemas nutricionais

O olho pulsando ou tremendo pode estar ligado à carência de vitamina B12, presente principalmente em alimentos de origem animal como fígado, atum, salmão, ovos e leite.

Além disso, a deficiência de cálcio ou magnésio também podem provocar tremor na pálpebra. Estes dois minerais participam na contração dos músculos do corpo, entre eles, a musculatura dos olhos.

O cálcio está presente em alimentos como leite, queijos e sardinha. Enquanto o magnésio pode ser encontrado na banana prata, amendoim, aveia, castanha de caju, castanha do pará e semente de gergelim, entre outros tipos de alimentos.

O que fazer quando o olho treme?

Como na maior parte dos casos de tremor nos olhos as causas estão ligadas ao estresse, ansiedade, rotina de sono inadequada ou problemas nutricionais, algumas orientações simples podem ajudar.

Os cuidados para amenizar o tremor nas pálpebras incluem:

  • Prática de exercícios físicos e atividades ao ar livre para reduzir o estresse e a ansiedade,
  • Acompanhamento psicológico para ajuda a lidar com a ansiedade e o estresse,
  • Manter uma rotina de sono: procurar deitar e levantar mais ou menos nos mesmos horários,
  • Reduzir ou mesmo evitar o consumo de café, bebida alcoólica, chás estimulantes como chá verde e chá preto e refrigerantes à base de cola,
  • Manter uma alimentação equilibrada e saudável,
  • Reduzir o tempo de exposição a telas de smartphones, computadores e TV,
  • Usar óculos escuros quando a claridade agrava o tremor,
  • Aplicar compressas geladas nas pálpebras,
  • Buscar ter momentos de relaxamento.
Quando devo me preocupar?

É bastante frequente que o tremor nos olhos passe espontaneamente em 2 ou 3 dias e que não seja ligado a nenhuma doença grave. Entretanto, esteja atento aos seguintes sinais:

  • Olho tremendo por mais de 7 dias (uma semana),
  • Tremor intenso e constante que chega a fechar os olhos,
  • Olhos inchados, dificuldade em abrir os olhos,
  • Pálpebras caídas,
  • Secreção amarelada e coceira nos olhos,
  • Olhos vermelhos, coçando e/ou lacrimejamento e
  • Alterações na visão.

Ao identificar estes sinais procure o mais rapidamente possível um oftalmologista para que a causa seja investigada e o problema adequadamente tratado.

Para saber mais sobre olho tremendo, você pode ler:

Faz quatro dias meu olho direito fica tremendo, o que será?

Palpitação nos olhos: o que pode ser?

Referências

  • Girard, B.C.; Lévy, P. Dry eye syndrome in benign essential blepharospasm. Journal Français d'Ophtalmologie. 42(10): 1062-1067, 2019.
  • Kilduff CLS, Casswell EJ, Salam T, et al: Use of alleviating maneuvers for periocular facial dystonias. JAMA Ophthalmol 134:1247-1252, 2016.
  • Lee AG, Miller NR: Alleviating maneuvers for benign essential blepharospasm and hemifacial spasm. JAMA Ophthalmol 134:1253-1254, 2016.
  • Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
Sintomas de câncer de boca: como identificar os sintomas iniciais e avançados e o que fazer
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O câncer de boca pode afetar qualquer região da boca incluindo os lábios, céu da boca, gengiva, bochechas, língua (especialmente as suas bordas) e assoalho da boca (região embaixo da língua).

Os sintomas iniciais incluem: feridas na boca, manchas, nódulos e rouquidão persistente. Nas fases mais avançadas, são comuns a dificuldade de fala, de mastigar, engolir e perda de peso, sem motivo aparente.

O tratamento varia de acordo com o tipo e fase da doença. O oncologista é o médico especializado em avaliar e definir o melhor tratamento.

1. Feridas na boca

O sintoma mais comum de câncer de boca são as feridas, em qualquer região da boca e dos lábios, de difícil cicatrização.

As feridas duram mais de 15 dias sem melhora, podem aumentar de tamanho gradativamente e apresentar sangramentos.

2. Manchas ou placas

A presença de manchas ou placas de cor avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, bochechas ou céu da boca, podem ser sinal de um câncer nessa região.

Geralmente as manchas não causam dor e pode haver sangramento espontâneo, ou quando é feita a higiene bucal.

3. Nódulos

Os nódulos ou caroços na boca ou no pescoço são indicativos de câncer. Pode ocorrer também o espessamento das bochechas e ou da região embaixo da língua.

4. Rouquidão persistente

A rouquidão que não melhora em até 15 dias, sem causa aparente, pode ser um sinal de câncer de boca ou laringe. É importante uma avaliação completa de um otorrinolaringologista ou cirurgião de cabeça e pescoço.

Câncer de boca: feridas, placas esbranquiçadas e manchas avermelhadas na região lateral da língua.

Ao perceber qualquer um destes sintomas iniciais, procure um médico de família ou dentista para avaliação. Não utilize nenhum medicamento para tratar as feridas sem indicação de um destes profissionais.

Quanto mais cedo for detectado e tratado o câncer bucal, maiores são as chances de cura.

Quais os sintomas de câncer de boca, na fase avançada da doença?

Conforme a doença evolui, os sintomas se tornam mais evidentes e pode haver comprometimento das funções da boca, dando origem a novos sintomas, como:

  • Dificuldade de falar,
  • Dificuldade ou dor para mastigar e/ou engolir,
  • Dificuldade ou dor para movimentar a língua e/ou a mandíbula,
  • Sensação de algo preso na garganta ou de entalo,
  • Inchaço na mandíbula,
  • Dentes frouxos ou moles na gengiva,
  • Dor ao redor dos dentes,
  • Mudança persistente na voz,
  • Dor na boca que não melhora, mesmo com medicamentos,
  • Respiração ruidosa (respiração com barulho ou ruído indicam que algo está atrapalhando a passagem do ar);
  • Perda de peso.
O que fazer se suspeitar de câncer de boca?

Na presença de sinais de câncer de boca, principalmente feridas, nódulos ou manchas que não cicatrizam há mais de 15 dias, procure um médico de família, clínico geral ou dentista, para uma avaliação e solicitação de exames que confirmam esse diagnóstico.

O diagnóstico deverá ser confirmado por exame de biópsia da lesão, exame de um fragmento da lesão. A biópsia indica se a lesão é benigna ou maligna, um câncer de boca.

É importante que você esteja atento a este sintoma, especialmente, se for fumante ou consumir bebidas alcoólicas com frequência.

O tratamento precoce do câncer de boca, aumenta as chances de sucesso no tratamento.

Pode lhe interessar ainda o artigo: Quais são os sintomas de câncer de língua?

Referências

  • Lalli, A; Aldehlawi,H.; Buchanan, J.A.G.; SEOUDI, N.: Fortune, F.; Wassem, A. Screening for oral cancer utilising risk-factor analysis is ineffective in high-risk populations. British Journal of Oral and Maxillofacial Surgery. 2020.
  • Langton,S.; Cousin, G.C.S.; Pluddeman, A.; Banhead, C.R. Comparison of primary care doctors and dentists in the referral of oral cancer: a systematic review. British Journal of Oral and Maxillofacial Surgery. 2020.
Vaginose bacteriana: como identificar e tratar?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade
O que é vaginose bacteriana?

A vaginose bacteriana é a causa mais comum de corrimento vaginal na mulher. Ela pode causar sintomas que incomodam o dia a dia da mulher e aumentar o risco de adquirir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Quais são os sintomas da vaginose bacteriana?

Os sintomas característicos de vaginose bacteriana são corrimento vaginal branco-cinzento com odor fétido parecido à “peixe podre”. Esse cheiro é mais percebido logo após a relação sexual.

Algumas mulheres podem ter também coceira vaginal. Além desses sintomas, a mulher pode ter, com menos frequência, vermelhidão, inchaço, dor ao urinar e dor durante as relações sexuais.

Mais de 50% dos casos de vaginose bacteriana podem não manifestar nenhum sintoma. Porém, quando os sintomas estão presentes são muito incômodos para a mulher.

Vaginose bacteriana ou Candidíase?

A vaginose bacteriana pode ser confundida com a candidíase. As duas podem ser desencadeadas por um desequilíbrio da flora vaginal. Em geral, na candidíase, os principais sintomas são:

  • coceira vaginal
  • corrimento branco e espesso

Na candidíase, não é comum o corrimento com cheiro forte que lembra peixe podre.

Além disso, o agente etiológico é diferente. Enquanto na vaginose bacteriana, a Gardnerella vaginalis é a bactéria que fica em maior evidência, na candidíase o desequilíbrio é causado pelo fungo Candida.

Por fim, o tratamento de cada uma também é diferenciado. Para realizar um tratamento efetivo da vaginose bacteriana, o tratamento pode incluir o uso de pomada vaginal com um tipo de antibiótico. No caso da candidíase, a pomada vaginal também é indicada, porém com outro tipo de antibiótico.

Por que posso estar com vaginose bacteriana?

A vaginose bacteriana ocorre quando há uma mudança no número e nos tipos de bactérias na vagina. Em geral, os lactobacilos são um tipo de bactérias encontradas habitualmente na vagina. Na vaginose bacteriana, a quantidade de lactobacilos é reduzida e há um desbalanceamento local da flora vaginal.

A real explicação ainda não foi detalhada, porém, na presença de alguns fatores pode haver maior propensão ao aparecimento dessa infecção:

  • múltiplos parceiros sexuais
  • realização frequente de duchas vaginais
  • nova parceria sexual
  • tabagismo

A vaginose bacteriana pode ser transmitida sexualmente, por brinquedos sexuais (sex toys), pelo contato da boca com a genitália e pelos dedos.

Qual é o tratamento para vaginose bacteriana?

A vaginose bacteriana precisa de tratamento adequado. Os medicamentos mais comumente usados são metronidazol e clindamicina. Eles podem ser usados em comprimido via oral ou em creme/pomada vaginal. A duração do tratamento pode variar entre 5 a 7 dias nos casos mais comuns. Quando a infecção é recorrente e acontece várias vezes ao ano, pode ser necessário aumentar o tempo de tratamento para até 14 dias.

Como esses medicamentos são antibióticos, é muito importante realizar o tratamento completo até o final dos dias recomendados pelo médico.

Como posso saber se estou com vaginose bacteriana?

O diagnóstico de vaginose bacteriana é feito com a história clínica da paciente e com o exame físico realizado pelo médico ou enfermeiro. Em alguns casos, pode ser necessário a realização de alguns testes para definir especificamente a causa.

De qualquer forma, na presença desses sintomas que incomodam, como o corrimento vaginal com mau cheiro, é importante procurar o serviço de saúde.

Vaginose bacteriana é perigoso?

A vaginose bacteriana propriamente não é prejudicial à saúde da mulher. Porém, ela pode ser associada a alguns problemas de saúde como:

  • aumento do risco de parto prematuro em mulheres gestantes
  • infecção do local cirúrgico em casos de abortamento ou histerectomia
  • aumento do risco de infecções sexualmente transmissíveis, como gonorreia, clamídia, HIV/AIDS, herpes genital

O mais indicado é a utilização de preservativo durante todas as relações sexuais como forma de prevenção das infecções vaginais.

Quando procurar o serviço de saúde?

Pode ser difícil saber se o corrimento vaginal é causado pela vaginose bacteriana ou por outras infecções vaginais. Por isso, realizar uma consulta médica é importante na presença desses sintomas para diferenciar o agente etiológico e indicar o tratamento específico para seu caso.

Leia também:

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Pomadas para feridas nas partes íntimas: qual devo usar?

Referências:

Febrasgo - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia