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O que é disautonomia?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Disautonomia é um funcionamento inadequado do sistema nervoso autônomo, que é responsável pelo controle das funções inconscientes do corpo, como pressão arterial, frequência cardíaca, dilatação e contração das pupilas, temperatura corporal, entre outras. Pessoas com disautonomia têm dificuldade em regular uma ou mais dessas funções do organismo.

O sistema nervoso autônomo é dividido em simpático e parassimpático. Ambos controlam o funcionamento automático do organismo e têm funções opostas. Por exemplo, enquanto o sistema simpático aumenta os batimentos cardíacos e contrai os vasos sanguíneos, o parassimpático diminui os batimentos e dilata os vasos.

Em pessoas que não têm disautonomia, os sistemas simpático e parassimpático trabalham em equilíbrio para compensar as variações que ocorrem nessas funções. Porém, quem tem esse distúrbio não possui essa capacidade.

A síndrome vasovagal está entre as disautonomias mais comuns. Trata-se de um desequilíbrio (disautonomia) no sistema nervoso autônomo que provoca queda abrupta da pressão arterial e diminuição dos batimentos cardíacos quando a pessoa está em pé, causando desmaios.

Saiba mais em: Síndrome vasovagal: como identificar e tratar?

Uma forma grave e fatal de disautonomia é a atrofia de múltiplos sistemas, uma doença neurodegenerativa semelhante ao mal de Parkinson.

As disautonomias podem surgir isoladamente ou associadas a outras patologias. Dentre as doenças e condições que podem causar disautonomia estão a doença celíaca, doença de Parkinson, diabetes, sarcoidose, trauma físico, gestação, procedimentos cirúrgicos, malformação de Chiari, amiloidose, carência de vitaminas, entre outras.

O tratamento da disautonomia incide sobre a doença de base. Ao tratar a causa, o sistema nervoso autônomo pode funcionar melhor e os sintomas podem diminuir. Porém, não existe cura para a disautonomia. Quando não está associada a nenhuma doença, o objetivo do tratamento é apenas aliviar e controlar os sintomas.

O médico neurologista é o especialista responsável pelo tratamento das disautonomias.

Primeiros dias tomando sertralina: o que esperar?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Nos primeiros dias tomando sertralina é comum o aparecimento de alguns efeitos colaterais, principalmente náuseas, falta de apetite e tristeza.

Outros efeitos comuns do uso de sertralina incluem:

  • Diarreia
  • Agitação e ansiedade
  • Insônia
  • Náusea
  • Perda de apetite / anorexia
  • Problemas sexuais
  • Dores de cabeça

Efeitos menos frequentes são boca seca, intestino preso, hipotensão (pressão baixa), sonolência, problemas urinários e vômitos. O aumento dos sintomas relacionados à depressão pode acontecer no início do tratamento com a sertralina (tenha atenção e informe seu médico se tiver pensamentos sobre suicídio).

Os efeitos da sertralina podem surgir até 7 dias depois que você começou a tomar o medicamento, mas normalmente são necessárias algumas semanas.

O uso do alprazolam associado à sertralina ajuda a reduzir a ansiedade mais rápido. Entretanto, isso pode aumentar os sintomas de depressão, como a tristeza que você está sentindo, e a perda de apetite.

O alprazolam deve ser usado por um período curto a partir do início do tratamento porque pode causar dependência. Além disso, o organismo “se acostuma” com a dose inicial e depois de algum tempo passa a precisar de uma quantidade maior para obter o mesmo efeito. Por isso, nunca aumente a quantidade de medicamento que toma sem a indicação do médico.

Leia também:

Referências:

D S Baldwin DS, Birtwistle J. The side effect burden associated with drug treatment of panic disorder. J Clin Psychiatry. 1998; 59 Suppl 8:39-44; discussion 45-6.

Ait-Daoud N, Hamby AS, Sharma S, Blevins D. A Review of Alprazolam Use, Misuse, and Withdrawal. J Addict Med. 2018; 12(1): 4–10.

Cipriani A, La Ferla T, Furukawa TA, Signoretti A, Nakagawa A, Churchill R, McGuire H, Barbui C. Sertraline versus other antidepressive agents for depression. Cochrane Database Syst Rev. 2014; (4): CD006117.

Zolpidem: para que serve e quais são os efeitos colaterais?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Zolpidem é um medicamento sedativo e hipnótico utilizado para o tratamento da insônia ocasional (eventual), transitória (passageira) ou crônica (dificuldade para dormir há mais de 3 semanas).

A medicação age no centro do sono, que se localiza no cérebro, reduzindo o tempo que você demora para dormir e com isso melhora a qualidade do sono, especialmente para as pessoas aonde o maior problema é iniciar o sono. Para casos de micro despertares ou manuteção do sono, pode ser necessário medicamento adicional.

No caso de insônia, procure um médico neurologista para uma avaliação do seu tipo de insônia e tratamento direcionado.

Efeitos colaterais de zolpidem

Os efeitos colaterais de zolpidem podem ser minimizados se o medicamento for administrado imediatamente antes de se deitar. As reações mais comuns são:

  • Alucinação
  • Agitação
  • Pesadelo
  • Sonolência
  • Dor de cabeça
  • Tontura
  • Diarreia
  • Náusea
  • Vômitos
  • Fadiga
Como tomar zolpidem?

Zolpidem começa a agir muito rapidamente. Por este motivo, você deve ingeri-lo imediatamente antes de se deitar ou mesmo quando já estiver deitado/a. O tratamento com zolpidem não deve ultrapassar 4 semanas, exceto sob orientação médica. A duração do tratamento é determinada por um médico/a após a avaliação do seu tipo de insônia e do seu estado de saúde.

Comprimido de 10 mg (via oral)

A dose diária recomendada para adultos abaixo de 65 anos é de 10 mg por dia.

Para pessoas com mais de 65 anos, se recomenda a dose de 5 mg por dia. Esta dosagem só deve ser aumentada em casos excepcionais e não deve exceder 10 mg por dia.

Comprimido de 5 mg (sublingual)

Em adultos se recomenda um comprimido sublingual de 5 mg uma vez ao dia imediatamente antes de se deitar. A dose somente deve ser aumentada sob orientação médica.

Os comprimidos de zolpidem não devem ser partidos ou mastigados.

Contraindicações de zolpidem
  • Pessoas alérgicas ao zolpidem ou qualquer outro componente da fórmula;
  • Portadores de insuficiência respiratória severa ou aguda (redução da função respiratória);
  • Pacientes com insuficiência hepática severa (redução da função do fígado);
  • Pessoas com idade inferior a 18 anos;
  • Pessoas com cansaço extremo ou portadores de doenças neurológicas como a miastenia gravis;
  • Mulheres grávidas ou que estão amamentando.
Precauções quanto ao uso de zolpidem

Zolpidem deve ser usado com cautela e com rigoroso acompanhamento médico em casos de:

  • Pessoas com mais de 65 anos;
  • Portadores de distúrbios psicóticos;
  • Pacientes com quadro de amnésia;
  • Portadores de depressão;
  • Pessoas que apresentam sonambulismo;
  • Evite a ingestão de álcool se estiver em uso de zolpidem;
  • Não conduza veículos ou opere máquinas após a ingestão de zolpidem.

Para que o uso de zolpidem seja seguro e eficaz, respeite sempre os horários, as doses e a duração do tratamento de acordo com as orientações médicas. Não interrompa ou altere o tratamento por conta própria, qualquer dúvida converse com seu médico.

Leia também: Qual o tratamento para insônia?

O que é "área de encefalomalacia" em uma tomografia?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Isso é uma sequela no cérebro, ocorre desestruturação e perda de tecido cerebral normal e pode ser decorrente de um traumatismo ou acidente vascular cerebral, mais conhecido como "derrame".

Pupila dilatada pode ser grave? Saiba como identificar
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim. As pupilas dilatadas, conhecidas pelo termo técnico de midríase, podem significar um problema grave. Os sinais que indicam gravidade são:

  • Pupilas dilatadas que não voltam rapidamente ao tamanho normal,
  • Pupila dilatada em apenas um dos olhos, fazendo com que os tamanhos das pupilas fiquem diferentes ao comparar um olho com o outro e
  • Pupilas dilatadas que não modificam de tamanho com o estímulo luminoso.

Nestas situações procure imediatamente uma emergência, pois pode ser indicativo de um problema neurológico grave, como um acidente vascular cerebral, o "derrame cerebral".

Contudo, a pupila dilatada nem sempre é sinal de doença grave ligada ao sistema nervoso. A pupila dilatada pode ser provocada por dor intensa, aumento da pressão do olho (glaucoma), por situações de estresse ou pelo uso de certos colírios e drogas ilícitas.

Pupila dilatada significa morte cerebral?

Sim. A pupila dilata nos dois olhos, que não reage ao estímulo luminoso, é um dos sinais de morte encefálica, que é caracterizada pela perda completa e irreversível de todas as funções neurológicas do paciente.

Para saber se reagem à luz as pupilas são estimuladas com uma lanterna. Quando a luz está na direção da pupila, o normal é que ela se contraia. Na medida em que a luz é retirada a pupila volta a se dilatar. Este é um dos exames feitos com o objetivo de avaliar o estado neurológico do paciente.

O diagnóstico de morte encefálica é dado com base em protocolos médicos bem estruturados, que avaliam reflexos cerebrais e a respiração do paciente. O paciente é submetido a diversos testes realizados em diferentes intervalos de tempo para que o diagnóstico de morte encefálica seja dado de maneira totalmente segura.

Quando procurar uma emergência?
  • Pupilas que não reagem à luz, ou seja, não reduz o tamanho quando é exposto a um estímulo luminoso,
  • Febre alta, dor de cabeça e/ou vômitos,
  • Alteração na visão (visão borrada ou visão dupla),
  • Dificuldade de respirar,
  • Dificuldade de falar,
  • Sonolência ou
  • Confusão mental.

Se a midríase (pupila dilatada) está associada a qualquer um destes sinais, procure imediatamente uma emergência hospitalar ou um neurologista, para avaliação e tratamento.

O que pode causar a pupila dilatada?1. Problemas neurológicos

As doenças neurológicas podem causar dilatação de pupilas em um ou ambos os olhos e geralmente é sinal de algo grave.

A dilatação da pupila é considerada grave quando uma ou ambas as pupilas não reagem à luz. Este quadro é chamado de midríase paralítica. Quando ocorre nos dois olhos é denominada de midríase paralítica bilateral. Quando acontece somente em um dos olhos, chamamos de midríase paralítica unilateral.

É comum em pessoas que sofreram dano cerebral por:

  • AVC
  • Aneurisma cerebral
  • Tumores cerebrais
  • Aumento da pressão intracraniana (dentro da cabeça)
  • Traumatismo craniano
  • Neurite óptica
  • Meningite

Nestes casos é importante que a pessoa seja levada o mais rapidamente possível para um hospital por se tratar de uma emergência médica.

2. Redução da oxigenação cerebral

A diminuição da quantidade de oxigênio disponível para o cérebro pode provocar a dilatação completa das pupilas (midríase). As causas principais da redução do oxigênio cerebral são os distúrbios respiratórios, com crise de asma e os envenenamentos por dióxido de carbono.

3. Dor

Quando sentimos dor as pupilas se dilatam. A dilatação das pupilas varia de acordo com a intensidade da dor. Além disso, a depender da dor, a dilatação pode ser repentina ou prolongada.

A enxaqueca é uma causa de dor associada a midríase (pupilas dilatdas).

4. Consumo de drogas

O uso de drogas como LSD, cocaína e anfetaminas provocam alterações cerebrais que levam à dilatação das pupilas.

Entretanto, o consumo de álcool e drogas derivadas do ópio causam a contração das pupilas, ao que chamamos miose.

5. Uso de colírios

Os colírios utilizados especialmente durante os exames oftalmológicos causam midríase. Nestes casos, a dilatação das pupilas é necessária para que o oftalmologista possa fazer o exame de fundo de olho. Este exame serve para avaliar a região posterior do olho, veias, artérias e nervos da retina, bem como diagnosticar doenças como o glaucoma.

6. Glaucoma

O glaucoma é uma doença que acomete os olhos e é causada pelo aumento da pressão intraocular. Isto provoca lesão no nervo ótico e, com o tempo, compromete a visão. Se não tratado, pode provocar cegueira.

É comum que no início da doença a pessoa não apresente sintomas, entretanto, na medida em que a doença avança é comum a dilatação da pupila e dor ocular.

Se não tratado, pode provocar cegueira. Por este motivo consulte regularmente o oftalmologista, especialmente se você estiver sentindo dificuldade de visão em atividades no dia a dia, como leitura, ou esbarrar constantemente em quinas.

7. Estresse

Sentir medo e tensão causam dilatação das pupilas. É uma reação do corpo que o prepara caso seja necessário fugir de algo ou se proteger de alguma situação.

8. Foco e atenção

Quando estamos muito concentrados e precisamos ter foco, a pupila se dilata naturalmente. Na medida que o foco e a concentração se tornam desnecessários, as pupilas retornam ao seu tamanho normal.

Como é feito o tratamento?

O tratamento na midríase depende da sua causa. Na maior parte das situações, se resolve espontaneamente, entretanto, nos casos da AVC, aneurisma, tumor cerebral ou um trauma crânio encefálico, é preciso avaliação médica com urgência.

Na suspeita de pupila dilatada, procure o médico neurologista.

Pode lhe interessar ainda:

Quais os sintomas de um derrame cerebral?

O que é aneurisma cerebral?

Referências:

  • Academia Brasileira de Neurologia
  • Sociedade Brasileira de Cefaleia
  • Sociedade Brasileira de Glaucoma
Enxaqueca menstrual: remédios e medidas caseiras para aliviar a dor
Dra. Juliana Guimarães
Dra. Juliana Guimarães
Enfermeira doutorada em Saúde Pública

Os anti-inflamatórios não esteroides como o naproxeno e ibuprofeno combinados com medicamentos específicos para a enxaqueca como o sumatriptana ou zoltriptano, são a melhor forma medicamentosa de aliviar a enxaqueca menstrual.

Além dos medicamentos, outras medidas caseiras como chás de gengibre e valeriana, regularização do sono e a adoção de uma alimentação leve também podem ajudar a reduzir a dor.

Este tipo de enxaqueca se caracteriza por uma dor de cabeça intensa que ocorre dois dias antes da menstruação e, geralmente, se intensifica nos três primeiros dias de fluxo menstrual.

Remédios para enxaqueca menstrual

Os tratamentos mencionados neste artigo são indicados para os momentos de crise, ou seja, quando a enxaqueca menstrual aparece dois dias antes da menstruação ou nos três primeiros dias de menstruação.

Treximet® + Cambia®: medicamentos de uso oral

Treximet® (sumatriptana-naproxeno) e Cambia® (diclofenaco) são os dois medicamentos mais usados para o tratamento das crises de enxaqueca menstrual.

Treximet® é um comprimido de uso oral específico para enxaqueca que já vem com um anti-inflamatório (naproxeno) em sua composição. Já o Cambia® é um anti-inflamatório em forma de pó solúvel. Ambos têm ação inicial rápida e, por este motivo, são indicados para o alívio rápido das enxaquecas menstruais.

Outros medicamentos específicos para dor de cabeça da classe dos triptanos também podem ser usados: zolmitriptana, almotriptana, eletriptana, rizatriptana e naratriptano. Estes medicamentos somente devem ser utilizados com prescrição médica.

As triptanas não devem ser usadas em mulheres que possuem doenças vasculares.

Entre os anti-inflamatórios não-esteroides, podem ser também indicados ibuprofeno, cetoprofeno e indometacina.

Sumax® injetável

Sumax® injetável (sumatriptana injetável) é um medicamento de ação muito rápida. Seu efeito para alívio da enxaqueca se inicia em até 10 minutos, se a administração do medicamento for efetuada de forma correta. É indicado

em casos de enxaqueca menstrual acompanhada de vômitos ou náuseas.

Zolmitriptana Nasal, Migranal®, Zogenix®, Valeant®: spray nasal

Zolmitriptana Nasal (zolmitriptana), Migranal®, Zogenix®, Valeant® (Dihidroergotamina) são medicamentos apresentados na forma de spray nasal. A ação do spray nasal é mais rápida do que os comprimidos. Além disso, é bastante útil para a mulheres que apresentam vômitos e náuseas intensos e que preferem não tomar injeção.

Medidas caseiras para aliviar a enxaqueca menstrual

As medidas caseiras não substituem o uso de medicamentos. Por este motivo, ao fazer uso dos chás, não suspenda o uso dos remédios.

Chá de Gengibre

O gengibre é uma raiz que tem ação anti-inflamatória e pode ajudar no tratamento das enxaquecas menstruais. Além disso, o gengibre reduz as náuseas presentes nos quadros de enxaqueca.

Para fazer o chá você deve colocar uma colher de chá e gengibre em pó em uma panela com 250 ml de água durante 5 minutos. A seguir deixe esfriar um pouco, mexa bem para misturar o pó com a água e consuma. Você pode beber esse chá até 3 vezes ao dia. Não consuma chá de gengibre se estiver grávida, se tiver pressão alta e/ou diabetes e se usar anticoagulantes.

Chá de valeriana

O chá de valeriana tem ação calmante, ansiolítica e melhora a qualidade do sono. Estas características fazem com que o chá seja eficaz para ajudar no tratamento das enxaquecas menstruais.

Coloque 1 colher de sopa de raiz de valeriana para ferver durante 10 minutos em uma panela com 300 ml de água. Você pode tomar o chá duas vezes ao dia ou 30 minutos à noite, antes de dormir.

Sintomas de da enxaqueca menstrual

A enxaqueca menstrual ocorre devido a variação hormonal que acontece durante o ciclo menstrual e seus sintomas incluem:

  • Dor de cabeça intensa que começa dois dias antes da menstruação e perdura até o terceiro dia de fluxo menstrual,
  • Náuseas,
  • Vômitos,
  • Sensibilidade à luz e
  • Sensibilidade a sons.

Para aliviar os sintomas, além do uso de medicamentos e dos chás, alguns cuidados simples são importantes, inclusive, para prevenir futuras crises. Estes cuidados são:

  • Beba bastante água para evitar a desidratação, especialmente se a enxaqueca menstrual vier acompanhada de vômitos,
  • Regularize o sono e crie um ambiente tranquilo, silencioso e com pouco luz para o repouso,
  • Evite longos períodos de jejum,
  • Evite o consumo de bebidas com cafeína como café e refrigerantes,
  • Busque evitar situações de estresse excessivo.

Se você sente sintomas de enxaqueca menstrual, procure o médico de família, ginecologista ou neurologista.

Para saber mais sobre enxaqueca, você pode ler:

Enxaqueca: como aliviar a dor de cabeça?

Qual é o tratamento da enxaqueca?

Enxaqueca: causas, sintomas e tratamento

Referências

TEPPER D.; V.M,M. Enxaqueca (migrânia) menstrual. The Journal of Head and Face Pain, 2015:p 407-408.

FERREIRA, K.S.; BOLINELLI, L.P.; PAGOTTO, L.C. Migraine and menstrual cycle synchrony in females: is there a relationship? Case report*. Rev Dor, 2015, 16(2):156-8.

Demência: o que é, como identificar e tratar?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A demência é a perda progressiva das capacidades cognitivas, como memória, atenção e aprendizagem, que leva à perda da independência para realizar as atividades diárias. O termo “demência” é genérico, sendo usado para descrever um grupo de doenças em que existe declínio das capacidades cognitivas e comportamentais, levando à perda da autonomia. As principais formas de demência em idosos são a doença de Alzheimer e a demência vascular.

Quando a pessoa apresenta um desempenho cognitivo inferior ao esperado para a sua idade e escolaridade, mas consegue realizar as tarefas que antes fazia, trata-se de um defeito cognitivo leve. É um estado transitório entre a normalidade e a demência.

A demência pode ser evolutiva, estática ou reversível. A evolutiva caracteriza-se pelo declínio cognitivo progressivo causado por doenças neurodegenerativas, vasculares ou infecciosas. A estática é causada por lesões cerebrais decorrentes de traumas ou infecções. Já a demência reversível é provocada por falta de vitamina B12 e hipotireoidismo.

Quais os fatores de risco para desenvolver demência?

O envelhecimento é o principal fator de risco para desenvolver demência. A incidência de demência aumenta de forma considerável com o avançar da idade, variando entre 1% em pessoas dos 60 aos 65 anos e cerca de 50% em idosos com mais de 90 anos.

Outros fatores incluem baixa escolaridade, pressão alta, diabetes, alteração dos níveis de colesterol ou triglicérides e tabagismo.

Por outro lado, alguns fatores parecem reduzir o risco de demência senil, como o estímulo intelectual e o envolvimento em atividades de interação social.

Quais são os sintomas de demência?

Os sinais e sintomas da demência manifestam-se na memória, na capacidade de executar tarefas, na habilidade visual e espacial, na linguagem e no comportamento ou personalidade. Na maioria dos casos, o primeiro sintoma de demência é a perda de memória recente.

Outros sintomas da demência podem incluir:

  • Esquecimento de compromissos e eventos;
  • Perda da capacidade de reconhecer pessoas e objetos;
  • Dificuldade para realizar tarefas rotineiras;
  • Dificuldade em se comunicar e compreender falas;
  • Falta de orientação no tempo e espaço;
  • Diminuição da capacidade crítica e de juízo;
  • Dificuldade para raciocinar e planejar;
  • Mudanças frequentes de humor e comportamento;
  • Alterações na personalidade;
  • Falta de iniciativa.

À medida que o declínio cognitivo progride, a pessoa precisa de supervisão para realizar tarefas cotidianas e não pode sair de casa sem um acompanhante.

Na fase avançada da demência, pode haver dificuldade para se locomover, problemas motores, perda do controle das fezes e da urina e dificuldade para engolir os alimentos.

Demência tem cura? Qual é o tratamento?

A demência não tem cura, exceto as demências reversíveis. Há casos raros, em que a causa da demência pode ser tratada. Porém, para a grande maioria dos casos, não existe um tratamento capaz de curar ou conter a evolução da doença.

O tratamento da demência é feito com medicamentos que estabilizam o quadro ou diminuem a sua progressão, melhorando sobretudo a memória e a atenção. Também são usados medicamentos antidepressivos e antipsicóticos.

O tratamento também pode incluir o manejo de eventuais complicações psiquiátricas, como alucinações, paranoia, agitação, entre outras.

O/a especialista indicado/a para tratar a demência pode ser o/a médico/a de família, clínico/a geral ou neurologista.

O que é cefaleia tensional e quais os sintomas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Cefaleia tensional é um tipo de dor de cabeça primária, muito comum na população, dividida em 3 grupos: Pouco frequente, frequente e crônica, de acordo com a sua periodicidade.

A causa desse tipo de cefaleia ainda é bastante controversa, porém parece estar relacionada ao aumento de tensão nos músculos da face, fronte, pescoço e mandíbula. Essa tensão muscular provoca contraturas que desencadeiam a dor de cabeça. Outras teorias acreditam que ocorra uma maior liberação de neurotransmissores da dor, ocasionadas por exemplo por estresse, ou outros fatores psicossomáticos.

No entanto, a correlação entre a cefaleia tensional com fatores emocionais, já está bem estabelecida. 

A cefaleia tensional também pode ser desencadeada por atividades que exijam uma postura viciosa, de repetição, com a cabeça e/ou pescoço, como as atividades profissionais que exigem o uso de computador por períodos longos, ou realização de trabalhos manuais.

Outras causas de cefaleia tensional incluem:

  • Bruxismo - apertar de forma contínua e intensa a mandíbula;
  • Uso irregular de óculos (causando fadiga da visão);
  • Frio - tensão muscular pela baixa temperatura;
  • Sono em posição inadequada - posição viciosa da musculatura, podendo levar inclusive a torcicolos;
  • Fumar em excesso;
  • Fadiga, esforço físico em excesso
Quais são os sintomas da cefaleia tensional?

A cefaleia tensional caracteriza-se principalmente pelos sintomas:

  • Dor de cabeça difusa, que se espalha por todo o crânio
  • Bilateral, na maioria das vezes;
  • Início lento e progressivo;
  • Dor tipo aperto, pressão;
  • Intensidade fraca ou moderada;
  • Geralmente não se altera com barulhos ou luz;
  • Podem durar apenas alguns minutos, ou se prolongar por até uma semana.

A dor tende a ser pior no couro cabeludo, na nuca e nas têmporas, podendo chegar aos ombros.

Pessoas com cefaleia tensional muitas vezes tentam aliviar a dor massageando ou apertando a base da nuca, as têmporas e o couro cabeludo. É frequente a presença de nódulos de tensão doloridos nos músculos da região dos ombros e do pescoço.

Qual a diferença entre cefaleia tensional e enxaqueca?

As principais diferenças entre elas são o tipo de dor, localização e sintomas associados, assim como apresentadas na tabela abaixo.

DIFERENÇAS ENTRE CEFALEIA TENSIONAL E ENXAQUECA
Cefaleia tensional Enxaqueca
Tipo de dor Aperto, Pressão Latejante
Localização Bilateral Unilateral
Sintomas associados Não se altera com luz ou barulho. Sem sintomas associados. Piora com luz e com barulho. Náuseas e vômitos é comum

A diferenciação entre os tipos de dor de cabeça, assim como avaliar sua gravidade e consequências na rotina diária do paciente é fundamental para elaboração do seu tratamento. As medidas e medicações prescritas para o tratamento da cefaleia tensional são distintas do tratamento para enxaqueca,

No entanto, apesar da não haver uma cura para a maioria dos casos de cefaleia. assim como de enxaqueca, os tratamentos estão cada dia mais eficientes e duradouros, auxiliam na redução de crises e melhora na qualidade de vida.

Portanto, no caso de dores de cabeça, agende uma consulta com médico/a neurologista para uma adequada avaliação e tratamento específico.

Saiba mais sobre o assunto em: Cefaleia tensional tem cura? Qual o tratamento?