Perguntar
Fechar
Transtorno desintegrativo da infância é grave?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O transtorno desintegrativo da infância (TDI), também conhecido como síndrome de Heller, é uma doença grave, rara, de causa desconhecida, que provoca perda das habilidades já adquiridas nas áreas da linguagem, interação social e capacidades motoras.

Crianças com transtorno desintegrativo da infância apresentam um desenvolvimento aparentemente normal nos primeiros 2 anos de vida, mas antes de completarem 10 anos de idade começam a manifestar uma profunda regressão na comunicação e nas habilidades sociais.

A causa do transtorno não é conhecida, mas acredita-se que a sua origem esteja associada a fatores genéticos, acidentes antes ou durante o parto, infecções e doenças neurológicas.

A doença causa retardo mental grave, epilepsia, prejudica severamente o funcionamento global da criança e o seu desenvolvimento durante toda a vida.

O transtorno desintegrativo da infância é raro, com cerca de 1,5 casos em cada 100.000 nascimentos, sendo bem mais comum em meninos do que em meninas. Apresenta algumas semelhança com o autismo, porém, trata-se de um quadro bem diferente no início, na evolução e nas consequências.

O tratamento do transtorno desintegrativo da infância deve começar o mais cedo possível, com abordagem multidisciplinar na área educacional, social e psicológica, é possível em algumas crianças recuperar até 20% das capacidades e habilidades perdidas.

Os pais também merecem apoio psicológico, pois costuma ser muito difícil saber que o filho que até então vinha desenvolvendo-se normalmente está a perder capacidades e habilidades de maneira quase totalmente irreversível.

Saiba mais em: Transtorno desintegrativo da infância: Quais os sintomas e como tratar?

Hipotermia em bebê: o que fazer para evitar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Para evitar a hipotermia no bebê é importante mantê-lo aquecido, assim como o ambiente em que se encontra.

1. Cuidar da temperatura ambiente

A recomendação pelas sociedades de pediatria, é que a temperatura do quarto do bebê seja mantida entre 18ºC e 21ºC, com o bebê agasalhado. Acredita-se ser a melhor estratégia, visto que existe uma relação de maior risco de morte súbita do recém-nascido com o aquecimento excessivo.

2. Evitar baixas temperaturas

Evitar expor o bebê a ambientes frios. Se for necessário, basta agasalhar a criança, com gorro e luvas adequadamente.

3. Verificar a temperatura do bebê

Para saber se tem frio ou calor, de forma prática e corriqueira, é observar a temperatura na barriga ou na nuca do bebê, ou então, a forma mais segura, fazer uso de um termômetro. As mãos, por serem extremidades do corpo, têm a tendência de se manterem mais frias, mesmo que o bebê não esteja com frio.

4. Dar banhos curtos

Os banhos devem ser sempre rápidos, com duração máxima de 5 minutos, e o local deve estar aquecido. Após o banho, é preciso enxugar o bebê rapidamente para evitar a perda de calor, embrulhando-o logo com uma toalha.

O que é a hipotermia?

Em bebês, a temperatura corporal considerada normal deve estar entre 36,5ºC e 37°C. A hipotermia em bebês pode ser classificada em 3 níveis:

Hipotermia leve: temperatura corporal entre 36ºC e 36,4°C;

Hipotermia moderada: temperatura entre 32ºC e 35,9°C;

Hipotermia grave: temperatura menor que 32,0°C.

Por quê os bebês podem ter hipotermia?

Os bebês estão mais susceptíveis à hipotermia que os adultos, porque seu organismo ainda não tem a capacidade de regular a temperatura totalmente desenvolvida. Por isso, eles perdem calor com mais facilidade se forem expostos a ambientes frios.

Quais são os sintomas de hipotermia em bebê?

Um bebê com hipotermia poderá apresentar:

  • Dificuldade na amamentação, sucção débil;
  • Hipotonia (bebê mais molinho);
  • Lentidão (bebê menos ativo);
  • Respiração acelerada;
  • Batimentos cardíacos acelerados;
  • Quedas na saturação de O2;
  • Pele fria e com coloração avermelhada;
  • Edema ou esclerema (inchaço nos olhos);
  • Tremores.

A baixa temperatura corporal é um quadro grave, que pode levar à hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue), aumentar a acidez do sangue e, nos casos mais extremos, causar a morte.

O que fazer em caso de hipotermia?Hipotermia leve (36ºC e 36,4°C)
  • Manter o bebê com gorro de algodão
  • Colocar roupas secas;
  • Manter o bebê coberto e em quarto e a cama aquecidos;
  • Colocar o bebê em contato direto com a pele de um adulto;
  • Amamentar e
  • Verificar a temperatura do bebê a cada meia hora, até chegar aos 36,5ºC. Depois, a temperatura deve ser verificada de hora em hora, durante 4 horas.
Hipotermia moderada (32ºC e 35,9°C)

Deve-se seguir os mesmos procedimentos para hipotermia leve além de aplicar toalhas aquecidas no bebê. Caso a temperatura corporal não suba, o bebê deve ser levado ao médico.

Hipotermia grave (temperatura inferior a 32,0°C)

Nesses casos, aqueça o bebê e leve-o imediatamente a um serviço de urgência.

Pode ser necessário colocar o bebê numa incubadora aquecida ou outras medidas de urgência.

Nó e bolo na garganta: saiba se é ansiedade e o que fazer
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Nó na garganta pode ter outras causas, mas está normalmente associado à ansiedade. Não é à toa que o termo aparece em muitas músicas e poemas, associado a outras manifestações, como o aperto no peito.

Além do nó na garganta e do aperto no peito, outros sintomas comuns de ansiedade são:

  • O coração bate muito rápido;
  • Tremores;
  • Medo intenso;
  • Suor intenso.

Ela também pode causar falta de ar, enjoo, frio na barriga e dor de estômago.

Algumas manifestações da ansiedade são mais leves, outras mais graves.

Sentir ansiedade em alguns momentos é normal. Se está iniciando uma nova atividade, um novo emprego, um novo relacionamento, vai senti-la como uma excitação, associada à alegria.

Também é normal sentir alguma ansiedade em situações que causam desconforto, como foi o caso da pandemia.

Ela passa a ser um problema quando for frequente, por um período prolongado e / ou se for muito intensa. Isto pode fazer com que apareçam sintomas como o nó ou bolo na garganta, falta de ar, dor de estômago e insônia, entre outros.

O que você pode fazer quando o nó na garganta aparece?

Muitas pessoas conseguem resolver o problema e viver sem grandes prejuízos sociais e profissionais apenas usando essas dicas para controlar a ansiedade:

Respire profundamente

Respirar calmamente é uma técnica infalível para controlar uma crise de ansiedade que está começando. Você só respira calma e profundamente quando está calmo e quando faz isso o seu cérebro acredita que esteja tudo bem. A respiração pode ser feita da seguinte maneira: inspire lentamente contando até 3; conte até 3 e retenha o ar; expire lentamente, contando até 6. Você deve manter essa respiração por pelo menos 2 minutos. Feche os olhos durante a prática, se puder.

Morda a língua

Há outra forma de controlar uma crise de ansiedade: morda levemente a ponta da língua. É uma técnica baseada nos conhecimentos da acupuntura e do do-in. Funciona!

Mude o foco

A ansiedade vem como um mecanismo natural do ser humano de tentar evitar a dor. Tente mudar o foco. Busque o que pode lhe dar prazer. Inclua em sua rotina caminhar, entrar em contato com a natureza, ler um bom livro, ouvir boa música, escrever, desenhar, pintar, fazer exercícios físicos ou artesanato, estar com pessoas queridas ou com seus animais de estimação.

Meditação e ioga

As práticas de meditação e de ioga requerem disciplina, pois leva algum tempo para sentir seus resultados.

A meditação ajuda no controle dos sintomas da ansiedade tanto quanto um tratamento com medicamentos. Há vídeos e aplicativos que ajudam a começar.

A prática de ioga traz benefícios para além do exercício físico. Técnicas de respiração, relaxamento, meditação e foco no agora são os pontos que ajudam a controlar a ansiedade e são trabalhados nas aulas.

O que pode causar a ansiedade?

É muito difícil especificar quando o transtorno de ansiedade tem início. Por isso, você pode ter dificuldade para perceber como ele começou e se há uma ou mais causas para isso.

A ocorrência de vários eventos negativos na vida aumenta muito a chance da ansiedade se tornar um problema. Doenças graves como câncer e problemas cardíacos também podem ser responsáveis pelo aumento da ansiedade.

O problema muitas vezes começa na infância e persiste na vida adulta. A ansiedade é um problema de saúde mental comum para crianças e adolescentes.

Manifestações mais graves da ansiedade

Algumas manifestações de ansiedade podem ser disfuncionais, ou seja, atrapalhar seu rendimento nas atividades e sua vida. Neste caso, são problemas de saúde mental que podem causar doenças como a depressão, hipertensão e problemas cardíacos quando persistem por muito tempo. Se você se identificou com o problema, precisa descobrir o que fazer para aliviar os sintomas psicológicos e físicos que ele causa.

São manifestações graves da ansiedade:

Transtornos de ansiedade generalizada

Você pode identificar que está sofrendo um transtorno de ansiedade generalizada se sentir com frequência e por um período prolongado:

  • Apreensão: preocupação excessiva com o futuro; medo do desconhecido; sentir-se “no limite”;
  • Tensão muscular: inquietação, tremores ou dificuldade para relaxar. Pode sentir dores no corpo como consequência;
  • Tontura; sensação de nó ou bolo na garganta; dor ou frio no estômago;
  • Taquicardia, suor excessivo ou respiração ofegante (sem ter feito exercício físico).
Crise de pânico

Uma crise de pânico se caracteriza por uma ansiedade muito intensa em um dado momento. Ela manifesta-se como medo intenso, palpitação, sudorese, dor no peito, tremedeira, enjoo, frio na barriga e medo de morrer. O mal-estar é tão intenso que a pessoa sente necessidade de procurar um médico.

Fobia

É o medo persistente que não tem sentido e que “trava” você em certas situações. São fobias comuns o medo de multidões ou de estar só fora de casa; de sangue; lugares altos, abertos ou fechados; viagens de trem, carro ou avião. Quem tem uma fobia faz de tudo para evitar a situação que causa o medo.

Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)

A pessoa com transtorno de obsessão tem pensamentos indesejáveis. Podem ser dúvidas, pensamentos negativos, sobre contaminação, sexo ou religião, entre outros. Eles causam sofrimento e perda de tempo, atrapalhando a vida da pessoa.

A pessoa com transtorno compulsivo tem comportamentos que não consegue controlar. São as manias de contar, verificar, repetir, tocar em objetos e fazer movimentos. Comer, comprar e beber em excesso também são compulsões. Isto acontece devido à ansiedade. A falta de controle gera ainda mais ansiedade e sentimento de culpa.

No transtorno obsessivo-compulsivo, a pessoa age para aliviar os pensamentos obsessivos. Um exemplo de TOC é lavar as mãos o tempo todo, sem necessidade.

Estresse pós-traumático

Algo muito grave acontece (física ou psicologicamente) como “gatilho” para essa manifestação da ansiedade. A pessoa tem recordações perturbadoras do que aconteceu, pesadelos e até alucinações. Isso causa grande estresse físico e psicológico. As consequências são reações assustadas e irritabilidade, dificuldades de concentração e para se relacionar, falta de motivação e problemas para dormir.

O que fazer quando a ansiedade vai além do nó na garganta?

Se você percebe que a ansiedade atrapalha muito no seu trabalho, na sua vida familiar ou social, é necessário recorrer à avaliação de um médico de família, psicólogo ou psiquiatra para ter certeza do diagnóstico e estabelecer o tratamento mais adequado. As alternativas para tratar os transtornos de ansiedade são:

Psicoterapia

A psicoterapia é usada como tratamento não farmacológico (sem medicamentos). Normalmente é por onde se começa. Ela é considerada fundamental mesmo para quem precisa usar medicamentos.

Há muitas opções. Entre elas, a terapia cognitivo-comportamental se destaca. É muito efetiva, principalmente para os pacientes com ansiedade crônica. São necessárias pelo menos de 8 a 10 sessões. O trabalho consiste em modificar pensamentos e crenças negativas que a pessoa tem e desencadeiam os sintomas físicos.

Farmacoterapia

Alguns dos medicamentos que podem ser indicados são antidepressivos e ansiolíticos. Os antiarrítmicos podem ser indicados para o tratamento de alguns sintomas.

Os ansiolíticos e antidepressivos devem ser receitados por um psiquiatra. Em muitos casos, o tratamento com antidepressivos dura de 6 a 12 meses, mas pode ser mais longo.

O tratamento farmacológico deve estar aliado a tratamento psicológico e psicossocial.

Intervenção psicossocial

As intervenções psicossociais consistem na tentativa de agir sobre fatores sociais e psicológicos externos que podem causar ou acentuar a ansiedade. Problemas familiares, econômicos, de saúde e escolares são os alvos das intervenções.

Envolver as pessoas que convivem com o paciente para que auxiliem na melhora é fundamental para trabalhar estas questões e diminuir a ansiedade que causam.

Você pode querer ver também:

Formas de aliviar a sensação de bolo na garganta

Sinto a garganta fechando e a sensação de que não consigo respirar. O que pode ser?

Referências:

Gautam S, Jain A, Gautam M, Vahia VN, GautamIndian A. Clinical Practice Guidelines for the Management of Generalised Anxiety Disorder (GAD) and Panic Disorder (PD). J Psychiatry. 2017; 59(Suppl 1): S67–S73.

Narmandakh A, Roest AM, de Jonge P, Oldehinkel AJ. Psychosocial and biological risk factors of anxiety disorders in adolescents: a TRAILS report. Eur Child Adolesc Psychiatry. 2021; 30(12): 1969–1982.

Aktar E, Bögels SM. Exposure to Parents’ Negative Emotions as a Developmental Pathway to the Family Aggregation of Depression and Anxiety in the First Year of

Life. Clin Child Fam Psychol Rev. 2017; 20(4): 369–390.

Como controlar a ansiedade. Tadashi Kadomoto. Youtube

Existe um botão anti-pânico e ansiedade no seu corpo. Peter Liu. Youtube

Tenho 26 anos e enurese noturna o que eu faço?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A enurese noturna em adultos deve ser investigada e tratada pelo/a médico/a urologista, que é  especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento de problemas relacionados com o sistema urinário masculino e feminino.

Dentre as possíveis causas de enurese noturna na idade adulta estão:

  • Falta de musculatura ou controle neurológico necessários para controlar a urina;
  • Cistocele, também conhecida como "bexiga caída";
  • Poliúria (urinar bastante, mais de 2,5 litros por dia);
  • Infecção urinária;
  • Consumo de bebidas alcoólicas, café, chás ou medicamentos diuréticos;
  • Uso de remédios para dormir;
  • Diabetes;
  • Estresse e ansiedade;
  • Bexiga neurogênica (disfunção na bexiga provocada por alguma lesão neurológica, que faz com que a pessoa perca o controle da urina).

Indivíduos adultos que já tiveram o controle da micção e o perderam podem ser portadores de doenças que afetam o controle da urina.

Dependendo da causa, é possível reverter o problema e curar completamente a enurese noturna. Porém, há muitos casos, sobretudo em lesões neurológicas, que não existe tratamento.

O mais indicado é consultar o/a médico urologista para que a origem da sua enurese seja devidamente diagnosticada e receba um tratamento adequado.

Leia também: Xixi na Cama: Qual médico procurar?

Rubéola: o que é, quais os sintomas e como é o tratamento?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A rubéola é uma doença altamente contagiosa, causada por um vírus, que acomete principalmente crianças entre 5 e 9 anos de idade. A rubéola não é considerada uma doença grave e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após uma semana.

Já a rubéola congênita é muito perigosa devido ao risco de malformações fetais. A doença ocorre quando a mulher adquire rubéola durante a gravidez, infectando o feto. A rubéola congênita pode causar cegueira, surdez, problemas cardíacos, atraso no crescimento, parto prematuro e até morte ao nascimento.

Rubéola Quais são os sintomas da rubéola?

Os sintomas da rubéola incluem febre, dor de cabeça e garganta, mal-estar, presença de nódulos atrás da orelha, no pescoço e na nuca, além do aparecimento de pequenas manchas rosadas pelo corpo.

Como ocorre a transmissão da rubéola?

A transmissão da rubéola ocorre de pessoa para pessoa, geralmente através de gotículas de saliva ou secreção respiratória eliminadas por pessoas doentes ao falar, tossir ou espirrar. O contágio através do contato com objetos contaminados é raro.

O período de incubação varia entre 2 e 3 semanas. Após esse período, começam a surgir os primeiros sinais e sintomas: febre baixa, nódulos no pescoço e atrás da orelha, manchas rosadas que aparecem primeiro no rosto e depois se espalham pelo corpo.

A doença também pode ser transmitida da mãe para o feto durante a gravidez (rubéola congênita), podendo deixar sequelas irreversíveis no bebê.

Qual é o tratamento para rubéola?

Não existe um tratamento específico para a rubéola. Os sintomas podem ser aliviados com medicamentos para dor e febre. Também é recomendado que o/a paciente faça repouso e evite o contato com outras pessoas durante 10 dias após o aparecimento das manchas.

Após adquirir rubéola, a pessoa fica imune pelo resto da vida. A vacinação também confere imunidade contra a rubéola por praticamente toda a vida. Se a mãe já estiver imune, ela passa os anticorpos para o bebê, que fica protegido contra a rubéola por até 9 meses após o nascimento. Depois, é necessário tomar a vacina.

Quando tomar a vacina contra a rubéola?

A primeira dose da vacina contra a rubéola é dada com 1 ano de idade, através da tríplice viral, que protege contra rubéola, sarampo e caxumba. A segunda dose é dada entre os 4 e 6 anos de idade. Adolescentes e adultos com menos de 50 anos também devem ser vacinados contra a rubéola, mesmo que já tenham tido a doença.

Mulheres que nunca tiveram rubéola devem tomar a vacina pelo menos 30 dias antes de engravidar, já que as grávidas não podem ser vacinadas.

Vermes em crianças: quais os sintomas e o que fazer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A diarreia, barriga inchada, dor de barriga e falta de apetite, são os sintomas mais comuns, encontrados nas crianças com presença de vermes.

Especialmente nas crianças e bebês, onde os sintomas são bastante inespecíficos, a suspeita de vermes costuma ocorrer pela mudança nas características das fezes. Quando a infestação é grande, é possível ver os vermes nas fezes a olho nu, por exemplo, no caso das lombrigas.

O tratamento é simples e feito com remédios chamados vermífugos, conforme orientação de um médico de família ou do pediatra.

Sintomas de vermes em crianças

Os sintomas da presença de vermes nas crianças e bebês incluem:

  • Diarreia: a diarreia pode vir acompanhada de sangue ou muco,
  • Dor de barriga (dor abdominal),
  • Barriga inchada,
  • Náuseas,
  • Vômitos,
  • Coceira no bumbum (prurido anal),
  • Dor ao evacuar,
  • Desidratação,
  • Febre,
  • Falta de apetite,
  • Perda de peso,
  • Anemia,
  • Problemas respiratórios e
  • Distúrbios cerebrais.
Como é feito o tratamento das verminoses em crianças?

Com uso de vermífugos. O tratamento das verminoses é bastante simples, entretanto é preciso que a criança faça um exame de fezes para identificar o tipo de verme que está causando a infecção. Em alguns casos um exame de sangue pode ser necessário para verificar a extensão da verminose.

Com base nos sintomas apresentados pela criança e no resultado do exame de fezes e, o médico de família ou pediatra indicará o melhor remédio, chamado vermífugo, para que o tratamento seja eficaz.

Albendazol, mebendazol, ivermectina e a nitazoxanida (Annita) são os vermífugos mais usados em crianças. No caso das crianças menores de 2 aos, o mebendazol pode ser uma opção, após a avaliação de riscos e benefícios pelo pediatra que o acompanha.

Nos bebês, os vermífugos são administrados de acordo com o peso e idade. Você deve trocar roupinhas, pijamas ou roupa de cama com frequência para evitar que o bebê se reinfecte com os ovos. As pessoas que manipularem as roupas também podem se infectar, transportando os ovos do verme para alimentos ou para a boca.

É importante que você não use esses medicamentos nos seus filhos sem orientação médica.

Quais são as verminoses mais comuns nas crianças?

As verminoses mais comuns são:

  • ascaridíase (lombriga),
  • esquistossomose,
  • ancilostomose,
  • filariose,
  • amebíase,
  • teníase (solitária),
  • oxiuríase e
  • giardíase.
O que fazer para evitar as verminoses em crianças?

Algumas medidas simples que ajudam a evitar a verminoses podem ser feitas por cada um de nós e ensinadas às crianças. São cuidados que incluem:

1. Lavar bem as mãos com sabão e com frequência, principalmente, antes das refeições e após usar o banheiro;

2. Evitar andar descalços em locais em que não se conhece as condições de higiene;

3. Beber apenas água filtrada ou fervida;

4. Cuidado ao manipular os alimentos. Os adultos que manipulam os alimentos devem lavá-los cuidadosamente antes do seu preparo e consumo;

5. Cuidado especial deve ser dados aos alimentos ingeridos crus como, por exemplo, verduras e legumes. Recomenda-se deixar por 15 minutos de molho em uma solução de 1 litro de água e 1 colher de sopa de água sanitária ou com produto específico para limpar verduras. Porém, após os 15 minutos, deve lavar com água corrente, de maneira abundante, até eliminar completamente o produto de limpeza, antes de ingerir o alimento.

Para saber mais sobre as doenças causadas por vermes e sobre os vermífugos, você pode ler:

Quais são as doenças causadas por vermes?

Quais os melhores remédios para vermes?

Referências

  • Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. Abordagem das Parasitoses Intestinais mais Prevalentes na Infância.
  • Federação Brasileira de Gastroenterologia
  • Sociedade Brasileira de Infectologia
  • Sociedade Brasileira de Pediatria
Existe risco de vermes serem expelidos vivos do organismo?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

É algo pouco provável de acontecer (raro), porém eventualmente pode acontecer.

O tratamento para verminoses é relativamente simples e inclui o uso de medicamentos orais. É muito importante consultar o médico clínico geral ou médico de família para uma avaliação e indicação do tratamento específico para o tipo de verminose identificada.

Veja também:

Como aliviar a tosse do bebê? Posso oferecer xaropes para tosse?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A tosse do bebê pode ser aliviada com medidas simples que você pode adotar em casa como colocá-lo no colo, oferecer líquidos e inalação com soro fisiológico. Os xaropes para tosse infantil devem ser evitados.

Presenciar episódios repetidos de tosse de um bebê pode causar muita aflição. Entretanto, é importante que, antes de qualquer coisa, você mantenha a calma.

Saiba um pouco mais sobre como você pode fazer para aliviar a tosse do seu bebê:

1. Coloque o bebê no colo

Se o bebê está tossindo, coloque-o no colo com a cabeça um pouco mais elevada do que o restante do corpo. Esta posição alivia a tosse e favorece uma melhor respiração.

Uma outra dica é deixar que o bebê se coloque em uma posição confortável, o que também amenizará a tosse.

2. Ofereça líquidos

Oferecer água, sucos e chás ajuda a aliviar a tosse dos bebês. A água e os líquidos, em geral, hidratam as cordas vocais, amenizam a irritação causada pela tosse e auxiliam na fluidificação das secreções.

Oferte, principalmente água, durante todo o dia. O bebê deverá ingerir em torno de 100 ml de água por cada Kg de peso nas 24 horas. Se o seu bebê pesa 9 kg, ofereça 900 ml de água no decorrer do dia.

Se o seu bebê tem menos de 6 meses e se alimenta somente de leite materno, pode oferecê-lo mais leite. O leite materno também cumpre a função de hidratar o bebê.

3. Faça inalação com soro fisiológico

A inalação com soro fisiológico ajuda a hidratar as mucosas do sistema respiratório e assim, aliviar a tosse dos bebês. Essa prática tem o mesmo efeito da gotinha de soro fisiológico no nariz.

Além de aliviar a tosse, a inalação com soro fisiológico não oferece riscos à saúde do bebê. É importante não adicionar medicamentos ao soro fisiológico.

Pode ser realizada através de um nebulizador, onde coloca 3 ml de soro fisiológico e deixa o bebê próximo à máscara, inalando a fumaça produzida.

4. Aplique soro fisiológico nas narinas do bebê

Aplique uma gota de soro fisiológico em cada narina do bebê, 3 vezes ao dia. Esta é uma quantidade segura para o bebê e não provocará engasgo.

Para aplicar o soro, coloque o bebê no colo com a cabeça um pouco mais elevada que o restante do corpo. Utilize um conta gotas e soro fisiológico de farmácia.

A aplicação de soro fisiológico ajuda os cílios (pêlos) do interior das narinas a limpar impurezas do sistema respiratório que podem provocar a tosse. Deste modo, a tosse se torna mais amena e o organismo fica mais protegido contra agentes causadores de doenças.

5. Ofereça mel (crianças com mais de 1 ano de idade)

Estudo publicado em 2018 comprovou que a ingestão de uma colher de mel antes de dormir promove a redução do tempo de duração da tosse em crianças com mais de um ano de idade.

Entretanto, o mel não é indicado para crianças com menos de 1 ano por causa do risco de botulismo, uma doença neurológica causada pela toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum.

Posso dar xaropes infantis para o meu bebê?

Não. Embora exista uma grande oferta de xaropes que prometem o alívio da tosse, não há comprovação científica de que eles realmente funcionam. Além disso, nem todos são indicados para crianças.

Alguns xaropes descongestionantes, antialérgicos ou expectorantes somente devem ser utilizados se prescritos pelo médico de família, pediatra ou pneumologista.

O ideal é que bebês e crianças até 2 anos de idade só utilizem medicamentos se apresentarem febre (temperatura acima de 38º) e/ou dificuldade respiratória após avaliação médica.

Umidificadores de ar podem ser utilizados para aliviar a tosse do bebê?

Os benefícios do uso do umidificador de ar para o alívio da tosse são controversos. O umidificador pode ser indicado para ajudar a hidratar as vias aéreas, mas também pode ser prejudicial para bebês de famílias alérgicas.

O excesso de umidade do ar aumenta a proliferação de ácaros e mofo causadores de alergias. Por este motivo, se há alérgicos na família, evite o uso de umidificadores e converse com o médico de família ou pneumologista.

Bebê com tosse seca, o que posso fazer?

A tosse seca nos bebês é geralmente causada por gripes ou resfriados simples e pode vir acompanhada de dor de garganta e nariz entupido. Alguns bebês podem apresentar tosse seca e nariz escorrendo, entretanto, a secreção tende a ser fluida e transparente.

Neste caso ofereça água ao seu bebê na quantidade de 100 ml por cada quilo de peso. Por exemplo, se o seu bebê pesa 8kg, ofereça a ele 800 ml de água em pequenas quantidades no decorrer do dia.

O repouso é importante para a recuperação do bebê. Deixe-o descansar e dormir.

Colocar o bebê no colo ajuda a aliviar a tosse. Enquanto estiver no colo, mantenha a cabeça do bebê elevada e não ofereça xaropes infantis.

Se a tosse permanecer por mais de 5 dias, se for uma tosse muito forte ou se o seu bebê tiver febre (temperara superior 38o) é importante levá-lo à uma emergência hospitalar para avaliação médica.

Bebê com tosse com catarro (tosse produtiva), o que devo fazer?

A tosse com catarro em bebês pode ocorrer por infecções virais ou bacterianas. A tosse seca, característica dos resfriados e gripes, pode se tornar produtiva após alguns dias.

A tosse produtiva causada por infecção bacteriana costuma ser uma tosse molhada com secreções esverdeadas ou amareladas, além de vir acompanhada de febre.

Nestes casos, especialmente se houver febre, recomenda-se procurar um médico de família, pediatra ou o serviço de emergência.

Alívio da tosse durante a noite

Se o seu bebê apresentar tosse durante a noite, coloque um travesseiro ou toalhas dobradas embaixo da cabeceira do berço para elevar a cabeceira. A cabeceira elevada mantém as vias aéreas livres, facilita os movimentos respiratórios, ajuda a reduzir o refluxo e aliviar a tosse do bebê.

Nesta posição seu bebê terá uma noite de sono mais tranquila.

Tosse por aspiração de objetos, o que posso fazer?

Entre os bebês é comum a aspiração de alimentos ou de pequenos brinquedos, o que pode provocar asfixia (dificuldade de respirar, sufocação). Os principais sintomas de aspiração de alimentos ou objetos estranhos incluem tosse persistente e ofegante.

Se você perceber que o bebê ficou ofegante ou começou a tossir repentinamente enquanto se alimenta, ou brinca com brinquedos pequenos que cabem na boca, verifique se há algo estranho. Olhe dentro da boca do bebê.

Se você consegue ver e pegar com segurança o objeto ou alimento na boca do seu bebê, retire o corpo estranho com os seus dedos em formato de pinça. Ao retirar o objeto, a tosse cessa e o bebê deve voltar a respirar normalmente.

Se o corpo estranho bloquear completamente as vias aéreas (garganta) do bebê, ele pode ficar pálido, não emitir sons e apresentar dificuldade de respirar. Neste caso, você deve ligar para 192 (SAMU) ou 193 (corpo de bombeiros) ou leva-lo imediatamente a uma emergência.

Quando devo levar o meu bebê ao médico ou hospital?

Na maior parte dos casos a tosse não deve causar preocupação, entretanto fique alerta se ela vier acompanhada dos seguintes sinais:

  • Duração de mais de 5 dias;
  • Dificuldade de respirar mesmo quando não há tosse;
  • Bebê com menos de 3 meses;
  • Febre superior a 38º;
  • Pele azulada em torno da boca;
  • Respiração mais rápida que o normal;
  • Tosse com muita secreção ou secreção com sangue;
  • Barulho ou chiado no peito ao respirar;
  • Se o bebê tiver alguma doença cardíaca ou pulmonar.

Se você perceber algum destes sinais, leve o bebê o mais rapidamente possível à um serviço de emergência.

Causas mais comuns de tosse nos bebês

A causas mais frequentes de tosse em bebês são:

  • Gripes e resfriados;
  • Asma;
  • Bronquiolite;
  • Laringite;
  • Refluxo gastroesofágico;
  • Aspiração de objetos.

O alívio da tosse do seu bebê deve ser feito preferencialmente com medidas naturais e sem uso de medicamentos, especialmente se estes não foram prescritos por um médico.

Para o tratamento adequado e seguro da tosse consulte um médico de família, pediatra ou pneumologista e não deixe de seguir as orientações destes profissionais.

Para saber mais sobre tosse infantil, você pode ler:

O que fazer em caso de tosse alérgica infantil?

Tosse persistente: o que fazer?

Tosse seca: o que pode ser e o que fazer?

Tosse com catarro: o que fazer?

Referência

ODUWOLE O.; UDOL E.E.; OYO-ITA, A.; MEREMIKWU, M.N. Haney for acute cough in chlidren (Review). Cochrane Database of Systematic Reviews, v.4, 2018.

SBP - Sociedade Brasileira de Pediatria.

SBPT - Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.