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Dieta da proteína emagrece? Quais as vantagens e desvantagens?

Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dieta da proteína emagrece, assim como toda e qualquer dieta pobre em calorias. A dieta da proteína é baseada no aumento do consumo de alimentos ricos em proteínas (carnes, aves, peixes, ovos, leite e derivados, leguminosas) e diminuindo a ingestão de carboidratos (pães, arroz, massa, batata).

Apesar de ter algumas vantagens, a dieta da proteína não é equilibrada. A privação de carboidratos (fonte de energia essencial para o funcionamento do organismo) e o excesso de proteínas na alimentação podem trazer riscos à saúde e causar efeitos colaterais.

Dieta da proteína: vantagens e desvantagens

Quais são as vantagens da dieta da proteína?

Uma das vantagens da dieta da proteína e razões por que a dieta funciona é o fato das proteínas demorarem mais tempo para serem digeridas e absorvidas pelo organismo, o que prolonga a sensação de saciedade e reduz a vontade de comer outros alimentos mais calóricos.

Uma vez que a digestão é mais longa, o organismo passa a utilizar a gordura corporal como fonte de energia, gerando emagrecimento.

As proteínas são a matéria-prima dos músculos. Sem proteínas na dieta, o organismo consome as proteínas dos músculos, daí a importância em manter uma ingestão adequada de proteínas na alimentação.

Por isso, essa dieta pode favorecer o aumento de massa muscular, dependendo da privação de carboidratos. Quanto menos carboidratos, mais o corpo irá usar as proteínas musculares como fonte de energia, resultando com o tempo em perda também de massa muscular.

Porém, se houver ganho de massa muscular devido ao aumento do consumo de proteínas, o corpo acaba por queimar mais calorias, o que favorece o emagrecimento.

Quais as desvantagens da dieta da proteína?

São muitas as desvantagens na dieta da proteína, principalmente quando não for devidamente acompanhado por um profissional especializado, entre elas:

  1. A baixa ingestão de carboidratos, que são fonte de energia e essenciais para o metabolismo celular, pode causar cansaço, tonturas, falta de energia, ansiedade, dificuldade de concentração, insônia, irritabilidade e dor de cabeça;
  2. Outro efeito colateral do baixo consumo de carboidratos é a perda de massa muscular, já que o corpo começa a queimar músculos para obter energia;
  3. A queima elevada de gordura corporal devido à falta de carboidratos produz corpos cetônicos, que podem ser prejudiciais às células do corpo se forem produzidos em grandes quantidades;
  4. O excesso do consumo de proteínas pode sobrecarregar os rins e o fígado, que precisam funcionar muito mais para eliminar as substâncias provenientes do metabolismo das proteínas;
  5. Proteínas em excesso também podem tornar a digestão mais lenta ou mesmo dificultar a digestão, o que pode levar a um desconforto no estômago;
  6. O aumento da concentração de proteína na dieta, sem atividade física e acompanhamento, está relacionada ao maior risco de doenças cardiovasculares e tromboses;
  7. Além disso, dietas restritivas e não balanceadas, como é o caso da dieta da proteína, pode privar o corpo de minerais, vitaminas e fibras.

Portanto, uma dieta adequada para emagrecer deve ter poucas calorias, mas deve ser balanceada, com as doses adequadas de cada nutriente. Fazer dietas que eliminam grupos de alimentos essenciais para o bom funcionamento do organismo não é uma forma saudável de emagrecer, além de favorecer o efeito "sanfona" quando esta dieta for abandonada.

Como as sociedades e diretrizes médicas defendem, a perda de peso muito rápida, tem a tendência de retornar rápido também ("efeito sanfona"). O mais difícil é manter o peso adequado, e isso só é conseguido à base de mudanças de hábito de vida, alimentação equilibrada e atividades físicas regulares.

Para ter um plano alimentar individualizado e adequado, consulte um nutricionista, nutrólogo ou endocrinologista.

Leia também: O que fazer para emagrecer?