A presença de Gardnerella no exame de papanicolau, pode indicar uma infecção vaginal, a chamada vaginose bacteriana. Contudo, para ter certeza desse diagnóstico, é preciso passar por uma avaliação médica.
A Gardnerella é uma bactéria que está presente normalmente na flora vaginal, mas em pequenas quantidades. Os lactobacilos são as bactérias que predominam nessa região. Os sintomas de infecção são o corrimento acinzentado, com cheiro forte e desagradável.
A vaginose bacteriana por Gardnerella não é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST) ou doença sexualmente transmissível (DST), mas pode ser transmitida por contato íntimo, para o homem.
Qual o tratamento da vaginose bacteriana?
O tratamento é baseado no uso de antibióticos, sendo o metronidazol o antibiótico de escolha. Pode ser administrado por via oral (comprimidos) ou por pomadas, durante 7 a 10 dias.
Além do antibiótico, é importante evitar as relações durante o tratamento, ou se o fizer, usar contraceptivos de barreira, como a camisinha.
O uso de bebidas alcoólicas, pode interferir na eficácia do medicamento e causar efeitos colaterais como náuseas e vômitos.
E, a princípio, não é preciso tratar o homem, a não ser que ele tenha sintomas. Se for uma parceira mulher, essa deve ser tratada em conjunto.
Como se pega gardnerella? Pode ser considerada uma DST/IST?
A mulher já possui a bactéria gardnerella na sua flora vaginal naturalmente, já o homem não. No homem, a Gardnerella é transmitida através de contato íntimo e relações sexuais.
A infecção no homem pode causar doença na uretra (uretrite), na glande ou prepúcio (balanite). Os sintomas são de vermelhidão no pênis, saída de secreção purulenta, ardência ao urinar e/ou dor na relação.
Nesses casos é preciso procurar um urologista, para dar início ao tratamento.
Como saber se tenho vaginose bacteriana?
A vaginose é uma infecção comum do trato genital feminino, que causa principalmente corrimento vaginal e odor fétido, semelhante à "peixe podre".
Uma situação que leva a grande desconforto e constrangimento. Outros sinais como vermelhidão, edema, dor durante as relações e coceira, podem ocorrer, porém, são sintomas bem menos frequentes.
A presença desses sintomas, sugere uma vaginose bacteriana, por isso é recomendado que procure um ginecologista para avaliação.
O que pode causar a vaginose bacteriana?
Os fatores mais relacionados à infecção vaginal são:
- Limpeza íntima com sabonetes inapropriados,
- Uso de ducha higiênica muitas vezes por dia,
- Uso inadequado do papel higiênico. É fundamental passar o papel sempre da vagina em direção ao ânus, e não o contrário,
- Situações que reduzem a imunidade: gestação, diabetes, uso crônico de remédios como o corticoide, ansiedade, estresse e alimentação ruim,
- Ter vários parceiros sexuais,
- Tabagismo.
A vaginose pode ter complicações?
Sim. Nas mulheres, a vaginose pode levar a infertilidade, por inflamações crônicas no útero e trompas. Aumenta o risco de contrair DST/IST como o HIV, tanto nos homens quanto nas mulheres. Pode ainda, nas gestantes, desencadear parto prematuro ou abortamento.
Sendo assim, toda a mulher que apresente alteração no exame, precisa procurar o seu ginecologista, para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento com antibiótico e demais orientações que se façam necessárias.
As mulheres com idade entre 25 e 59 anos, que têm ou já tiveram vida sexual ativa devem fazer o exame preventivo periódico. Após dois exames com resultado normal em um intervalo de um ano, o papanicolau pode passar a ser feito a cada 3 anos.
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Referências:
FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.