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Corrimento marrom, o que pode ser?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O corrimento marrom pode ser causado por diversos motivos. O tempo em que o sangue menstrual fica retido no interior da vagina pode causar alterações na sua composição, fazendo o sangue ficar escuro e ao ser misturado com as secreções vaginais e do colo do útero levam a formação de um corrimento de cor marrom.

Outra situação que causa corrimento marrom muito frequentemente são as infecções vaginais de causa bacteriana (corrimento geralmente amarelado, mas pode ser marrom-claro na vaginose bacteriana). Vulvovaginite podem ser também a causa de corrimento marrom, principalmente nos períodos que antecedem e são posteriores a menstruação.

O que causa corrimento marrom escuro?

Quando o corrimento vaginal é marrom escuro, geralmente adquire esta cor por ter sangue em sua composição. Isto pode indicar feridas sangrantes no colo do útero, nas paredes vaginais, nas tubas uterinas ou ser proveniente da própria parede uterina (alteração menstrual).

Normalmente, o corrimento vaginal adquire a cor marrom devido à presença de sangue coagulado na sua composição. Esses restos de sangue podem ter como causas resquícios do período menstrual, traumatismos, infecções, presença de corpo estranho, câncer, atrofia vaginal, gravidez ectópica (gravidez fora do útero), entre outras.

O que causa corrimento marrom como borra de café?

A menstruação em borra de café, verificada no final do período, também pode ter coloração marrom. Trata-se da mudança de cor do sangue, que oxida devido ao tempo que fica retido no útero até ser expelido, o que altera a sua cor.

O corrimento marrom deixa de ser considerado “normal”, ou seja, fisiológico, se persistir por vários dias ou vier acompanhado de mau cheiro.

Corrimento marrom nas infecções, alergias e outras doenças

Nos casos de infecção bacteriana vaginal, normalmente outros sinais e sintomas acompanham o corrimento marrom, como: ardência, cheiro forte e desagradável, inchaço, prurido (coceira) ou vermelhidão.

O corrimento vaginal marrom também pode ser decorrente de doença inflamatória pélvica (DIP), muito mais grave, que pode necessitar de internação hospitalar para tratamento. Outras doenças como câncer do colo do útero, câncer de endométrio, pólipos ou miomas uterinos, endometrite também podem causar corrimento marrom.

Alergias e irritação

Grande parte dos corrimentos crônicos são causados por preservativos. O látex das camisinhas pode provocar alergia em algumas mulheres, o que vai desregular o pH vaginal e criar um ambiente propício à proliferação de bactérias que causam a vaginose bacteriana.

Produtos de higiene íntima (duchas vaginais) também são agentes que provocam irritação. Duchas podem levar à destruição das bactérias benéficas (flora vaginal normal — bacilos de Doderlein) que impedem a proliferação de bactérias causadoras de doenças como as da vaginose.

O uso de sabonetes, lubrificantes e cremes vaginais sem indicação do médico é outro fator que pode explicar corrimentos recorrentes.

Corrimento marrom após relações sexuais

O corrimento marrom escuro geralmente indica sangramento em algum local do aparelho reprodutor. O sangramento pode ser oriundo da própria parede vaginal ou do colo do útero, como consequência de relações sexuais intensas ou repetidas.

Corrimento marrom na gravidez

Nas primeiras 12 semanas de gestação, algumas mulheres podem apresentar secreção vaginal marrom. Esse pequeno sangramento pode se originar da implantação do embrião na parede uterina (nidação). Neste caso o sangramento é semelhante à menstruação, mas em pequena quantidade, de coloração mais clara e dura poucos dias.

A vagina e o colo do útero também ficam mais sensíveis durante a gravidez, podendo sangrar mais facilmente durante relações sexuais ou exames ginecológicos. Além disso, aumenta a chance de infecções nesse período.

Sempre que ocorrerem corrimentos ou sangramentos durante a gestação, ainda que geralmente comuns, um ginecologista deve ser consultado imediatamente.

O corrimento também pode significar algo mais grave, como:

  • Perda sanguínea decorrente de gravidez ectópica com rotura de tuba uterina (acompanhada de fortes dores abdominais em cólica)
  • Aborto (ou ameaça de aborto)
  • Placenta prévia
  • Descolamento prematuro de placenta
  • Rotura de vasa prévia

Para maiores esclarecimentos, consulte um ginecologista ou médico de família para receber diagnóstico e tratamento adequados.

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Causas para o corrimento marrom acompanhado de cólica

Usando pomada vaginal posso ter relação?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não é recomendável ter relações sexuais durante o uso da pomada vaginal.

A pomada vaginal serve para tratar determinada inflamação e/ou infecção e precisa estar disponível na região da vagina para fazer efeito. A atividade sexual pode atrapalhar a absorção da pomada, pois desequilibra a flora vaginal normal e altera o pH da vagina. Assim, a ação e a eficácia do medicamento ficam prejudicadas.

Além disso, a relação acaba por gerar atrito e fricção na parede da vagina, o que pode levar a dor, desconforto e piora da inflamação.

Se mantiver relações junto com o uso do medicamento, o tratamento pode não funcionar e a inflamação não será curada, mantendo os sintomas e na maioria das vezes, será preciso reiniciar o tratamento, com novo medicamento.

Como saber se a pomada vaginal teve efeito?

A melhora completa dos sintomas, é a forma mais simples de conferir a eficácia do tratamento.

Mesmo antes de terminar o tratamento, nos primeiros dias de uso da pomada, os sintomas começam a desaparecer, no entanto, isso não é sinal de cura. É fundamental que o tratamento seja mantido por todo o período orientado pelo médico, pelo menos 7 dias consecutivos.

Esse é o período mínimo para combater uma infecção de maneira adequada. A interrupção do creme antes de eliminar completamente o germe, causa retorno dos sintomas e resistência ao medicamento.

Quando posso voltar a ter relação, após tratamento com pomada vaginal?

Você poderá voltar a ter relações sexuais assim que deixar de usar a pomada vaginal.

Use a pomada durante o tempo determinado pelo/a médico/a e evite relações sexuais durante esse período. Se não observar melhora dos sintomas, faça uma nova consulta com o/a médico/a que prescreveu a medicação.

Leia também:

Corrimento rosado, o que pode ser?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Corrimento rosado pode ser o sinal inicial de uma gravidez ou um corrimento habitual do ciclo menstrual. Quando há mau cheiro com o corrimento rosado, isso pode indicar uma infecção vaginal.

No caso de gravidez, quando ocorre a fecundação do óvulo, a mulher pode observar a presença de um leve corrimento rosa, sendo um corrimento vaginal normal apresentado pela mulher.

A cor rosada do corrimento é devida aos vestígios de sangue, resultado da entrada do espermatozoide no óvulo e do deslocamento do mesmo até o útero.

Esse corrimento pode aparecer poucos minutos depois da relação ou até 3 dias depois, visto que esse é o tempo que o espermatozoide permanece vivo no organismo feminino.

Corrimento rosado antes da menstruação

O aparecimento de uma pequena quantidade de corrimento rosado antes do período menstrual pode ser apenas um resultado de alterações hormonais que ocorrem durante o ciclo menstrual.

Durante a ovulação algumas mulheres também podem apresentar corrimento rosado acompanhado de dores ou desconforto na região dos ovários, de duração limitada. Estes sintomas são causados pela liberação do óvulo pelo ovário e melhoram espontaneamente.

Também é possível que o corrimento rosado possa vir acompanhado de cólicas menstruais, alguns dias antes de a mulher apresentar sangramento menstrual mais intenso. Ou seja, a menstruação começa gradativamente apenas com um pequeno corrimento rosado, depois sangue mais claro em pequena quantidade, até vir sangue em maior quantidade.

No início de uma gravidez, algumas mulheres podem apresentar um corrimento rosado, que aparece antes ou no dia previsto da menstruação. Se suspeitar que está grávida e a menstruação atrasar mais que 7 dias, é importante fazer um teste de gravidez.

Corrimento rosado depois da menstruação

Após a menstruação, algumas mulheres podem apresentar corrimento rosado. Nesses casos, a cor rosa do corrimento é devida à presença de restos de sangue que ficaram no útero e estão sendo expelidos.

Corrimento rosado na gravidez

Durante a gravidez, a presença de secreção vaginal rosa pode ocorrer durante ou após esforços físicos, ou relações sexuais. Em outros casos, o corrimento rosado na gestação pode indicar aborto.

No início da gravidez, a causa do corrimento rosado normalmente é o sangramento decorrente da fecundação do óvulo pelo espermatozoide e da implantação do óvulo no útero. Esse corrimento é normal e não é sinal de complicações. Pode durar de um a cerca de três dias.

No 1.º trimestre de gravidez, o útero fica muito sensível e está com um aumento considerável de fluxo sanguíneo. Por isso, alguns estímulos podem causar pequenas rupturas no útero, com rompimento de vasos sanguíneos, como esforço físico ou relação sexual, por exemplo. Nessas situações, também pode surgir um corrimento rosado durante ou depois da atividade.

No caso das relações sexuais, por exemplo, o corrimento rosado também pode ser provocado pela ruptura de vasos sanguíneos da vagina, que fica mais irrigada de sangue na gravidez e com um número maior de vasos sanguíneos.

Esses corrimentos rosados que surgem na gravidez são considerados normais e normalmente não indicam nada mais grave.

Mesmo assim, é importante estar atenta à cor do corrimento. Se a secreção apresentar uma coloração vermelho vivo, pode ser sinal de placenta prévia, descolamento de placenta, gravidez ectópica (gravidez fora do útero) ou aborto. Nessas situações, a gestante também costuma ter cólicas e deve-se procurar uma avaliação médica com urgência.

Corrimento rosado tomando anticoncepcional

Um corrimento rosado ou levemente amarronzado pode surgir durante o ciclo menstrual naquelas mulheres que apresentam escapes decorrentes do uso de algum tipo de anticoncepcional.

Os sangramentos de escape podem surgir em qualquer período do ciclo menstrual e podem ter duração de até uma semana. Nesses casos, trata-se de um efeito colateral normal do anticoncepcional.

A ocorrência de sangramentos de escape é mais comum no início do uso do anticoncepcional, quando o organismo da mulher ainda está se adaptando aos hormônios do medicamento. Porém, se os sangramentos persistirem por mais de 3 meses, é recomendado consultar o/a profissional de saúde.

Corrimento rosado com odor ou mau cheiro

O contato do corrimento com o material de absorventes ou tampões vaginais, que demoram muito a ser trocados, pode fazer com que haja a proliferação de bactérias ocasionando mau odor. Por isso, está recomendado trocar absorventes e tampões vaginais com frequência.

Também a higienização vaginal excessiva com uso de duchas vacinas ou sabonetes perfumados, impróprios para a zona íntima, podem prejudicar a flora bacteriana normal da região genital e causar mau odor. O uso de roupa íntima com tecidos sintéticos impede a ventilação adequada da região e pode também favorecer o desenvolvimento de mau cheiro.

O corrimento rosado com odor forte também pode indicar alguma infecção associada, como a vaginose bacteriana causada pela bactéria Gardnerella vaginalis. O tratamento da infecção pode ser realizado com cremes vaginais ou antibióticos.

Mais raramente a presença de corrimento róseo avermelhado com mau odor importante também pode estar relacionado a câncer de colo de útero. O exame de rastreio de câncer de colo deve ser efetuado com a periodicidade recomendada pelo seu médico, de modo a prevenir o câncer e sintomas como este.

Corrimento rosado após a relação

A ocorrência de corrimento vaginal rosado também pode ser observada após as relações sexuais. Isso pode acontecer após relações sexuais mais intensas, se houver ruptura de vasos sanguíneos na vagina. Se não houver outros sinais e sintomas associados, é provável que não seja nada de grave.

Quando devo procurar um médico?

Apesar de o corrimento vaginal ser uma resposta fisiológica natural do corpo da mulher, ele também pode sinalizar alguma doença ou condição que precisa ser melhor avaliada.

O mais indicado é consultar o ginecologista, médico de família ou clínico geral sobre a ocorrência de um corrimento rosado, quando:

  • Corrimento apresentar mau odor;
  • Corrimento que causa coceira e prurido;
  • Corrimento persistente;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Dor intensa em baixo ventre;
  • Dor ou ardência para urinar;
  • Presença de febre.

Na presença de algum destes sintomas ou toda vez que sentir dúvidas ou estiver insegura sobre o seu corrimento procure um médico, para que as causas sejam apuradas e, se necessário, devidamente tratadas.

Conheça mais sobre esse assunto nos artigos a seguir:

Referências:

Bacterial vaginosis: Clinical manifestations and diagnosis. 2020. Uptodate.

Approach to females with symptoms of vaginitis. 2021. Uptodate.

Quais os sintomas de inflamação no útero?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Os principais sinais e sintomas de inflamação no útero são:

  • Corrimento vaginal (leucorreia), secreção que pode vir com mal cheiro e com coloração amarelada;
  • Dor abdominal / dor pélvica (região inferior da barriga);
  • Dor para urinar (disúria), dor e ardência ao urinar, por vezes de forte intensidade;
  • Dor durante as relações sexuais (dispareunia);
  • Sangramento, após a relação sexual ou espontânea, fora do período menstrual.

Os sintomas de inflamação no útero ocorrem principalmente durante a relação sexual e variam bastante de acordo com a localização da inflamação, que pode ocorrer no colo do útero (cervicite) ou na região interna do útero (endometrite).

Cervicite

A inflamação mais comum no útero é aquela que ocorre no colo do útero (cérvix ou cérvice), que é a região mais estreita do útero localizada no fundo da vagina e por onde o sangue menstrual é eliminado. A inflamação do colo do útero não interfere, na gestação, desde que seja tratada adequadamente.

Entretanto, a cervicite muitas vezes não apresenta sintomas, o que pode levar à progressão dessa infecção e inflamação para regiões próximas como os ovários, as trompas e a região interna do útero (endometrite), causando a Doença Inflamatória Pélvica (DIP).

A DIP é uma situação mais grave e pode apresentar além dos sintomas típicos, um quadro de febre, náuseas e vômitos.

Quais as causas da cervicite?

A principal causa dessa inflamação no útero são as infecções causadas por fungos, vírus ou bactérias, o que inclui as infecções sexualmente transmissíveis (IST), como gonorreia, clamídia, herpes, tricomoníase, entre outras.

A cervicite também pode ser causada pelo uso de anticoncepcionais hormonais e por traumatismos no colo do útero.

Quais os sintomas da cervicite?

Os sintomas da cervicite incluem dor abdominal, dor na coluna lombar, dor na região da pelve, dores nas relações sexuais, sangramento vaginal, corrimento e odor desagradável na vagina.

Qual é o tratamento para cervicite?

O tratamento da cervicite depende dos sintomas apresentados pela paciente e dos resultados dos exames solicitados. Em geral, é realizado com medicamentos antibióticos orais e tópicos. Nos casos mais graves, a medicação precisa ser administrada pela via endovenosa, em hospital, embora sejam casos raros.

Recomenda-se que a mulher não tenha relações sexuais até o fim do tratamento e desaparecimento completo dos sintomas, o que leva cerca de uma semana.

Endometrite

Endometrite é uma inflamação do endométrio, que é a camada mais interna do útero. Sem tratamento, essa inflamação no útero pode provocar sérios danos no aparelho reprodutor da mulher, podendo causar inclusive infertilidade.

Quais as causas da endometrite?

A principal causa de endometrite são as infecções causadas por bactérias, nomeadamente infecções sexualmente transmissíveis (IST's) como gonorreia, clamídia e sífilis.

A endometrite ocorre com mais frequência depois do parto, abortos e após exames que podem provocar infecção do útero com bactérias, como histeroscopia, colocação de DIU, curetagem, entre outros.

Quais os sintomas da endometrite?

Os sintomas da endometrite incluem febre, dor acima do púbis, mal-estar, cólicas menstruais, corrimento e sangramento vaginal.

Qual é o tratamento para endometrite?

O tratamento dessa inflamação no útero é realizado com medicamentos antibióticos. É fundamental seguir o tratamento até o fim para prevenir recaídas e complicações.

O exame Papanicolau (preventivo) é utilizado para diagnosticar as inflamações do colo do útero e o(a) médico(a) de família ou ginecologista são especialistas indicados para o tratamento dessas inflamações do útero.

Saiba mais sobre esse assunto nos artigos:

Qual o tratamento para a inflamação do útero?

Inflamação no útero pode atrasar a menstruação?

Dor no útero: 7 causas mais comuns e o que fazer

FEBRASGO. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Inchaço, vermelhidão, coceira, irritação na vagina?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Inchaço, vermelhidão, coceira e irritação na vagina são sintomas de infecção vaginal, sendo a candidíase a mais provável. Caso não seja detectado nenhum micro-organismo causador de infecções, esses sintomas podem ser decorrentes de alguma irritação mecânica, química ou alérgica.

Se os sintomas forem provocados por uma reação alérgica ou alguma irritação mecânica, é preciso investigar a causa e remover o agente agressor.

Candidíase O que é candidíase?

A candidíase é uma infecção da vulva e da vagina causada por um fungo que habita a mucosa vaginal e a mucosa digestiva (Candida albicans, Candida tropicalis, Candida glabrata, Candida parapsilosis). Quando o ambiente torna-se favorável, o fungo se prolifera e ocasiona a candidíase.

Quais as causas da candidíase?

Na grande maioria das mulheres, candidíase  é causada pelo fungo Candida albicans. Alguns fatores que favorecem o aparecimento da candidíase vaginal incluem diabetes, uso de medicamentos antibióticos, anticoncepcionais orais e corticosteroides, gravidez, imunidade baixa, obesidade, roupas justas e clima quente.

Quais são os sintomas da candidíase?

O principal sinal da candidíase é a presença de corrimento vaginal branco, espesso e em grumos, semelhante a requeijão. O corrimento não tem cheiro e forma placas que ficam aderidas à parede da vagina.

Veja também: Corrimento Vaginal é Normal?

Outros sintomas que costumam estar presentes incluem vermelhidão, coceira, ardor, fissuras na vulva e dor durante as relações sexuais.

Apesar de poder causar inchaço, vermelhidão, coceira e irritação na vagina, a candidíase pode não manifestar sintomas em até 20% dos casos. Na gravidez, quase metade das gestantes com esse tipo de infecção vaginal não manifesta sinais e sintomas.

A candidíase pode se tornar recorrente, com 4 episódios ou mais durante o ano, todos eles com manifestação de sintomas.

O diagnóstico da candidíase é feito pelo exame clínico e é confirmado por exames de laboratórios.

Como ocorre a transmissão da candidíase?

O fungo pode ser transmitido através de relações sexuais, embora essa já não seja considerada a principal forma de transmissão da candidíase, uma vez que o fungo está naturalmente presente presente na flora vaginal das mulheres sem provocar nenhum sintoma.

Candidíase tem cura? Como é o tratamento?

Candidíase tem cura. O tratamento é feito com medicamentos antifúngicos e antibióticos por via oral e também através de cremes vaginais.

O tratamento da infecção vaginal causada por fungos, como a candidíase, é feito com medicamentos antibióticos, como o metronidazol. A medicação costuma ser prescrita para ser tomada durante uma semana.

Quando não manifesta sintomas, a candidíase não necessita de tratamento. Quando presentes, é fundamental que a mulher e o parceiro, se for o caso, façam e sigam o tratamento até o fim.

Os medicamentos antifúngicos são administrados por via oral e aplicados diretamente na vagina sob a forma de cremes, comprimidos e óvulos.

O tratamento com medicamentos orais costumam ser feitos com fluconazol ou Itraconazol, em doses únicas ou duplas, conforme o caso e a medicação. 

O creme vaginal pode ter como princípio ativo clotrimazol, miconazol, fenticonazol, econazol, sertaconazol ou isoconazol. A pomada contém medicação e, por isso, deve ser aplicada segundo orientação médica e por todo o período indicado na receita, mesmo que os sintomas tenham desaparecidos. 

Há ainda os comprimidos vaginais e os óvulos vaginais, com econazol, sertaconazol, tioconazol ou fenticonazol. O tempo de duração do tratamento costuma ser de duas semanas. 

Vale lembrar que os medicamentos, as doses e o tempo de duração do tratamento variam de acordo com a gravidade de cada caso. 

Quando a coceira na vagina é muito intensa, pode ser indicada a aplicação de creme com hidrocortisona no local para aliviar o sintoma.

Se a candidíase for recorrente, recomenda-se o tratamento com medicamentos orais e tópicos (aplicados no local).

Os medicamentos antifúngicos orais são contraindicados no tratamento da candidíase durante a gravidez. O tratamento nesses casos é feito com medicação tópica.

Cabe à/ao ginecologista, médico/a de família ou clínico/a geral diagnosticar a origem desses sintomas e prescrever o tratamento adequado.

Saiba mais em:

Soltar gases pela vagina é normal? O que pode ser?

Minha vagina fica inchada e dolorida após a relação...

Estou com caroços dentro da vagina em um dos lados...

Pomadas para feridas nas partes íntimas: qual devo usar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Atualmente encontramos uma variedade grande e eficaz de pomadas para áreas íntimas, mas para definir a melhor opção, é preciso identificar a causa da ferida.

Para feridas originadas por proliferação de fungos, as pomadas antifúngicas são as mais indicadas. No caso de infecção bacteriana, com secreção amarelada (pus) e mau cheiro, é preciso incluir antibióticos.

Por isso, descrevemos nesse artigo opções de pomadas para diferentes situações e a forma de uso, mas lembramos que o primeiro passo deve ser sempre procurar uma avaliação médica para definir qual o agente causador dessa ferida, e ainda, se existe a necessidade de tratar o parceiro sexual ou não.

1. Feridas causadas por fungos

As feridas mais comuns são causadas por fungos, devido a região ser mais úmida e quente. Os sintomas são de ferida mais "esbranquiçada", dor e ardência local. As pomadas indicadas são as antifúngicas, como o clotrimazol, nistatina e isoconazol.

Clotrimazol creme vaginal - 10mg/g

O creme intravaginal de clotrimazol está indicada para candidíase vaginal, uma infecção fúngica que causa coceira intensa, vermelhidão e corrimento, geralmente, esbranquiçado.

  • Modo de uso: aplicar na vagina através do aplicador encontrado na embalagem, uma vez ao dia, de preferência a noite, já deitada, durante 7 dias consecutivos.

O produto pode ser aplicado também na área externa da vagina (grande lábios e vulva), além da região peniana do parceiro, para aliviar os sintomas de coceira e desconforto.

Nistatina creme vaginal

O creme de nistatina também é indicado para tratamento de candidíase vaginal.

  • Modo de uso: aplicar intravaginal, com os aplicadores do produto, durante 14 dias, todos os dias a noite, de preferência já deitada, para ajudar na absorção e menor perda do produto.
Nistatina + oxido de zinco pomada

A associação de nistatina com óxido de zinco, tem como principal indicação a prevenção e o tratamento de assaduras em bebês e crianças pequenas.

  • Modo de uso: aplicar fina camada nas áreas avermelhadas ou com muito atrito com a pele, como as axilas, virilha e dobras pescoço, de 1 a 2 vezes ao dia, após limpar e secar a região.
Isoconazol creme tópico a 1%

O creme é indicado para casos de balanite (candidíase peniana), vulvovagintes e candididase feminina. Encontrado como Gyno-Icaden®, medicamento de referência ou similares, o produto deve ser usado da seguinte forma:

  • Modo de uso:
    • Para homens, na balanite micótica por cândida: aplicar uma quantidade pequena de creme sobre a glande, região mais interna do prepúcio e nas áreas avermelhadas, 2 vezes por dia, durante 7 dias consecutivos.
    • Para mulheres: aplicar pequena quantidade de creme, com o uso do aplicador, uma vez por dia, sempre a noite já deitada, durante 7 dias consecutivos.

No caso de muita coceira e vermelhidão na parte externa da vagina, pode aplicar fina camada nessa região 2x por dia, para aliviar os sintomas.

2. Feridas causadas por bactérias

Em feridas com secreção purulenta, vermelhidão e calor local, a principal suspeita é uma infecção secundária, e precisa ser tratada com pomadas que contém antibióticos, como a pomada de metronidazol ou clindamicina.

Metronidazol gel 0,75%

O metronidazol tópico é apresentado em gel, e tem a indicação de tratar vaginoses bacterianas, infecção bacteriana comum na mulher durante a idade reprodutiva. Os sintomas são de corrimento acinzentado, com odor forte, semelhante a "peixe podre".

  • Modo de uso: aplicar fina camada, ao se deitar, por 5 dias consecutivos.

Durante o tratamento é recomendado abstinência de bebidas alcoólicas durante todo o tratamento e até 24 horas após o seu término, além de abstenção de atividade sexual ou o uso de espermicidas, ou camisinha, para evitar reação com o produto e evitar gravidez já que o medicamento pode interferir na eficácia da contracepção.

Clindamicina creme vaginal

A clindamicina é um antibiótico, com apresentações orais e tópicas. O creme vaginal de 20g, vem com 3 aplicadores e está indicado para o tratamento de vaginoses bacterianas (infecção vaginal por bactérias).

  • Modo de uso: deve ser aplicado com o aplicador do produto, uma vez ao dia, de preferência ao se deitar, durante 7 dias.

Mulheres grávidas não devem fazer uso, a não ser que seja mesmo necessário e orientado pelo obstetra.

3. Feridas por falta de hormônio estrogênio

Creme de estrogênio é um tipo de pomada indicado em mulheres que apresentam carência do hormônio, como ocorre, por exemplo, na menopausa. Os sintomas são de ressecamento vaginal, dor e ardência durante a relação.

Estriol creme vaginal 1mg/g
  • Modo de uso: O creme deve ser aplicado uma vez ao dia, a noite, já deitada, durante 7 dias. Depois a dose pode ser reduzida para 1x por semana ou de acordo com as orientações médicas. Recorra ao aplicador que vem junto com o produto, descartando após o seu uso. Nunca guarde o aplicador.

Mulheres com risco aumentado de trombose, câncer ou mulheres gestantes, não devem fazer uso desse produto, sem antes conversar com o seu médico ginecologista.

4. Feridas por queimadura ou assaduras Bepantol® creme

Devido às propriedades do dexpantenol, o Bepantol® serve para prevenir e tratar assaduras e rachaduras na pele, mamilos, lábios e região anal. Além disso, o Bepantol® também estimula a cicatrização de feridas e escaras (úlceras de pressão), e auxilia no tratamento de queimaduras causadas pelo sol.

  • Modo de uso: aplicar pequena camada da pomada na região avermelhada ou ferida, 2 a 3 vezes ao dia, após limpar e secar a região. A limpeza deve ser apenas com água corrente, e quando necessário, sabonete líquido.
Como aplicar a pomada na vagina?

A aplicação correta do creme, ou pomada, são fundamentais para o sucesso do tratamento, por isso tenha atenção a cada etapa.

Procure também antes de aplicar, separar o produto, tomar o seu banho e fazer toda a sua higiene habitual, para que após a aplicação se manter deitada, promovendo melhor absorção do medicamento.

Para aplicar o produto siga os seguintes passos:

1. Retire a tampa do tubo e vire ao contrário, verá que a parte de cima da tampa tem uma parte pontiaguda que deve usar para perfurar completamente o seu lacre da pomada,

2. Depois abra um aplicador e conecte esse aplicador com o bico do tubo,

3. Bem fixados, puxe o êmbolo do aplicador até o final, e, a seguir, aperte delicadamente a base do tubo de modo que o creme comece a entrar no aplicador, até preencher completamente todo o espaço do aplicador,

4. Desencaixe o aplicador e tampe o tubo de medicamento imediatamente,

5. Agora, deite-se de costas, procure se manter relaxada e introduza o aplicador na vagina suavemente, sem causar dor ou desconforto,

6. Em seguida, empurre o êmbolo do aplicador com o dedo indicador até o final de seu curso, depositando assim todo o creme na vagina,

7. Retire o aplicador do canal vaginal e após o uso, o aplicador deve ser imediatamente descartado.

Faça isso uma vez ao dia, de preferência a noite, durante o tempo determinado pelo seu médico, que varia para cada medicamento.

Posso ter relação durante o uso de pomadas vaginais?

Não. É muito importante evitar relação sexual, uso de espermicidas ou camisinha enquanto faz tratamento para não causar interação ou efeito colateral do produto.

Saiba mais sobre esse assunto, nos artigos abaixo:

Referências:

Iara Moreno Linhares, et al.; Vaginites e vaginoses. FEMINA 2019;47(4): 235-40.

Robert Sidbury, et al.; Acute genital ulceration (Lipschütz ulcer). UpToDate: May 05, 2020.

FEBRASGO - Manual de Orientação em Trato Genital Inferior e Colposcopia. 2010.

Irritação na vagina tipo assadura com coceira e sangramento: o que é?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Irritação na vagina, tipo assadura, com coceira e sangramento é muito comum nas infecções vaginais tipo vaginose bacteriana ou infecção por fungo (como a candidíase).

No caso da candidíase, outro sintoma comumente observado é a presença de corrimento vaginal esbranquiçado ou amarelado. Os sintomas geralmente pioram antes da menstruação e melhoram no início do período.

A candidíase é bastante comum e não é considerada uma doença sexualmente transmissível (DST), embora o fungo causador da doença possa ser disseminado através do contato oral-genital.

O fungo causador da candidíase, a cândida, está naturalmente presente no canal vaginal, juntamente com várias outras bactérias. Os lactobacilos (um tipo de bactéria) contrabalanceiam a proliferação dos fungos no interior da vagina. Quando há um desequilíbrio na proliferação de cândida, temos um quadro de candidíase vaginal.

Alguns dos principais fatores de risco para candidíase:

  • Uso de antibiótico;
  • Gravidez;
  • Diabetes mellitus descontrolada;
  • Obesidade;
  • Uso de glicocorticoides e imunossupressores;
  • Uso de roupas de lycra e mal ventiladas;
  • Doenças autoimunes ou imunidade alterada;
  • Uso de ducha ou sabonete íntimo diário.

O tratamento da candidíase vaginal pode incluir:

  • Aplicação única ou aplicações diárias de cremes antifúngicos, supositórios ou óvulos;
  • Uso de antibióticos orais.

Outra situação em que pode haver irritação na vagina, parecida com uma assadura, com coceira e sangramento, é na vaginose bacteriana, sendo esta a principal causa de corrimento vaginal em mulheres na idade reprodutiva.

A vaginose caracteriza-se por um crescimento anormal de bactérias anaeróbias como Gardnerella vaginalis, Mobiluncus, entre outras, associado a uma diminuição de lactobacilos da flora vaginal normal.

Relações sexuais frequentes, uso de duchas vaginais ou período pré-menstrual favorecem a alteração da flora bacteriana vaginal, podendo desencadear a vaginose.

A vaginose bacteriana também não é considerada uma DST, embora a sua ocorrência seja maior em mulheres com número elevado de parceiros sexuais, sendo rara naquelas sexualmente inativas.

O tratamento da vaginose bacteriana inclui:

  • Uso de pomada ou creme vaginal;
  • Medicamentos antibióticos orais.

Para um diagnóstico e tratamento adequado, a mulher deve consultar o/a ginecologista, médico/a de família ou clínico/a geral.

Corrimento esverdeado sem cheiro e sem coceira, o que pode ser?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Corrimento vaginal esverdeado que não apresenta cheiro nem coceira pode ser decorrente de alterações da flora vaginal. A flora vaginal pode se modificar em diferentes situações como:

  • Idade: no começo dos ciclos menstruais e na período próximo a menopausa ou após a menopausa, a vagina passa por modificações que pode alterar as bactérias ali presentes, favorecendo o aparecimento de corrimentos com um padrão diferente do habitual.
  • Alterações do ciclo menstrual: durante o ciclo menstrual, as alterações hormonais podem modificar o ambiente vaginal, modificando a flora e causando alterações no corrimento e modificando a sua cor.
  • Hábitos de higiene: alguns hábitos de higiene como a utilização excessiva de sabonetes e cremes com odor ou a realização de duchas vaginais também podem mudar o corrimento vaginal O uso de sabonetes impróprios para a região genital podem prejudicar a flora bacteriana normal, mas mesmo o uso de sabonetes íntimos em excesso também podem levar a modificações na cor e características do corrimento.
  • Doenças como o diabetes mellitus, podem modificar a flora vaginal, inclusive aumentando a chance de infecções fúngicas, como a candidíase.
  • Infecções vulvovaginais: infecções como a vaginose bacteriana e a tricomoníase podem ocasionar corrimento esverdeado sem cheiro se sem coceira.
Tricomoníase: Principal infecção vaginal que pode causar corrimento verde

Entre as infecções que atingem a vagina, se destaca a infecção pelo protozoário chamado Trichomonas vaginallis, chamada tricomoníase. Usualmente está associado a coceira intensa e odor desagradável, porém estes podem estar ausentes. Também pode apresentar-se como corrimento amarelado, pastoso ou grosso e, muitas vezes, bolhoso.

A mulher pode apresentar ainda, dor nas relações sexuais e ao urinar.

O diagnóstico da tricomoníase é realizado através do exame de papanicolau ou após análise do líquido vaginal (Swab). É importante frisar que a tricomoníase é considerada uma doença sexualmente transmissível e o parceiro deve ser examinado e tratado em conjunto, para não haver recontaminação.

Outras situações que podem causar corrimento vaginal verde

Há algumas fases da vida em que é mais comum a ocorrência dos corrimentos vaginais, como no período que antecede a primeira menstruação e na menopausa.

Outra época em que o corrimento é mais comum é no verão, porque o calor favorece a proliferação de bactérias e fungos. Ambientes abafados, quentes e úmidos, como a vagina, propiciam crescimento desses germes.

Na gravidez, corrimento esverdeado também é possivelmente causado pela tricomoníase e não traz prejuízo ao bebê. O tratamento é feito usualmente com antibiótico, de preferência o metronidazol, e não costuma deixar sequelas.

O diagnóstico e tratamento devem ser feitos por médico ginecologista.

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