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Tenho ovários micropolicisticos, tenho chance de engravidar?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A mulher que tem ovários micro-policísticos tem chance de engravidar.

Ovário com aspecto micropolicístico é um ovário que tem vários cistos muito pequenos, visíveis durante o exame de ultrassom. Trata-se de uma condição também conhecida como ovário policístico.

Esses cistos surgem porque o folículo que se desenvolve dentro do ovário não cresce o suficiente para se transformar em óvulo, ser expulso do ovário e desencadear a ovulação. Dessa forma, os folículos vão se acumulando no ovário na forma de cisto.

A presença de cistos nos ovários pode ser uma condição benigna que não apresenta riscos para a mulher.

Quando os ovários com policistos são associados a um conjunto de outros sinais e sintomas, a mulher pode manifestar a Síndrome dos Ovários Policísticos. 

As mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos podem ter dificuldade de engravidar pois apresentam o ciclo menstrual irregular.

Devido ao desequilíbrio hormonal, alguns ciclos menstruais não apresentam ovulação, o que pode levar um tempo maior para a mulher com síndrome dos ovários policísticos engravidar.

Em geral, após 12 meses consecutivos de tentativa de engravidar, a mulher juntamente com seu companheiro devem procurar uma consulta com médico/a de família, clínico/a geral ou ginecologista para uma avaliação da fertilidade do casal.

Outros fatores relativos à infertilidade são importantes de serem investigados no casal com dificuldade de engravidar.

O planejamento familiar e uma consulta pré concepção com o/a ginecologista, clínico/a geral ou médico/a de família podem facilitar a solução de dúvidas e reduzir a insegurança do casal. 

Leia também:

O que quer dizer ovário com aspecto micropolicístico?

Ovários policísticos tem cura? Qual o tratamento?

O que é hipertrofia uterina?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Hipertrofia uterina é o aumento do volume do útero, provocado pelo aumento do tamanho das suas células musculares e do tecido conjuntivo presente no órgão.

A hipertrofia é uma adaptação das células para suportar um maior esforço. Um exemplo disso é a hipertrofia muscular decorrente da musculação, em que ocorre aumento do volume do músculo para suportar o aumento da carga de trabalho.

Quais as causas da hipertrofia uterina?

A hipertrofia uterina ocorre durante a gravidez para aumentar a resistência da parede do útero. Trata-se de uma das adaptações que o útero sofre para poder abrigar o feto durante o seu desenvolvimento.

No início da gestação, a hipertrofia do útero ocorre principalmente por estímulos hormonais. Após o 1º trimestre, o aumento do volume uterino é devido ao crescimento do feto. Após o parto o útero tende a voltar ao seu tamanho anterior a gestação.

Em algumas situações o útero pode tornar-se hipertrófico por conta de doenças como a miomatose uterina ou a adenomiose. Nesses casos, os sinais e sintomas mais comuns da hipertrofia uterina são as cólicas menstruais e o aumento do fluxo menstrual.

A adenomiose é a invasão da camada mais interna do útero (endométrio) na sua porção muscular (miométrio).

Apesar de ser uma doença benigna, a adenomiose pode causar:

  • Aumento do fluxo menstrual;
  • Fortes cólicas menstruais;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Prisão de ventre;
  • Infertilidade.

Veja aqui qual é o tratamento para a hipertrofia uterina.

O diagnóstico da hipertrofia uterina é feito através do exame de ultrassom, pelo médico ginecologista.

Para saber mais sobre aumento do útero, você pode ler:

Útero aumentado, quais as principais causas?

O que é hipertrofia uterina?

Quem tem hipertrofia uterina pode engravidar?

O que é adenomiose e quais os sintomas?

Referência

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia - FEBRASGO

Diferenças entre Gravidez e Gravidez Psicológica
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

As diferenças entre gravidez e gravidez psicológica podem, no início, passar despercebidas uma vez que a gravidez psicológica provoca os mesmos sinais e sintomas de uma gravidez real, tais como:

  • Menstruação atrasada;
  • Crescimento da barriga;
  • Inchaço das mamas;
  • Aumento da temperatura corporal;
  • Sonolência;
  • Enjoos;
  • "Desejos de grávida";
  • Lactação (produção de leite);
  • Pode inclusive haver alterações hormonais, porém, os níveis de beta HCG, usado para detectar uma gravidez, não mudam.

Na gravidez psicológica, a mulher acredita mesmo que está grávida e o seu corpo sofre alterações, levando também outras pessoas a acreditarem que ela está grávida, inclusive o/a médico/a. Há casos em que a mulher chega a sentir o bebê mexer.

A gravidez psicológica é um distúrbio emocional que faz com que a mulher apresente os sintomas de uma gestação sem estar grávida. A gravidez psicológica pode, inclusive, durar os mesmos 9 meses da gravidez real.

Além dos sintomas físicos, a gravidez psicológica provoca também sintomas psicológicos. Mesmo depois da gravidez ser desmentida pela menstruação, pelos exames de sangue e de imagem (ultrassom), a mulher pode continuar convicta que está grávida.

As mulheres mais propícias a terem uma gravidez psicológica são aquelas que têm um forte desejo de engravidar e não têm sucesso e as que têm pavor de engravidar.

O tratamento dos casos de gestações psicológicas é feito com psicoterapia. Medicamentos antidepressivos também podem ser necessários.

O diagnóstico de uma gravidez psicológica pode ser feito pelo/a ginecologista, médico/a de família ou clínico/a geral, que deverá posteriormente encaminhar a paciente para o tratamento psicológico e/ou psiquiátrico.

É possivel engravidar tendo uma mancha branca no útero
Dr. Ivan Ferreira
Dr. Ivan Ferreira
Médico

Sim, é possível engravidar tendo uma mancha branca no útero, caso se trate de uma ferida na parte do útero que fica no fundo da vagina (colo do útero).

Somente o médico poderá dizer, por meio de exames como a colposcopia ou papanicolau, o que é essa "mancha branca", qual sua causa e tratamento. Geralmente, trata-se de uma ferida causada por uma infecção como papiloma vírus (HPV), candidíase ou herpes, que deve ser tratada, mas não impede que a mulher engravide.

O ginecologista é o médico mais indicado para ser consultado nessa situação, pois essas "manchas brancas" podem se transformar em câncer.

Relação anal, sem nenhum método anticoncepcional pode engravidar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Pode. É muito raro, mas sempre que permita uma relação sexual sem qualquer contraceptivo, existe o risco de engravidar.

Na relação anal o esperma percorre outro trajeto, sem ligação com a vagina e consequentemente com o útero, por isso teoricamente não existira a possibilidade de gestação, porém a vagina e o ânus guardam uma proximidade anatômica, que muitas vezes possibilita esse contato. Mais uma vez, essa é uma possibilidade muito pequena, mas não podemos dizer com certeza que está descartada.

Vale lembrar que toda relação anal deve ser protegida por uso de camisinhas devido se tratar de uma área com elevado risco de infecção e ou contaminação para ambas as partes. E caso não seja utilizado a camisinha, para trocar o tipo de relação o pênis deve ser devidamente higienizado.

Outro ponto importante, é lembrar que além da gravidez, o sexo desprotegido é a principal causa de transmissão das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como HIV, sífilis, herpes, entre outras; na população sexualmente ativa. O uso de preservativos, como a camisinha, é a grande ferramenta que dispomos para evitar a contaminação pelas DST, portanto é fundamental criar o hábito de se proteger fazendo uso de preservativo em todas as relações.

Em casos de dúvidas sobre relação sexual e contraceptivos, o ginecologista é o profissional indicado para orientar e esclarecer quaisquer dúvidas.

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Qual a chance de gravidez se ejacular dentro na relação sexual?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A ejaculação na vagina quase sempre representa uma alta chance de gravidez, entretanto este risco pode variar se a mulher fizer uso de algum método contraceptivo e se estiver ou não no seu período fértil.

Vejamos qual o risco de gravidez nas diferentes situações possíveis:

Não usa nenhum método contraceptivo e está no período fértil

A maior chance de gravidez ocorre se a mulher não estiver usando nenhum método contraceptivo e ainda estiver no seu período fértil. Pode-se suspeitar que a mulher está fértil quando o muco vaginal fica com aspecto em clara de ovo, transparente e elástico e ocorre aumento na temperatura basal.

Alguns estudos indicam que a chance de gravidez entre o quatro dia antes da ovulação e um dia após a ovulação varia de 4 a 42%.

Não usa nenhum método contraceptivo e não está no período fértil

Mulheres que não estão ovulando, ou que estão muito distantes do seu período de ovulação dificilmente irão engravidar mesmo que tenham tido relação sexual sem preservativo. No entanto, como é muito difícil ter certeza do momento em que a mulher está fértil ou não, caso não se deseje engravidar o ideal é usar algum método contraceptivo regularmente.

Usa algum método contraceptivo mas de forma irregular, ou com erros

Esta é a situação de maior dificuldade para saber qual o risco de gravidez, caso haja relação sexual com ejaculação.A eficácia dos diferentes métodos contraceptivos como a pílula, a injeção ou mesmo o preservativo variam muito conforme a regularidade do uso.

A pílula deve ser tomada diariamente, sem esquecimentos de preferência no mesmo horário, caso a mulher tenha tido relação desprotegida e tenha esquecido recentemente de tomar a pílula, há risco de gravidez. O mesmo ocorre com o uso de injeções, que devem ser aplicadas no período correto.

Também existem algumas situações que podem interferir na eficácia das pílulas hormonais como a ocorrência de vômitos e diarreia ou ainda o uso de alguns tipos de medicamentos, como anticonvulsivantes, antivirais, alguns antibióticos como a rifampicina e alguns antifúngicos como a griseofulvina.

Usa algum método contraceptivo com regularidade e corretamente

Caso a mulher utilize algum método contraceptivo com regularidade a chance de engravidar é mínima. Por exemplo, se toma pílula diariamente, sem esquecimentos, esta mulher está protegida, o risco de gravidez é muito pequeno. A maioria das pílulas e injeções anticoncepcionais disponíveis hoje apresentam eficácia alta, em torno de 99%.

Em relação aos dispositivos intrauterino, de cobre ou hormonal, são métodos contraceptivo que também impedem a gravidez mesmo que se tenha tido uma relação sexual com ejaculação. O DIU é o método contraceptivo reversível com maior perfil de segurança, sendo que a chance de falha é menor que 1%.

O uso de preservativo, seja o masculino ou o feminino, também aumenta a proteção contra a gravidez, porque cria uma barreira que impede que o esperma entre na vagina. Se a camisinha não estourar e for colocada da forma correta, a probabilidade da mulher engravidar é de apenas 2%.

A camisinha é impermeável e eficaz para prevenir contra a gravidez e também protege de doenças sexualmente transmissíveis, desde que seja usada corretamente em todas as relações sexuais, do início ao fim do ato sexual.

Ejacular fora, tem chance de gravidez?

Ejacular fora da vagina apresenta risco muito baixo de gravidez, porque os espermatozoides sobrevivem pouco tempo fora do corpo humano. Em situações raras, se o esperma cair muito próximo à entrada da vagina, há a possibilidade de haver a locomoção dos espermatozoides até a entrada da vagina, ou seja, é algo possível de ocorrer, mas pouco provável.

O contato do pênis sujo com esperma e a vagina apresenta risco, visto que se o homem tiver espermatozoides podem já estar presente no pênis e assim aumentar o risco de gravidez.

Vale lembrar que caso tenha tido alguma relação sexual desprotegida é possível recorrer à pílula do dia seguinte. O contraceptivo de emergência deve ser tomado o mais rapidamente possível após a relação sexual, no máximo até 72 horas após a relação.

Em caso de relação sexual desprotegida e suspeita de gravidez é importante atentar-se ao atraso menstrual, que se superior a sete dias indica a realização de um teste de gravidez.

Se tiver mais dúvidas consulte o seu médico de família.

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Relação sexual sem proteção. Posso engravidar?

Relação com camisinha qual probabilidade ocorrer gravidez?

Referência bibliográfica

Planejamento familiar UM MANUAL GLOBAL PARA PROFISSIONAIS E SERVIÇOS DE SAÚDE. OMS.

Esqueci de tomar o anticoncepcional 2 dias posso engravidar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Pode sim, as chances são pequenas, mas pode acontecer.

Sempre que esquecer de tomar uma pílula, a mulher deverá evitar relações ou fazer uso de outro método de barreira, como o uso da camisinha, especialmente se estiver no período fértil.

Saiba mais no link: Como calcular o Período Fértil?

Outra opção, seria o uso do contraceptivo de emergência, a pílula do dia seguinte, que deve ser tomado dentro das primeiras 72 h após a relação, o mais cedo possível. Quanto antes tomar a pílula, menor é a chance de gravidez.

Leia também: A pílula do dia seguinte faz efeito depois de 2 dias?

O que fazer quando esquecer de tomar a pílula?

Se o esquecimento for menor do que 12h, não há o que se preocupar. Os níveis da medicação no sangue continuam adequados, por isso basta tomar assim que se lembrar, e a próxima no horário habitual, dando seguimento na cartela.

Caso ultrapasse 12 h, as orientações variam conforme o número de dias que esqueceu a pílula e em qual semana se encontra na cartela (para a maioria dos anticoncepcionais):

  • 1 pílula, mais de 12h - Quando a mulher esquecer de tomar apenas uma pílula, um dia sem a medicação, a recomendação é de tomar a pílula assim que se lembre, e depois continuar a cartela como de costume. Entretanto, deverá acrescentar um método de barreira, como a camisinha, para manter relações, por pelo menos 7 dias. Até que os níveis da medicação no sangue estejam novamente adequados para a prevenção da gestação.
  • 2 dias ou mais - Quando esquece de duas ou mais pílulas, as orientações se baseiam na fase do ciclo menstrual em que se encontrava.
    • Na primeira semana da cartela o risco de gravidez é maior! A orientação, portanto, é para manter o uso normal da pílula, tomar logo que lembrar e seguir a cartela, porém deverá fazer uso de mais um método de barreira por pelo menos 7 dias.
    • Na segunda e terceira semanas, costuma ser indicado parar a medicação, usar outro método contraceptivo e aguardar a próxima menstruação para recomeçar em nova cartela.

Vale lembrar que sempre que houver relação sem proteção, ou esquecimento da pílula, é fundamental acrescentar mais um método de contraceptivo, seja de barreira ou de emergência, para evitar uma gravidez não planejada.

Para mais esclarecimentos fale com seu/sua médico/a ginecologista.

Pode lhe interessar também: Tem algum problema não tomar anticoncepcional na hora certa?

Tenho 46 anos e com alguns sintomas, posso estar grávida?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Enquanto houver ovulação sempre existe o risco de engravidar, mas se está tomando o anticoncepcional bem certinho não precisa ter medo que não vai engravidar.

Mulher sem ovários menstrua?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Mulher sem os dois ovários não menstrua, pois com a retirada dos ovários, a mulher deixa de produzir alguns hormônios que estimulam a camada interna do útero (endométrio). Sem esse estímulo, o endométrio não fica espesso e não descama, não havendo, portanto, a menstruação.

Porém, se a mulher tiver apenas um ovário ela continua ovulando e produzindo os hormônios, por isso menstrua e permanece fértil, podendo engravidar normalmente.

O procedimento cirúrgico para remover um ou ambos os ovários recebe o nome de ooforectomia. Quando a cirurgia consiste na remoção de ambos os ovários, é chamada de ooforectomia bilateral. Quando o procedimento envolve a retirada de apenas um ovário, é chamado de ooforectomia unilateral.

Mulheres que ainda não estão na menopausa e têm que se submeter a uma ooforectomia bilateral, enfrentam uma menopausa prematura, que reduz abruptamente os níveis dos hormônios estrógeno, progesterona e testosterona.

O decréscimo abrupto dos níveis desses hormônios podem trazer algumas consequências, como:

  • Ondas de calor, alteração do humor, irritabilidade, alteração do padrão do sono;
  • Secura vaginal, desconforto nas relações sexuais;
  • Maior risco de doença cardiovascular, osteoporose, fratura do quadril e demência.

Para maiores esclarecimentos, a mulher deve falar com o/a ginecologista ou clínico/a geral ou médico/a de família.

Corrimento impede gravidez?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Em geral, os corrimentos não interferem na fertilidade da mulher. A maioria dos tipos de corrimento não impedem a gravidez, contudo corrimentos causado por doenças sexualmente transmissíveis (DST) podem levar a obstrução da tubas uterinas, impedindo que a fecundação ocorra.

A obstrução tubária pode ocorrer em casos de infecções causadas pelas bactérias Chlamydia trachomatis e Neisséria gonorrhoeae, no entanto nem sempre essas bactérias causam corrimentos.

Vale ressaltar que existe o corrimento fisiológico da mulher que pode variar em aspecto e quantidade conforme o ciclo menstrual e não interferem em nada na fertilidade feminina, ao contrário, o corrimento claro e pegajoso em aspecto de clara de ovo é conhecido por indicar o período ovulatório da mulher e assim de maior fertilidade.

Se você estiver tentando engravidar e apresentar corrimento, procure o seu médico ginecologista ou médico de família. Ele poderá identificar o tipo de corrimento e avaliar o impacto que poderá trazer na sua fertilidade, caso trate-se de algumas doença o tratamento poderá ser realizado adequadamente.

Leia também:

Corrimento amarelo pode ser gravidez?

Corrimento Vaginal é Normal?

O que é estradiol?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

O 17-beta estradiol é o estrogênio mais ativo e importante para a mulher em idade fértil.  É produzido nos ovários, nas glândulas adrenais, nos testículos e pela conversão periférica da testosterona. Algumas das suas funções no organismo:

  • Reprodução feminina:  atua como um hormônio de crescimento para o tecido dos órgãos reprodutivos, sendo fundamental para a concepção e a manutenção da gravidez;
  • Desenvolvimento sexual feminino: impulsiona o desenvolvimento das características sexuais secundárias femininas. Estimula o crescimento das mamas e é responsável por mudanças no corpo, afetando ossos, articulações, e distribuição de gordura;
  • Ossos: é importante para a saúde dos ossos, tanto que mulheres pós-menopausa, em que os níveis de estradiol são baixos, tem maior risco de osteoporose;
  • Cérebro: desempenha um papel significativo na saúde mental da mulher, especialmente no que se relaciona a humor e bem-estar;
  • Vasos sanguíneos: promove vasodilatação;
  • Câncer: pode estar associado a surgimento de certos cânceres, especialmente mama e endométrio.

Deve ser dosado em mulheres com amenorréia primária (que nunca menstruaram) ou secundária (que pararam de menstruar), aquelas que estão tendo dificuldade para engravidar e pode auxiliar no diagnóstico da menopausa.

Os níveis de estradiol se alteram durante o ciclo menstrual da mulher. Começa a aumentar no meio da fase folicular (quando ocorre estímulo a alguns folículos ovarianos), atinge o pico no meio do ciclo, a partir do ponto em que começa a cair, atingindo um segundo pico na fase luteínica (fase em que o corpo lúteo, estrutura que fica no ovário após a liberação do óvulo, produz progesterona). 

O seguimento dos níveis de estradiol deve ser feito pelo médico ginecologista ou endocrinologista.

Saiba mais em: Como é o exame do estradiol?

Laqueadura (ligadura de trompas): como é feita e como funciona?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A laqueadura pode ser feita durante a cesariana, ou em outros períodos previamente agendados e discutidos com o médico, sempre seguindo a legislação brasileira, em relação a esse procedimento.

A cirurgia consiste em bloquear as trompas, através de anéis, clipes de titânio, fios de sutura, queimando ou cortando estas estruturas.

Laqueadura de trompas ou ligadura tubária é uma cirurgia que impede a gravidez quase que definitivamente.

Como funciona a laqueadura?

A laqueadura funciona como um método anticoncepcional definitivo, seguro e com uma eficácia em torno de 99,9%. Trata-se de uma cirurgia que bloqueia as trompas uterinas, impedindo a comunicação do útero com os ovários, por isso os espermatozoides não se encontram com o óvulo.

Todos os meses, no ciclo menstrual normal das mulheres, um dos ovários seleciona e prepara um óvulo para liberação, através dos estímulos hormonais.

No meio do ciclo esse óvulo selecionado é liberado e capturado pela trompa, que o impulsiona em direção ao útero. Durante esse trajeto costuma ocorrer o encontro desse óvulo com os espermatozoides, caso a mulher tenha relação no período.

Os espermatozoides têm a possibilidade de fecundar o óvulo, dando origem a uma gravidez. O óvulo já fecundado continua o trajeto para o útero, onde é esperado que a gestação evolua.

No entanto, o processo de laqueadura bloqueia essa comunicação, impedindo a fecundação.

De modo geral, a laqueadura é feita através das seguintes técnicas: minilaparotomia, laparoscopia ou histeroscopia.

É possível reverter a cirurgia de laqueadura?

O processo de laqueadura é complicado de reverter, depende muito da técnica utilizada e sapude da mulher. Com uma taxa de sucesso que varia muito na literatura médica, mas alguns trabalhos mostram uma taxa de retorno da função de até 60%.

A reversão de laqueadura consiste na reconstrução microcirúrgica das tubas uterinas, religando o trajeto, com o auxílio de um microscópio e ou instrumentos especiais.

Outro procedimento que pode ser a solução para a mulher engravidar novamente, se for o seu desejo, é a fertilização in vitro. Nesse caso, o óvulo é coletado diretamente do ovário, fertilizado em laboratório e o embrião é colocado dentro do útero, através de um cateter.

Tipos de laqueadura 1. Laqueadura por minilaparotomia

Procedimento cirúrgico feito imediatamente após o parto normal ou até dois dias depois. O médico faz uma pequena incisão no abdômen, perto do umbigo e, em seguida, remove uma parte das trompas de Falópio de cada lado.

2. Laqueadura por laparoscopia

Realizada através de uma pequena incisão perto do umbigo e na parte inferior do abdômen, com introdução de um dispositivo chamado laparoscópio, usado para ver as trompas de Falópio. O médico pode usar anéis ou clips para fechar as trompas, ou cauterizá-las através de calor.

3. Laqueadura por histeroscopia

É introduzido um histeroscópio através da vagina, que atravessa o útero e chega às trompas, onde será colocado um material cirúrgico, com o objetivo de gerar uma reação inflamatória que leve à fibrose da trompa e consequente obstrução da mesma.

O procedimento é indolor e não precisa de cortes. O aparelho é introduzido pelos orifícios naturais da mulher, sendo uma das grandes vantagens.

A principal vantagem dessa técnica é não precisar de anestesia geral. Ainda podemos citar a ausência de cortes, menos tempo de internação hospitalar, portanto recuperação mais rápida e menor risco de complicações.

Como desvantagens, ressaltamos a necessidade de manter mais um método contraceptivo por pelo menos três meses, pelo tempo que o organismo precisa para produzir a fibrose, e a necessidade de confirmar o resultado satisfatório por exames de imagem.

Após 3 meses deve ser realizado um Raio-X para avaliar se foi eficaz o procedimento. Quando não for conclusivo será preciso a realização de um exame mais invasivo, a histerossalpingografia

Por fim, o risco de eventualmente precisar repetir o procedimento, caso haja dúvida quanto a obstrução total da trompa.

A laqueadura é permitida no Brasil?

No Brasil, a laqueadura é permitida e pode ser feita no hospital público ou particular, seguindo algumas regras, que fazem parte da LEI Nº 9.263, de planejamento familiar.

Será permitida a laqueadura ou outra forma cientificamente comprovada de esterilização voluntária, nas seguintes situações:

  • Mulher e homem devem estar de comum acordo (nos casos de relação conjugal estável), e com capacidade civil, mental e psicológica completa;
  • Maiores de 25 anos e/ou com 2 ou mais filhos vivos;
  • No caso de união estável, ambos devem assinar o desejo e permissão da esterilização voluntária, além de confirmar terem recebido as devidas orientações quanto aos riscos, efeitos colaterais e dificuldades em reverter o procedimento;
  • Aguardar pelo menos 60 dias após apresentar o desejo, recebendo nesse período aconselhamento, para ter certeza da sua escolha. Atualmente cerca de 10% se arrepende após a esterilização e tem o desejo de engravidar;
  • Aguardar 40 dias após o parto. Na cesariana só deve ser feita em casos específicos, de real necessidade;
  • No caso de risco à vida ou à saúde da mulher, ou do bebê, testemunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos.

Para avaliar a indicação da laqueadura, maiores esclarecimentos e orientações sobre esse método contraceptivo, converse com o seu médico de família ou ginecologista.

Leia também:

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É possível fazer fertilização in vitro depois de ter feito laqueadura?