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Formigamento no corpo: o que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O formigamento e a dormência são sensações que podem se manifestar em qualquer parte do corpo, embora sejam mais comuns nos dedos, nas mãos, nos pés, nos braços e nas pernas. Existem muitas doenças e condições que podem deixar o corpo formigando ou causar dormência. Dentre elas estão:

  • Permanecer na mesma posição por muito tempo;
  • Compressão de um nervo (uma compressão do nervo no pescoço pode causar formigamento no braço ou na mão, enquanto uma compressão na região lombar pode causar formigamento na perna ou no pé do lado acometido);
  • Lesão de um nervo, pode causar formigamento, ou diminuição da sensibilidade na região por ele inervada;
  • Danos a um nervo periférico causada por varizes, tumores, cicatriz, infecção, contato com chumbo, uso abusivo de bebidas alcoólicas, cigarro, radio ou quimioterapia;
  • Herpes zoster (“cobreiro”);
  • HIV ou AIDS;
  • Falta de irrigação sanguínea para uma determinada área do corpo;
  • Níveis anormais de cálcio, potássio ou sódio no organismo;
  • Deficiência de vitaminas B1, B6, B12 ou B9 (ácido fólico);
  • Uso de certos medicamentos ou drogas ilícitas;
  • Picadas de insetos, carrapatos, ácaros e aranhas;
  • Toxinas presentes em frutos do mar;
  • Defeitos congênitos (presentes desde o nascimento) que afetam os nervos.

O formigamento e a dormência podem ser causados ainda por síndrome do túnel do carpo (compressão do nervo localizado no punho), diabetes (neuropatia diabética), enxaqueca, esclerose múltipla, crise epiléptica, derrame cerebral (AVC), ataque isquêmico transitório (AIT), hipotireoidismo e fenômeno de Raynaud (estreitamento dos vasos sanguíneos, geralmente nas mãos e nos pés).

O que fazer se sentir dormência ou formigamento no corpo?

O tratamento para o formigamento ou para a dormência dependem da causa, que deve ser diagnosticada e tratada, quando possível. Para identificar a origem dessas alterações sensoriais, é importante verificar a presença de outros sinais e sintomas ou condições que podem ter desencadeado o formigamento ou a dormência, tais como:

  • Fraqueza ou incapacidade de movimentar alguma parte do corpo;
  • Lesões na cabeça, no pescoço ou nas costas;
  • Perda de controle dos movimento de braços ou pernas;
  • Falta de controle do esfíncter;
  • Confusão mental ou perda da consciência;
  • Dificuldade para falar;
  • Alterações visuais;
  • Dificuldade para caminhar.

Procure atendimento médico se:

  • A dormência ou o formigamento surgirem sem uma razão aparente;
  • Houver dor ou diminuição de força em braços ou pernas;
  • Houver mudanças na frequência ou volume urinários;
  • A dormência ou o formigamento ocorrer nas pernas e piorar ao caminhar;
  • Surgir erupções na pele;
  • Tiver tontura ou espasmos musculares.

Na presença desses sinais e sintomas, consulte um médico clínico geral ou médico de família.

Síndrome do intestino irritável: sintomas, tratamento e dieta
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A síndrome do intestino irritável é uma doença caracterizada por episódios frequentes de dor e distensão abdominal, prisão de ventre e diarreia.

A causa ainda não está bem estabelecida, mas acredita-se que tenha relação com uma sensibilidade intestinal aumentada e com situações de ansiedade e estresse.

Sintomas da síndrome do intestino irritável

Os sintomas principais da síndrome são:

  • Dor e distensão abdominal
  • Prisão de ventre e diarreia (os períodos se intercalam)
  • Excesso de gases (flatulência)
  • Urgência para evacuar
  • Melhora dos sintomas após a evacuação
  • Piora dos sintomas com períodos longos de jejum

A presença de sangue nas fezes, perda de peso ou febre, não são comuns na síndrome do intestino irritável. Neste caso é preciso procurar um gastroenterologista para avaliação. Assim como a história de câncer de cólon na família.

Tratamento da síndrome do intestino irritável

O tratamento se baseia nas mudanças de hábitos de vida, remédios e psicoterapia.

1. Mudanças de hábitos de vida
  • Dieta FODMAP - a dieta mais indicada atualmente, tem o objetivo de evitar alimentos que fermentam com mais facilidade ou que sejam de difícil digestão, reduzindo assim a formação dos gases intestinais;
  • Evitar jejum e comer mais vezes durante o dia, com quantidades menores, auxiliam na digestão;
  • Evitar cigarro e bebidas alcoólicas ou gaseificadas, substâncias que precipitam as crises de dor;
  • Aumentar o consumo de água, pois ajuda a diminuir a prisão de ventre e/ou repõe o volume de líquido perdido nos casos de diarreia.

A dieta deve ser planejada, de preferência, por um profissional da área, nutricionista ou nutrólogo, de acordo com as preferências e possibilidades de cada pessoa.

2. Remédios

Os remédios são indicados para aliviar os sintomas, mas devem ser sempre indicados por um médico.

  • Probióticos - promovem equilíbrio intestinal, reduzindo a formação de gases, com isso diminui a distensão e a dor;
  • Buscopan - diminui a cólica e desconforto na barriga;
  • Laxantes - indicado nos casos de prisão de ventre, especialmente os casos que não melhoram apenas com a alimentação;
  • Loperamida - indicado nos casos de diarreia volumosa, ou com sinais de desidratação (boca seca, muita sede e pouco xixi);
  • Antidepressivos tricíclicos (amitriptilina) - indicados para casos de dor associado a situações de ansiedade e/ou estresse;
  • Antibióticos - situações sugestivas de infecção, com febre, mal-estar e muco nas fezes. Nesse caso é essencial uma avaliação médica.
3. Psicoterapia

O tratamento psicoterápico tem papel fundamental no tratamento da síndrome, principalmente quando a origem tem relação com crises de ansiedade ou estresse.

Dieta FODMAP

A dieta FODMAP, da abreviação "Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides And Polyols", não restringe nenhum alimento, mas busca o equilíbrio entre os nutrientes, resultando no alívio dos sintomas.

O que evitar na alimentação:
  • Lacticínios - Leite, iogurtes, sorvete e queijos.
  • Frutose - Frutas como maçã, damasco, pera, pêssego, manga, cereja, mirtilo e melancia. Mel. Açúcar e adoçante.
  • Legumes e Vegetais - Couve, couve-flor, repolho, brócolis, alcachofra, cebola e alho.
  • Grãos, frutas secas, amendoim, grão-de-bico, feijão, lentilha e produtos a base de soja.
  • Doces - chiclete, balas, e remédios doces (xarope para tosse, por exemplo).
O que comer mais:
  • Produtos sem lactose - Leite de arroz, leite de amêndoas, iogurte sem lactose, queijo light, queijo feta e brie.
  • Frutas - banana, uvas, kiwi, limão, laranja, morango.
  • Legumes - Brotos de bambu, broto de feijão, cenoura, batata cebolinha, pepino, berinjela, gengibre, alface, azeitonas e nabo.
  • Proteína - Carne, carne de porco, frango, peixe, ovos e tofu.
  • Sementes (com cautela - limite de 10 a 15 cada por dia): amêndoas, macadâmia, amendoins, pinhões e nozes.
  • Grãos- Aveia, farelo de aveia, farelo de arroz, massas sem glúten, como arroz, milho, quinoa, arroz branco, farinha de milho e quinoa.

Para maiores esclarecimentos e melhor avaliação, procure o médico de família ou o gastroenterologista.

Referências:

SBMDN - Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia.

Mousavi T. et cols.; An update on efficacy and safety considerations for the latest drugs used to treat irritable bowel syndrome. Expert Opin Drug Metab Toxicol. 2020 May 8.

Harvard Heatlh Publishing. Try a FODMAPs diet to manage irritable bowel syndrome. Updated: September 17, 2019.

Quais são e quando surgem os sintomas do sarampo?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O sarampo é uma doença causada por uma infecção viral. O vírus do sarampo provoca sintomas como erupções cutâneas (manchas vermelhas na pele), febre e tosse.

Os sinais e sintomas do sarampo surgem após 10 a 14 dias da exposição ao vírus, e duram de 7 a 10 dias. No início do quadro costuma aparecer primeiro a febre alta, a seguir pode aparecer coriza, tosse e sintomas de conjuntivite.

Apenas após alguns dias é que aparecem as erupções cutâneas, que são manchas e pequenas pápulas presentes na pele, que começam na região da cabeça e pescoço, se espalhando pelo corpo ao pouco. Vejamos os principais sintomas do sarampo.

1. Sintomas prodrômicos: primeiros sintomas

Os sintomas prodrômicos constituem um conjunto de sintomas que surgem antes do aparecimento das erupções na pele. São sintomas semelhantes aos de outros quadros virais, como febre, mal-estar e tosse.

Febre e mal-estar

A febre é um sintoma comum do sarampo e tende a ser alta, podendo atingir até 40ºC. Pode começar um pouco mais baixa e atingir o seu pico após o aparecimento das lesões de pele, por volta do segundo a terceiro dia de erupções, depois tende a diminuir. Com a febre também aparece a sensação de mal-estar e fraqueza, também é comum ocorrer perda de apetite.

Tosse seca e coriza

A tosse é um dos sintomas iniciais do sarampo, mas pode persistir por dias ou mesmo semanas após a resolução da doença. Geralmente, é uma tosse seca, irritativa e persistente. Pode vir acompanhada de coriza hialina, ou seja, secreção nasal.

Sintomas oculares: vermelhidão, irritação e lacrimejamento

O sarampo pode causar conjuntivite, ou seja, irritação da membrana que reveste a parte branca do olho e o interior das pálpebras. Em consequência, o olho torna-se vermelho, ocasionando sintomas de irritação, desconforto e prurido ocular, com lacrimejamento e sensibilidade aumentada a luz.

2. Manchas vermelhas na pele que confluem

O exantema do sarampo tende a começar na cabeça, na linha do couro cabeludo. Com o tempo, o exantema se expande em direção ao pescoço e se espalha pelo corpo, as erupções podem atingir, tórax, costas, braços e pernas.

Se inicia cerca de 2 a 3 dias após o começo da doença. As lesões são avermelhadas e a medida que a doença progride as manchas se unem, formando aglomerados.

3. Manchas de Koplik: manchas na mucosa oral

São pequenas manchas esbranquiçadas com o fundo vermelho, encontradas dentro da boca, na parte interna da bochecha, geralmente próximas aos últimos dentes molares. As manchas de Koplik medem de 1 a 2 mm e aparecem logo no início dos sintomas. Nem todas as pessoas com sarampo apresentam manchas de Koplik, mas quando elas estão presentes dão a certeza do diagnóstico desta doença.

O sarampo é uma doença que atinge principalmente crianças, mas pode ocorrer em pessoas de qualquer faixa etária. Pode levar a complicações graves, no entanto, é facilmente prevenível através da vacinação.

Por isso, na suspeita de sintomas sugestivos de sarampo consulte imediatamente um médico para uma avaliação.

Também pode ser do seu interesse: Qual o tratamento para o sarampo?

Cloreto de Magnésio é bom para a saúde? Para que serve e quem pode tomar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, o cloreto de magnésio é bom para a saúde, quando mantem o magnésio em concentrações adequadas no sangue. A deficiência, ou o excesso de magnésio, são prejudiciais à saúde.

O magnésio é um mineral que está relacionado à produção de energia das células e faz parte da atividade muscular, do funcionamento cardíaco e cerebral, da respiração, entre outras funções orgânicas.

O magnésio participa de mais de 300 reações químicas do nosso organismo, sendo, portanto, essencial para a saúde. A forma mais comum de suplementação, quando indicada, é através do cloreto de magnésio.

Para que serve o cloreto de magnésio?1. Manutenção da saúde cardíaca

Alguns estudos demonstraram que o magnésio auxilia no controle do ritmo cardíaco e ajuda a evitar as arritmias. Pesquisas também indicam que pessoas com níveis reduzidos de magnésio no interior das células desenvolveram doenças cardíacas. O que sugere seu benefício na prevenção dessas enfermidades. Entretanto, esta função ainda vem sendo estudada.

2. Controle glicêmico

Os diabéticos costumam ter baixo nível de magnésio no seu organismo. Nestes casos, a suplementação com cloreto de magnésio melhora a produção e a ação da insulina, além da metabolização do açúcar. Deste modo, o cloreto de magnésio ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue.

3. Promoção de uma melhor contração muscular

O magnésio é um importante mineral para a realização da contração muscular. Em praticantes de atividade física, que eliminam magnésio rapidamente por meio do suor, a reposição com cloreto de magnésio é bastante benéfica, pois aumenta o rendimento durante os treinos.

4. Redução dos episódios de enxaqueca

O magnésio tem também a função de relaxar a musculatura presente na parede dos vasos sanguíneos, reduzindo a tensão, uma das teorias mais aceitas como causa de dores de cabeça crônica. Assim, o cloreto de magnésio ajudaria a melhorar a crises de enxaqueca.

5. Diminuição das crises asmáticas

Da mesma forma que o magnésio relaxa a musculatura dos vasos sanguíneos, também ajuda no relaxamento dos brônquios. As crises de asma são causadas por espasmos das paredes dos brônquios, que levam ar aos pulmões, e provocam sintomas como tosse, sibilância e dificuldade de respirar. O uso do sulfato de magnésio não está indicado como tratamento de manutenção, mas em casos graves ou de ausência de resposta aos tratamentos convencionais, oferece benefícios.

6. Reduz problemas digestivos

A suplementação com cloreto de magnésio ajuda o estômago a melhorar o metabolismo e a absorção dos nutrientes presentes no alimentos. O magnésio aumenta a produção do ácido clorídrico (ácido gástrico) reduzindo problemas relacionados à sua excreção no estômago como, má digestão, mal funcionamento do intestino e má absorção de vitaminas e outros minerais.

7. Diminui a tensão pré-menstrual (TPM) e cólicas

Algumas pesquisas mostram que, se administrado antes do período menstrual, o cloreto de magnésio pode reduzir os sintomas da TPM e as cólicas menstruais. O mecanismo que provoca este efeito ainda não é conhecido, por isso vem sendo investigado.

8. Previne a osteoporose

O magnésio é responsável pela fixação do cálcio nos ossos e, portanto, auxilia na prevenção da osteoporose, quando administrado em pessoas com deficiência deste mineral.

Quem pode tomar o cloreto de magnésio?

Por não ser de região vulcânica, o solo do Brasil é deficiente em magnésio. Isto faz com que uma parte da população tenha deficiência do mineral, e indicação de seu suplemento.

O magnésio pode ser encontrado nos alimentos ou ingeridos como suplementos alimentares.

As outras formas de apresentação do magnésio - magnésio dimalato, magnésio treonato - são comumente apresentados em cápsulas e devem ser usados conforme prescrição médica.

Como detectar deficiência de magnésio?

Não é possível detectar a escassez de magnésio no organismo por meio de exame de sangue, pois o mineral fica em maior concentração no interior das células. Para saber a dosagem real de magnésio no corpo, é preciso fazer um mineralograma. Este exame traz a dosagem de todos os minerais presentes no organismo e a presença de metais tóxicos, como o chumbo. É feito por meio da análise laboratorial do cabelo.

Alimentos ricos em magnésio

  • Semente de abóbora
  • Banana
  • Coco
  • Água de coco
  • Folhas e legumes verde escuros : brócolis, couve, espinafre, rúcula
  • Peixes de águas profundas: sardinha, atum, bacalhau
  • Algas marinhas
  • Cacau
Efeitos Colaterais
  • Diarreias e
  • Reações alérgicas
Contraindicações

Pessoas que não tenha esse déficit. O excesso de vitaminais e ou minerais também podem causar danos. Em pessoas que não tenham deficiência de magnésio, o uso suplementar e o excesso do mineral podem causar:

  • Aumento da pressão arterial
  • Redução da frequência respiratória
  • Alteração do sistema nervoso

Antes de consumir cloreto de magnésio ou qualquer outro suplemento, procure orientação médica ou de um nutricionista.

O que é pano branco (pitiríase versicolor) e quais são os sintomas?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Pitiríase versicolor, também conhecida como pano branco, é uma infecção fúngica que acomete a pele causando mudanças no pigmento da pele.

O local frequentemente acometido é o tronco, pescoço, braços, face e couro cabeludo.

A pitiríase versicolor é também conhecida como pano branco pois, em geral, deixa a pele acometida um pouco mais clara comparada à pele ao redor.

Em geral, os sintomas são várias manchas descamativas com coloração mais forte ou mais fraca em comparação com a cor da pele habitual da pessoa. Essas manchas ficam mais evidentes quando a pessoa se expões ao sol.

Caso você esteja com essas manchas na pele, procure o médico de família, clínico geral ou dermatologista para uma avaliação e condução apropriada do tratamento.

Continue a leitura em: Fungos na pele podem causar micose?

Gravidez ectópica: o que é e quais são os seus sintomas? O feto sobrevive?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A gravidez ectópica é a gravidez que acontece fora do útero, por isso não consegue se desenvolver até o fim. Apenas no útero é possível receber o embrião, nutrir e acomodar um bebê durante a gestação.

Inicialmente, pode não haver sintomas, mas por volta da 6ª a 8ª semana de gestação os sintomas começam a aparecer, sendo os principais, o sangramento vaginal, dor na barriga de forte intensidade e o atraso menstrual.

A gravidez ectópica é uma emergência obstétrica, pois a ruptura da tuba uterina, ovário e colo do útero pode provocar sangramento intenso e a morte materna. Por este motivo, é importante que seja feito diagnóstico precoce, ou seja, antes da ruptura destas estruturas por meio do pré-natal.

1. Sangramento vaginal

A mulher pode apresentar sangramento vaginal ou relatar a presença de manchas de sangue na roupa íntima, sem razão aparente.

2. Dor abdominal

É comum que as mulheres com gravidez ectópica sintam dor intensa do lado afetado pela gravidez ectópica. Por exemplo: se for uma gravidez tubária localizada na tuba uterina direita, a dor se manifestará com maior intensidade do lado direito do abdome.

3. Atraso menstrual ou menstruação ausente

É possível que a mulher perceba atraso menstrual ou ausência da menstruação. Por vezes, ainda nem sabem que estão grávidas.

Estes sintomas podem não ocorrer ao mesmo tempo, mas são os mais comuns de uma gravidez ectópica.

Gravidez ectópica, o bebê sobrevive?

Infelizmente, não. Por vezes o feto consegue se manter vivo até a 16a semana de gestação fora do útero como no caso da gravidez nas trompas. Entretanto, os tecidos fora do útero não conseguem fornecer sangue e nutrientes necessários para a manutenção da vida e para o desenvolvimento do bebê.

Além disso, geralmente em torno da 16ª semana, a estrutura que contém a gravidez ectópica se rompe e o feto não é mais capaz de sobreviver sozinho.

A ruptura de uma gravidez ectópica pode ser fatal para a mãe se não for tratada rapidamente.

Quando devo procurar uma emergência?

Uma gravidez ectópica pode apresentar sintomas apenas no momento da ruptura da trompa, o que traz grande risco de vida para a mulher. Por este motivo, esteja atenta aos seguintes sintomas, especialmente se associados a um atraso menstrual:

  • Dor forte e constante na parte inferior do abdome,
  • Perda volumosa de sangue de cor vermelho vivo ou bem escuro e diferente do sangue menstrual,
  • Tontura,
  • Sudorese fria e úmida (suor frio e pele úmida),
  • Queda da pressão arterial.

Nestes casos, busque imediatamente atendimento em uma emergência hospitalar. O exame de Beta-HCG e ultrassonografia transvaginal auxiliam a confirmar o diagnóstico.

Como tratar uma gravidez ectópica?

O tratamento mais comum para a gravidez é cirúrgico. Nestes casos, a mulher é submetida a uma cirurgia para retirar o embrião, a placenta e reconstruir a tuba uterina, por exemplo, nos casos de gravidez tubária.

Nos casos de gravidez ectópica sem ruptura e descoberta precoce, o tratamento pode ser feito com o uso de um medicamento, que promove a redução e desaparecimento da gravidez ectópica.

Cabe ao ginecologista/obstetra avaliar o caso, e definir o melhor tratamento, caso a caso.

Tive uma gravidez tubária, é possível engravidar de novo?

Um bebê formado nas trompas ou no ovário pode sobreviver?

Referências

  • Diádica, J.M.; PATEL, J.M. Cervical Ectopic Pregnancy: A Rare Site of Implantation. The Journal of Emergency Medicine, v.56(6):e123-e125, 2019.
  • FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
  • Protocolos FEBRASGO: Gravidez Ectópica. FEBRASGO, 2018.
  • LAYDEN, E.; MADHRA, M. Ectopic pregnancy. Obstetrics, Gynaecology & Reproductive Medicine, 30(7):205-212, 2020.
Como saber se tenho diabetes tipo 1?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os sintomas que caracterizam o diabetes tipo 1 incluem sede excessiva, aumento do volume de urina, aumento da frequência urinária, aumento do apetite, emagrecimento acentuado, cansaço e fraqueza.

O início dos sintomas do diabetes tipo 1 é relativamente rápido, podendo surgir em alguns dias ou em poucos meses. A doença pode afetar pessoas de qualquer idade, mas é mais comum em crianças e adultos jovens.

Sem tratamento, os sintomas do diabetes tipo 1 podem evoluir e causar desidratação grave, sonolência, vômitos, dificuldade para respirar, crises convulsivas até o estado de coma.

A pior complicação do diabetes tipo 1 é a cetoacidose diabética, cujo tratamento necessita de internação hospitalar para medicação venosa e controle adequado.

Quais são as causas do diabetes tipo 1?

O diabetes tipo 1 é uma doença auto-imune, aonde o organismo produz anticorpos contra ele mesmo, nesse caso, causando uma destruição das células beta do pâncreas, que deixam de produzir a insulina.

A insulina é um hormônio produzido pelas células beta do pâncreas e tem a função de transportar a glicose (açúcar) do sangue para dentro das células do corpo para ser usada como fonte de energia. Na falta de insulina, os níveis de glicose no sangue ficam elevados, uma condição conhecida como hiperglicemia crônica.

Quando a hiperglicemia se torna crônica, causa danos na micro e macrocirculação, prejudicando e danificando órgãos como os rins, olhos e coração, além de lesionar os nervos, vasos e aumentar risco de doenças cardiovasculares.

Porém, se o diabetes tipo 1 estiver controlado, os riscos de complicações diminuem significativamente.

Como saber se tenho diabetes tipo 1?

O diagnóstico do diabetes tipo 1 é baseado nos exames de sangue e exame médico.

Os principais exames para confirmação diagnóstica são:

  1. Glicemia de jejum superior a 126 mg/dl, após um jejum de 8 horas;
  2. Glicemia aleatória (realizada sem jejum ou qualquer controle), acima de 200 mg/dl, associado a sinais e sintomas sugestivos de diabetes;
  3. Teste de tolerância oral a glicose (TTOG75), com verificação da glicemia após administrar uma dose oral de 75 g de glicose, com valor de glicemia superior a 200 mg/dl;
  4. Hemoglobina glicosilada (A1C), no sangue, que não deve ultrapassar 6,5%.

Sendo que se houver dois dos exames alterados já é suficiente para o diagnóstico, ou quando apenas um dos exames estiver alterado, será necessário repetir ou realizar um segundo exame.

Diabetes tipo 1 tem cura? Como é o tratamento?

O diabetes tipo 1 não tem cura. Trata-se de uma doença crônica que necessita de tratamento até o fim da vida. O tratamento do diabetes tipo 1 é feito através de injeções subcutâneas de insulina, dieta adequada e prática regular de exercícios físicos.

Diagnosticar e tratar precocemente o diabetes tipo 1 é muito importante para prevenir complicações. Em caso de sintomas de diabetes, consulte um médico clínico geral, médico de família ou endocrinologista.

Leia também: Diabetes mellitus: o que é, quais os sintomas e como tratar?

Quem não pode doar sangue?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Existem situações que impedem a doação de sangue temporariamente, e aquelas que tem mesmo contraindicação absoluta. Os critérios foram determinados pelo Ministério da saúde, e são devidamente revisados quando necessário.

Restrições temporárias para doar sangue 1. Sinais de infecção

Pessoas com sinais de infecção, febre, gripe, resfriado, diarreia ou conjuntivite não podem doar sangue, durante pelo menos uma semana após terminar os sintomas.

Após sete dias sem sintomas, poderá ser um doador.

2. Anemia

Pessoas com problemas de anemia, seja qual for a causa, devem aguardar a melhora do seu exame de sangue para reavaliar a doação.

3. Gestante, Pós-parto e Amamentação

Gestantes e mulheres no pós-parto não podem doar sangue. Para parto normal está determinado aguardar pelo menos 3 meses. Para cesarianas, 6 meses.

Mulheres amamentando, a recomendação é de 1 ano para avaliar possibilidade de doação.

4. Tatuagem e/ou Piercing

Nos casos de Tatuagem e/ou piercing, poderá doar sangue após 12 meses do procedimento.

5. Procedimentos dentários

Para procedimentos dentários mais simples, como extração dentária sem complicações, basta aguardar 72h (3 dias). Para cirurgias mais extensas com necessidade de anestesia, a recomendação são de 30 (trinta) dias.

6. Cirurgias e Procedimentos cirúrgicos

Outras cirurgias, variam de acordo com o tipo de cirurgia, em média de 3 a 6 meses. Cabe ao cirurgião ou equipe do banco de sangue, definir essa orientação.

Procedimentos cirúrgicos mais invasivos, com Endoscopia digestiva (EDA), colonoscopia, procedimentos urológicos, devem aguardar pelo menos 6 meses.

7. Pessoas que já receberam transfusão de sangue

Pessoas que receberam transfusão de sangue em algum momento, devem aguardar por 1 ano.

8. Bebidas alcoólicas

Se consumiu bebida alcoólica, deverá aguardar 12 horas para a doação.

9. Vacinas

Após vacinas, o tempo de espera varia conforme a vacina aplicada.

10. Pessoas que já trataram doenças contagiosas

Após tratamento de tuberculose pulmonar, é necessário aguardar 5 anos.

Doenças sexualmente transmissíveis (DST), deve ser avaliado caso a caso. Algumas doenças contraindicam a doação definitivamente.

11. Medicamentos

Medicamentos também são avaliados caso a caso, os antibióticos, por exemplo, precisam aguardar 15 dias. Os anti-hipertensivos, anti-inflamatórios, analgésicos e antidepressivos, não são impedimentos para a doação. Mas devem ser sempre informados.

Restrições permanentes para doar sangue

Situações que impedem definitivamente a doação de sangue, seja para proteger a saúde do doador, ou para evitar uma contaminação de quem recebe a bolsa de sangue, são:

  1. Portadores de Hepatite B, Hepatite C, HIV ou HTLV;
  2. Já teve ou tem doença de Chagas;
  3. Já teve ou tem câncer;
  4. Problemas de coagulação no sangue;
  5. Diabete mellitus,
  6. Quando já fez uso de insulina;
  7. Pós operatório de neurocirurgia;
  8. Já teve ou tem hanseníase, elefantíase, brucelose ou esquistossomose;
  9. Tuberculose extrapulmonar,
  10. Transplante de órgãos ou de medula;
  11. Se é usuário de drogas ilícitas injetáveis;
  12. Se já teve Malária (confirmada).

Pessoas que estiveram em locais com alta prevalência de Malária, como Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins, precisam aguardar 12 meses para a doação.

Menstruação impede a doação de sangue?

Não. A menstruação não contraindica a doação, porque o volume perdido nessa fase do ciclo, mesmo para mulheres que tenham um fluxo intenso, mais o volume de sangue doado, não são suficientes para causar riscos à doadora.

De qualquer forma, antes da doação existe uma triagem bem criteriosa, onde são feitas perguntas pertinentes ao procedimento à fase do ciclo da mulher, e quando preciso, pode ser realizado rapidamente um teste de sangue, para descartar possível anemia.

Requisitos para doação de sangue

Pessoas com idade entre 16 e 69 anos, pesando mais de 50 kg, saudáveis e com documento oficial com foto. Menores de 18 anos precisam levar o consentimento formal dos responsáveis.

A pessoa deve estar alimentada, nunca em jejum, e evitar alimentos gordurosos 3 horas antes da coleta de sangue.

Importante que tenha passado uma boa noite de sono e se alimentado bem no dia anterior.

O cigarro deve ser evitado pelo menos 2 horas antes da coleta, e bebidas alcoólicas, 12 horas antes.

Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos.

Quanto tempo leva para o corpo recuperar o sangue doado?

O corpo saudável é capaz de repor o sangue doado em 24 horas.

O nosso organismo tem em média 5 a 6 litros de sangue, e a retirada para doação não ultrapassa 450 ml, menos de 10% do volume total. Portanto, um valor que não costuma causar efeitos indesejados ao doador.

Mesmo assim, após a coleta é oferecido um pequeno lanche, e aconselhado a se alimentar bem durante as próximas 2 horas, aumentar o consumo de água, manter repouso por um tempo e evitar grandes esforços ou atividade física nesse dia.

Lembrando que, por lei, a pessoa que doa sangue, tem o direito de 1 dia de licença médica, o dia da coleta e doação do sangue, uma vez por ano. O atestado deve ser solicitado no momento da doação.

Quantas vezes é permitido doar sangue por ano?

Para os homens, é recomendado um máximo de 4 doações ao ano, e para as mulheres, que já tem uma perda sanguínea mensal, são três.

O intervalo mínimo entre uma doação e outra é de 2 meses para os homens e de 3 meses para as mulheres.

Para maiores esclarecimentos, fale com o seu médico de família, ou procure um banco de sangue, que poderá tirar qualquer dúvida sem compromisso.

Leia também:

Fonte:

HEMORIO. http://www.hemorio.rj.gov.br/

Endocardite Infecciosa: sintomas, complicações e como tratar
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Os sinais e sintomas da endocardite infecciosa podem variar conforme a gravidade da infecção. Dentre os mais comuns estão: febre, dor torácica, perda de peso, presença de sangue na urina, variações nos batimentos cardíacos, calafrios, suores noturnos, falta de ar, dores musculares e articulares, cansaço, tosse persistente, entre outros.

Contudo, de todos os sintomas da endocardite infecciosa, talvez o mais característico seja o aparecimento de manchas dolosas próximas às pontas dos dedos das mãos e dos pés. Essas manchas costumam ser vermelhas e manifestam-se sob a forma de nódulos, que se chamam nódulos de Osler.

Outras manifestações também incluem o aparecimento de pontinhos ou manchas avermelhadas em outras partes do corpo, como conjuntiva (parte branca do olho) e mucosas, as petéquias.

Os sinais e sintomas da endocardite bacteriana podem se manifestar aos poucos ou subitamente.

Complicações da Endocardite Infecciosa

A endocardite infecciosa pode gerar complicações que podem ser potencialmente fatais, como embolia, abscesso e insuficiência cardíaca congestiva.

Quase metade dos pacientes com endocardite infecciosa podem ter embolia. A complicação ocorre quando o coágulo infectado desprende-se da válvula e desloca-se para os pulmões, cérebro, rins, baço e artérias coronárias.

Ao chegar a esses órgãos, o coágulo causa infecção nos mesmos, originando a sepse (infecção generalizada). O coração nesses casos também costuma ser afetado. Porém, depois de começar o tratamento com antibióticos, o risco de embolia reduz significativamente.

O abscesso surge na válvula ou prótese valvar e pode precisar ser removido cirurgicamente, já que o poder de penetração dos medicamentos nesses abscessos é baixo.

Quando a endocardite infecciosa danifica ou destrói a válvula cardíaca, pode haver insuficiência cardíaca. Se não funcionarem adequadamente, as válvulas não permitem que o coração bombeie o sangue de forma eficaz.

A endocardite pode causar ainda outras complicações, como arritmia, danos em outros órgãos, acidente vascular cerebral (AVC), aumento de baço, entre outras.

Tratamento da Endocardite Infecciosa

O tratamento da endocardite infecciosa é feito através da administração de medicamentos antibióticos diretamente na veia. O tempo de duração do tratamento varia de 4 a 6 semanas.

Nos casos em que a endocardite infecciosa danifica ou destrói a válvula cardíaca, pode ser necessário repará-la ou substituí-la por uma artificial através de cirurgia.

O tratamento da endocardite infecciosa é complexo, pois o poder de penetração dos antibióticos na infecção dentro do coração é bastante reduzido, o que explica a duração prolongada da antibioticoterapia.

O diagnóstico da endocardite infecciosa é feito por meio de exames de sangue e imagem, principalmente o ecocardiograma. Através da ecocardiografia, o médico pode ver o interior do coração e detectar a presença da vegetação.

Outros exames que podem ajudar a detectar a doença são o eletrocardiograma, a radiografia, a tomografia computorizada e a ressonância magnética.

Vale lembrar a importância de tratar outras fontes de infecção e inflamação em outras partes do corpo, para prevenir que os agentes infecciosos cheguem à corrente sanguínea e se alojem no coração.

Saiba mais em: Quais as causas da endocardite infecciosa?

O que fazer se tomar medicamento vencido?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Pode ser preciso tomar outra medicação, dentro da validade, ou apenas observar por um tempo, a eficácia ou não da medicação. Depende muito de qual remédio foi usado, quanto tempo está vencido e qual o motivo desse tratamento.

A maioria das medicações tem uma validade um pouco maior do que aquela apresentada nas embalagens, com isso é possível que tenha algum efeito mesmo vencido.

No entanto, se passou muito a data de validade ou se a doença em tratamento for grave, é preferível tomar outra medicação, que esteja na validade, para ter certeza do tratamento correto.

O que fazer se tomar um antibiótico vencido?

No caso do remédio ser um antibiótico, é preferível tomar outro remédio, dentro do prazo de validade, porque um antibiótico vencido pode interromper o tratamento da infecção e favorecer a piora da doença.

As infecções devem sempre ser corretamente tratadas para evitar complicações.

Por exemplo, uma infecção urinária pode evoluir com problemas renais graves, se não for adequadamente tratada, ou uma infecção de garganta ou ouvido, que além de dificultar a alimentação e hidratação, tem o risco de evoluir para uma meningite.

O médico deverá ser informado para auxiliar na definição dessa conduta e ceder nova receita controlada para a compra da medicação, quando preciso.

O que fazer se tomou um remédio de pressão ou diabetes vencido?

Se a medicação for de uso contínuo, para controlar pressão e o açúcar no sangue, também é preciso um maior cuidado. Não é recomendado tomar logo outra medicação, porque pode ter um efeito acumulado, baixando muito a pressão ou o açúcar, o que também não é bom para a saúde.

Por isso nesses casos o recomendado é observar nas próximas horas, o efeito dessa medicação. Deve medir a pressão pelo menos a cada hora, ou se sentir-se mal, assim como medir o açúcar, no caso da diabetes.

Se as medidas estiverem alteradas, considere tomar outra medicação, dentro do prazo recomendado de validade.

O que fazer se tomou remédio para febre vencido?

Já no caso de remédios para dor ou febre, pode tentar um banho fresco e medicações semelhantes, para ajudar nos sintomas, sem repetir a medicação.

Quanto tempo de vencido o medicamento ainda funciona?

Os remédios devem conter nas embalagens, obrigatoriamente, as datas de fabricação e de validade. Essas datas conferem a segurança e a eficácia da medicação. Entretanto, os remédios costumam ter uma margem de segurança para o seu uso, em geral, ele dura 2 ou 3 meses além da data estipulada pelo fabricante.

Importante também lembrar, que mesmo dentro do prazo de validade, os remédios devem ser armazenados de forma correta, em ambientes arejados, sem umidade e sem exposição a luz solar, para evitar reações e modificações das estruturas químicas dos medicamentos.

O que acontece quando tomamos um remédio vencido?

O remédio vencido, na maioria das vezes, não causa qualquer efeito colateral, mas se ocorrer, os mais comuns relatados são:

  • Mal-estar,
  • Dores de barriga,
  • Diarreia,
  • Náuseas e vômitos.
Pode tomar remédio vencido?

Não, não é recomendado tomar remédio vencido. Visto que não te garante eficácia da medicação, ou seja, provavelmente não irá resolver a sua queixa, e ainda pode causar um efeito colateral por não estar em boas condições de uso.

Como devemos descartar os remédios vencidos?

A forma mais adequada é incinerar as medicações vencidas. A Vigilância Sanitária informa que descartar remédios vencidos no vaso sanitário ou no lixo pode causar um desequilíbrio ao meio ambiente. Os remédios são substâncias químicas, por isso podem contaminar o solo, a água ou a atmosfera, e ainda oferecer riscos a saúde das pessoas que trabalham nesses locais.

Contudo, como nem todos tem a possibilidade de incinerar de forma correta as medicações, recomenda-se procurar as farmácias que possuem displays para receber os medicamentos vencidos.

O medicamento vencido não deverá ser utilizado. Se o paciente apresentar quaisquer sintomas, deverá procurar um pronto atendimento. Para maiores esclarecimentos, converse com o seu médico de família ou clínico geral.

Referência:

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Plantas medicinais são seguras para a saúde?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

As plantas medicinais, espécies vegetais utilizadas com propósitos terapêuticos, são seguras para a saúde quando prescritas de forma adequada. Além disso, para o uso seguro das plantas medicinais é necessário que você seja orientado por um profissional de saúde qualificado ou fitoterapeuta sobre as possíveis interações medicamentosas.

12 plantas medicinais utilizadas para cuidados em saúde

Atualmente existem 12 plantas medicinais que constituem a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais do Ministério da Saúde. Estas plantas foram submetidas a pesquisas que atestaram a sua eficácia e por este motivo fazem parte dos medicamentos que podem ser usados por profissionais de saúde.

1. Alcachofra (Cynara scolymus L.)

As folhas de alcachofra podem ser utilizadas em forma de chá e somente por adultos. É indicada para tratar distúrbios relacionados à má digestão. Não deve ser utilizada por pessoas com doença da vesícula biliar e em portadores de hepatite grave, falência hepática e câncer do fígado, deve ser usada com cautela. O uso de alcachofra pode provocar fraqueza, sensação de fome e flatulência (gases). É possível também consumir em cápsulas, comprimidos, solução oral ou tintura.

2. Aroeira (Schinus terebinthifolius R.)

A casca do caule de aroeira pode ser utilizada por decocção (colocar as cascas em água fervente) como adstringente e cicatrizante para tratar inflamação vaginal e leucorreia (corrimento vaginal). Pode ser encontrada em gel vaginal e óvulo vaginal.

3. Babosa (Aloe vera L.)

A babosa tem ação cicatrizante e anti-inflamatória e é indicada para o tratamento tópico (local) de queimaduras de 1o e 2o graus e como coadjuvante nos casos de psoríase vulgaris (caspa). O seu uso pode desencadear dermatite de contato ou sensação de queimação. Nestes casos, o uso deve ser suspenso. Pode ser encontrada em creme e gel.

4. Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana D.C.)

A casca da cáscara-sagrada é recomendada para tratar eventuais constipações intestinais em pessoas adultas. Durante o uso pode ser observada a mudança de coloração da urina e desconforto gastrointestinal, especialmente em pacientes com cólon irritável.

Não é recomendado para pessoas com obstrução intestinal, refluxo, inflamação intestinal aguda (doença de Crohn), colite, apendicite, dor abdominal de origem desconhecida, polipose intestinal (crescimento anormal de tecido intestinal), por mulheres grávidas ou que estão amamentando e por crianças menores de 12 anos.

5. Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia)

O chá das folhas de espinheira-santa pode ser usado somente por adultos e é indicado para dispepsia (distúrbios digestivos), azia e gastrite. Pode atuar como coadjuvante no tratamento episódico de prevenção de úlcera em pessoas que se encontram em uso de anti-inflamatórios não esteroides como o ibuprofeno®. O chá não deve ser consumido por crianças com idade inferior a 6 anos, mulheres grávidas ou que estão amamentando. No caso das lactantes, o uso de espinheira-santa provoca a redução na produção de leite materno.

A espinheira-santa pode ainda ser encontrada em cápsulas, suspensão e emulsão oral e tintura.

6. Garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens D.C.)

A raiz da planta chamada garra-do-diabo pode ser utilizada por adultos na forma de chá. É utilizada para atenuar dores articulares (artralgias), artrose e artrite. Portadores de úlceras estomacais e duodenais não devem utilizar garra-do-diabo.

Pode ser encontrada em comprimidos, cápsulas e ainda em comprimidos de ação lenta.

7. Guaco (Mikania glomerata Spreng)

O chá de folhas de guaco atua como expectorante em quadros de gripe, resfriado, bronquite alérgica e infecciosa. Pode ser consumido por adultos e crianças. O uso do guaco pode interferir na coagulação sanguínea. Quando utilizado em doses superiores a recomendada pode provocar diarreia e vômitos. Há possibilidade de interação com medicamentos anti-inflamatórios não esteroides. É possível encontrar o guaco em forma de tintura, xarope e solução oral.

8. Hortelã-pimenta (Menthax piperita L.)

As folhas e sumidades floridas do hortelã-pimenta podem ser usados por adultos e crianças na forma de chá. É indicado para cólicas, flatulência (gases) e distúrbios hepáticos. Deve ser usado com cautela em pessoas com cálculos biliares. Não deve ser consumido por portadores de danos hepáticos severos, em caso de obstruções biliares e por mulheres que estão amamentando. Pode-se encontrar hortelã-pimenta em cápsulas.

9. Isoflavona-de-soja (Glycine max L.)

A isolflavona-de-soja é indicada como coadjuvante no tratamento dos sintomas da menopausa e pode ser utilizada na forma de comprimidos ou cápsulas.

10. Plantago (Plantago ovata F.)

O chá das folhas de plantago é utilizado como adstringente e anti-inflamatório em quadros de infecção na boca e laringe. Deve ser utilizado para uso tópico em bochechos ou gargarejos e não deve ser ingerido. A casca da semente de guaco nunca deve ser utilizada. É contraindicado para pessoas que possuem pressão arterial baixa, obstrução intestinal ou mulheres grávidas. É encontrado sob a forma de pó para dispersão oral.

11. Salgueiro (Salix alba L.)

A casca do caule de salgueiro somente pode ser usada por adultos na forma de chá. É indicado em casos de inflamação, dor, febre, gripes e resfriados. Deve ser utilizado com cautela por pessoas em uso de anticoagulantes, corticoides e anti-inflamatórios. Não pode ser consumido em combinação com maracujá ou noz moscada. Pode ser encontrada em comprimidos, elixir e em solução oral.

12. Unha-de-gato (Uncaria tomentosa)

A entre casca da unha-de-gato é utilizada como anti-inflamatório nos quadros de dores musculares e dores articulares como artrite e artrose. Deve ser consumida somente por adultos na forma de decocção (colocar as entre cascas em água fervente). Não é recomendado o consumo antes e depois de sessões de quimioterapia e nem por portadores de hemofilia (distúrbio de coagulação). Pode provocar cansaço, diarreia e febre.

Cuidados quanto ao uso de plantas medicinais

A utilização de plantas medicinais e fitoterápicos é reconhecida e encorajada pela Organização Mundial de Saúde, seguindo a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares e Política Nacional de Plantas Medicinais. Entretanto, alguns cuidados são necessários:

  • Não utilize plantas medicinais sem orientação, especialmente se você usa medicamentos de uso contínuo;
  • Comunique ao/à médico/a se você começou a utilizar alguma planta medicinal por conta própria;
  • Utilize as plantas medicinais conforme orientação e nas dosagens prescritas;
  • Se sentir algum efeito colateral suspenda o uso da planta medicinal imediatamente e informe seu médico;
  • Nunca substitua seus medicamentos por plantas medicinais.

Antes de iniciar o uso de plantas medicinais busque orientação de um profissional de saúde qualificado ou fitoterapeuta.

Hérnia umbilical faz crescer a barriga?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

A barriga não cresce quando a pessoa tem hérnia umbilical. O que pode acontecer é que, ao ficar de pé ou ao fazer força, a pessoa pode notar que alguma região da barriga fica mais estufada.

Isso porque, no caso de ter uma hérnia, existe uma abertura na parede abdominal que mantém os órgãos no lugar correto. Quando a pressão dentro do abdômen aumenta, algo é empurrado para fora através dessa abertura, originando uma protuberância.

Em casos em que a hérnia estrangula, a barriga pode crescer um pouco devido à obstrução intestinal. No caso de hérnia estrangulada, também se pode sentir dor constante, que aumenta gradualmente, acompanhada de náuseas e vômitos. Se suspeitar de hérnia estrangulada é necessário ir com urgência para o hospital, para fazer uma cirurgia e resolver o problema.

Entretanto, as hérnias umbilicais pequenas não alteram a aparência da barriga. Elas são assintomáticas e não causam sequer a formação da protuberância.

Se a sua barriga cresceu e você tem sintomas como dor ou prisão de ventre, procure um médico de família ou um gastroenterologista.

Saiba mais sobre as hérnias umbilicais em:

Referências:

Asari P. Hérnias de parede abdominal. Manual MSD.

Brooks DC. Visão geral das hérnias de parede abdominal em adultos. UpToDate.