A tontura, o enjoo e o mal-estar podem ser causados por diversas e diferentes situações, sendo as principais e mais comuns:
- Início de uma gravidez,
- Crise de enxaqueca,
- Labirintite, VPPB (vertigem Paroxística Posicional Benigna),
- Pressão alta ou pressão baixa,
- Ansiedade,
- Efeito colateral de um medicamento,
- Infarto agudo do coração ou
- Derrame cerebral.
Uma característica importante para diferenciar doenças benignas das mais graves, como o infarto e o derrame, são o tempo de início dos sintomas. O início súbito dos sintomas sugere um problema mais grave.
Por isso, se a tontura vier de repente, associada a dor no peito, falta de ar, dificuldade de falar ou de se movimentar, procure imediatamente uma emergência. Para cada uma das demais situações, existe uma orientação e tratamento específicos, que serão mais detalhados a seguir.
1. Gravidez
Na gravidez, o organismo da mulher passa por diversas modificações, que permitem o desenvolvimento do bebê. Uma dessas modificações é a dilatação dos vasos sanguíneos, para aumentar o fluxo de sangue atendendo as novas necessidades. Com isso, a mulher pode desenvolver retenção de líquidos, inchaços e diminuição da pressão arterial.
Todas essas alterações, junto com o aumento das taxas de hormônios, acabam por desencadear os sintomas de tontura, enjoo e mal-estar. Especialmente nos primeiros meses de gestação.
Para diminuir a sensação de tontura e mal-estar é recomendado à gestante:
- Evitar o jejum e aumentar o consumo de água, tomando pelo menos 1 litro e meio por dia;
- Manter alimentação saudável, com menor quantidade de gordura, facilitando a digestão, preferir legumes e verduras;
- Praticar atividade física, se não houver restrições, com profissionais capacitados, pelo menos 4 vezes por semana, ou drenagem linfática.
2. Enxaqueca
A enxaqueca é um tipo bastante frequente de dor de cabeça na nossa população, com características bem marcantes, de dor intensa, do tipo latejante, unilateral e associada a náuseas (enjoo), vômitos, tontura e mal-estar.
A dor piora com o estresse, jejum, distúrbios do sono, presença de luz intensa ou contínua, como o uso prolongado de aparelhos eletrônicos e com o barulho.
O tratamento deve ser orientado individualmente, mas, em geral, a recomendação é:
- Manter-se em repouso, em ambiente escuro e silencioso;
- Tomar um medicamento analgésico potente ou anti-inflamatório;
- Anotar em um diário da dor todas as informações possíveis, para levar ao médico e
- Procurar um neurologista para o tratamento definitivo. A enxaqueca não tem cura, mas pode ser controlada com as orientações adequadas.
3. Labirintite
Quase metade das queixas de tintura com enjoo, estão relacionadas as doenças do labirinto. No entanto, a doença mais comum é a vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) e não a labirintite. A labirintite é, na verdade, uma doença rara, causada por infecção no labirinto.
A maior parte das doenças do labirinto se resolvem espontaneamente após uma ou duas semanas. Na VPPB, o tratamento preconizado é a realização de manobras específicas, realizadas por médicos experientes, com o objetivo de recolar os cristais de dentro do labirinto, em seus lugares.
Com o intuito de amenizar os sintomas durante os dias de mal-estar, é recomendado:
- Manter-se em repouso;
- Tomar medicamentos para melhoras os sintomas, como o Dramin® ou Labirin® e
- Procurar um médico otorrinolaringologista, para avaliação, caso os sintomas permaneçam por mais de 2 semanas.
4. Pressão alta ou pressão baixa
A variação da pressão, seja para pressão alta ou pressão muito baixa, reduz o fluxo de sangue para o cérebro, diminuindo a oxigenação cerebral. Essa redução provoca os sintomas de tontura, enjoo (náuseas), vômitos e mal-estar.
Na gestação é ainda mais grave, porque pode reduzir o fluxo de sangue para a placenta, prejudicando o crescimento do bebê. Além disso, aumenta o risco de abortamento e eclâmpsia.
Portanto, para evitar a variação da pressão, é recomendado:
- Acompanhar os níveis de pressão arterial, medindo pelo menos 1x por ano ou de 6 em 6 meses, para pessoas saudáveis;
- Medir a pressão com maior regularidade, para pessoas hipertensas, de acordo com a orientação do seu cardiologista e fazer o uso correto das suas medicações;
- Manter alimentação saudável, com restrição de sal (2g por dia é o mais seguro), menor quantidade de frituras ou alimentos gordurosos;
- Praticar atividade física, de acordo com as suas possibilidades e orientações do médico.
5. Crise de ansiedade
Na crise de ansiedade, o organismo aumenta a liberação de neurotransmissores e hormônios, que desencadeiam sintomas como: suor frio, tremores, dores de cabeça, palpitação, sensação de falta de ar, tontura e enjoo.
Os sintomas na crise de ansiedade, também podem acontecer repentinamente, confundindo com situações mais graves de infarto ou derrame. Entretanto, ocorre em momentos de maior estresse ou emoções fortes.
O tratamento nesse caso, deve ser:
- Procurar exercícios que acalmem o organismo, como respiração prolongada e profunda, pedir ajuda, conversar, pensar em coisas boas, ouvir músicas agradáveis ou meditação;
- Agendar uma consulta com psicólogo e/ou psiquiatra, para discutir a necessidade de um tratamento definitivo, evitando novas crises.
6. Uso de medicamentos
Alguns medicamentos, como os antidepressivos, anticonvulsivantes ou calmantes, pode no início, ou com doses muito altas, ocasionar a tontura e enjoos, como efeitos colaterais.
O ajuste das doses ou a troca de substância, pode ser suficiente para resolver os sintomas. Porém, o recomendado é que:
- Procure o seu médico para informar os novos sintomas;
- Nunca interrompa a medicação por conta própria, porque pode ser ainda mais perigoso para a sua saúde, visto que alguns desses medicamentos precisa ser retirado gradativamente;
- Na dúvida sempre converse com o seu médico da família ou médico que o acompanha.
7. Infarto agudo do coração
No infarto do coração, é importante lembrar que os sintomas dessa doença são principalmente a dor no peito, em aperto ou pressão. Os demais sintomas associados são a tontura, palidez, suor frio, náuseas e mal-estar.
Entretanto, pessoas com diabetes ou idosos, com muitas outras doenças, podem nem apresentar a dor no peito no início, e queixar apenas de tontura, enjoo e mal-estar.
Portanto, para pessoas com alto risco de infarto, como idosos, diabéticos de longa data, hipertensos, tabagista e portadores de colesterol alto, que apresentam subitamente esses sintomas, devem ser avaliados em serviço de emergência, imediatamente.
8. Derrame cerebral
O derrame, ou isquemia cerebral, ou ainda, AVC isquêmico, é a falta de sangue e oxigênio no cérebro, por uma obstrução arterial. A baixa oxigenação causa, tonturas, mal-estar, náuseas e vômitos, também de início súbito.
Outros sintomas que podem vir associados, são a dificuldade de fala, "boca torta", fraqueza em um dos membros ou falta de coordenação e equilíbrio.
Na presença de um ou mais desses sintomas, em pessoas com fatores de risco para AVC, hipertensão, diabetes, colesterol alto e tabagismo, procure imediatamente uma emergência.
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Referências:
UpToDate - Joseph M Furman, et al;. Causes of vertigo. Aug 24, 2018.