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O açúcar "alimenta" o câncer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim. O açúcar "alimenta" o câncer, uma vez que as células cancerígenas utilizam açúcar (glicose) como fonte de energia. Embora todas as células façam uso da glicose como fonte de energia, as células cancerígenas necessitam de uma demanda ainda maior, por seu alto índice de multiplicação, portanto o açúcar em excesso pode estimular seu crescimento sim.

Contudo, não é só o açúcar branco, dos doces e refrigerantes, que alimentam as células tumorais e auxiliam nesse crescimento, em termos nutricionais, todos os carboidratos são considerados açúcares, o que inclui também arroz, pães, massas, batata, mandioca, frutas, entre tantas outras fontes de carboidrato. Todos esses alimentos são transformados em glicose após a digestão, resultando em "alimento" para todas as células do corpo, inclusive para as células cancerígenas.

A ideia de que tirar os carboidratos da alimentação poderia interromper o crescimento do câncer é baseada no fato de que as células tumorais são mais sensíveis à insulina, o hormônio responsável pelo transporte da glicose para dentro das células. Dessa forma, elas conseguem captar a glicose com mais facilidade e em maior quantidade do que as células normais do corpo, justificando inclusive o processo de emagrecimento comum nos pacientes com a doença.

No entanto, é preciso lembrar que os carboidratos também são uma fonte de energia essencial para o bom funcionamento do organismo. Retirar completamente da alimentação aumentaria a perda de peso, a fraqueza e poderia prejudicar uma resposta possivelmente positiva ao tratamento.

Portanto, os carboidratos não devem ser excluídos da dieta do paciente com câncer. A quantidade e os tipos de carboidratos que devem ser incluídos na alimentação devem ser prescritos e orientados por um/a nutricionista.

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O que pode causar cólicas no bebê?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Ainda não se sabe exatamente as causas das cólicas no bebê, porém sua melhora espontânea na grande maioria das vezes, sugere uma relação com o amadurecimento do sistema intestinal da criança, ou seja, faz parte do desenvolvimento normal do seu organismo.

Existem diversas teorias, como a relação direta com a alimentação da mãe, ambientes mais frios, ou ainda fatores psicossociais da família, porém pediatras afirmam que não há comprovação científica para nenhuma delas.

A única exceção se dá para casos em que a mãe amamenta uma criança com intolerância a lactose, nesse caso sim, a mulher não deve ingerir alimentos que contenham proteína do leite, porém essa confirmação deve ser dada apenas pelo/a pediatra responsável.

Mesmo ainda em estudo, nutricionistas e pesquisadores nesta área, acreditam que alguns alimentos, se consumidos em excesso, aumentam as chances do bebê produzir mais gases e por isso aumentam as crises de cólicas, portanto sugerem que a mãe evite esses alimentos enquanto estiver amamentando, são eles:

  • Café;
  • Leite;
  • Chocolate;
  • Pimenta ou comidas apimentadas;
  • Brócolis;
  • Feijão;
  • Repolho.

Vale lembrar que não é o alimento em si que vai provocar cólicas no bebê, mas sim o exagero deles na alimentação da mãe.

O que fazer para diminuir a cólica do bebê?

A sociedade brasileira de pediatria sugere algumas dicas simples para auxiliar o bebê no momento das crises de cólicas, como:

  • Acolher o bebê quando estiver com dor,
  • Aquecer o bebê, com mantas e confortá-lo com almofadas,
  • Fazer massagens na barriguinha do bebê no sentido do relógio, para auxiliar a eliminação dos gases,
  • Deitar o bebê de barriga pra cima e flexionar suas perninhas sobre o abdômen,
  • Dar um banho morno ou aplicar compressas na barriga do bebê, sempre com muito cuidado devido a temperatura,
  • Evitar locais barulhentos ou abafados,
  • Estipular uma rotina para o bebê, tanto de alimentação como de passeios e banho,
  • Dar medicamento apenas quando prescrito pelo médico assistente (pediatra).

Recomenda-se também que a mãe durma bem e beba bastante líquido, porque aumenta a produção de leite materno. As cólicas podem ainda ser causadas ainda por algum tipo de alergia ou intolerância ao leite artificial.

O/A pediatra é o/a médico/a indicado/a para diagnosticar as causas das cólicas de seu bebê e esclarecer todas as dúvidas, além de prescrever alterações na alimentação, quando necessário.

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Quem tem úlcera varicosa pode comer peixe?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, quem tem úlcera varicosa pode e deve comer peixe, pois é um alimento rico em proteínas, essencial para o processo de cicatrização, e zinco, que fortalece o sistema imunológico, ajudando a prevenir e combater infecções.

Além disso, peixes como salmão, sardinha, atum, bacalhau, arenque e cavala são excelentes fontes de ômega 3, que pode ser benéfico para quem tem úlcera varicosa, por conta da sua propriedade anti-inflamatória. Além de ajudar na prevenção de trombos, no fortalecimento do sistema imunológico, no aumento do colesterol bom (HDL) e redução do colesterol ruim (LDL).

Pessoas com úlcera venosa devem ter uma alimentação saudável e balanceada, rica em proteínas (clara de ovo, carnes magras, feijão, lentilha, grão-de-bico, leite e derivados), zinco (ostras, camarão, peixes, carne de frango e vaca, castanhas, legumes) e vitamina C (acerola, pimentão amarelo cru, caju, goiaba, morando, kiwi, laranja).

Deve-se evitar alimentos gordurosos, excesso de sal, doces, adoçantes e bebidas alcoólicas.

O objetivo da dieta é estimular e favorecer a cicatrização da ferida, manter uma boa imunidade e reduzir os riscos de infecção.

Para ter um plano alimentar personalizado, específico para o seu caso, consulte um nutricionista.

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É possível baixar o colesterol com dieta?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Para baixar o colesterol é necessário adotar uma dieta pobre em gorduras animais e rica em fibras, realizar atividade física regularmente e, em alguns casos, usar medicamentos prescritos pelo médico.

Uma dieta para colesterol alto deve contemplar alimentos ricos em fibras e gorduras vegetais. Os alimentos com gordura de origem animal devem ser evitados. O objetivo da dieta para baixar o colesterol é diminuir os níveis de mau colesterol (LDL) e aumentar os níveis do bom colesterol (HDL).

Diminuir o consumo de:
  • Produtos de origem animal, principalmente miúdos (coração, fígado, miolos);
  • Leite integral e seus derivados, como manteiga, queijos (quanto mais amarelo mais gordura), creme de leite e iogurtes;
  • Embutidos e frios como presunto, bacon, salsichas e linguiças;
  • Frutos do mar como camarão, ostra, marisco e polvo;
  • Alimentos com gordura trans como sorvetes cremosos, chocolates, margarinas, biscoitos recheados, nuggets e bolos industrializados;
  • Frituras, carne de porco, carne vermelha;
Aumentar o consumo de:
  • Alimentos ricos em fibras como aveia, soja, cereais, grão-de-bico, feijões e grãos;
  • Frutas (com casca, sempre que possível) e verduras;
  • Leite e iogurte desnatados;
  • Queijos magros, como ricota e cottage;
  • Frango (sem pele) e peixe;
  • Sementes de linhaça;
  • Azeite (moderadamente).

Além da dieta, é importante realizar atividade física aeróbica regularmente, como caminhadas, natação, hidroginástica e bicicleta. A perda de peso também é indicada, quando necessário.

O que é o colesterol e para que serve?

O colesterol é um tipo de gordura. A presença do colesterol no organismo humano é importante para a produção de hormônios, da vitamina D e de ácidos da vesícula biliar. Além disso, ele também faz parte da composição das membranas das células e de alguns processos celulares.

No entanto, em alguns grupos populacionais, quando há acumulo e aumento de colesterol no sangue, sobretudo o LDL, torna-se um fator de risco muito importante para doenças cardiovasculares.

Para saber como baixar o colesterol através da dieta, consulte um clínico geral, um médico de família ou um nutricionista.

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O que pode comer quem tem problemas de rins (alimentos bons para os rins)?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os alimentos recomendados para pessoas com problemas nos rins, são aqueles com baixo teor de potássio, fosforo e sal, como a clara do ovo, peixes, verduras, legumes, morango, melancia, acerola, entre outras frutas.

Portanto, o mais adequado é que mantenha um acompanhamento e avaliação periódica da sua dieta e formas de preparo das refeições, com um profissional da área, nutrólogo ou nutricionista.

Alimentos bons para os rins (baixo teor de potássio, fosforo e sal)

A alimentação deve ser equilibrada e bem preparada, evitando alimentos ricos em minerais, frituras ou proteínas, porém sem excluí-los por completo, porque são substâncias essenciais para diversas funções do organismo.

1. Proteínas

Clara de ovo e peixe.

2. Verduras

Alface, repolho, agrião, pimentão vermelho, cenoura e pepino.

3. Legumes

Abobrinha, acelga, batata, berinjela, brócolis, chuchu, couve-flor, espinafre, mandioca, mandioquinha, quiabo e vagem.

4. Frutas

Morango, melancia, abacaxi, acerola, ameixa, caju, banana-maçã, laranja-lima, limão, manga, pera, pêssego, mirtilo (blueberry), framboesa, cereja, uva vermelha e pitanga.

5. Oleaginosa

Azeite.

Inclua alimentos de todas as famílias da pirâmide alimentar

A principal dica é de manter a alimentação equilibrada, incluindo alimentos de todas as famílias da pirâmide alimentar (verduras, legumes, carboidratos, proteínas e frutas), em quantidades menores ou indicadas pelo nutricionista. Essa dica é valiosa para todas as pessoas, portadoras ou não problemas renais.

Beba bastante água caso urine normalmente

Pessoas que urinam normalmente, devem beber bastante água, para manter o corpo hidratado, facilitando a filtração dos rins.

Restrinja líquidos caso não urine normalmente

Àqueles que já não urinam, ou muito pouco, em tratamento de diálise ou não, devem seguir a orientação médica, que geralmente é de restringir o líquido.

Cozinhe os alimentos em muita água

Para o preparo dos alimentos, evite cozinhar verduras e legumes em panela de pressão, a vapor ou micro-ondas, esse processo aumenta a concentração do potássio nesses alimentos.

O cozimento dos alimentos deve ser com muita água, descascados, e a água deve ser desprezada ao fim do cozimento. Esse processo reduz em até 60% a quantidade de potássio das frutas e legumes.

Leia os rótulos e evite os que tiverem muito sal, fosforo ou potássio

Leia os rótulos dos alimentos industrializados para saber o valor nutritivo do que será consumido, evitando altas quantidades de sal, fosforo e potássio.

Não elimine nenhum alimento a não ser que seja uma recomendação médica

Faça as suas refeições todos os dias regularmente, em horários adequados e em quantidades que saciem a sua fome. Não elimine nenhum alimento a não ser que seja uma recomendação médica.

Os minerais, como potássio, fósforo e o sódio, por exemplo, participam de funções vitais no corpo humano, como a condução dos impulsos nervosos, contração muscular, formação e manutenção dos ossos, entre tantas outras.

Adote bons hábitos alimentares

Não existe uma dieta única para todas as pessoas com problemas de rins. Cada pessoa tem as suas preferências e particularidades. Por isso deve ser avaliado de forma individual pelo médico nefrologista e ter a sua dieta elaborada por uma nutricionista.

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O que é anorexia e quais as suas causas?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A anorexia nervosa é um transtorno alimentar que caracteriza-se pela distorção da autoimagem, pelo intenso medo de engordar e pela preocupação excessiva com o peso.

A pessoa com anorexia olha-se ao espelho e vê-se gorda, mesmo que esteja com o peso ideal ou muito magra, o que a leva a fazer dietas extremas, jejuns prolongados, exercícios físicos extenuantes e até tomar laxantes e diuréticos para não "ganhar mais peso".

A anorexia nervosa pode causar desnutrição grave, afetando todos os principais órgãos do corpo. As complicações mais preocupantes estão relacionadas ao coração, aos líquidos corporais e aos sais minerais sódio, potássio e cloro.

Nesses casos, o coração enfraquece e bombeia menos sangue para o resto do corpo. Pode haver desidratação e desmaios. O sangue pode tornar-se ácido e os níveis de potássio no sangue podem baixar. O uso de laxantes ou diuréticos ou ainda os vômitos, podem agravar o quadro. Nos casos mais graves, pode haver morte súbita devido à ocorrência de arritmias cardíacas.

Quais as causas da anorexia?

A anorexia nervosa não tem uma causa específica. Muitas vezes ocorre em pessoas muito perfeccionistas, inflexíveis, ansiosas, depressivas, com tendências suicidas e que têm comportamentos obsessivos.

Contudo, o desenvolvimento desse transtorno alimentar pode estar associado a diversos fatores, tais como predisposição genética, imposições de padrões de beleza que enaltecem a magreza, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e ainda abusos sofridos durante a infância.

Quais os sintomas da anorexia?

Um dos principais sinais da anorexia nervosa é a magreza exagerada que esses indivíduos normalmente apresentam. Em alguns casos, podem chegar à desnutrição severa e desenvolver transtornos psiquiátricos e alimentares, como a bulimia, por exemplo.

Indivíduos com anorexia apresentam emagrecimento rápido e acentuado, alimentam-se pouco, evitam comer com outras pessoas, são muito magros mas têm muito medo de engordar, além de terem uma visão distorcida da autoimagem, vendo-se gordos mesmo estando magros e recusando-se em assumir o emagrecimento extremo.

É comum essas pessoas praticarem muito exercício físico, podendo ainda recorrer ao uso de medicamentos laxantes e diuréticos.

Nas mulheres, que são as mais afetadas pela anorexia nervosa, sobretudo na adolescência, pode haver ausência de menstruação durante vários ciclos, além de diminuição da libido e perda das características femininas.

Nos homens, a anorexia pode causar ainda disfunção erétil e atraso na maturidade reprodutiva.

Qual é o tratamento para anorexia?

O tratamento da anorexia nervosa é feito com a recuperação do peso corporal, psicoterapia e medicamentos para controlar a ansiedade, a depressão e as atitudes compulsivas.

Se o emagrecimento ocorreu muito depressa ou for muito intenso, é fundamental recuperar o peso corporal. Nesses casos, a fase inicial do tratamento normalmente é feita em ambiente hospitalar. Nos quadros mais extremos, a pessoa é alimentada por via endovenosa ou através de uma sonda que vai do nariz ao estômago.

Após a recuperação do estado nutricional, tem início a segunda fase do tratamento da anorexia, que baseia-se sobretudo na psicoterapia. O tratamento pode incluir ainda terapia familiar e medicamentos psiquiátricos para ansiedade, depressão e compulsão.

A anorexia nervosa tem cura em cerca de 50% dos casos. Muitas pessoas com anorexia melhoram temporariamente e depois têm recaídas. Em alguns casos, a pessoa desenvolve uma forma crônica de anorexia. Prever como cada caso vai evoluir é muito difícil.

O tratamento da anorexia nervosa é feito com acompanhamento médico (psiquiatra, endocrinologista), nutricional e psicológico. É muito importante que toda a família esteja envolvida no processo.

A anorexia nervosa pode trazer várias complicações para a saúde, por isso, caso você esteja nessa situação, procure o/a clínico/a geral ou médico/a de família para maiores avaliações.

Também pode lhe interessar: Como é o tratamento para transtornos alimentares?

Quais são os alimentos indicados em caso de prisão de ventre?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Os alimentos para prisão de ventre devem ser ricos em fibras para aumentar o volume das fezes e acelerar o trânsito intestinal. Aumentar a ingestão de fibras é a primeira coisa que se deve fazer em caso de intestino preso, pois elas atuam como um "lubrificante" que ajuda a soltar o intestino.

Portanto, a alimentação de quem sofre de prisão de ventre deve ser rica em frutas (laranja com bagaço, ameixa, mamão, manga, abacate ), vegetais e legumes (cenoura, vagem, ervilhas, feijão, lentilha, grão-de-bico, pepino, tomate, alface, espinafre), aveia, amêndoas e nozes, bem como sucos de frutas naturais sem adição de açúcar (laranja, maça, uva).

Todos esses alimentos são ricos em fibras,que ajudam a formação das fezes e melhoram o trânsito intestinal, evitando a prisão de ventre.

Porém, enquanto alguns alimentos ajudam a soltar o intestino, outros podem prendê-lo e por isso devem ser evitados por quem sofre de prisão de ventre. Entre eles estão: leite, maçã, banana madura, goiaba e alimentos à base de farinha branca (pães, massas).

Também é importante beber bastante água (pelo menos 2 litros por dia) para umedecer as fibras e amolecer as fezes. Aumentar o consumo de fibras sem beber água suficiente pode prender o intestino, já que as fibras secas são mais difíceis de serem eliminadas. 

Outra medida muito indicada para garantir o bom funcionamento do intestino é realizar atividades físicas regularmente, como caminhadas, por exemplo.

Vale ressaltar que, em alguns casos, o intestino preso pode ser sintoma de alguma doença do aparelho digestivo e as suas causas precisam ser identificadas e tratadas.

Saiba mais em: O que fazer se ficar mais de uma semana sem evacuar?

Se mesmo após as mudanças na alimentação a prisão de ventre continuar, procure um médico clínico geral ou médico de família para uma avaliação.

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Para que serve Kombucha? Quais são seus benefícios e contraindicações?
Dra. Juliana Guimarães
Dra. Juliana Guimarães
Enfermeira doutorada em Saúde Pública

São muito populares os benefícios do Kombucha à saúde e, especialmente por se tratar de um probiótico, é comumente associado ao equilíbrio da flora intestinal, ao efeito desintoxicante e protetor hepático e ao fortalecimento do sistema imunológico.

Entretanto, os estudos que indicam seus benefícios foram realizados apenas em animais. Deste modo, ainda não há pesquisas que confirmem os benefícios reais do Kombucha em seres humanos.

Kombucha é uma bebida probiótica fermentada produzida a partir de uma colônia de leveduras e bactérias. A esta colônia adiciona-se algum chá que contenha cafeína (chá verde, chá preto, chá mate) e açúcar para que a fermentação aconteça.

6 Propriedades do Kombucha em teste

Os benefícios descritos ainda não têm estudos em seres humanos, sendo necessário pesquisas para comprovação científica.

1. Equilibra o funcionamento intestinal

O Kombucha, por ser um probiótico, ajuda a equilibrar a flora intestinal melhorando a absorção de nutrientes e a motilidade dos intestinos.

2. Promove desintoxicação e proteção hepática

A bebida tem uma alta capacidade de desintoxicar o fígado reduzindo a toxicidade para as células hepáticas. Estudo realizado sobre esta ação do Kombucha, mostrou que as células do fígado expostas a um agente causador de lesão celular hepática mantiveram a sua integridade e funcionamento normais quando em contato o Kombucha. Portanto, o Kombucha pode ser utilizado como um protetor hepático que ajuda na saúde do fígado.

3. Impulsiona o ganho de energia e disposição

O Kombucha é um aliado para o ganho de energia, pois produz ferro. Este ferro produzido ajuda na produção das hemácias, responsáveis por distribuir o oxigênio pelo organismo. Uma melhor oxigenação do corpo promove mais energia e disposição para as tarefas diárias.

4. Ajuda a proteger as articulações

O consumo do Kombucha promove um aumento da produção de líquido sinovial. Este líquido se situa entre as articulações agindo como um lubrificante que reduz o atrito entre os ossos que formam a articulação. O aumento de líquido sinovial melhora a mobilidade articular, protege e fortalece a saúde das articulações.

5. Fortalece o sistema imunológico

Os diversos antioxidantes e a vitamina C presentes no Kombucha reforçam o sistema imunológico ao combater os radicais livres e reduzindo o risco de doenças degenerativas e envelhecimento precoce. Deste modo, também ajuda a manter um bom estado de saúde geral.

6. Auxilia na perda de peso

Alguns estudos mostraram uma certa correlação entre o consumo de Kombucha e a perda de peso. Entretanto, os mecanismos pelos quais isto ocorre ainda não estão esclarecidos. Um número maior de estudo nesta área precisam ser feitas para esclarecer a relação entre o uso de Kombucha e o emagrecimento.

Cuidados e Riscos

O processo para fazer o Kombucha em casa deve ser efetuado de forma muito cuidadosa. É necessário frasco e utensílios apropriados. O frasco deve ser de vidro para minimizar a contaminação, inclusive por metais se o Kombucha for cultivado em frascos de alumínio. Todo o material precisa ser esterilizado. O manuseio também deve manter estes cuidados de modo a evitar a contaminação.

A Food and Drug Adminstration, agência americana reguladora de alimentos e medicamentos, alerta para o perigo de contaminação no manuseio do Kombucha que pode provocar infeções. As mais comuns registadas são as infecções por Candida sp., que causa a candidíase) e por Aspergillus fumigattos (fungos que provocam uma grave infecção pulmonar).

É também importante observar o tempo de fermentação. Quando fermentado por um tempo superior ao recomendado pode trazer graves complicações à saúde.

Para quem pretende adquirir o Kombucha industrializado, é preciso observar se foi produzido de forma natural. Alguns destes produtos, quando industrializados, são pasteurizados. Este processo acaba por matar as bactérias que trariam os benefícios para a saúde.

Quais as contraindicações do Kombucha

O consumo de Kombucha é contraindicado em casos de:

  • Mulheres grávidas ou que estão amamentando (para o bebê pode ter efeito laxante)
  • Hemofílicos (pessoas com distúrbios de coagulação sanguínea)
  • Diabéticos
  • Hipertensos
  • Pessoas que tenham sensibilidade ao álcool
  • Pessoas alérgicas aos chás usados no preparo do Kombucha (chá verde, chá preto, chá mate).

A introdução do Kombucha na rotina alimentar deve ser realizada com cuidado e apenas iniciada após orientação médico/a.

Referência:

1. Pakravan N, Kermanian F, Mahmoudi E. Filtered Kombucha tea ameliorates the leaky gut syndrome in young and old mice model of colitis. Iran J Basic Med Sci 2019; 22:1158-1165.

2. Kapp JM, Summer W. Kombucha: a systematic review of the empirical evidence of human health benefit. Annals of Epidemiology 2019; 30:66-70.

3. Vázquez-Cabral BD, Larrosa-Pérez M, Gallegos-Infante JÁ,Moreno-Jiménez MR, González-Laredo RF, Rutiaga-Quiñones JG, Gamboa-Gómez CI, Rocha-Guzmán NE. Oak kombucha protects against oxidative stress and inflammatory processes. Chemico-Biological Interactions 2017; (272):1-9.