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Entendendo os valores do exame HCV
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O exame realizado para diagnosticar Hepatite C é o anti-HCV.

O resultado do exame anti-HCV pode ser:

  • Positivo (reagente) ou
  • Negativo (não reagente).

Pessoas com resultado positivo (reagente) devem realizar outro exame mais sensível para detectar o RNA do vírus no sangue. Quando esse segundo resultado é negativo, indica que a pessoa já teve contato prévio com o vírus e curou-se. Quando o resultado desse segundo exame é positivo, há grande indicativo da presença da Hepatite C.

Quando o resultado do exame anti-HCV é negativo (não reagente), indica que a pessoa não teve contato com o vírus da Hepatite C. Em casos particulares, como na presença de baixa imunidade (SIDA ou pós transplante), esse resultado pode ser falso-negativo, ou seja, a pessoa está com o vírus , mas o exame deu negativo e não conseguiu detectar a presença do vírus. Nesses casos, é indicado a realização de outro teste mais sensível.

Em torno de 20% das pessoas que entraram em contato com o vírus da Hepatite C curam, enquanto que em torno de 80% das pessoas desenvolvem a doença crônica.

É importante saber que a Hepatite C pode ser prevenida com medidas como:

  • Não compartilhar agulhas e seringas com outras pessoas;
  • Usar os equipamentos de proteção individual indicados em cada ocasião;
  • Rastrear os doadores de sangue.

exame anti-HCV é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pode ser feito nas Unidades de Saúde.

Tenho medo de pegar HIV/AIDS quando vou ao cabeleireiro, devo ficar preocupado?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sua preocupação é válida uma vez que instrumentos cortantes utilizados por barbeiros e cabeleireiros podem apresentar riscos de transmitir infecções como o vírus HIV e hepatites.

A pessoa que frequenta barbeiros deve ter o cuidado de saber se os instrumentos utilizados são devidamente esterilizados.

Quando esses instrumentos, como a navalha, são efetivamente esterilizados a cada utilização, a pessoa pode realizar os procedimentos estéticos sem receios.

Essa forma de transmissão é rara de acontecer comparativamente às outras possíveis como relação sexual desprotegida, compartilhamento de agulhas contaminadas e de mãe para filho/a.

Mesmo assim, é preciso tomar cuidado e procurar saber as práticas de higienização e esterilização utilizadas pelo profissional da estética.

O teste de HIV é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em casos de dúvidas, procure uma Unidade de Saúde mais próxima de você.

Leia também:

Como pode ocorrer a transmissão do HIV?

Qual é o tratamento para hepatite B?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O tratamento para hepatite B depende do estágio da doença. Para a hepatite aguda, o tratamento tem como objetivo apenas aliviar os sintomas. Na fase crônica, a hepatite B é tratada com medicamentos específicos para combater a multiplicação do vírus, diminuir os danos ao fígado e prevenir a evolução da cirrose e do câncer hepático.

Hepatite B aguda

O tratamento da hepatite B aguda inclui:

  • Cuidados gerais, como evitar o consumo de bebidas alcoólicas e medicação sem prescrição médica;
  • Aumentar a ingesta de água;
  • Alimentação saudável;
  • Repouso relativo, diminuir atividade física.

Os sintomas nessa fase estão presentes na minoria dos casos e podem incluir febre, fadiga, dores abdominais, náuseas, vômitos, escurecimento da urina, dores articulares e icterícia (pele e olhos amarelados).

Embora a maioria das pessoas com Hepatite B recupere-se da doença sem complicações, há casos raros em que o quadro evolui para hepatite fulminante, que pode levar à morte.

O tratamento para esses pacientes deve ser internado em setor de terapia intensiva, para controle rigoroso de sais e líquidos corporais, batimentos cardíacos, respiração, prevenção de hemorragias e, quando necessário, transplante de fígado.

Hepatite B crônica

O tratamento da hepatite B na fase crônica se baseia no uso de medicamentos que servirão para conter a replicação viral e a inflamação hepática, prevenindo ou reduzindo o risco de evoluir para um quadro mais grave como cirrose ou câncer de fígado.

Como prevenir a Hepatite B?

Para prevenir a hepatite B, basta tomar a vacina, usar preservativo em todas as relações sexuais e nunca compartilhar agulhas, seringas, materiais de manicure e pedicure ou qualquer objeto perfurante ou cortante.

A vacina contra hepatite B é disponibilizada gratuitamente nas Unidades de Saúde do SUS (Sistema Único de Saúde).

Saiba mais em:

Hepatite B tem cura? Se tem, qual o tratamento?

Existe vacina para a hepatite b?

Quais são os sintomas da hepatite B?

Como pode ocorrer a transmissão da hepatite B?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A transmissão da Hepatite B ocorre através do sangue, esperma e leite materno, já que é neles que o vírus HBV está presente. Assim, a hepatite B pode pode ser transmitida através de relações sexuais sem preservativo, durante a gravidez, amamentação ou parto, partilha de seringas ou agulhas, contado direto com o sangue ou objetos contaminados (agulhas, materiais de manicure, piercing e tatuagens), entre outras formas.

Para prevenir-se e evitar a transmissão da hepatite B, deve-se tomar a vacina contra a doença, usar camisinha em qualquer forma de contato sexual e não compartilhar materiais de manicure, pedicure, piercing e tatuagens, lâminas de barbear ou depilar, seringas, agulhas, entre outros objetos cortantes e perfurantes.

Na fase aguda, a hepatite B pode ser assintomática ou causar sintomas como febre, cansaço, dores abdominais, náuseas, vômitos, escurecimento da urina, dores articulares e icterícia (pele e olhos amarelados).

Em alguns casos mais raros, a doença pode evoluir para hepatite fulminante e provocar sangramentos, confusão mental, sonolência e dificuldade para respirar.

Quando não tratada, a hepatite B torna-se crônica e não costuma apresentar sinais e sintomas. Contudo, quando presentes, têm origem na insuficiência e cirrose hepática, podendo se manifestar por icterícia, acúmulo de líquido no abdômen, inchaço nos membros inferiores, aumento de tamanho do baço e confusão mental.

A vacina contra hepatite B é eficaz e está disponível gratuitamente nas Unidades de Saúde do SUS (Sistema Único de Saúde).

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Quais as cores do cocô que indicam um problema grave?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

As cores do cocô que podem indicar um problema de saúde grave, são:

  • Fezes muito escuras, ou mesmo pretas,
  • Fezes avermelhadas ou com presença de sangue,
  • Fezes claras ou esbranquiçadas e
  • Fezes amareladas.
Fezes escuras, pode indicar uma doença grave?

Sim. As fezes muito escuras podem indicar uma situação de sangramento (hemorragia) no início do sistema digestivo. Sendo as causas mais comuns: a úlcera de estômago, úlcera de duodeno ou tumores.

O sangue digerido pelo intestino torna-se escuro e com forte mal cheiro e por isso as fezes nesses casos são amolecidas, de coloração escura, quase negra, aspecto brilhoso e odor fétido e intenso, denominada melena.

Na suspeita de melena, é preciso procurar uma emergência médica para avaliação, devido ao risco de sangramento em atividade, especialmente se houver outros sintomas associados, como fraqueza, naúseas, vômitos e mal-estar.

Fezes avermelhadas ou com sangue, pode indicar uma doença grave?

Sim, pode indicar uma doença grave, embora esteja mais relacionado a problemas localizados na região do ânus, como as hemorroidas, fissuras no ânus e prisão de ventre.

As fezes avermelhadas ou com sangue vivo, indicam um problema próximo à região anal, por isso o sangue mantém a sua coloração vermelha intensa, não houve tempo de ser digerido.

No entanto, problemas graves como um tumor de cólon, retocolite ulcerativa, doença de Crohn ou outras doenças inflamatórias do intestino, também podem apresentar fezes com sangue vivo, como primeiro sintoma da doença.

Portanto, na presença de sangue vivo nas fezes, associado a perda de peso, falta de apetite ou cansaço sem motivos aparentes, procure um médico gastroenterologista ou proctologista para avaliação e tratamento.

Fezes claras ou esbranquiçadas, podem indicar uma doença grave?

Sim. As fezes brancas ou esbranquiçadas, também podem indicar doenças graves, como um tumor de vesícula biliar ou doenças no fígado.

O fígado tem como uma de suas funções, a produção da bile, um fluido que fica armazenado na vesícula biliar e é lançado no intestino para auxiliar na digestão. A bile além de auxiliar na digestão, é responsável pela coloração acastanhada das fezes.

Portanto, doenças hepáticas como a hepatite e o câncer de fígado, podem reduzir a sua produção, causando fezes mais esbranquiçadas. Assim como doenças na vesícula, como o tumor que impede a passagem da bile, originam a mesma alteração.

As doenças hepáticas e de vesícula, apresentam ainda um quadro de dor abdominal, náuseas e vômitos, sobretudo após alimentação gordurosa. E nos casos mais avançados, a perda de peso, urina escura e icterícia (pele amarelada).

Fezes amarelas, podem indicar uma doença grave?

Sim. As fezes amareladas ou de aspecto gorduroso, podem indicar um problema grave como a pancreatite crônica.

Na pancreatite crônica, o pâncreas não consegue produzir as enzimas que auxiliam na quebra da gordura e sua absorção, portanto a gordura é perdida nas fezes, dando esse aspecto amarelado e gorduroso.

A doença celíaca, intolerância a lactose e uso de medicamentos para emagrecer, podem causar o mesmo problema. Sabendo que a gordura também é essencial para o bom funcionamento do organismo, junto as fezes amareladas pode haver queixa de dor na barriga, náuseas, vômitos, mal-estar, cansaço e falta de apetite.

Nesse caso, o mais recomendado é que procure um médico gastroenterologista para avaliação.

Qual é a cor normal das fezes?

A coloração normal do coco é acastanhado ou marrom escuro. Pode haver mudanças temporárias, por exemplo, quando faz uso de alguns medicamentos, ou quando tem uma infecção intestinal. Contudo, essa característica volta ao normal em poucos dias.

Na presença de mudança de cor nas fezes, que dure mais de 5 dias, assim como mudança na consistência e forma do coco, é fundamental que procure um médico gastroenterologista para uma avaliação.

Especialmente se junto com as mudanças do hábito intestinal, houverem sintomas de perda de peso, fraqueza, náuseas, vômitos e constipação intestinal.

Saiba mais sobre esse assunto nos artigos:

Quem teve hepatite pode doar sangue?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Quem teve hepatite após os 11 anos de idade não pode doar sangue.

A portaria nº 1.353 de 2011 do Ministério da Saúde indica as principais causas de inaptidão definitiva e temporária para a doação de sangue. A hepatite viral após os 11 anos de idade está na lista de inaptidão definitiva.

A exceção é feita nos casos de infecção aguda de Hepatite A, que deve ser comprovada com exames de sangue e avaliação do médico do serviço de hemoterapia.

Nos demais casos de hepatite após  os 11 anos de idade a pessoa fica impedida de doar sangue definitivamente.

Hepatite A tem cura?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Hepatite A tem cura, embora não haja um tratamento específico para a doença. Recomenda-se repouso, abstinência de álcool durante e pelo menos 3 meses após o fim da doença e medicamentos para aliviar dores de cabeça, enjoos e febre, quando necessário. Deve-se evitar medicamentos contendo Paracetamol para não sobrecarregar o fígado.

Normalmente, a pessoa que adquiriu hepatite A cura-se espontaneamente em cerca de 1 a 2 meses, com boa recuperação em casa, não necessitando de internamento hospitalar. Quando há sintomas, estes costumam ser leves. A hepatite A não evolui para doença crônica e raramente torna-se grave ao ponto de necessitar de transplante de fígado. Existe, contudo, vacina para a hepatite A.

A transmissão da hepatite A dá-se pela via fecal-oral, ou seja, de uma pessoa infectada para outra saudável ou através de alimentos ou água contaminada. Boas práticas de higiene como lavar as mãos com água e sabão, beber água filtrada, lavar verduras e frutas antes de comer são as formas de prevenir a doença.

Dor na barriga do lado direito. O que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor na barriga do lado direito é uma queixa bastante frequente e na maioria das vezes está relacionada a situações simples, como o excesso de gases ou prisão de ventre.

No entanto, algumas vezes pode representar um problema mais grave como uma hepatite, apendicite ou um tumor.

Sendo assim, é importante ter atenção aos sintomas, e se a dor piorar ou vir associada a outros sintomas como febre alta, vômitos ou perda de peso, o ideal é que procure um clínico geral ou gastroenterologista para avaliação médica.

O que causa dor do lado direito da barriga?

As causas mais relacionadas à dor na barriga no lado direito são:

  • Gases: Dor de intensidade variada, do tipo cólicas (dor que vai e vem), ou do tipo pontadas, associada a "barulhos" na barriga e história de má alimentação;
  • Prisão de ventre: Dor tipo cólica, mais localizada, inchaço na barriga, dificuldade de evacuar, com ou sem massa palpável na barriga (fezes endurecidas);
  • Hepatite aguda: Dor forte do lado direito do abdome, próximo das costelas, associado a náuseas, vômitos, febre e icterícia (coloração amarelada da pele e olhos);
Coloração amarelada na pele e nos olhos (Icterícia).
  • Pedras na vesícula (Colecistite ou colelitíase): Dor tipo cólica, de forte intensidade, do lado direito da barriga, associada a náuseas e vômitos, que piora após uma alimentação gordurosa;
  • Apendicite aguda: Dor na barriga, que pode ter início no umbigo e mais leve, que depois se mantém fixa na região mais baixa da barriga, à direita, associada a febre, náuseas e vômitos;
  • Endometriose: Dor na barriga, que pode se localizar em diversas regiões, não só a direita, associada ao ciclo menstrual, quando os hormônios agem para a realização da ovulação;
  • Gravidez ectópica à direita - Mulher em idade reprodutiva como dor intensa no baixo ventre, apenas de um lado (direito ou esquerdo), suor frio, mal-estar, náuseas e vômitos, com história de atraso menstrual, sugere a gravidez nas trompas;
  • Tumor - Dor localizada, febre baixa e perda de peso. Os tumores em geral, são doenças silenciosas, que quando desenvolvem sintomas já estão em estágios avançados, dificultando um tratamento adequado.

Além destas, situações como cólicas menstruais, infecção urinária, pedra nos rins, gastroenterite, obstrução intestinal (fecaloma), vermes ou ansiedade podem causar uma dor localizada à direita.

O mais importante, deve ser compreender os sinais de perigo que indicam a necessidade de procurar um atendimento de urgência. Para outros casos, procure o seu médico de família ou gastroenterologista, que deverá iniciar uma avaliação mais criteriosa.

Quando devo procurar uma emergência?

Os sinais de risco, que indicam a necessidade de procurar uma emergência imediatamente, são:

  • Febre alta (maior que 38,5º),
  • Náuseas e vômitos que não melhoram com a medicação habitual,
  • Piora da diarreia,
  • Sinais de desidratação (muita sede, boca seca, urina pouco),
  • Presença de sangue na urina ou nas fezes,
  • Coloração amarelada na pele ou nos olhos (parte branca) ou
  • Confusão mental ou desorientação.

Referência:

FBG - Federação Brasileira de gastroenterologia.