A traqueostomia consiste na realização de uma abertura na região anterior da porção cervical da traqueia (no pescoço). O objetivo da cirurgia é criar uma comunicação direta entre a traqueia e o meio externo, diminuindo a resistência e aumentando a expansividade dos pulmões. O orifício da traqueostomia pode ser definitivo ou não.
Em muitos casos, a traqueostomia é um procedimento extremamente necessário, pois favorece pessoas com uma baixa reserva pulmonar.
As vantagens da traqueostomia em relação à cânula de intubação orotraqueal é ser uma via aérea mais segura, pode ser retirada e colocada mais facilmente e não aumenta a ocorrência de pneumonia pelo menor tamanho e facilidade para higiene.
Dentre as desvantagens da traqueostomia estão o comprometimento da tosse e da umidificação do ar inalado, uma vez que não ocorre o fechamento da glote. Isso diminui a limpeza dos brônquios e dos pulmões e modifica a composição dos gases presentes nos alvéolos pulmonares (pequenos “saquinhos” localizados no final das vias aéreas, onde ocorrem as trocas gasosas).
Por isso, os riscos e os benefícios em realizar a traqueostomia devem ser muito bem analisados pela equipe médica, caso a caso.
Após a traqueostomia, quais os cuidados que se deve ter?Os cuidados com a traqueostomia no pós-operatório são fundamentais e devem ser imediatos. Depois da cirurgia, deve ser realizado um raio-x de tórax para se observar a ponta da cânula e também devido ao risco de pneumotórax (presença de ar entre os pulmões e a parede torácica) e pneumomediastino (presença de ar entre os pulmões), complicações possíveis no procedimento.
Podem ser prescritos medicamentos antibióticos após a traqueostomia, embora boa parte das pessoas que se submetem à cirurgia já esteja em uso de antibióticos, antes do procedimento, devido às doenças de base.
Logo após a traqueostomia deve ser realizada a aspiração da traqueia a cada 15 minutos, uma vez que depois da cirurgia ocorre uma grande produção de secreção.
Para fluidificar as secreções e evitar a insuficiência respiratória, que pode levar à morte, são indicados o uso contínuo de oxigênio e a nebulização, também contínua, com medicamentos mucolíticos.
Se houver uma boa evolução, o balonete (cuff) da traqueostomia é esvaziado em 24 horas e realiza-se a troca da cânula de plástico pela cânula de metal após 48 horas. A pessoa só recebe alta hospitalar quando a traqueostomia já estiver com a cânula metálica ou de silicone.
Assim que o balonete for desinsuflado, a pessoa deve ser orientada a falar, tapando a cânula com o dedo ou por meio de cânulas com válvulas. Assim que possível, deve-se iniciar a ingestão oral da alimentação.
Quais os riscos da traqueostomia?Riscos imediatos da traqueostomiaSangramentoPode ocorrer sangramento se a glândula tireoide for lesionada ou se houver vasos sanguíneos que não foram conectados ou cauterizados.
Pneumotórax e pneumomediastinoO pneumotórax é o acúmulo de ar entre os pulmões e a parede torácica, enquanto o pneumomediastino é o acúmulo de ar entre os pulmões. Pode ocorrer devido à perfuração da pleura (membrana que recobre os pulmões e a parte interna da parede torácica) durante a realização da traqueostomia.
Os nervos da laringe, os vasos sanguíneos de grosso calibre e o esôfago são as estruturas com mais riscos de serem danificadas durante a traqueostomia.
Outras complicações imediatas da traqueostomia incluem a apneia (interrupção da respiração) e edema pulmonar.
Riscos precoces da traqueostomiaSangramentoO sangramento nessa fase pode ocorrer devido ao excesso de tosse e consequente aumento da pressão arterial, traqueíte, feridas na parede da traqueia, lesões provocadas durante a aspiração, entre outras causas.
TraqueíteA traqueíte é a inflamação da traqueia. A nebulização constante, a irrigação do local e a aspiração frequente da cânula são formas de prevenir essa complicação.
Formação de plug mucosoO plug mucoso é uma “rolha” de muco que pode se formar no local da traqueostomia. Uma cânula interna removível reduz os riscos dessa complicação.
CeluliteTrata-se de uma infecção profunda da pele que surge no local da traqueostomia. Para evitar essa complicação, deve haver espaço suficiente para ocorrer a drenagem da ferida cirúrgica além de seguir as orientações quanto a higiene local.
O enfisema é o acúmulo de ar nas camadas mais profundas da pele. Pode ocorrer em consequência da forma como foi feita a sutura no local da traqueostomia ou pelo trajeto incorreto da cânula.
Atelectasia pulmonarTrata-se do colapso total ou parcial do pulmão, ou seja, uma incapacidade do pulmão em se expandir, que pode ocorrer em caso de intubação inadequada.
DecanulaçãoÉ a saída da cânula da traqueostomia, quando ela ainda é necessária.
Riscos tardios da traqueostomiaSangramentoSangramentos que ocorrem depois de 48 horas que foi feita a traqueostomia têm como principal causa a presença de uma fístula (comunicação) entre a traqueia e a artéria braquiocefálica.
Essa complicação é causada principalmente pela realização de uma traqueostomia muito baixa ou pela colocação de uma cânula muito grande. Apesar de ocorrer em cerca de 0,5% das traqueostomias, essa complicação pode levar à morte em até 80% dos casos.
TraqueomaláciaÉ caracterizada pela flacidez do tecido cartilaginoso que sustenta a traqueia. Em geral, é causada por uma cânula pequena demais.
O estreitamento da traqueia, provocada por lesão da cartilagem cricoide, lesão da parede da traqueia durante a realização da traqueostomia ou lesão da mucosa provocada pelo balonete. Nesses casos, a pessoa apresenta desconforto respiratório algumas semanas depois de retirar a cânula.
Fístula traqueoesofágicaA fístula é uma comunicação entre a traqueia e o esôfago, que pode causar aspiração de conteúdo gástrico para os pulmões, resultando em pneumonite química. Normalmente tem como causa o desgaste da parede posterior da traqueia pela cânula.
Fístula traqueocutâneaTrata-se de uma comunicação entre a traqueia e a pele.
Formação de cicatrizPode haver a formação de tecido cicatricial na região da abertura da traqueostomia ou na extremidade da cânula. Com isso ocasionar sangramentos, estreitamento ou obstrução da traqueia.
Os riscos dessa complicação podem diminuir se as cânulas forem trocadas frequentemente no pós-operatório da traqueostomia.
Impossibilidade de retirar a cânulaA decanulação pode ser impossibilitada se houver paralisia das pregas vocais, lesão da estrutura da laringe e ansiedade por parte do paciente.
A traqueostomia pode ficar por tempo indeterminado. A retirada depende sobretudo da causa que levou à realização da cirurgia.
A cânula deve ser retirada ou trocada por uma de numeração menor assim que a respiração estiver melhor ou recuperada. Após a remoção da cânula, o orifício da traqueostomia pode se fechar espontaneamente ou necessitar de cirurgia para ser fechado.
Embora a traqueostomia esteja associada a um certo grau de mortalidade, é possível ter uma qualidade de vida satisfatória. O prognóstico das pessoas que se submetem à traqueostomia é considerado bom, mesmo no caso das crianças, em que as causas de morte depois da cirurgia estão mais associadas à doença de base do que à traqueostomia em si.
Quando a traqueostomia é indicada?A traqueostomia é indicada em casos de:
- obstrução das vias aéreas superiores (anomalias congênitas, presença de corpo estranho, traumatismo cervical, câncer, paralisia das cordas vocais de ambos os lados);
- Intubação orotraqueal prolongada;
- Inchaços causados por queimaduras, infecções ou reações alérgicas graves;
- Pré e pós-operatório de outras cirurgias;
- Apneia ou hipopneia obstrutiva do sono.
A traqueostomia também serve para facilitar a aspiração de secreções das vias aéreas baixas.
A traqueostomia tem poucas contraindicações. Uma possível contraindicação é presença de câncer de laringe, quando a manipulação do tumor durante a traqueostomia pode aumentar a manifestação do tumor na região da abertura. Outra contraindicação seria um distúrbio de coagulação importante.
Mais uma vez, o caso deve ser avaliado e ponderado riscos e benefícios para esse paciente.
A traqueostomia pode ser realizada por qualquer médico/a com especialização em emergência, cirurgia geral, torácica, oncológica, de cabeça e pescoço. E deve ser e acompanhada regularmente pela equipe de saúde.
Não. A medicação ROWACHOL não tem registro na ANVISA, órgão regulador das medicações no Brasil e, portanto, sua comercialização no país é PROIBIDA.
O seu uso de forma irregular pode trazer prejuízos a sua saúde.
Quanto a sua eficácia, os estudos publicados e apresentados datam de muitos anos atrás, a maioria antes do ano 2000, e nenhum deles foram cientificamente comprovados como benéficos ou sem riscos.
Provavelmente por isso não houve interesse em mais pesquisas nesse tema, e os órgãos não puderam aprovar o seu uso.
Alguns estudos avaliaram sua resposta na eliminação dos cálculos de vesícula, outro avaliou ação analgésica após cirurgia de ressecção de vesícula, porém os resultados não foram impactantes.
Sendo assim, não recomendamos o uso da medicação e alertamos que existem formas comprovadas e seguras de tratar e acompanhar os cálculos de vesícula biliar.
Para maiores informações converse com seu médico de família ou gastroenterologista.
Saiba mais sobre o assunto: Qual o tratamento para pedra na vesícula?
Colostomia é uma abertura na parede abdominal, na qual se liga uma terminação do intestino e, por ali, o paciente passa a eliminar fezes e gases. Por fora dessa abertura, é colada na pele uma bolsa plástica que coleta esses produtos intestinais.
Ela em geral é indicada nos casos em que há uma obstrução intestinal ou problemas com o reto e ânus que impedem a evacuação pelas vias naturais. Alguns exemplos dessas situações são malformações intestinais ou anorretais (quando o bebê nasce com um defeito do intestino ou do ânus), cânceres, inflamações, rupturas intestinais, fístulas, amputações do reto, feridas e lesões traumáticas do ânus.
Dependendo da causa, a colostomia pode ser feita de forma definitiva ou transitória. No caso transitório, assim que as condições que causaram o procedimento se resolverem, é feita uma nova cirurgia para se retornar o intestino à posição normal e permitir o retorno da evacuação através do ânus.
A colostomia é realizada em hospital, com o paciente deitado e sob anestesia geral, ou seja, ele ficará inconsciente e não sentirá nada durante o procedimento.
É então feita uma pequena abertura na parede abdominal e, a ela é costurada a ponta do intestino, para que os dejetos sejam eliminados por ali. Posteriormente, uma bolsa coletora é colada à pele por meio de adesivos especiais. Essa bolsa deverá ser esvaziada periodicamente.
Nos primeiros dias após a cirurgia, o paciente permanecerá internado para aprender a realizar os cuidados necessários, tais como troca da bolsa e higienização do orifício.
Algumas complicações como irritação da pele e infecções locais são possíveis, e devem ser tratadas imediatamente.
O médico que realiza esse procedimento em geral é o cirurgião geral ou cirurgião do aparelho digestivo.
A dor na barriga do lado direito é uma queixa bastante frequente e na maioria das vezes está relacionada a situações simples, como o excesso de gases ou prisão de ventre.
No entanto, algumas vezes pode representar um problema mais grave como uma hepatite, apendicite ou um tumor.
Sendo assim, é importante ter atenção aos sintomas, e se a dor piorar ou vir associada a outros sintomas como febre alta, vômitos ou perda de peso, o ideal é que procure um clínico geral ou gastroenterologista para avaliação médica.
O que causa dor do lado direito da barriga?As causas mais relacionadas à dor na barriga no lado direito são:
- Gases: Dor de intensidade variada, do tipo cólicas (dor que vai e vem), ou do tipo pontadas, associada a "barulhos" na barriga e história de má alimentação;
- Prisão de ventre: Dor tipo cólica, mais localizada, inchaço na barriga, dificuldade de evacuar, com ou sem massa palpável na barriga (fezes endurecidas);
- Hepatite aguda: Dor forte do lado direito do abdome, próximo das costelas, associado a náuseas, vômitos, febre e icterícia (coloração amarelada da pele e olhos);
- Pedras na vesícula (Colecistite ou colelitíase): Dor tipo cólica, de forte intensidade, do lado direito da barriga, associada a náuseas e vômitos, que piora após uma alimentação gordurosa;
- Apendicite aguda: Dor na barriga, que pode ter início no umbigo e mais leve, que depois se mantém fixa na região mais baixa da barriga, à direita, associada a febre, náuseas e vômitos;
- Endometriose: Dor na barriga, que pode se localizar em diversas regiões, não só a direita, associada ao ciclo menstrual, quando os hormônios agem para a realização da ovulação;
- Gravidez ectópica à direita - Mulher em idade reprodutiva como dor intensa no baixo ventre, apenas de um lado (direito ou esquerdo), suor frio, mal-estar, náuseas e vômitos, com história de atraso menstrual, sugere a gravidez nas trompas;
- Tumor - Dor localizada, febre baixa e perda de peso. Os tumores em geral, são doenças silenciosas, que quando desenvolvem sintomas já estão em estágios avançados, dificultando um tratamento adequado.
Além destas, situações como cólicas menstruais, infecção urinária, pedra nos rins, gastroenterite, obstrução intestinal (fecaloma), vermes ou ansiedade podem causar uma dor localizada à direita.
O mais importante, deve ser compreender os sinais de perigo que indicam a necessidade de procurar um atendimento de urgência. Para outros casos, procure o seu médico de família ou gastroenterologista, que deverá iniciar uma avaliação mais criteriosa.
Quando devo procurar uma emergência?Os sinais de risco, que indicam a necessidade de procurar uma emergência imediatamente, são:
- Febre alta (maior que 38,5º),
- Náuseas e vômitos que não melhoram com a medicação habitual,
- Piora da diarreia,
- Sinais de desidratação (muita sede, boca seca, urina pouco),
- Presença de sangue na urina ou nas fezes,
- Coloração amarelada na pele ou nos olhos (parte branca) ou
- Confusão mental ou desorientação.
Referência:
FBG - Federação Brasileira de gastroenterologia.
Sempre existe um risco de morte quando uma cirurgia é realizada. No caso da cirurgia de retirada de vesícula, por envolver o abdômen, o risco de morte é considerado maior. Ainda assim, para pessoas sem problemas de saúde submetidas a uma cirurgia que não abre o abdômen (como a laparoscopia), o risco de morte é muito baixo.
O risco de morte durante e após a cirurgia de vesícula é maior para idosos ou em cirurgias de emergência. Também é mais alto quanto pior a condição de saúde da pessoa. Alguns problemas de saúde que aumentam o risco de morte devido à cirurgia são:
- Problemas cardíacos;
- Ter tido algum tipo de isquemia, incluindo acidente vascular cerebral;
- Desnutrição;
- Problemas nos pulmões, fígado e rins;
- Imunidade baixa;
- Diabetes;
- Problemas mentais, como demência;
- Obesidade.
A maioria das cirurgias para retirada da vesícula são realizadas por laparoscopia. Este tipo de cirurgia é mais seguro que a cirurgia em que o abdômen precisa ser aberto (laparotomia). A cirurgia laparoscópica também causa menor mal-estar pós-cirúrgico. Além disso, a pessoa fica menos tempo internada no hospital e se recupera mais rápido.
Leia também:
- Quantos dias após cirurgia de retirada da vesícula pode ter relações?
- Retirada da vesícula: como é a recuperação e quais os efeitos colaterais?
Referências:
Lindenmeyer CC. Cálculos Biliares. Tratamento. Manual MSD.
Mohabir PK, Coombs AV. Cirugia. Risco Cirúrgico. Manual MSD.
Hajibandeh S, HajibandehS, Antoniou GA, Stavros A Antoniou SA. Meta-analysis of mortality risk in octogenarians undergoing emergency general surgery operations. Surgery. 2021;169(6):1407-16.
Os principais cuidados são a higienização frequente e adequada da bolsa e do orifício da colostomia e da pele ao redor, evitar carregar pesos excessivos ou utilizar roupas que pressionem demais a barriga e a colostomia, evitar alimentos e bebidas que gerem muitos gases, mastigar bem os alimentos a fim de facilitar a digestão, não usar substância agressivas à pele como álcool, mercúrio e outros produtos, não esfregar nem usar esponjas ásperas na região.
A colostomia é um procedimento no qual uma abertura é feita na pele do paciente e, a ela, é conectada a porção final do intestino, a fim de que por ali sejam eliminados fezes e gases. Uma bolsa plástica é colada no local para coletar esses produtos, e ela deve ser esvaziada com frequência.
Para mais detalhes sobre cuidados à colostomia, um enfermeiro ou cirurgião geral deve ser consultado.
A dor nas pernas pode ter muitas causas, sendo as mais comuns:
- Cansaço muscular,
- Cãibras;
- Problemas de circulação;
- Problemas de articulação e
- Compressão do nervo ciático, por doenças de coluna.
Para identificar a causa e planejar o melhor tratamento, é preciso procurar um médico especialista, neste caso, o angiologista.
Causas de dores nas pernas 1. Cansaço muscularO mais comum é que o cansaço nas pernas ao fim do dia seja desencadeado pelo esforço ou por longos períodos em uma mesma posição (em pé ou sentada). As dores costumam atingir as duas pernas, na região das coxas e nas panturrilhas.
Para aliviar as dores pode ser feito uso de compressas mornas ou bolsa de água quente (bolsas térmicas) na região dolorida e exercícios de alongamento.
Os exercícios de alongamento promovem o alívio das dores musculares, favorecem a circulação do sangue e ajudam na postura, flexibilidade e amplitude dos movimentos. O ideal é que o alongamento seja orientado por um profissional de educação física ou fisioterapeuta.
2. CãibrasAs cãibras são as causas mais comuns de dor na panturrilha, também chamada de batata da perna. São contraturas musculares involuntárias que acontecem, normalmente, após atividade física intensa ou mesmo durante o sono.
Durante o episódio de cãibra ocorre uma dor aguda e progressiva que aumenta na medida em que a musculatura da panturrilha vai se contraindo.
Para aliviar esta dor e relaxar a musculatura, é recomendado realizar alongamento e massagem do músculo durante a contratura. A massagem com movimentos circulares deve ser feita no local da cãibra, lentamente.
Outra forma de relaxar ou alterar a movimentação do músculo, é tentar ficar de pé e colocar o peso do seu corpo sobre a perna acometida pela cãibra. Se você não consegue ficar em pé, sente-se em uma cadeira, estique a perna e puxe os pés para trás com as mãos.
3. Problemas circulatórios 3.1. VarizesA sensação de queimação nas pernas é o sinal típico das varizes. Varizes são veias dilatadas, tortuosas e de calibre aumentado, que dificultam a circulação sanguínea.
O comprometimento da circulação causa outros sintomas, que são: dor nas pernas, formigamento, coceira, inchaço e mudanças na cor da pele, que se tornam mais esbranquiçadas ou escurecidas.
Para aliviar os sintomas de dor por varizes, o mais indicado é evitar manter-se muito tempo de pé movimentar as pernas para ativar a circulação sanguínea, várias vezes durante o dia.
Elevar as pernas acima do nível do coração por alguns minutos 2 a 3 vezes ao dia e usar meias de média compressão também são medidas que ajudam no retorno venoso, melhorando a circulação das pernas.
A meia deve ser vestida assim que acorda, para adaptar melhor a perna e retirar ao deitar. Não é recomendado dormir com as meias, a não ser que seja uma recomendação médica.
A avaliação pelo cirurgião vascular ou angiologista é fundamental para definir o tratamento definitivo nos casos de varizes.
3.2. TromboseA trombose é o entupimento de um vaso sanguíneo. Quando atinge uma veia é chamado trombose venosa profunda e quando acomete uma artéria, trombose arterial.
O local mais frequente de ocorrer uma trombose é a perna, mas pode haver trombose no coração (infarto), no pulmão (tromboembolismo pulmonar), no cérebro (AVC isquêmico) e carótidas. Os sintomas dependem da localização e condições de saúde da pessoa.
A trombose venosa profunda na perna apresenta como principais sintomas: dor súbita e intensa na panturrilha, edema e calor local. A dor se torna mais intensa quando fazemos grandes esforços físicos, ao subir ladeiras, escadas ou quando as temperaturas estão muito frias.
Na suspeita de um trombose, procure imediatamente um atendimento médico com angiologista ou emergência, devido aos riscos de complicação.
4. ArtroseA artrose do joelho acontece por um desgaste das suas cartilagens. É uma causa comum de dor nas pernas, sendo bastante frequente em pessoas com mais de 50 anos e em pessoas com excesso de peso.
As características dessa dor incluem: dor no joelho após esforços físicos que melhoram com o repouso, rigidez ao se levantar pela manhã ou após longos períodos de repouso, presença de estalos (crepitações) quando movimenta o joelho, inchaço (edema) e dificuldade de caminhar.
Exercícios de alongamento aliviam a dor no joelho, no entanto é preciso que sejam acompanhados por um fisioterapeuta.
Para o tratamento definitivo pode ser preciso acrescentar medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios e suplementos alimentares que ajudam na restauração dessa articulação. Nos casos de artrose mais avançada pode ser indicado infiltração (injeção) de corticóide dentro da articulação do joelho ou cirurgia.
Para definir o melhor tratamento consulte um ortopedista.
5. Cisto de BakerO cisto de Baker é um cisto cheio de líquido que se forma na região posterior do joelho. Pode estar associado ao desgaste da cartilagem do joelho, artrite ou lesão da cartilagem.
Quando essas causas são resolvidas, o cisto costuma desaparecer. Os sintomas são: dor atrás do joelho, dificuldade de dobrar a articulação e inchaço. Além disso, o cisto pode facilmente encontrado na palpação.
Se o cisto provocar dor ou limitar os movimentos do joelho, impedindo esticar ou flexionar a perna, o tratamento com fisioterapia pode ser necessário. O ortopedista pode também indicar a retirada de líquido através de uma aspiração feita com uso de uma seringa.
6. Dor ciáticaA dor provocada pela compressão do nervo ciático costuma ocorrer após um esforço ou pegar um peso além do habitual.
Os sintomas são de dor em formigamento, choque ou dormência que se inicia na coluna e segue para o glúteo, região posterior da coxa, lateral da perna, tornozelo ou até o pé, do lado comprometido.
Para aliviar a dor, deve permanecer em repouso, aplicar compressas mornas na região da coluna e fazer uso de um relaxante muscular ou analgésicos.
Adotar uma boa posição para dormir também é importante para aliviar a dor e/ou evitar o seu agravamento. Durma de lado, o mais curvado possível, ampliando o espaço entre as vértebras. Pode usar um travesseiro embaixo do pescoço e outro travesseiro entre as pernas.
O médico neurologista ou ortopedista são os responsáveis por avaliar e definir o melhor tratamento, para cada caso.
O que posso fazer para aliviar a dor nas pernas?- Repouso: o repouso é, na maior parte dos casos de dor nas pernas, o modo mais rápido de promover o alívio da dor. Especialmente nos casos em que a dor tem relação com o esforço físico;
- Elevar as pernas: Deitar-se com as pernas elevadas favorece a circulação sanguínea;
- Banho morno: Tomar um banho morno para relaxar a musculatura e estimular a circulação sanguínea;
- Alongamentos: Se você trabalha por muito tempo sentado ou em pé, movimente-se e alongue as pernas a cada duas horas de trabalho. Os exercícios de alongamento promovem o relaxamento da musculatura em torno dos ossos, o que leva ao alívio da dor;
- Compressas de gelo podem ajudar a aliviar dores provocadas por pancadas nas pernas e quedas, sempre por cima de um pano, para evitar queimaduras;
- Meias elásticas de média compressão: Em casos de varizes a dor pode ser amenizada com uso de meias de média compressão e alongamentos.
Em algumas situações, o tratamento pode envolver o uso de medicamentos anti-inflamatórios que controlam a dor, sessões de fisioterapia ou mesmo cirurgias. Estes tratamentos devem ser indicados por um ortopedista, médico de família ou clínico geral.
Dor na perna esquerda pode ser infarto?Na verdade a dor na perna, devido ao entupimento da artéria, não é um dos sinais da doença, mas é considerado um sinal de maior risco para o infarto. Isso porque, a aterosclerose, doença caracterizada pela formação de placas de gordura dentro do vaso sanguíneo, pode acometer qualquer artéria do corpo.
A doença arterial na perna, compromete a circulação sanguínea e tem como sintomas: dor e sensação de cãibra ao caminhar, fisgada e sensação de cansaço nas pernas. Outros sintomas menos comuns são, a perda de pelos nas pernas, unhas dos pés enfraquecidas, coloração esbranquiçada das pernas e infecções constantes nos pés.
Placas de gordura na parede das artérias que provocam a obstrução arterial e reduze a passagem de sangue.Essas placas de gordura podem soltar pequenos pedaços, que chamamos de êmbolo, que seguem pela circulação até encontrar um vaso mais estreito e causar um entupimento. Essa é a principal causa, por exemplo, de tromboembolismo pulmonar. Uma doença grave que pode levar à morte.
É importante que você observe e descreva para o médico a sua dor, intensidade, quando surgiu e o que você fez para aliviar. Na suspeita de trombose na perna ou má circulação, procure o quanto antes uma avaliação médica.
Não utilize nenhum medicamento sem orientação médica.
Leia mais sobre esse assunto no artigo: Sinto muita dor nas pernas. O que pode ser?
Referências:
- Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Consensos Brasileiros de Ortopedia e Traumatologia.São Paulo: Agência NaJaca, 2019.
- Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular
Popularmente conhecida como calcanhar de maracujá, a miíase consiste em uma infecção de pele provocada quando ovos de moscas são depositados em feridas (lesões). Dentro de um período de 30 a 60 dias este ovos se transformam em larvas que se proliferam e causam a infecção.
A miíase pode acometer crianças e adultos, principalmente nas regiões expostas da pele. O couro cabeludo também pode ser afetado. A região da pele por onde a larva penetra fica semelhante a um furúnculo (miíase furunculóide) por seu aspecto avermelhado e purulento.
Como se contrai a miíase?Em alguns casos, a miíase pode acontecer em decorrência da deposição de larvas de moscas específicas em cavidades como nariz e orelhas e ferimentos na pele. Outra forma de contaminação se dá pela ingestão de alimentos ou bebidas contaminados.
Sintomas da miíase- Presença de nódulo avermelhado com um pequeno orifício ao centro;
- Saída constante de secreção pelo orifício;
- Sensação de movimentos na lesão;
- Fisgada;
- Ferroada.
- Miíase furuncular: lesão é semelhante à uma espinha.
- Miíase migratória: se assemelha ao bicho geográfico.
- Miíase cavitária: comum em feridas abertas e em casos de câncer de pele.
A miíase também pode ser classificada como primária ou secundária.
- Miíase primária: as moscas depositam seus ovos na pele, areia, terra ou roupas úmidas e estes ovos se desenvolvem e se transformam em larvas que infectam a pele.
- Miíase secundária: neste tipo de miíase as larvas se desenvolvem em regiões não saudáveis da pele. Ocorre em feridas com necrose (tecido morto) ou ulcerações como, por exemplo, lesões provocadas por alguns tipos de câncer e leishmaniose.
O tratamento da miíase consiste na retirada manual das larvas e na limpeza das feridas. Fechar o orifício da lesão com vaselina ou um esparadrapo por algum tempo pode facilitar a remoção das larvas. Ao fechar a lesão, as larvas vão à superfície para respirar e este é o momento de removê-las.
Nos casos em que a lesão é muito grande a retirada das larvas pode ser feita mediante o uso de anestesia local. Há ainda algumas medicações orais que podem ser utilizadas no tratamento como a ivermectina.
Nenhum tratamento caseiro é indicado para miíase.
Ao perceber os sintomas procure um/a médico/a. Se puder busque um/a dermatologista. Estes profissionais devem verificar se outros órgãos podem estar afetados.